Fala Produtor

  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 15/10/2008 00:00

    Ficou provado mais uma vez que consultor e analista de economia só serve para enganar trouxa. Todos erraram. Agora ficam naquela de dizer que " ah! eu avisei !" Balela. Comeram barriga. Vejam os casos da Sadia, Aracruz e Votorantim. Pagam analistas a peso de ouro e tomaram prejuízo de centenas de milhões . Agora imagine os agricultores, que mal sabem ler e escrever. Sabemos é plantar, e muito bem.

    A crise é séria e muitos vão quebrar. Comida vai ficar cara porque vai faltar mesmo.

    Talvez teremos que fazer como meu avô, em 1930, e queimar parte de nossa safra nas ruas.

    Pelo menos uma coisa nos consola. Não ganhamos dinheiro no cassino chamado bolsa de valores, mas ninguém vai sumir com nossa terra da noite para o dia.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 15/10/2008 00:00

    Caro Silvano,

    "todos os analistas", vírgula - eu mesmo tenho dito desde o fim do ano passado de que as altas eram artificiais e que todas as notícias de "escassez" de alimentos no mundo eram FALSAS ou então eram "propaganda enganosa" para vender mais e mais insumos, especialmente adubos. Soja 8.00 e milho 4.00 pelo respectivo bushel para mim seria natural. Eu desafio a qualquer vivente para comer durante uma semana toda quota alimentar que a agricultura mundial coloca a disposição dele. Ninguém dá conta! Há mais de 300 kg de cereais por pessoa por ano e mais (+) toda carne bovina, o pescado, a caça, todos os legumes, todas as verduras, todo sal, açúcar, mel, mandioca e todas as frutas. (Sem falar em cobras e lagartos...) E, é bom saber: Os americanos resolveram fazer ethanol de milho porque o milho estava e está sobrando. Te pergunto, se eles não fizessem álcool de 1/3 do milho deles, quem COMERIA este milho todo?

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  • Silvano Filipetto Sorriso - MT 15/10/2008 00:00

    Olá Telmo, em agosto todos os analistas de mercado diziam que os preços da soja e do milho iriam se sustentar..., e agora, após este turbilhão de problemas que está acontecendo pelo mundo, o que poderá acontecer com os preços, como será a reação das commodities? Obrigado.

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  • Antonio Carlos Lachner Londrina - PR 15/10/2008 00:00

    João Batista, como ficará a situação do podutor que pediu renegociação e prorrogou o prazo de financiamento, pegou o boleto pra pagar os 40%, que vence hoje, mas não vai pagar porque não tem dinheiro, por que não vendeu o trigo ou milho, ou não tem mais o que vender. Por favor, alguém que você conhece pode dar a solução ?????? se houver !!!!!!!!! "Como demora para chegar recursos para a gricultura !!! E os bancos aqui estão fechados, para negócios, mas para cobrança e e envio para cartótrio não !!!!!

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  • Antonio Fernando Haddad Marques Ibirarema - SP 14/10/2008 00:00

    Queria saber de vocês por quê os líderes dos agricultores, entidades, sindicatos, todos enfim que se relacionam com agricultura, não fazem nada por ela??? Por quê não se unem para brigar por nossos direitos??? Em todas as safras esses politicos põem nossos preços lá embaixo, sendo que somos o unico País do mundo que não tem subsidio do governo..., vejam na Argentina, como lutam..., o que precisamos aqui? voces poderiam me explicar? No aguardo de respostas, agradeço desde já.

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  • Valdevino Dias Paraíso do Tocantins - TO 14/10/2008 00:00

    Nos últimos dias fui informado que o mapa - Ministério da Agricultura - teria multado e fechado várias misturadoras de adubo por estarem fraudando as fórmulas de fertilizantes. Acho que, como já temos problemas demais, seria bastante útil saber quais são estas marcas... Afinal normalmente gastamos muito dinheiro com este insumo. Apelo a vocês. Porque já procurei em varias fontes e não encontro esta lista. Obrigado e parabéns pela contribuição dada ao agronegócio.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 14/10/2008 00:00

    Uma nova "minazinha" de ouro - Premido pelas circunstâncias e pressionado pela opinião pública (diga-se imprensa), a autoridade monetária brasileira, ciente da necessidade de "irrigar" o mercado com fluxo financeiro para fomentar o crédito e assim fazer fluir normalmente o comércio, decidiu flexibilizar o recolhimento do chamado "Depósito Compulsório" incidente sobre os depósitos à vista e alguns à prazo pelos clientes das diversas instituições.

    Entretanto, nosso problema mais severo ainda não é de liquidez. Diante da vigência plena do Acordo da Basiléia II, estão faltando clientes "APTOS" para tomar os recursos ofertados, propiciando aos Bancos a possibilidade de aplicar o excesso disponivel em títulos públicos remunerados pela SELIC, uma nova "minazinha" de ouro... para os mesmos! Para que aplicar na agricultura, sob risco agravado, pela metade da SELIC?

    Evidentemente diante da incerteza quanto ao tempo de vigência das medidas de redução dos depósitos compulsórios, recomenda a "boa prática bancária" evitar a aplicação destes recursos de prazo incerto, no prazo longo.

    E assim caminha a humanidade, Brasil no meio - no já costumeiro abobalhamento midiático, conformado de que depois do "fundo do poço" sempre haverá alguém que virá afundá-lo mais um tiquinho...

    Caros agricultores, vamos respeitar os sinais que o mercado nos manda. Não plante sob qualquer custo, isto vai dar zebra!

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  • Waldir Sversutti Maringá - PR 14/10/2008 00:00

    O Telmo perguntou:

    Como serão as coisas depois que a CRISE for embora? Pense nisto... nas sobras que se acumularão pelo mundo.

    Telmo, todos sabemos que serão: EXATAMENTE IGUAIS. E todos sabemos também que as sobras que se acumularão no mundo ( se acumularem ) serão decorrentes de outros fatores, excesso de produção de alguns produtos e falta de outros. Todos que, antes da crise, precisavam trabalhar para levar o pão sagrado de cada dia para casa, terão que continuar trabalhando, se espremendo nos ônibus carcomidos, nos trens imundos dos suburbios, nos metrôs etc. Aqueles que iam de carro continuarão indo de carro, alguns cada vez mais novos e reluzentes. Os governos que importavam para alimentar suas populações não podem deixar de continuar a fazê-lo, diante dessa crise que não é deles.

    Quanto às pessoas que se aventuraram na compra de papéis inflados para “ganhar” mais do que o normal de uma renda fixa, arriscaram-se, e perderam, tb vão continuar comendo a mesma quantia que seus corpos necessitam. A quantia de alimentos que vinha sendo consumida no mundo todo não vai diminuir e “ não se acumularão sobras pelo mundo”.

    Se mais de 850 milhões de pessoas continuarão passando fome no mundo é pq não tem dinheiro para pagar. Seus governos não fazem questão de alimentá-los, investem mais em guerras tribais do que no ser humano e ... no combate à fome que seria bom... nada.

    A nós só resta lamentar, que BCs de governos ocidentais tidos como liberais e néo liberais, de economia de mercado, não cumpram com uma de suas principais atribuições, que é fiscalizar, prevenir e impedir que Diretores inescrupulosos façam vista grossa com as “bolhas” que se formam nesses mercados de derivativos, praticamente tornado-se cúmplices e depois diante do pânico (ou seria pinico) se fazem de tontos e acabem concordando que é uma obrigação salvar a todos dos prejuízos. Os aplicadores que deixaram a renda fixa dos Bancos comerciais americanos, bem como de outras partes do mundo, inclusive aqui do Brasil, em busca do lucro fácil do CASTELO DE CARTAS, (???) arriscaram pq quiseram, para ganhar mais. Agora querem proteção para seu $$$. De quem ? Do contribuinte otário.

    Se deixassem quebrar a cara pelo menos uma vez, não haveria outras, tratariam a população e o contribuinte com mais respeito. Afinal onde está o liberalismo econômico ou o néo-liberalismo global ? (néo-bobo). Onde estão os Bancos Centrais zelosos e vigilantes ? Eu mesmo respondo: Nas cervejarias.

    Diogo Mainardi em seu artigo na Veja da semana passada “Os americanos sempre ganham” analisa a questão do presidente do Federal Reserve Sr, Bem Bernanke, classificando de “ um grande negócio para os cofres públicos abocanhar uma montanha de títulos hipotecários por uma ninharia “ Eu acrescentaria que Tio Sam não deixa barato, manda ver mas passa o rodo abocanhando esses ativos a preços de bananas. Os incautos, que comeram cru e quente, é que perderão ao verem restabelecida a confiança e que a realidade da vida econômica de uma Nação como os EUA não se abala nadica de nada com esses especuladores. Podem parar com a choradeira e a piedade.

    Waldirsversutti.blogspot.com

    www.imobiliariarural.net

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 14/10/2008 00:00

    Apenas 3.872.000 t de milho foram exportadas até o final de setembro de 2008, mesmo com preço médio de quase 15 dólares por saco. A partir de outubro, com o recuo para menos de 12 dólares o saco FOB Paranaguá, as perspectivas não são nada animadoras. A meta de 11 milhões de t propagandeada pelos ARAUTOS do Apocalipse para 2008 não será atingida nem pela metade.

    (Leia a noticia abaixo):

    VALOR ECONÔMICO -

    Exportação de milho volta a recuar

    As exportações brasileiras de milho continuam a cair. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), compilados pela Céleres, mostram que em setembro o país exportou 273,1 mil toneladas, queda de 80% em relação ao mesmo período de 2007. De janeiro a setembro, as exportações somam 3,872 milhões de toneladas, bem abaixo das 6,931 milhões do mesmo intervalo de 2007.

    Em relatório semanal, a Céleres observa que o desempenho foi ruim - o volume exportado no mês foi o menor do ano - mesmo diante de um preço médio de US$ 240,90 por tonelada, 34,3% maior que em setembro de 2007.

    Segundo a Céleres, o excesso de milho no mercado doméstico tem pressionado as cotações. Além disso, a crise financeira paralisou nesta última semana grande parte das negociações. Diante do cenário de incerteza na economia mundial, quem tem estoques tem dificuldades em comercializar a produção.

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  • ABRASGRÃOS - Assoc. Brasileira de Produtores de Grãos Formosa - GO 14/10/2008 00:00

    Crise Financeira Mundial:

    É impressionante o tom catastrofista com que os noticiaristas envolvem a divulgação deste assunto. Todos já sabem ou ouviram falar desta crise que nada mais é do que a "crista" de uma onda especulativa que se quebrou.

    De uma coisa ninguém fala mas que é o principal: Como serão as coisas depois que a CRISE for embora? Pense nisto... nas sobras que se acumularão pelo mundo. Att, Telmo Heinen - Formosa (GO)

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 13/10/2008 00:00

    Caro João, deixe-me explicar melhor meu questionamento. Pedi a prorrogação para um banco de montadora e até agora ninguém me ligou para dizer onde deposito os 40% da parcela de 2008, nem mandou boleto para pagamento. O que faço? Espero contato ou ligo para eles? Por favor, me auxilie, pois a Federação manda pagar tudo, como se nós tivéssemos caixa.

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  • Romano Rodrigo Markoski Seberi - RS 13/10/2008 00:00

    Amigos do Notícias Agrícolas, e a crise financeira?!! só falam nisso!!! é, a coisa vai ficar preta mesmo... e como diz nosso esplendoroso ex-ministro Roberto, temos que nos preparar para a guerra!!! mas guerra contra as mentiras, guerra contra a vagabundagem de politícos incompetentes, guerra contra esse bando de pau-mandados que trabalham nos bancos publicos principalmente (nem vou citar o nome do banco porque meus amigos já sabem qual).Se pra guerra vamos, então vamos juntar forças e pôr a boca no trombone!!! chega de moleza, chega de burrice. A Nação depende da agricultura, tudo gira em torno dela; então por que ficarmos esperando que meia dúzia de parlamentares (que infelizmente nós elegemos), resolvam os problemas para nós?!!! vamos tomar atitude pessoal!!!! chega de acomodação!!!! chega de dar comida pra vagabundo!!!! vão trabalhar, thê!!!!! é pena que eu sou só uma formiga dentro do formigueiro, ah!, se a nossa classe fosse unida; se tivessemos a liderança que deviamos ter!!! eu queria ver quem mandava nesse País. Ah!, eu ia me esquecendo: e o mula!!!, a corja manda, e ele obedece. De vez em quando abre a boca pra falar, mas só sai porcaria!!! E O MINISTRO DA AGRICULTURA QUE DIZ: não vai faltar credito para o plantio... CADê O CREDITO, MINISTRO??? CADê O DINHEIRO??!!! TÃO ENCHENDO A BARRIGA DOS VAGABUNDOS DE NOVO !!!! VAMOS PESSOAL, VAMOS BOTAR A BOCA NO TROMBONE... VAMOS À LUTA... CHEGA DE LAMURIAS E VAMOS AGIR... VAMOS Á GUERRA!!! FUIIII.. (MAS VOLTO, AH! MAIS VOLTO!!!!!

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  • Cristiano Zavaschi Cristalina - GO 13/10/2008 00:00

    O governo federal realmente tira leite de pedra . Mesmo com uma renegociaçäo de dívidas inócua e cheia de restriçöes, com uma explosão dos custos de produção, com falta completa de recursos para o plantio, com a greve bancária, em plena a época mais crítica para liberaçäo dos custeios, com medidas ambientais feitas por biólogos da Barra da Tijuca e com o preço das commoditoes em queda livre, ele anuncia que teremos uma supersafra de gräos. Se Lula vivesse à época de Jesus Cristo, com certeza teria transformado a água em Wisky 12 anos.

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  • ABRASGRÃOS - Assoc. Brasileira de Produtores de Grãos Formosa - GO 13/10/2008 00:00

    "Não existe falta de alimentos no mundo! - Onde é que eles (Representantes da ONU, da FAO, José Graziano & Cia...) estavam em 2005, em 2006 e em 2007 quando lá no sul do país o pessoal moia trigo para dar aos porcos porque era mais barato do que o milho, também barato? Onde é que estavam estes sabichões, e os jornalistas também, onde é que vocês estavam por ocasião do último Tratoraço – cujos prejuízos remanescentes de não mais do que dois anos atrás, toda culpa era dos preços aviltados por causa do excesso de oferta? O que os idiotas críticos do ethanol de milho tem para responder aos americanos, que, se não fizerem ethanol, quem consumirá todo milho deles destinado para aquela finalidade?

    E, se realmente estiver faltando comida no mundo, basta ter paciência como diz a turma do Casseta & Planeta. Espera-se “MORRER” uma parte da população e a comida volta a ser suficiente para todos... Faça você mesmo a conta. Dividir a produção agrícola existente no mundo pela quantidade diária que você JORNALISTA consome! A comida produzida dá para 12 (doze) bilhões de pessoas... e somos menos de 7,0 bilhões... (Muitos tem o “azar” de não ter acesso a esta enorme quantidade). É a mídia abobalhante, especialmente a Rede Bôbo e uma tropa de poetas ignóbeis que são portavozes de ONU, FAO etc... que pregam estas falácias. (veja a nota abaixo):

    O GLOBO

    Alimentos escassos (Cartas dos Leitores)

    Não é verdade que faltam alimentos no mundo. Viajei por mais de 25 países de América, África, Europa, Ásia e Oceania. Bangladesh sofre a falta deles desde o início de sua existência, mas só agora a mídia fala no assunto.

    Haiti, Moçambique, Zaire e Angola, também. O Brasil não sofre desse problema, e os empresários podem esquecer, isso não é desculpa para gerar inflação, o povo não vai permitir! No Brasil há má distribuição de tudo, mas falta de alimento é uma piada! CASSIANO MEDEIROS (por e-mail, 22/5), Rio

    A melhor forma de calar a boca dos críticos mundiais quanto à produção de alimentos é sair da retórica e partir para ações efetivas no combate à fome no planeta. Temos 70 milhões de hectares cultivados e 90 milhões disponíveis para o plantio sem que seja necessário depredar a Amazônia. Basta resolver algumas questões agrárias. Inteligente a decisão do governo de turbinar o agronegócio. Demonstra que o programa brasileiro de biocombustíveis é uma alternativa viável para a escassez mundial de energia não-renovável. Não contribui em nada para o aumento da fome e ainda reforça a nossa preocupação quanto à preservação da Amazônia. Depende apenas da terra e do sol e mais nada. Ponto para o Brasil!

    EMMANUEL ALEXANDER BALTZ (por e-mail, 22/5), Rio

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 13/10/2008 00:00

    "Antas" - Tínhamos antas no comando financeiro de diversas empresas e ninguém sabia.

    A vítima foi seu próprio algoz. Agora está explicada a origem da pressão que fez acontecer uma artificial valorização do real desde 2006. Os inimigos estavam dentro de casa. Inacreditável!

    A prova está aí, sucessivos "comunicados" de fatos relevantes para comunicar perdas havidas por incompetência na administração financeira de importantes empresas nacionais.

    É por isto que todas aquelas previsões de que o dólar não passaria de R$ 1,70 ou no máximo R$ 1,80 até o final do ano, outros diziam até o final de 2009 - imagina!, não acertaram nas previsões porque eram incapazaes como eu, de acreditar que houvessem "antas" deste calibre à frente de importantes empresas.

    Mais uma vez a vitima foi seu próprio algoz. Bem feito!

    Se estas Empresas não tivessem agido assim, o dólar nunca teria caido abaixo de R$ 2,00

    FOLHA DE S. PAULO - SP

    Votorantim perde R$ 2,2 bi com câmbio

    Prejuízo de empresas com operações de proteção cambial passa de R$ 5 bi; Sadia e Aracruz já haviam divulgado perda

    Anúncios de prejuízos podem estar próximos do fim, segundo analistas; Petrobras e Embraer também assumem perdas

    CRISTIANE BARBIERI

    DA REPORTAGEM LOCAL

    O grupo Votorantim comunicou ontem perdas de R$ 2,2 bilhões provenientes de operações financeiras com câmbio. Foi o maior prejuízo reportado por uma empresa brasileira desde o início da crise de crédito. A Sadia já havia reconhecido prejuízo de R$ 760 milhões, e a Aracruz informara perda contábil de R$ 1,950 bilhão. Somados, os prejuízos já beiram os R$ 5 bilhões.

    A CSN também deve perder boa parte de seu lucro no terceiro trimestre devido a esse tipo de operação. A siderúrgica informou, no entanto, que nos últimos cinco anos lucrou US$ 845 milhões com essas operações e que as perdas atuais não terão impacto no caixa.

    Essas empresas fizeram operações financeiras para se proteger contra a valorização do real, que reduzia o lucro obtido com suas exportações. Com a desvalorização súbita da moeda desde agosto, depois de quatro anos de alta, os exportadores que apostavam a favor do real tiveram os prejuízos.

    À noite, a Petrobras divulgou nota oficial em que assumia perdas de cerca de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar.

    Também a Embraer, no final da noite, divulgou comunicado informando que vai contabilizar despesas de ajustes de posições de derivativos no valor de R$ 178 milhões.

    Sem atender a pedido de entrevista, o Votorantim informou, por meio de nota, que tomou tal decisão para preservar seus ativos, "adequando seus investimentos futuros ao novo cenário mundial". O grupo Votorantim tem operações nas áreas de cimento, papel e celulose e financeira, entre outras.

    "Se tais empresas fazem esse tipo de operação há muito tempo, certamente estão devolvendo agora um pouco do muito que ganharam", diz Nathan Blanche, sócio da consultoria Tendências.

    Para Blanche, apesar de não ser possível estimar as perdas totais das empresas exportadoras com operações financeiras de câmbio, os anúncios de prejuízos podem estar perto do fim. "Os principais cadáveres já apareceram", diz Blanche. "As empresas de menor porte não têm linhas de crédito para grandes estragos, e as que divulgam informações trimestrais já estão vindo a público."

    Alberto Dwek, gerente da área de câmbio da corretora Souza Barros, também acredita que os anúncios de perdas possam estar chegando ao fim. Segundo Dwek, apesar de enfrentarem situações diferentes da brasileira, outros países também têm problema de hedge (proteção cambial) semelhantes. O trabalho conjunto para resolver tais problemas pode dar resultados em breve.

    "Estamos perto de estancar a hemorragia", diz Dwek. "O remédio a ser dado ao paciente é outro problema, mas o mais urgente já foi feito."

    Estilingada forte

    O economista Roberto Troster, sócio da Integral-Trust, afirma, no entanto, que o Banco Central foi lento ao reagir à desvalorização cambial. "Não se pode deixar o câmbio oscilar com tanta virulência num período tão curto, sob a ameaça de colocar a operação das empresas em risco", diz Troster.

    A estilingada do câmbio, que subiu quase 50% desde agosto, deverá fazer com que pelo menos uma das empresas do grupo Votorantim, a VCP, tenha prejuízo. De acordo com Felipe Ruppenthal, analista do banco Geração Futuro, mais de 90% da dívida de R$ 2,9 bilhões da VCP é atrelada ao dólar.

    Com isso, em vez de lucro, a empresa deverá ter prejuízo de R$ 250 milhões no terceiro trimestre, pelos cálculos de Ruppenthal. O resultado financeiro também será negativo em R$ 430 milhões. Para o ano, o banco não fechou suas estimativas.

    Mesmo assim, a VCP deu a entender que continua levando adiante o processo de fusão com a Aracruz, que formará a maior empresa de celulose do mundo. Apesar de o fechamento do negócio ter sido postergado no início da semana, Valdir Roque, diretor de finanças e relações com investidores da VCP, deixou o cargo para assumir a mesma posição na Aracruz. O posto estava vago desde que Isac Zagury pediu afastamento, em razão do prejuízo com as operações cambiais.

    "A mudança na gestão financeira é boa para as duas empresas e indica que a negociação envolvendo VCP, Safra e Lorentzen [controladores da Aracruz] está em andamento", escreveu Lika Takahashi, do Banco Fator, a investidores. "Essa mudança sugere que a VCP quer acompanhar as operações financeiras da Aracruz depois dos recentes anúncios do prejuízo de R$ 1,95 bilhão."

    Mesmo assim, as ações da VCP -única de capital aberta que pertence ao grupo- tiveram ontem queda de 8%.

    No comunicado em que anunciou o prejuízo, o grupo Votorantim informou que a relação entre sua dívida líquida e o lucro operacional (medido antes de juros, impostos e depreciação) do grupo é de 2,4 vezes. O caixa disponível do Votorantim é de R$ 10 bilhões.

    Tais números seriam suficientes para dar liquidez às operações do grupo, que faturou R$ 31 bilhões e teve geração de caixa de R$ 8,1 bilhões em 2007. Para este ano, a estimativa é de R$ 34 bilhões de receita e caixa de R$ 8,4 bilhões.

    Petrobras

    Segundo a Petrobras, a perda de US$ 62 milhões com operações no mercado de derivativos em dólar é decorrente de contratos feitos pela Petrobras Distribuidora para obter proteção cambial (hedge) por causa da comercialização de querosene de aviação (cerca de US$ 22 milhões) e de operações com derivativos de petróleo fechadas nas Bolsas de Nova York e Londres e no mercado de balcão (US$ 40 milhões) pela holding e outras subsidiárias.

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