Clima na América do Sul vai ditar ritmo de compra e venda da soja e o tempo que deve levar para patamar dos U$12 se consolidar

Publicado em 18/11/2020 17:15 e atualizado em 18/11/2020 17:52
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios
Soja tem mais uma sessão de alta com incertezas sobre a oferta

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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Mais uma vez, nesta quarta-feira (18), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerrou o dia em campo positivo. Os principais contratos terminaram o dia com pequenos ganhos de 3,50 a 4,75 pontos, com o janeiro valendo US$ 11,73 e o março, US$ 11,72 por bushel. 

A oferta limitada, os estoques apertados e também os produtores mais reticentes em efetivar novas vendas são alguns dos fatores que continuam a promover novas altas para os preços, que são os mais altos para a CBOT em quatro anos, como explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

"No Brasil, soja safra velha já não temos mais, para a safra nova há uma média de 65% comercializado, os EUA também estão bem vendidos e a temporada americana termina em agosto do ano que vem. Na Argentina, venderam bem mas agora estão fora das vendas por conta de uma crise de confiança da moeda, eles não querem peso na conta. Se essas origens estão bem vendidas é um alerta para os demandadores", diz. 

Mais do que isso, Fernandes complementa lembrando que a safra 2020/21 da América do Sul ainda é potencial, mas ainda sofre ameças "Conforme o clima for se movimentando, o comprador vai sendo mais ou menos voraz, e o produtores voltaram ou não às vendas", explica. Dessa forma, com uma indefinição do quadro climático, o espaço para uma continuidade das altas continua aberto. 

Afinal, o cenário para os preços sustentados vem ainda de um menor volume da soja brasileira que, além de menor, deve chegar atrasado no início do ano que vem em função do atraso do plantio. As vendas antecipadas já estão muito avançadas e limita o volume ainda comercializável pelo Brasil, que é o maior produtor mundial da commodity. 

"O Brasil deve chegar a fevereiro com 75% da soja comprometida, sobrando 25% para cobrir os compromissos até dezembro (de 2021). E as indústrias, por medida de segurança, devem carregar mais estoques no ano que vem. E caso os preços caiam, as origens vendedoras se retraem e isso é altista para Chicago", completa o consultor. 

Nos portos do Brasil, os preços da soja registram uma falta de direção comum nesta quarta-feira. Em Paranaguá, o produto disponível fechou estável nos R$ 165,00 por saca, enquanto perdeu 0,68% para a safra nova, fechando o dia com R$ 145,00. Já em Rio Grande, R$ 164,50 e alta de 0,30% no disponível, enquanto a safra nova perdeu 0,69% para R$ 143,00. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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