Anderson Galvão, da Céleres, prevê R$ 60/saca se houver escassez de milho na safrinha

Publicado em 18/12/2019 15:47
Anderson Galvão - Analista - Céleres Consultoria
Possível falta de oferta de milho deixa setor de carnes em estado de alerta

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Entrevista com Anderson Galvão - Analista - Céleres Consultoria sobre as Realidades da Safra

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Os preços do milho no mercado interno vivem momento de preços altos impulsionados pela crescente demanda do cereal, seja para exportações (que batem recorde mês após mês), produção de etanol ou consumo interno.

Na visão do analista da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a escassez de milho no Brasil em 2020 pode ocasionar a subida da saca do cereal para até R$ 60,00 no sul do país, caso haja algum problema durante o desenvolvimento da safrinha do próximo ano.

“A gente vai para um plantio do milho inverno, lá em 2020, bastante apertado de janela e uma preocupação maior ainda de clima. Se a chuva que atrasou para começar em outubro se alongar para abril/maio o impacto não chega a ser tão grande, agora se o ciclo de chuvas for mais curto, com chuvas cortando no começo de abril, ai sim a gente vai para uma volatilidade de preços no mercado interno brutal”, aponta Galvão.

Neste cenário, o aumento drástico nas cotações do cereal deve se repetir também para outras regiões do país com o Mato Grosso, que pode registrar a saca valendo até R$ 35,00, caso todos os componentes de precificação atuem neste sentido.

“Tem dois componentes que o produtor rural precisa ter em mente. Preço de milho hoje, com a participação que a exportação tem na formação desse mercado, é igual soja, se o cambio descer para R$ 3,60 o milho desce junto e se ficar nos R$ 4,30 ou R$ 4,40 o milho sobe junto. Então são estes dois elementos, o preço do cambio e a própria situação de oferta e demanda no Brasil”, comenta o analista.

Em caso extremo de frustração grande na segunda safra de milho de 2020, o comprador de milho brasileiro terá poucas alternativas para seguir. Entre elas estão a importação de milho da Argentina, Paraguai ou Estados Unidos, que esbarra nas dificuldades logísticas para localidades longe dos portos, e o ajuste por parte da indústria de proteína animal para “tirar o pé” na produção ou repassar o aumento dos custos para as vendas.

Confira a entrevista completa com o analista da Céleres Consultoria no vídeo.

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Por:
João Batista Olivi e Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • Antonio Nascimento campo mourão - PR

    Perdi a c onta de quantas vezes cheguei a ouvir: No momento estamos abastecendo da MÃO PRA BOCA!!, só quem ter armazens proprios ou depositam em silos particulares conseguirão bons preços! Grandes granjeiros da região, no momento da colheita ofereciam frete mais algumas quireras alem do preço da lousa (guiados pela locomotiva cooperativista) como todos a seguem!!! Aqueles que optarem por cooperativas regionais presenciarão o sobe/desce ridiculo de centavos de REAL.... Não só no milho não, na soja também.!

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  • elcio sakai vianópolis - GO

    Ainda lembro bem da safrinha de 2016, quebra geral na produção de milho, milho safrinha a R$ 45,00 aqui em Goias, produtores especulando e segurando a safra. No final quem vendeu na boca da safra vendeu melhor do que aqueles que seguraram os seus produtos por mais quatro a seis meses. Naquele ano tive uma média de 55 sacas por hectare de milho, com variações de produtividade de 70 a 10 sacas por hectare nos talhões. Apesar da entrevista dar um chute que o milho pode chegar aos melhores preços no sul (R$ 60,00) e no Mato Grosso (R$ 35,00), devemos lembrar que, mesmo tendo o lado positivo da remuneração, temos também o lado negativo. No Centro Oeste boa parte do milho é feito em bater, onde o não comprimento do contrato obriga o produtor a pagar o preço do dia deste respectivo produto. Numa conta bem simples, se o produtor fez troca de milho por insumos, com o total de 50 sacas de milho por hectare, com preço de R$ 25,00 a R$ 30,00 por sacas, depois conseguiu produzir apenas 35 sacos por hectare, no final ele fica devendo 15 sacas de milho na cotação atual, seja ela qual for. Temos que aprender a identificar os dois lados da pesquisa, o lado positivo e o negativo. De nada vale aumentarmos a receita se com que ela não aumentamos a nossa lucratividade. Se mesmo plantando na janela ideal não temos garantia de termos uma boa produção, fora da janela os riscos aumentam consideravelmente.

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  • Alvaro Andrade Biollo Maringa - PR

    Tudo chute, é igual jogar triplo na loteria esportiva, vai acertar, já que pode ganhar, empatar ou perder

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Entre no site da Céleres, vejam quem são seus clientes, essas empresas manipulam o mercado... se tinha tanto milho assim como acabaram com o milho após a tal safrinha recorde... agora falam de R$ 60,00 o agricultor planta com insumos altos aí vem as tal consultoria falando de safra recorde, o milho baixa as firmas compram, depois que está na mão deles voltam as consultorias dizendo que não tem mais produto e o agricultor fica igual bobo nessa roda...

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Na minha opinião, em nossa região um agricultor que colhe 15.000 sacas de milho safrinha, se ilude... plantar com as empresas oferecendo RS 1,00 a mais na saca de milho, ele se ilude ... arrisca para ganhar aquele RS 1,00 a mais, esquece de fazer a conta e arrisca leva um prejuízo enorme... lembrando que nossa região os grandes produtores são poucos.

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  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Resumindo: Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega...

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