Mais soja com safra recorde nos EUA e valorização do dólar encarecendo grão americano reforçam viés baixista em Chicago
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Entrevista com Mário Mariano Moraes Júnior - Analista da Novo Rumo Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Nesta quarta-feira (15), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve um dia negativo para os preços, recuando em torno de 10 pontos nos principais vencimentos.
Mário Mariano Moraes Júnior, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, destaca que o mercado internacional tinha a expectativa de que uma demanda em alta indicasse a continuidade do movimento positivo, mas as 124 milhões de toneladas anunciadas na sexta-feira (10) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreenderam não só pelo tamanho da safra, mas também pelo rendimento.
Assim, o mercado precisa de um novo direcionamento no qual os chineses poderiam comprar produto mais barato. Se os chineses tiverem limitação de compra, não haverá outro caminho a não ser a soja norte-americana, o que poderia trazer uma mudança para a tendência.
O produto brasileiro, assim como o argentino (recentemente, a Argentina interrompeu a queda dos direitos de exportação de produtos do complexo soja como óleo e farelo), começa a ficar caro. Uma nova rodada de demanda deve ocorrer a partir de outubro por conta das condições de safra e dos estoques de passagem.
O dólar é um fator negativo para a formação de preços na bolsa, trazendo depreciação das commodities agrícolas nos Estados Unidos.
No Brasil, há cerca de 90% de comercialização para a safra velha, mas a safra nova ainda encontra entraves por conta da questão dos fretes.