Brasiguaios encaminham pedido a Dilma para reconhecer novo governo paraguaio
Representantes de 350 mil brasiguaios (agricultores brasileiros que moram no Paraguai) tentarão se reunir hoje (25) com o novo presidente Federico Franco para pedir apoio e segurança em suas propriedades rurais. Ontem (24), eles encaminharam à presidenta Dilma Rousseff um pedido para que o Brasil reconheça o governo Franco e trate o Paraguai como país amigo.
“[Solicitamos] que o governo do Brasil, no menor tempo possível, reconheça o novo governo paraguaio e restabeleça a fraterna relação que sempre existiu entre os dois países. Esta decisão é fundamental para dar tranquilidade ao povo paraguaio e à comunidade brasileira [que vive em território paragauio]”, diz o documento.
O pedido foi entregue ao cônsul brasileiro em Ciudad del Este, embaixador Flávio Roberto Bonzanini, durante reunião com os representantes dos brasiguaios. Os números envolvendo a comunidade variam, de acordo com a contabilidade feita. Os brasiguaios consideram todas as famílias, por isso chegam a 350 mil, os produtores rurais paraguaios avaliam 110 mil e o governo trabalha com 6 mil.
Os brasiguaios relatam que sofreram perseguição nos últimos anos e ficaram impedidos de trabalhar. A maioria vive nas áreas de fronteira do Brasil com o Paraguai e se queixam da falta de apoio das autoridades paraguaias. Há, entre os brasiguaios, grandes, médios e pequenos produtores rurais. Mas todos reclamam das tensões no campo. Eles contam que são ameaçados por carperos (sem-terra paraguaios) e sofrem discriminação porque não são paraguaios.
No documento entregue ao embaixador e que deverá ser encaminhado à presidenta, os brasiguaios contam ainda que muitos estão no país há mais de 40 anos. É o caso do produtor rural gaúcho Áureo Friguetto, que foi para o Paraguai há 42 anos, e participou da reunião com o cônsul. “O presidente Franco nos deu garantias de que vai seguir a ordem da Justiça. Antes, não tínhamos garantia alguma. Agora é diferente. É isso que precisa ser compreendido”, disse ele.
O novo presidente do Paraguai chamou anteontem (22) os brasiguaios de “cidadãos paraguaios”, e o ministro das Relações Exteriores, José Félix Fernández Estigarribia, também prometeu dar atenção ao tema. No entanto, lembrou que a questão agrária no Paraguai é delicada. O ministro do Interior, Carmelo Caballero, disse que mais do que promessas, o governo adotará ações de proteção aos brasiguaios.
Fonte: Agência Brasil
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Charles Giese Marechal Cândido Rondon - PR
O que nós brasiguaios queremos é seguir vivendo de acordo com a lei deste maravilhoso país, a mesma lei que permite fazer o "Juicio Politico"da forma como foi. Existem sim muitos problemas em documentações de terras, em muitas partes do Paraguay, mas não são exclusivamente de propriedades de brasiguaios, é um mal que precisa ser sanado para o bem da agricultura e agropecuaria, enfim, para dar seguimento ao desenvolvimento desse país, inclusive fazendo a reforma agrária e mais importante que isso a reforma do sistema de ensino, para que a próxima geração de Paraguaios (nossos filhos estão incluídos) seja mais sábia para resolver os problemas e aprenda a escolher os seus representantes no governo.
Obrigado a todos que tem apoiado o Paraguay como país soberano que é. E vamos em frente, para tornar esse país modelo em agricultura conservacionista e também democraticamente sustentável.