Fala Produtor - Mensagem

  • Alvaro Carlos Meyer Garuva - SC 30/10/2007 23:00

    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pois mostram um pouco da vergonhosa realidade em que vive o empreendedor rural, que planta e cria sem garantia de preço, contra as intempéries do clima e do governo. Se o produtor está atrelado aos preços internacionais, a maioria subsidiados pelos seus governos, como é que ainda o empreendedor rural brasileiro consegue competir com os altos custos de plantio e com condições precárias de escoamento de seus produtos?? Essa é a grande incógnita. Só sendo teimoso e esperançoso. Não tem outra alternativa, porque apreendeu a fazer o que sabe e é muito difícil, para a grande maioria, abandonar tudo e recomeçar em outro ramo de negócios. Continua, por esta simples razão, a acreditar em dias melhores que, com certeza, vão demorar a chegar. Este governo só vai acordar quando perceber que dinheiro não enche barriga de eleitor. É fácil de perceber o que está acontecendo. Como nossos produtos são commodites e atreladas às bolsas internacionais, não tem como o produtor rural competir em desigualdade com os seus vizinhos. Enquanto 1 litro de óleo diesel custa na Argentina U$$ 0,50, aqui pagamos U$$ 1,00. Enquanto pagamos U$$ 50.000,00 por um trator, o produtor argentino paga U$$ 25.000,00 pelo mesmo trator e o que é pior, fabricado no Brazil. O mesmo acontece com os herbicidas. Mas o preço final é igual tanto para o argentino como para o brasileiro, pois a industria pode importar sem custos adicionais. Por exemplo, a saca de arroz custa tanto lá como aqui U$$ 10,00. Só que aqui gastamos o dobro para produzir, o que está acarretando a insolvência generalizada do campo.Não é prorrogando dívidas que vai se resolver o dilema da agricultura. Não adianta o Lula visitar os países desenvolvidos e pedir para que diminuam os subídios agrícolas. Tem que acordar e competir de igual para igual. Fazer como eles fazem lá, porque cobrar imposto da cadeia produtiva alimentar é burrice. Como eu disse anteriormente, dinheiro não enche barriga de ninguém. A perdurar esta política, vai ser meu último ano de plantio. Neste jogo do agronegócio, não tem como ganhar. É falência na certa.

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