Envelhecimento dos canaviais vai impactar na redução de oferta da próxima safra brasileira

Publicado em 08/12/2016 11:53
Confira a entrevista de João Batista Olivi - Jornalista
Em 2017 açúcar continuará sendo mais vantajoso que etanol em função de um déficit de 7,5 milhões de toneladas no mundo, diz FCStone

Projeções feitas pela consultoria FC Stone apontam que a produção de cana-de-açúcar no Brasil deverá ser reduzida na safra 2017/18, o que deverá impactar, consequentemente, nas produções de açúcar e etanol.

De acordo com João Paulo Botelho, analista da FC Stone, o motivo da redução é o envelhecimento dos canaviais. Vem sendo notada, nos últimos anos, uma renovação das plantações abaixo do ideal, resultado da crise pela qual passou o setor sucroenegético.

Em números, isso representa uma queda de 1,1% na moagem em relação à previsão para a safra 2016/17. Serão 590,8 milhões de toneladas de processamento de cana em 2017/18, um pouco abaixo do esperado para esta safra e bem abaixo da safra recorde em 2015/16, com 618 milhões de toneladas.

Os preços dos produtos da cana, por sua vez, "estão muito atrativos", como destaca o analista, o que seria um bom momento para que houvesse mais cana na mão dos produtores.

Para a próxima safra, a porcentagem de cana destinada para o açúcar será de 47,5%, ou seja, 35,7 milhões de toneladas de açúcar. O etanol, no entanto, deverá ter uma queda de 3%, mais concentrada no etanol hidratado, que poderá perder competitividade para a gasolina nos postos. O etanol anidro, que é misturado na gasolina, deverá ter ua produção aumentada. As previsões apontam 24 bilhões de litros de produção de etanol, sendo 13 bilhões de litros de etanol hidratado e 11 bilhões de litros de etanol anidro.

Se a produção global ficar 7,5 milhões abaixo da demanda, como é esperado, essa diferença deve continuar dando sustentação para os altos preços do açúcar. A relação estoque/uso pode chegar a um patamar semelhante ao da safra 2010/11, quando os preços internacionais do açúcar chegaram a 30 centavos de dólar por libra peso.

"Uma menor oferta de etanol não necessariamente impacta no preço do produto", explica Botelho. Ele lembra que o preço do biocombustível é muito relacionado com o preço da gasolina - logo, os preços podem ser mais afetados caso se concretize o ritmo de alta do petróleo.

Os fornecedores de cana aguardam para que os preços dos produtos não melhorem somente para o açúcar, mas também para o etanol. "Devemos esperar preços melhores para as próximas safras nos próximos dois produtos", diz o analista.

 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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