Fala Produtor - Mensagem

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG 13/07/2018 20:24

    Muito bem colocada (a potencialidade agrícola de Angola)..., o difícil, nestas regiões, é contar com a população local como alavancadora deste desenvolvimento... É muito diferente do Brasil, onde a gauchada tem este lado empreendedor e aventureiro..., basta estudar a nossa história de desenvolvimento no agronegócio... Se não fosse estes bravos brasileiros que jogaram a família num caminhão velho e, com garra e coragem, até hoje os brilhantes sonhos do super Paulinelli seriam só sonhos´...

    Pra terminar, sabemos que competência e garra temos de sobra..., se a galera dos eco-chatos conseguirem implantar sua contra-revolução, já sabemos, caro Eduardo, que temos bastante terra disponível para exercermos a maior dádiva que um ser humano pode apetecer (SER SEMEADOR).. Saudações mineiras proceis tudo, uai!!!

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    • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

      O objetivo do artigo não era o de fazer propaganda de Angola, mas sim mostrar que o Brasil não está sozinho no Mundo e que precisa repensar de maneira séria e constante o seu modelo agroeconômico...

      Com o avanço da tecnologia, os pesados investimentos já concretizados e a necessidade de consumo estabelecida, me parece extremamente temerária a descrença de que a China possa vir a produzir soja, milho e carnes em outros países, reduzindo a sua dependência do Brasil.

      Eles já estão dando claros sinais de que farão isso e estão procedendo de maneira coerente com esse plano em resposta as tarifas impostas pelos Estados Unidos.

      Subestimar a capacidade e a vontade dos países africanos no sentido de resolver as suas necessidades a partir da atração de investimentos externos está longe de ser a melhor estratégia.

      Além da Africa, a China já se encontra investindo pesado na região mais fértil da Russia, onde já se produz soja, trigo, milho, girassol e canola em grandes volumes. A área agricultável dessa zona está estimada em 43 milhões de hectares. Essa região pode escoar a produção pela malha ferroviária já em operação com um tempo de viagem de 12-14 dias até as Províncias Centrais da China, como Sichuan e Chongqing.

      Se o Mato Grosso, por exemplo, não investir pesadamente na agregação de valor da sua produção, o que se verá em muito pouco tempo é a corrosão do valor patrimonial das terras e a inviabilidade de muitos produtores. Não será com o subsídio do Estado que o setor se manterá competitivo, muito menos com investimentos em infraestrutura bancados pelos cofres públicos para exportar produtos "in-natura".

      Desprezar o que está acontecendo no Mundo e continuar achando que estamos na melhor região do planeta será a declaração de falência do setor.

      Como brasileiro que trabalha no setor agroindustrial há mais de 25 anos, que teve a oportunidade de viajar muito e que nunca parou de estudar, me sinto na obrigação de compartilhar algumas percepções e reflexões de forma a contribuir para a melhoria do meu País e sobretudo com aqueles verdadeiros empreendedores do Agro.

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