Dificuldade em definir safra de soja e retração vendedora por benefícios com redução de impostos restringe oferta Argentina
O mercado da soja trabalhou próximo da estabilidade nesta quarta-feira (17) na Bolsa de Chicago (CBOT). Apesar de seu movimento ser positivo, houveram menos ganhos em relação às sessões anteriores.
Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, destaca que as ameaças de chuvas na Argentina trouxeram realização de lucros e equilíbrio para a oferta e a demanda na bolsa. Contudo, o clima deve permanecer "nervoso". "A previsão de mais chuvas não quer dizer que as lavouras se salvaram", aponta.
Algumas previsões dão conta de uma produção menor na Argentina, em torno de 52 a 54 milhões de toneladas. Com a iminência de redução, a oferta de farelo e óleo de soja pode ficar menor a nível global, uma vez que o país é o maior produtor destes produtos.
Por outro lado, os produtores argentinos também buscam segurar sua oferta em detrimento da redução dos direitos de exportação, as chamadas retenciones, que são de 0,5% ao mês a partir deste mês de janeiro de 2018. Visando ganhar um pedaço maior da tarifa, muitos podem deixar para vender mais adiante.
Brasileiros e argentinos também marcam maior presença diante da demanda chinesa, já que a valorização do dólar tem tornado o produto norte-americano menos competitivo no cenário.
Para os produtores brasileiros, o mês de janeiro é, tradicionalmente, de combinação de vendas: vende-se parte do disponível e parte para fevereiro, quando há uma concentração de colheita grande. Porém, produtores no Mato Grosso já reclamam que os atuais valores praticados não pagam a conta.