Com concorrentes à espera, JBS avisa escalados no MS que vão ser mantidos a partir desta 3ª
Os vendedores do Mato Grosso do Sul estão aguardando a terça-feira para verem como o JBS vai abrir o mercado, depois da promessa de voltar às compras, efetivada em acordo com autoridades e líderes empresariais na sexta-feira (20). Enquanto o mercado está parado nesta segunda, esperando a movimentação das sete plantas paralisadas, há notícias de que os compradores do grupo ligaram mais cedo para os fornecedores que estavam escalados até que a crise explodiu, na última 3ª feira, e garantiram que vão ser mantidos.
“Só não estou conseguindo ver com que preços a JBS vai entrar”, disse Túlio Denari, pecuarista de Sidrolândia, reforçando que vários colegas da região com quem conversou, e que estavam na escala, “estão escorregando, não querem falar”. Quando a Justiça bloqueou os recursos do grupo, a média da JBS para 30 dias girava em R$ 141/142 a arroba.
Ele acredita que a empresa deverá manter alguma coisa próxima, ou pelo menos ficar no valor fechado uma semana antes “de cliente para cliente”. Aí, naturalmente, entram os grandes, com mais tempo de casa e oferta.
Denari também acredita que a JBS vai conseguir girar as plantas imediatamente e matar boi já amanhã, por conta desses mesmos fornecedores que estavam na fila. Mesmo que alguns tenham ido para outros compradores durante a semana – e tanto que a arroba chegou a cair até R$ 8 em algumas praças sul-matro-grossense, como Notícias Agrícolas noticiou -, o pecuarista não vê problemas porque a quantidade foi mínima.
Pedro Junqueira, de Campo Grande, que fechou com um médio frigorífico da Amambai minutos depois de a Justiça da capital decretar o arresto dos recursos da JBS, pensa na linha de Túlio Denari. “Mais ainda que o moral da empresa é baixo e eles não podem ficar sem seus clientes”, lembra.
“Agora, naturalmente que todos pararam hoje”, inclusive porque segunda não é um dia mesmo de negócios.
Além do que os outros grandes, que em Mato Grosso Sul são Marfrig e Naturafrig, estão escalados. “O Marfrig a gente sabe que tem boi até dia 1º de novembro”, afirma Gastão Lemos Monteiro.
Também de Campo Grande e com propriedades no Pantanal, Lemos Monteiro não vê a situação do mercado abrir nesta terça de maneira “quase natural” quanto os dois entrevistados acima. Ele pensa que a JBS vai jogar o preço para baixo, e bem, mas “talvez venha à vista desta vez porque vão precisar girar as plantas”.
Em Coxim, Mário Fonseca, presidente do Sindicato Rural, embora acredite que o grupo vá manter os escalados, “e aqui nós temos muitos”, a essa altura diz não pensar muito a que cotação o grupo vai voltar. Sem a JBS não temos escolha: “Dependemos 100% deles”.
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