Exportações sem ritmo e chegada da safra de verão podem pressionar cotações do milho a partir de janeiro

Publicado em 17/11/2016 16:52
Confira a entrevista de Lucilio Alves - Pesquisador do Cepea
Exportações de milho recuam e com estoque de passagem maior e oferta de primeira safra chegando em janeiro, preços tendem a recuar

Neste momento, o mercado do milho encontra duas tendências. Após um período nas últimas semanas de um processo de queda nos preços, o cenário mudou um pouco de uma semana para cá, com pequena reação nos preços.

De acordo com Lucílio Alves, pesquisador do Cepea, há um ajuste do mercado do milho de forma geral. "Se trabalhar com as médias tanto de outubro quanto de novembro, estamos vendo uma queda das cotações", diz. As exportações de outubro também ficaram abaixo dos números estimados anteriormente pela Companhia de Abastecimento Nacional (Conab) e, na última semana, o órgão reduziu suas estimativas em 1 milhão e meio de toneladas, o que deve implicar em estoques maiores.

Por outro lado, o resultado das eleições americanas reflete nas taxas de câmbio, o que muda os níveis de importação e exportação. "Com taxa de câmbio maior, certamente os vendedores acabam observando possibilidade de um reajuste positivo aqui dentro", avalia.

Ele aponta também que o comportamento retraído diminuiu a pressão em algumas regiões. As variações, embora positivas, ainda apresentam "percentuais muito pequenos", como conta o pesquisador. "O ponto é que as variações negativas diminuiram, pelo menos no curto prazo".

Exportações

A previsão da Conab era de 20 milhões toneladas no ano compreendido entre fevereiro/2016 e janeiro/2017. No entanto, o mês de outubro trouxe um resultado conflitante com a estimativa: foram exportadas apenas 1 milhão e 100 mil toneladas. "Isso implicaria na necessidade de grandes volumes nos próximos meses, o que leva a crer que não vai acontecer", explica.

O pesquisador destaca a tendência para as exportações de novembro - que é de 620 mil toneladas - e a compara com os anos anteriores: em 2015, foram 4,8 milhões de toneladas no mesmo período. Em 2014, 3 milhões de toneladas e em 2013, 3,9 milhões de toneladas.

O câmbio, neste momento, não colabora com as exportações, pois mesmo com a alta do dólar, o preço brasileiro é 35% menos competitivo do que o americano.

Importações e mercado interno

As importações de milho para o país "já foram efetivadas e não há expectativa de novos negócios", avalia o pesquisador. Neste momento, ele aposta mais em exportação do que importação mexendo com o mercado.

Do lado da demanda interna, também é difícil que o fator seja um grande ponto para o mercado, pois depende do deslocamento da produção de proteína animal, que "exige um esforço muito grande para ver uma demanda interna aumentar", diz.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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