Fala Produtor
-
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR 24/08/2016 08:08
-
elcio sakai vianópolis - GO 23/08/2016 23:05
parabéns pela matéria
-
Vilson Ambrozi Chapadinha - MA 23/08/2016 23:01
Se for este o custo e com 10U$ buchell, lá se vão 53 sacas por ha.
-
Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS 23/08/2016 22:46
Caros Cassiano e Luiz, Realmente as distorções no Brasil são intermináveis e produzem questionamentos lógicos sobre a nossa falta de lógica. Na China, a incidência tributária sobre a importação de Soja está baseada inicialmente em 2 impostos: 1) VAT (Value Added Tax similar ao nosso ICMS) - 13%; 2) Imposto de Importação - 3%. A mecânica de cálculo não vem muito ao caso agora, mas é importante ter isso em conta numa avaliação rápida. A cotação da Soja é determinada pela Bolsa de Dalian - www.dce.com.cn/en e tem dois contratos em negociação, o tipo 1 e o tipo 2. O tipo 1 corresponde a Soja Convencional para consumo humano dentro de uma especificação que está fora do nosso padrão de exportação. O contrato tipo 2 corresponde a Soja importada, base GMO. O Óleo e o Farelo de Soja são igualmente objeto de negociação na Bolsa de Dalian, daí se extrai o cálculo do \"Crushing Margin\" ou \"Margem de Esmagamento\" que atualmente é positiva na China com a Soja importada e negativa por aqui. Isso é realmente curioso como bem apontado pelo Cassiano, já que da nossa conta por aqui não se incluiria o frete internacional, despesas portuárias, etc. A Lei Kandir veio a resolver boa parte das distorções do passado que retiravam a competitividade das exportações, mas por pressão de Governadores incompetentes a frente de Estados quebrados (como o nosso Rio Grande), acabaram tributando com ICMS a transformação da matéria prima por aqui. Abordando o exemplo mencionado pelo Luiz Viganó, a situação que envolve o maquinário agrícola já é mais explícita e indica uma pesada tributação sobre a atividade, se não estou enganado incidiriam PIS/Cofins, ICMS, IPI, I.I., etc... A impossibilidade dos Produtores de importarem, inclusive máquinas e implementos usados, me parece que beneficiam enormemente a esse pequeno Grupo de empresas. Uma situação que sempre me chamou a atenção é o nosso comportamento \"patrimonialista\" no Brasil no que se refere ao Maquinário. Enquanto na Argentina ou mesmo nos Estados Unidos são comuns as operações terceirizadas de todo o processo, por aqui há uma enorme imobilização de capital que agrava o índice de endividamento do setor.
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Eduardo, não é simplesmente patrimonialismo na questão da terceirização de atividades fim, o qual no Brasil é proibida pelas leis trabalhistas, por isso inexistem empresas formais voltadas diretamente a esse tipo de serviço no Brasil.
http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/148558-setor-produtivo-aguarda-aprovacao-de-projeto-de-lei-sobre-terceirizacao-na-atividade-agricola.html#.V73x2TUwCDk
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Nos EUA inexistem leis que proibam a terceirização como aqui, no caso do Brasil só atividades indiretas podem ser terceirizadas legalmente.
Não há meios no Brasil de abrir um empresas de prestação de serviços agrícolas diretos como plantio, colheita, etc.
E mesmo que abertas, o custo do serviço na maioria dos casos inviabiliza a contratação, por causa dos tributos e burocracias aqui vigentes.
O contratante percebe que com que ele paga pelo serviço de colheita terceirizada, dependendo do modulo em questão, ele paga tranquilamente a parcela da maquina e os custos operacionais.
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Mesmo no mercado informal de prestação de serviços aqui no país somente fica viavel a contratação para quem não tem um modulo suficiente que permita diluir o custo da maquina.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Guilherme, suas ponderações são muito pertinentes com relação a terceirização dos serviços agrícolas. Conheço algumas empresas que já estão atuando nesse segmento, mas realmente não abarcam o serviço integral de plantio, pulverização e colheita, como já é comum na Argentina e no Uruguai.
Ressalvando as questões fiscais e trabalhistas, como bem apontado no seu comentário, acredito que existe um enorme potencial para o desenvolvimento desse tipo de negócio por aqui.
Me inclino a dizer que seria uma necessidade urgente na medida em que a ociosidade do parque de máquinas agrícolas é elevada devido a sazonalidade da utilização, assim como os seus custos de manutenção e a necessidade cada vez maior de se contar com mão de obra especializada.
Minha maior preocupação reside na imobilização excessiva do Capital em ativos que possuem um retorno muito lento. Dentro de um cenário de endividamento crescente do setor, a Rentabilidade do Ativo Imobilizado (excluindo o valor das terras) é uma medida de eficiência muito importante e que é levada em conta na avaliação dos riscos do produtor e na determinação de limites de crédito.
Concordo que módulos pequenos são os que melhor justificam esse tipo de contratação. Acho que é um tema muito interessante de ser abordado na forma de um Artigo Técnico aqui no NA, não lhe parece? Gostei muito da troca de idéias consigo. Abraço.
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Sim Eduardo, é extremamente pertinente um artigo técnico que levante com exatidão todos os motivos dos nossos problemas.
Eu sou produtor de grãos, também sou graduado em administração de empresas e me dedico muito a análise de projetos e gestão de custos.
Possuo uma colheitadeira classe 6, quando efetuei a compra analisei o quanto eu gastaria por safra contratando informalmente alguns indivíduos que prestam serviço de colheita na região, o tipo de serviço que eles prestam (perdas durante o processo, compromisso de agenda, etc) e pesando todos esses fatores nos meus cálculos se provou inviável terceirizar.
O custo do hectare colhido não é baixo, e isso se justifica pois as maquinas são caras, a manutenção é cara (pneus que chegam a custar mais 15 mil reais cada em alguns casos), o diesel caro, o custo do operador, etc. Isso se deve basicamente ao custo Brasil, visto que muitas peças de reposição que comprei nos EUA chegaram a custar até 6 vezes menos que aqui.
Depois entrava a questão do compromisso e de um problema endêmico que temos no Brasil no que diz respeito a confiança. Colheita muito malfeitas por esses prestadores de serviço, e como devido a todos esses problemas legais e burocráticos é inviável fazer um contrato formal, não há muitos meios eficientes de cobrar pela qualidade do serviço.
Pesando e analisando todos os fatores, se mostrou muito caro e arriscado terceirizar.
Ativo imobilizado pode ser um imenso problema sim, mas o que não tem sido no Brasil?? A questão que em geral quando temos as coisas em nossas mãos, os problemas são menores, é possível ter maior controle. Nesse ponto, fazendo um paralelo com a sociedade dos EUA onde há uma relação de confiança natural, premissa básica é a confiança, diferente do Brasil onde precisamos desconfiar de tudo primeiro, acaba sendo muito mais fácil e confiável contratar um serviço do gênero.
Primeiro, lá o contrato entre as partes tem amplo amparo legal e em geral se for executado se resolve rapidamente, eu conheci um Americano que prestava serviço de colheita no Kansas, ele tinha um contrato muito simples de uma página que firmava objetivamente como limites de perdas na operação volume máximo grãos perdidos pela máquina), período em que se dará a colheita e coisa do gênero.
Tive boas experiências visitando os EUA, mas não vou me estender muito aqui, porem como compro algumas peças para as minhas maquinas diretamente de lá, sei que muitos itens básicos podem custar até 5 vezes menos que aqui em alguns casos, ou o óleo diesel que na cotação de hoje no varejo na cidade de Indianapolis está em torno de 1,60 R$ por litro já convertidos, enquanto aqui custa 3,20 R$.
Então eu não vejo como um questão de puro patrimonialismo (pejorativamente) e sim necessidade perante a enormidade de barreiras para se conseguir uma prestação de serviço de qualidade e confiança no Brasil.
Se eu não tivesse um modulo que me permitisse diluir esses custos de ativos imobilizados "adequadamente" eu deixaria de plantar, arrendaria ou venderia as terras e sairia do país, aliás ando pensando nisso mesmo com um modulo razoável.
Muitos dos pequenos não tem escolha e também sequer estão fazendo cálculos para avaliar a real viabilidade se plantar culturas que demanda maior escala em pequenas propriedades, como no Brasil não há ou há poucas alternativas muita gente força a situação, onde em geral acaba apenas empatando ano após ano ou se endividando lentamente. Em muitos casos que analisei e só tem prejuízo.
Eu tenho alguns dados sobre os temas que mencionei, se achar pertinente me disponho a compartilhar.
O assunto é muito complexo, extenso e é necessário focar nas causas dos nossos problemas, não nos efeitos.
A causa ao meu ver está no modelo político socialista adotado no país, repleto de keynesianismo e crony capitalism, se não corrigir os problemas fundamentais nunca teremos ambiente econômico jurídico e social para prosperarmos.
também é necessário atentar para realidade de se abrir um negócio no Brasil, recentemente encontrei essa explanação sobre a situação, que ao meu ver reflete perfeitamente a realidade:
"Suponha comigo que você tem 35 anos, R$ 500.000,00 no banco e um Q.I. acima da média. O que fazer?
Você pode abrir uma empresa. É o que jovens com esse perfil e boas ideias costumam fazer em países mais civilizados, por exemplo. Na verdade, esse é o objetivo de vida mais cobiçado em lugares como EUA, Inglaterra e Austrália: abrir uma empresa, ganhar MUITO dinheiro e, no processo de ficar podre de rico, empregar dezenas ou centenas de pessoas e gerar bens e serviços que vão elevar a qualidade de vida de todos.
Mas vamos supor que você viva no Brasil. A média de lucro (a mais valia clássica, o retorno sobre o investimento do capitalista) vai de 3% a 5% (varejo), 6% (farmácias e drogarias), 10% (postos de gasolina) 11% a 13% (alimentação e serviços), pra citar alguns exemplos. Isso quando o empresário não opera no vermelho, pagando do próprio bolso pra manter o negócio e, com ele, os empregos de seus funcionários.
Claro que não é só. Você vai gastar em média 2.600 horas/ano não fazendo o que você se propôs a fazer (produzindo bens ou prestando serviços) mas pra recolher os impostos, que vão incidir sobre o seu investimento ANTES que você tenha qualquer lucro. Em média, 40% do seu investimento vai pro governo; 24% vai pros trabalhadores; e, descontada a parte do banco (capital de giro, desconto de recebíveis, etc), a você será permitido ficar com apenas 7% do que gerou. Você será tratado como criminoso pela sociedade, será culpabilizado por tudo o que der errado no país, e será constantemente fiscalizado e esporadicamente autuado por conta do descumprimento de alguma obrigação acessória que nem seu advogado sabia que existia, mas que lhe renderá uma multa de 150%, além de juros de 1% ao mês e correção monetária. E claro, ocasionalmente seus funcionários o processarão, ainda que você tenha pago todos os direitos e obrigações, e sabe-se lá o que vai decidir o juiz do trabalho, que está lá na presunção de que você é um contraventor e o seu funcionário é um anjo. Depois de 3 anos, há 80% de chance de você estar falido, e com sua casa, carro e o que quer que tenha sobrado de seu capital inicial ameaçado por execuções fiscais e trabalhistas.
Não parece um prospecto muito bom.
Mas felizmente você vive no Brasil, e tem opções. Você pode emprestar aqueles seus R$ 500.000,00 ao governo, por exemplo. Uma aplicação no Tesouro Direto indexada ao IPCA rende hoje pouco mais de 18% ao ano, com liquidez semestral. Descontados os impostos, ainda sobra uns 14% limpos. Bem melhor do que os 3% a 11% que você obtém empreendendo, e com risco praticamente zero: ao contrário do que se dá com o empreendedor, o governo te tratará como rei, porque o governo é incapaz de gastar menos do que arrecada, e sempre vai precisar de gente como você para financiar o déficit endêmico. Ao final de 3 anos, você terá somado cerca de R$ 200.000,00 ao seu capital de R$ 500.000,00 (ajudado pela mágica dos juros capitalizados).
Bem melhor, não?
Ou então você pode empregar esse seu cérebro privilegiado e estudar para um concurso público. Salários de R$ 30.000,00, que a iniciativa privada só paga a altos executivos que tenham resultados pra apresentar e que estejam acostumados a viver sob intensa pressão, não são incomuns no funcionalismo, com o bônus de que você nunca será demitido, ainda que faça apenas o mínimo exigido, e, dependendo da carreira que escolher, será inclusive obrigatoriamente promovido.
É essa a flora exótica na qual vivemos: tudo a todo momento grita pra que você não crie, não empreenda, não empregue. Se acumulou algum capital, seja rentista. Se tem uma boa educação, seja funcionário público.
Vai dar certo sim, amigos."
Autor Rafael Rosset
https://www.facebook.com/rafael.rosset/posts/10208267517783860
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Apenas para esclarecer, não estou fazendo critica a terceirização em si. Sou defensor fervoroso do livre mercado e das liberdades individuais, onde cada um mantenha para si seus ganhos e patrimônio, gerindo-os como achar melhor.
Meu ponto é identificar devidamente a causa dos problemas e não atacar efeitos.
Essas leis que impedem a terceirização deveriam ser totalmente abolidas, não havendo restrição alguma para isso, o mesmo quanto a burocracia que faz com que se leve muitos meses para se abrir uma empresa aqui no Brasil e logo a mesma acabe falindo, levando outro ano para encerrar legalmente a atividade.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Realmente muito coerentes as suas considerações. O fator "confiança" ou a ausência dela em relação a terceiros cria distorções muito sérias, que só quem já sofreu algum dissabor ou que está diante de uma necessidade concreta pode mensurar corretamente.
Nos Seguros e na Concessão de Crédito fala-se muito algo semelhante, o tal do "Risco Caráter". Infelizmente o nosso por aqui é bem elevado.
Tenho uma convivência muito intensa com os argentinos e uruguaios já de alguns anos.
Curiosamente, o sistema de terceirização integral é uma realidade há bastante tempo e com bons resultados.
Conheci uma empresa muito interessante chamada "Agroservicios Pampeanos" que além da operação integral em máquinas bastante modernas, se encarrega da aplicação dos insumos e do acompanhamento das lavouras usando o que existe de melhor em Agricultura de Precisão. Assim como eles, existem vários outros de menor porte, o que permitiu a consolidação desse conceito inclusive junto a Produtores de maior escala. Mas, como você pontuou muito bem, a diferença de qualidade das Pessoas é um aspecto crítico e que torna decisões supostamente racionais do ponto de vista econômico mais arriscadas do que deveriam. Nesse sentido, concordo plenamente que o controle do processo se torna intransferível.
-
carlo meloni
sao paulo - SP
Eu aprendi na minha vida que terceirizaçao nao pode ser considerada uma atividade economicamente e estrategicamente viavel e so' deve ser usada quando nao houver alternativas---O falecido sr Egon começou a WEG do nada mas a tranformou na terceira maior fabrica do mundo hoje com 25000 dependentes---Fui amigo dele e sei que a sua estrategia de sucesso foi a VERTICALIZAÇAO TOTAL da atividade----Enquanto as outras fabricas fundiam componentes em terceirizadas e compravam madeira de embalagem de terceiros,
ELE fazia tudo em casa e mantinha rigido controle de custos----Todos os concorrentes dele faliram e a WEG se tornou um sinbolo de estrondoso sucesso no mundo----entao esta' comprovado que ser DONO DO PROPRIO NARIZ e' financeiramente e estrategicamente melhor do que qualquer outra coisa ou modismo----
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
Senhor Carlos, um bom exemplo demonstrado o caso da WEG. A verticalização possibilita certas sinergias e ou sintonias finas que em uma operação terceirizada não haveria condições de se obter em muitos casos.
Concordo que a terceirização deve usada quando não há viabilidade alguma para executar certa função, por questão de diluição de custo ou por foco do empreendimento.
Eu terceirizo há mais de uma década a coleta, analise solo, processamento dados e geração de informações das analises de solo e foliares. Nesse caso tenho um prestador de serviço diferenciado bem integrado as operações do fazenda.
manter uma operação dessas verticalizada demandaria um modulo muito maior do que possuo atualmente, portanto é um caso que se mostra viável a terceirização.
No mais, como já disse independente desses pontos de vistos, o mercado tem que ser aberto para quem queira investir nesse setor.
-
Guilherme Frederico Lamb
Assis - SP
-
THIAGO SILVA rio de janeiro - RJ 23/08/2016 19:38
Essa delação do Machado deixou muita gente com medo. Esse aí tentou se esconder mas não vai adiantar, vai ter que aparecer de qualquer jeito. A delação do Sérgio Machado revelou muita sujeira e espero que as denúncias desta delação sejam investigadas rigorosamente.
-
Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS 23/08/2016 14:51
Me alio ao Sr. Marcos da Rosa no repúdio ao estabelecimento de impostos sobre as exportações de produtos agrícolas. Isso é uma aberração econômica.
Entretanto, respeitosamente, divirjo de um aspecto mencionado na Nota de Repúdio relacionada aos "Impostos sobre os Insumos Agrícolas".
Trata-se de uma noção equivocada e que não corresponde a realidade.
Os insumos agrícolas se encontram isentos de PIS/Cofins e o ICMS, no caso dos Defensivos, tem a base reduzida em 70% nas vendas interestaduais incidindo em 4,8% sobre o valor da Nota Fiscal.
A diferença dos preços comparados em relação aos Estados Unidos decorre basicamente de dois fatores: 1) Falta de Concorrência; 2) Custo Financeiro.
Há muito tempo que venho alertando para as intenções do Governo de copiar o modelo de "retenciones" da Argentina, tendo publicado nos últimos 3 anos via o Noticias Agrícolas alguns Artigos a respeito.
-
Cassiano aozane
Vila nova do sul - RS
Operacionalização das cadeias de producao e processamento sao complexas imagino ,porem a formula existe de alguma maneira ,se a China processa toda soja em grão que importa o Brasil poderia processar toda soja que exporta e exportar derivados junto com empregos e energia e impostos, mas a conta não fecha e querem chupar do produtor.Mas por conta do que a conta nao fecha mesmo? Da pra ter ideia ?
-
Luiz Alfredo Viganó
Marmeleiro - PR
Caro Eduardo, e em relação ao maquinário agrícola, dominado por três grandes players (AGCO, J. Deere e CNH) também se aplica a competição capitalista estilo brasileiro, de compadrio e nenhuma concorrência?
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Caros Cassiano e Luiz,
Realmente as distorções no Brasil são intermináveis e produzem questionamentos lógicos sobre a nossa falta de lógica.
Na China, a incidência tributária sobre a importação de Soja está baseada inicialmente em 2 impostos: 1) VAT (Value Added Tax similar ao nosso ICMS) - 13%; 2) Imposto de Importação - 3%. A mecânica de cálculo não vem muito ao caso agora, mas é importante ter isso em conta numa avaliação rápida.
A cotação da Soja é determinada pela Bolsa de Dalian - www.dce.com.cn/en e tem dois contratos em negociação, o tipo 1 e o tipo 2. O tipo 1 corresponde a Soja Convencional para consumo humano dentro de uma especificação que está fora do nosso padrão de exportação. O contrato tipo 2 corresponde a Soja importada, base GMO.
O Óleo e o Farelo de Soja são igualmente objeto de negociação na Bolsa de Dalian, daí se extrai o cálculo do "Crushing Margin" ou "Margem de Esmagamento" que atualmente é positiva na China com a Soja importada e negativa por aqui.
Isso é realmente curioso como bem apontado pelo Cassiano, já que da nossa conta por aqui não se incluiria o frete internacional, despesas portuárias, etc. A Lei Kandir veio a resolver boa parte das distorções do passado que retiravam a competitividade das exportações, mas por pressão de Governadores incompetentes a frente de Estados quebrados (como o nosso Rio Grande), acabaram tributando com ICMS a transformação da matéria prima por aqui.
Abordando o exemplo mencionado pelo Luiz Viganó, a situação que envolve o maquinário agrícola já é mais explícita e indica uma pesada tributação sobre a atividade, se não estou enganado incidiriam PIS/Cofins, ICMS, IPI, I.I., etc...
A impossibilidade dos Produtores de importarem, inclusive máquinas e implementos usados, me parece que beneficiam enormemente a esse pequeno Grupo de empresas.
Uma situação que sempre me chamou a atenção é o nosso comportamento "patrimonialista" no Brasil no que se refere ao Maquinário. Enquanto na Argentina ou mesmo nos Estados Unidos são comuns as operações terceirizadas de todo o processo, por aqui há uma enorme imobilização de capital que agrava o índice de endividamento do setor.
-
Cassiano aozane
Vila nova do sul - RS
-
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 23/08/2016 14:40
Prezado Eduardo, seu artigo é para ser aplaudido de pé. Informações valiosas que, uma vez em poder dos produtores podem mudar o rumo daquilo que muitos pensam ser culpa única e exclusiva "duz americânu"... Parabéns pela exposição e interpretação da lei, que não é cumprida quando favorece os simples mortais, a classe "inferior" na mente e corações dos mentecaptos politicos e falsos lideres. Compartilho com você esse sentimento em relação ao chôroro, mimimi, e... o governo precisa fazer alguma coisa! Sem esclarecer que o governo são pessoas, eles mesmos, que terão sempre um cofre cheio à sua disposição a cada vez que o governo chamar pelo governo, a teta gorda do governo. É uma questão de coerência para quem reivindica respeito da sociedade. É claro que os politicos e lideranças de entidades a eles alinhados estão mais interessados no dinheiro das ONGs que não querem o desenvolvimento do Brasil, estão à seu serviço, bem como de favores que possam receber direta ou indiretamente das multinacionais que exploram e sugam muito bem os brasileiros usando as regulamentações fabricadas com e através do Estado Brasileiro. Parabéns a você e a todos os integrantes do CustodoAgro, e aproveito para dizer que acho honrosas as palavras do Dom Quixote de la Mancha, e que fico feliz por saber que estão gravadas no coração de pessoas reais, verdadeiras e que são de fato, junto com o Noticias Agricolas, o inicio dos "ventos da mudança" em nosso Brasil, em que os que mais merecem são os brasileiros de valor. Feliz de saber enfim, que ainda há brasileiros de coragem e que querem ser livres, tendo por um dever maior, acima de tudo, a obediencia àquele que nos governa lá de cima. Um grande abraço e um desejo sincero de felicidades e sucesso.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Caro Senhor Rodrigo, fico muito agradecido e lisonjeado com a sua manifestação. Há que se dar o devido o valor ao Notícias Agrícolas e sua Equipe liderada pelo João Batista Olivi.
É esse veículo de comunicação que nos abre o espaço para manifestação de idéias e que para minha enorme felicidade encontram eco em pessoas inteligentes e bem intencionadas como o Senhor.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
-
Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR 23/08/2016 13:16
Parabéns Eduardo Porto, principalmente pela coragem de peitar o "status quo" do agro!
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Muito Obrigado.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
-
Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR 23/08/2016 11:42
Em uma matéria alarmante publicada hoje no site da BBC Brasil, e reverberada em outros sites noticiosos como UOL e G1, o uso "indiscriminado" de agroquímicos são culpados pelo aumento do número de casos de câncer no interior gaúcho. Pois bem, que relação esses doutores acharam entre câncer e o glifosato, paraquat e 2,4d? Nenhuma, tudo na base do pitaco e do achismo. E a região Sudeste, que consome 25% dos agroquimicos no pais, e tem taxa menor de câncer que o RS? Que embasamento esses "doutores", promotores públicos e integrantes de ongs tem pra dizer que o colono que usou dessecante em sua lavoura tem câncer aos 70/80 anos devido a isso?? Mais uma vez a má fé da imprensa e dalguns psudocientistas jogam pedra na Geni da vez: o agronegócio. Como disse um colega, lembra as ideias de Gramsci em usar os inocentes úteis pra atingir os fins políticos: a sociedade dum lado inocente pagando o preço pelo enriquecimento de alguns poucos insensíveis e inescrupulosos capitalistas, os agricultores. Leiam e tirem suas conclusões: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37041324
-
carlo meloni
sao paulo - SP
ME DESCULPE,, NA DUVIDA E' MELHOR TOMAR CUIDADO, DIZEM QUE SO' O SEGURO MORREU DE VELHO-----
-
carlo meloni
sao paulo - SP
Sr Vigano', minha conclusao e' que os gauchos consomem mais copa e salame que o resto do Brasil----E' impressionante o amargor desses produtos decorrente de excesso de nitratos e nitritos conservantes-----Esses sais sao altamente cancerigenos e o ministerio da agricultura nao fiscaliza adequadamente a dosagem desses consevantes -----E" minha conviçao, mas nao tenho certeza, trata-se de cada cabeça uma sentença
-
carlo meloni
sao paulo - SP
-
Cristiano Palavro Goiânia - GO 23/08/2016 11:33
Ótima leitura. Parabéns pelo artigo.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Muito Obrigado.
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
-
daniel dalossio chapadão do sul - MS 23/08/2016 11:32
MUITO BOA MATÉRIA... TODOS DEVERIAM SABER
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
Muito Obrigado.
-
Vilson Ambrozi
Chapadinha - MA
Concordo e confirmo . 1000% é o que se pode observar em pir ex : a emamectina a venda na china fob xangai e a mesma a venda no unico fornecedor nacional.
-
carlo meloni
sao paulo - SP
VIVA O NOTICIAS AGRICOLAS INSTRUMENTO DE TROCAS DE IDEIAS ,FACHO DE LUZ DE CULTURA E CONHECIMENTO----PARABENS A TODOS
-
Euclides de Oliveira Pinto Neto
Duque de Caxias - RJ
Parabéns à Revista e ao autor, pela abordagem, e também aos leitores que enviaram comentários, denotando alta qualidade de informaçao, conteúdo e capacidade cognitiva. Parabéns a todos !!! Artigos como este denotam que possuímos mentes de alta capacidade, que o sistema não permitirá voluntariamente que assumam funções importantes na condução de nossas políticas agrícolas...
-
Eduardo Lima Porto
Porto Alegre - RS
-
eriveuton mauri São Gabriel da Palha - ES 23/08/2016 11:03
Muitos produtores de cafe ainda esperam preços melhores ... gente, pela crise que estamos passando nao tem como os cafes melhorarem de preço (o preço atual está excelentissimo)... sou produtor e sei dos custos.... o café, com esse preço, dá 50% de lucro!!!... entao, gente, pelo amor de Deus, parem de reclamar!
-
Leonardo Bomtempo
São Gotardo - MG
Erivelton você deve estar falando de café conilon! Porque arábica aqui no cerrado, a 500,00 está dando só o custo!
-
eriveuton mauri
São Gabriel da Palha - ES
sim meu amigo !.esse cafe que estou falando e do conilon .desculpe por nao ter citado o cafe que me referi.Do cafe arabica pelo conilon acho que o preço esta meio defasado ne
-
Jeronimo Rigoni
Jaguaré - ES
Meu amigo de São Gabriel da palha, para um produtor que sofreu com a seca que deve ser seu caso é tenha água ainda para irrigar as lavouras tudo bem que talvez o custo do Conilon fique nos 50% com esses preços atuais na casa de 400 reais. Mas são a minoria dos produtores do ES que colherão uma safra boa e que irão ou nem sabem se colherão safra em 2017 se continuar esse clima como está. Com uma produtividade peguena como é o caso da maioria dos produtores o custo por saca sobe lá pra cima, neste caso sua opinião reflete uma pequena minoria dos produtores do ES que possuem água ainda para irrigar suas lavouras.
-
Jeronimo Rigoni
Jaguaré - ES
*para um produtor que não sofreu com a seca
-
Leonardo Bomtempo
São Gotardo - MG
-
SIDNEI DO NASCIMENTO Umuarama - PR 23/08/2016 09:51
MILHO: Da forma que segue o cambio, nao poderemos contar com o mercado de exportacao, infelizmente...
-
Eduardo Ferraz Pacheco de Castro Cuiabá - MT 23/08/2016 02:08
Quando eu vejo a indústria frigorífica reclamar do câmbio eu constato a certeza de muitos produtores que "OS FRIGORÍFICOS CONTINUAM NÃO AGREGANDO GRANDES VALORES À NOSSA CARNE BRASILEIRA, MESMO SENDO ELA DE ÓTIMA QUALIDADE (lembrando o nosso TOPO é o que é Exportado)... OS FRIGORÍFICOS, DE UMA MANEIRA QUASE QUE ABSOLUTA, TÊM SE PRESTADO SOMENTE À NEGOCIAR A ENTREGA DA CARNE CONTRATADA EM QUANTIDADE, DEPOIS LÁ NO FINAL DA NEGOCIAÇÃO TOCAM NO ASSUNTO QUALIDADE... AÍ JÁ FOI...
Está tudo errado, amigos.
Vamos passar a vender nossos melhores cortes de dianteiro aos Estados Unidos pra que eles façam carne moída lá, trazendo a níveis saudáveis (toleráveis) os Hamburgueres misturados de Carne Brasileira/Americana.
Itens como idade, maciez e marmoreio já foram deixados em segundo plano.
Por essa e outras mais, que a cada vez que se busca recuperar a margem da Indústria se orquestra um baixa na arroba. Ora... Por que os Frigoríficos não negociam de uma maneira melhor as nossas carnes, que a cada dia, melhoram e melhoram em qualidade, maciez, marmoreio, quantidade, padronização, sanidade, nutrição, genética e etc's...
Repito: está tudo errado, amigos.
Vamos em frente! (Sou filho e neto de pecuaristas, dos dois lados. Pecuarista desde 1995. Selecionador desde 1997).
(Concordo com os comentários acima, estamos aqui no norte de Mato Grosso - Colíder, produzindo carne de Angus, onde existe praticamente o monopólio do JBS, o qual não recebemos nenhum valor agregado ao nosso produto, hoje estamos conseguindo vender boi de pasto com 20/24 meses com 18@, gado de altíssima qualidade sem qualquer benefício, o ganho que temos hoje é a precocidade. Está tudo errado. // Plinio Francisco Bergamaschi Junior).
-
plinio francisco bergamaschi junior
sorriso - MT
Bom dia, concordo com os comentários acima, estamos aqui no norte de Mato Grosso - Colíder, produzindo carne de Angus, onde existe praticamente o monopólio do JBS, o qual não recebemos nenhum valor agregado ao nosso produto, hoje estamos conseguindo vender boi de pasto com 20/24 meses com 18@, gado de altíssima qualidade sem qualquer benefício, o ganho que temos hoje é a precocidade. Está tudo errado. Plinio Francisco Bergamaschi Junior
-
plinio francisco bergamaschi junior
sorriso - MT
-
Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR 22/08/2016 23:41
Algumas coisas interessantes acontecem nestas épocas especulativas! Vejamos o milho; estes dias, antes das sete da manhã, fui surpreendido por compradores batendo a minha porta. Pois bem, a surpresa ainda seria melhor, muito melhor! Quando sai e fui atende-los, disseram serem de uma fábrica de ração para gatos e cachorros (eu nem sabia que gato e cachorro gostavam de milho) e me ofereceram um preço interessante, trinta e quatro reais e cinquenta centavos por saca... Até ai nada de mais, já que algumas industrias aqui estavam pagando quarenta reais a saca! A novidade é que os trinta e quatro reais e cinquenta eram livres de umidade e impurezas, ou seja, carregava-se o caminhão na roça, e o que ele pesasse, com água, impurezas e demais coisas, eles pagavam! Pois bem, colhi parte do milho com 27 e 28 graus de umidade, carreguei uma carreta e um truck, levei e gostei da brincadeira, pois nem o frete eles cobraram e ainda o pagamento é na bucha, na hora, descarregou recebeu! Qual a vantagem deles eu não sei, mas sei das minhas, e muitos outros aqui também optaram pelas mesmas. Estão surgindo coisas do arco da velha, coisas de tempos de poucas colheitas, de tempos magros! Bendito seja todo gato e todo cachorro, o milho parece estar achando outros caminhos que não aves, suínos e bovinos. São as voltas que o mundo da, são oportunidades que batem a porta e enaltece o ditado; quem cedo madruga, Deus ajuda! Au au au, miauuuu
BRAVO ! ... BRAVO !! ... BRAVO !!!
Como diz o Sr. João Batista: Nesse texto está a "INFORMAÇÃO & a COMUNICAÇÃO" !!!
Imagino pessoas dessa estirpe, ocupando cargos públicos, onde são tomadas as decisões das políticas públicas.
POR QUE ISSO NÃO OCORRE ???
Textos com conteúdos aumentam o conhecimento, que influi na educação e, para encerrar, cito uma frase do filósofo Georg W. F. Hegel:
"A EDUCAÇÃO É A ARTE DE TORNAR O HOMEM ÉTICO".