Alta da soja em Chicago não chega ao produtor brasileiro por conta da desvalorização de mais de 2% do dólar

Publicado em 17/05/2022 17:20 e atualizado em 17/05/2022 18:05
Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro
Soja nos portos brasileiros oscilam entre R$196 e R$202 por saca entre vencimentos curtos e longos

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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A força que os futuros da soja recuperaram na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (17) foi neutralizada pela baixa acentuada do dólar frente ao real neste pregão. A moeda americana cedeu 2,15% e fechou com R$ 4,94, enquanto os futuros da oleaginosa terminaram o dia subindo entre R$ 13,50 e 21,50 pontos nos principais contratos. Assim, o julho terminou o dia com US$ 16,78 e o agosto com US$ 16,24 por bushel. 

Segundo explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, apesar dessa pressão promovida pelo câmbio, os preços ainda são remuneradores e oferecem boas oportunidades para o produtor brasileiro. Os portos, nesta terça, testaram entre R$ 196,00 e R$ 197,00 por saca nos pagamentos mais curtos, enquanto superaram os R$ 200,00 para os meses de junho e julho. 

Os negócios, porém, foram tímidos e pouco avançaram. "Quando os preços começaram a ceder (por conta do dólar), os produtores tiraram o pé do acelerador", explicou Sousa. "É um excelente preço, o produtor não pode se queixar. Mas, evidentemente, Chicago ainda pode contribuir", completa. 

MERCADO INTERNACIONAL

Mais cedo, as cotações testaram um movimento de correção e realização de lucros, mas na sequência voltaram a operar em campo positivo, acompanhando as altas de mais de 1% do trigo - que faz o mesmo caminho de retomada dos ganhos - bem como do óleo de soja. 

"Está faltando diesel no norte dos EUA e também caminhões, reduzindo o suprimento de soja para as indústrias. Os basis da soja e do farelo estão subindo, puxando junto os futuros na CBOT", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

As novas altas do petróleo também contribuem.

Ainda como explica Vanin, o mercado hoje se mostra menos avesso ao risco, o que ajuda a promover não só uma alta das commodities, com uma baixa do dólar. A moeda americana cai não só frente ao real, mas diante de uma cesta de moedas. 

Ao lado de todas essas variáveis, há ainda a safra 2022/23 dos Estados Unidos em andamento. Os traders permanecem muito atentos ao plantio norte-americano 2022/23, que segue lento e com números ainda distantes da média. De acordo com o reporte trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde de ontem, a semeadura da soja foi concluída em 30% da área até este domingo (15), ligeiramente acima do índice esperado de 29% pelo mercado. Há uma semana eram 12%, no ano passado 58%, enquanto a média é de 39%. 

O USDA informou ainda que 9% das lavouras de soja já germinaram, com um avanço em relação à semana anterior de 6 pontos percentuais. Em 2021 eram 19% e a média é de 12%. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • SERGIO BOFF São João - PR

    Boa noite, pois é coisa incrível mesmo, só no Brasil a baixa do dólar não funciona, o combustível e derivados não é pela cotação do dólar, e na bolsa de Chicago o soja não sobe pela baixa do mesmo, vai entender isso, bah....

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    • GERALDO JOSE DO AMARAL GENTILE Ibaiti, Parana, Brasil - PR

      O preço do combustível ou do petróleo importado importado é CIF e o da soja é FOB...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      O preço da soja no porto e' FOB (free on board ) mas dentro do navio ela vira CIF ou seja logo sao acrescidas as despesas de seguro e frete-----Como as viagens podem durar ate' 30 dias o preço da mercadoria em viagem nao e' mais alterado pelo cambio do dia---Se neste periodo houver variaçao do cambio tanto a soja quanto o petroleo saem com novos valores----O que nao pode se comparar e' preço velho de petroleo com preço do dia da soja---

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