DA REDAÇÃO: Crise econômica não deve afetar demanda mundial por alimentos
Tirando a crise atual, do ponto de vista fundamental, “os estoques baixos devem fazer com que os preços voltem a reagir nos próximos meses”, prevê o analista. No curto prazo, quem tiver necessidade de vender, de fato, terá de enfrentar a recessão. Mas, certamente, em algum momento a Europa e Estados Unidos devem resolver seus problemas financeiros. Com isso, resta ao produtor brasileiro se atentar ao clima e plantar com tranqüilidade.
Congresso Mundial sobre Grãos
Steve Cachia palestrou, na semana passada, no Congresso Mundial sobre Grãos em Cingapura, onde chegou a uma conclusão a respeito da oferta mundial de alimentos. Como em países como China, Vietnã e Indonésia, milhões de pessoas saem da linha de pobreza para a linha de consumo, será necessária uma grande oferta de alimentos para essa população.
Nesse contexto, o Brasil deveria se mostrar tão enérgico quanto os Estados Unidos, para se tornar um player ainda mais importante. “O Brasil precisa olhar mais de perto o que está acontecendo e ser um pouco mais agressivo”, defende o analista.
Ainda, de acordo com o Centro Nacional de Informação de Grãos e Óleo da China, o país perderá 10% da sua produção de soja e há quem acredite que o declínio alcance 15%. Outra informação que chega desse país é que o seu PIB, após muito esforço para reduzir o crescimento, fechou em 10,4. O número faz questionar como será possível atender a essa demanda em elevação.
Milho
O mercado de milho para os próximos anos deve ser promissor para as exportações brasileiras, pois há uma necessidade muito grande de milho. A maioria dos produtores do Brasil está plantando soja, mas não pode se esquecer de fazer a safrinha do milho bem feita. “No milho, a gente tem campo de melhorar a produtividade para não depender tanto de preço. Com isso, mesmo sem aumentar a área, o Brasil pode ter uma oferta bem maior do que a gente está vendo hoje”, explica Cachia.