DA REDAÇÃO: Mercado da soja mantém tendência de alta com seca nos EUA
Nesta terça-feira (3), a soja encerrou o pregão eletrônico da Bolsa de Chicago subindo mais de 40 pontos em alguns vencimentos. Nesse momento, a oleaginosa opera com altas em torno de 25 pontos nos principais contratos.
De acordo com o analista de mercado, Vlamir Brandalizze, hoje (3) os grandes investidores estão aproveitando para entrar nas operações. Eles entraram durante a manhã, quando o mercado subiu, e agora estão liquidando para buscar lucros: “O mercado no final do dia pode voltar a operar em forte alta porque os fundamentos continuam os mesmos e durante esse meio do pregão os investidores estão operando no mercado financeiro buscando lucros”.
De agora em diante, se o clima continuar seco e nos EUA e se houver uma elevação das temperaturas, a safra de soja norte-americana terá perdas irreversíveis, já que as plantas estão perdendo vagem e tamanho de grão. Por outro lado, o milho não perde as espigas, com isso, se chover um pouco no país, os grãos ainda poderão ter um enchimento melhor.
Do lado da demanda, este ano a China enfrentou diversos problemas climáticos, desde o frio, a seca e inundações, o que fará com que o país perca parte da safra de quase todos os grãos. Com isso, os chineses irão comprar mais milho e, segundo Brandalizze, se vierem para o Brasil será benéfico, já que no mercado interno ainda se trabalha com um milho em torno de 40 dólares abaixo do milho norte-americano. Portanto, as importações da China poderiam trazer um prêmio melhor para o milho brasileiro e uma evolução dos preços internos, criando uma liquidez para o restante do grão que está parado, principalmente na região Centro-Oeste, e está basicamente vinculado aos leilões do governo.
Já o mercado de trigo está bastante favorável para os produtores que terão o cereal, uma vez que o Paraná (PR) perdeu grande parte da produção e está colhendo apenas triquilho, que é utilizado para ração e irá competir com o milho, sem servir para a indústria da farinha, sendo que os preços poderiam estar acima de R$ 900,00/tonelada em função da safra muito pequena que o Brasil irá colher. Porém, no Rio Grande do Sul (RS), os produtores poderão ter preços acima de R$ 800,00/tonelada.