DA REDAÇÃO: Soja encerra em baixa na CBOT frente à previsões climáticas mais favoráveis para as lavouras norte-americanas
Nesta quarta-feira (4), a soja encerrou com perdas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos da Bolsa de Chicago.
De acordo com o analista de mercado, Stefan Tomkiw, a sessão de hoje (4) teve uma boa pressão vendedora, com o mercado ajustando algumas expectativas em relação à produtividade esperada para as lavouras dos EUA: “Isso se deve a previsões mais longas, que começaram a indicar uma situação um pouco mais favorável, mesmo que longe do ideal, mas com possibilidade de chuvas nas principais regiões de Minnesota, Iowa, e Illinois, estados que estão sofrendo mais com o stress hídrico das lavouras”.
Teoricamente, essas previsões não aliviariam as condições das lavouras norte-americanas, porém é necessário esperar a consolidação dessa expectativa, mas, mesmo assim, isso estanca um pouco as perspectivas de mais deterioração nas lavouras, além do que o mercado já vinha precificando na semana passada. Tomkiw diz que a volatilidade do mercado ainda irá persistir, mas aquele ímpeto comprador, principalmente das duas últimas sessões em Chicago, perdeu força com esses mapas meteorológicos mais favoráveis.
Além disso, o movimento de venda por parte dos produtores norte-americanos se intensificou muito desde ontem (3), quando o mercado tentou, pela segunda vez, consolidar o movimento de alta acima dos US$ 14,00/bushel e o produtor enxergou esse nível de preço como atrativo para entrar fixando.
Os fundos também começaram a adotar uma postura mais conservadora recentemente, motivados por uma questão sazonal de não continuar carregando posições compradas em setembro, uma vez que este mês é caracterizado por um mercado baixista com a consolidação da safra nos EUA.
“O mercado deve se manter volátil nas próximas semanas, até porque as previsões climáticas estão longe de ser ideais e toda a discussão em relação ao potencial produtivo da safra continuará durante o mês de setembro. No começo de outubro, o USDA divulga um novo relatório, no qual se pode ter uma ideia melhor do potencial final da safra, mas, até lá, o mercado será volátil, no entanto, se confirmadas as previsões meteorológicas, com um viés um pouco baixista”, afirma Tomkiw.
Segundo o analista de mercado, a recomendação para o produtor é sempre tentar trabalhar com um preço médio favorável e ir vendendo em escalas, fazendo uma estratégia comercial: “Ainda existe potencial para o mercado subir, mas o rally pré-colheita dá sinais de que o topo já tenha chegado”.