Fala Produtor

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG 18/05/2012 00:00

    Quem tiver milho e puder esperar, vai ganhar...

    Comentário referente a notícia: [b]Grãos: Fundamentos positivos conferem boas altas ao mercado[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105886

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG 17/05/2012 00:00

    RAIJAN! Tenho a mesma opinião... O milho vai disparar... Esperem para ver!

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG 17/05/2012 00:00

    Sugestão de projeto de lei...

    "Todo produto produzido após a Sanção do Código Florestal, terá um acréscimo a ser coberto pelo Govêrno... O percentual a ser pago, será igual ao da Reserva Legal de cada região do pais... Os recursos para cobrir esta despesa, virão da participação dos produtos agrícolas que sensibilizarem o saldo positivo em nossa Balança de Pagamentos...A ONGs de natureza "ambientalistas" terão que participar dos pagamentos com valores a serem arbitrados pelo Ministério da Agricultura, sem os quais não terão suas atividades legalizadas..."

    Comentário referente a notícia: [b]Código: Deputados discutem alternativas a trechos que podem ser vetados[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105871

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  • GEVERTON LUIZ COLDEBELLA Sorriso - MT 17/05/2012 00:00

    Ouvindo o que o nobre deputado Bohn Gass falou ontem, devo pensar que a mando de quem ele fez toda aquela algazarra??/, A quem ele estava defendendo para querer que os agricultores para de plantar nas beiras de rios???. Eu não vi o mesmo deputado em momento algum falar em mata ciliar nas cidades onde logicamente não tem poluição... quem polui é só os agricultores... que palhaçada desse cara!!!... ATENÇÃO PRODUTORES DO RS... VOTEM NESSE CARA DE NOVO...

    Comentário referente a notícia: [b]Código: Deputados discutem alternativas a trechos que podem ser vetados[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105871

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  • adegildo moreira lima presidente medici - SC 17/05/2012 00:00

    Apesar de pouco comentada (mesmo na midia especializada), a região sul de Rondonia encontra-se em pleno desenvolvimento e expansão da agricultura, sendo que este ano colheu a maior safra de soja de todos os tempos e prepara-se para uma safra cheia de milho safrinha. A cidade de Cerejeiras centraliza o cinturão de produção composto de Corumbiara, Cabixi, Pimenteiras e Colorado. Tal proeza deve-se aos produtores do sul do Brasil, especialmente Paraná e Rio Grande do Sul que para cá se deslocaram em busca de terras ferteis e mais baratas, fugindo da seca.

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  • Raijan Cezar Mascarello Sapezal - MT 17/05/2012 00:00

    MILHO - Com 61% do milho comercializado (praticamente tudo para exportação), será que o preço vai cair mesmo???? Ou esses especuladores sem escrupulos estão querendo tumultuar o mercado???? Ou a CONAB está querendo fazer baixar os preços para repor seus estoques????

    ACORDEM PRODUTORES, vamos trabalhar em cima da lógica de mercado!!

    O preço do milho vai voltar, como já está voltando!!!! Tenham paciência!!!

    Comentário referente a notícia: [b]Comercialização do milho de MT chega a 61% no mês de maio[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105858

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  • marcelo cotrick vitoria da conquista - BA 16/05/2012 00:00

    O Sr. Mendes Ribeiro provavelmente é um ecotalibã fundamentalista, infiltrado no ministério da agricultura!

    Comentário referente a notícia: [b]Críticas ao novo Código Florestal indicam desinformação, afirma relator[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105814

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  • Paulo de Tarso Pereira Gomes Brazópolis - MG 16/05/2012 00:00

    Nem moleque tem esse procedimento..., que vergonha ter num pais agrícola um individuo desses!!! - .

    Comentário referente a notícia: [b]Ministro da Agricultura diz que Dilma deverá vetar parcialmente o Código Florestal[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105680

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  • Noedir José Karam Marcondes (Diamantino/MT) Diamantino - MT 16/05/2012 00:00

    GOSTARIA DE FAZER UMA PERGUNTA PARA OS DEPUTADOS, SENADORES, E PARA NOSSO MAIOR CHEFE (A) DO NOSSO PAÍS.

    PORQUE AS ONGUES QUE ESTÃO INSTALADAS AQUI TEM TANTA FORÇA... É UMA MEIA DUZIA DE GATOS ESPALHADOS POR AI E FAZEM O PAÍS SE DOBRAR PARA ELES... POR QUE..?! SERA QUE ROLA MUITA GRANA???.

    Comentário referente a notícia: [b]Onde estão as florestas na Holanda do Greenpeace?[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105442

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  • José Roberto de Menezes Londrina - PR 16/05/2012 00:00

    A expropriação de terras produtivas para APPs de 15, 30, 100 ou 500 metros não irá esconder a água preta da poluição urbana e/ou marítima do pré-sal. Os recentes acidentes com petroleiras demonstram que o pré-sal será o maior programa mundial de poluição marítima. Um dia da Petrobras produz mais CO₂ que um ano da agricultura brasileira. Grande parte das terras produtivas que o governo do PT e partidos subordinados pretendem expropriar possuem equilíbrio agro-energético positivo para o seqüestro de carbono.

    Comentário referente a notícia: [b]CNA defende discussão da APP mundial durante a Rio+20[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105784

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  • Noedir José Karam Marcondes (Diamantino/MT) Diamantino - MT 16/05/2012 00:00

    Nosso país é mostrado pelas ongues como um lugar onde os produtores rurais estão acabando com as matas nativas e as APPs. Mas quero endossar o que o João Batista comentou ontem no Mercado&Cia das 13 horas... Ele disse: "eles querem que nós reflorestemos as margens dos rios, então que paguem pelo reflorestamento".. Eu acrescento: e que paguem tambem por mes a renda que aquela area iria me dar em rendimento financeiro. Porque não basta só indenizar por aquele pedaço de terra. Não podemos é perder a renda da terra que há centenas de anos vem alimentando nossos filhos, etc. Então é simples: querem mato?? é só botar a mão no bolso que vamos dar floresta nativa ou reflorestamos pra essas ongues... É DE MATO QUE ESSES POVOS VIVEM?? QUER DIZER QUE AGORA ELES SÃO HERBÍVOROS???

    Comentário referente a notícia: [b]Onde estão as florestas na Holanda do Greenpeace?[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105442

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  • Raijan Cezar Mascarello Sapezal - MT 16/05/2012 00:00

    MILHO - Os especuladores fazem seu papel!! Ficam colocando medo nos produtores, dizendo que o milho vai baixar, que o Mato Grosso vai ter uma super-safra, etc. Realmente devemos superar a safra passada em 3 milhões de toneladas. Mas isso não significa nem 1% da safra americana!!!

    VAMOS ACORDAR!!! O estoque mundial está baixo, o Brasil não tem mais milho, a Argentina não produziu milho, todos os países da América do Sul tiveram super-quebra na safra!!! E vem esses especuladores dizerem que o milho vai baixar!!!!! Quem faz o preço do produto é o mercado..., quando está em falta sobe, quando tem demais desce. Então estamos indo na contra mão da LÓGICA??? Só foi falar em seca nos EUA que o milho já subiu. Gente, vamos segurar a produção..., claro que quem não tem condições de armazenar tem que vender, mas quem puder segurar, vai ganhar dinheiro.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 16/05/2012 00:00

    O mercado, assim como a natureza, quando agredido ou violentado, não se defende. Se vinga!!! Se os gregos acham que merecem as mordomias que tem, não serão os alemães que irão sustentá-los, disso tenho certeza... Aos paises em dificuldades na Zona do Euro, todos de tendencia socialista, se juntou mais um, a França, que, apesar de ter colocado para Primeiro Ministro um antigo professor de alemão (rs rs rs), será a bola da vez nas dificuldades econômicas logo, logo. Podem apostar.

    Comentário referente a notícia: [b]DA REDAÇÃO: Mercados de commodities reagem à possibilidade de saída da Grécia do bloco europeu[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105683

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  • Alberto Antonio Porem Junior Lucas do Rio Verde - MT 16/05/2012 00:00

    Será que este pessoal da World Oil poderia passar o telefone lá de Deus???, assim ficaria mais fácil...

    Aí poderíamos perguntar: "Ó Todo Poderoso, nós cá da terrinha queremos saber se "setembro chovi"?

    Comentário referente a notícia: [b]2012/13: Oil World estima crescimento de 16% da próxima safra mundial de soja[/b]

    Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=105770

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  • Luiz Alberto Thimoteo da Silva Formosa - GO 16/05/2012 00:00

    Para quem acha que agropecuarista é o vilão do meio ambiente dê uma olhada..., vale a pena!!! -- Carta do Zé agricultor para Luis da cidade !!!!! (A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia) -

    Carta do Zé agricultor para Luis da cidade...

    Prezado Luis, quanto tempo,...

    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

    Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

    Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

    Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

    Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

    Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

    Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

    Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

    Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do

    Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

    Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

    Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

    Até mais Luis.

    Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

    (Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

    Carta do Zé agricultor para Luis da cidade !!!!!

    A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.

    Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.

    Prezado Luis, quanto tempo.

    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

    Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

    Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

    Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

    Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

    Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

    Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

    Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

    Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do

    Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

    Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

    Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

    Até mais Luis.

    Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

    (Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

    Carta do Zé agricultor para Luis da cidade !!!!!

    A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.

    Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.

    Prezado Luis, quanto tempo.

    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

    Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

    Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

    Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

    Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

    Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

    Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

    Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

    Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do

    Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

    Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

    Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

    Até mais Luis.

    Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

    (Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

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