O que levou aqueles atores da TV Globo a estrelar aquele vídeo patético
sobre Belo Monte, articulando bobagens constrangedoras e mentiras
deslavadas, ancorados na mais escancarada desinformação? O que motivou
outros tantos, às vezes os mesmos, a dizer sandices sobre o novo Código Florestal,
passando um incrível atestado de ignorância no assunto sobre o qual
pontificavam? A “natureza” virou a religião e a ideologia dos idiotas
propositivos. É, finalmente, possível “participar”, ser “cidadão”,
“pertencer a uma causa” sem que isso cobre disciplina, coerência,
trabalho, método, estudo e mesmo comprometimento com as próprias
palavras. Estamos diante de um influente “obscurantismo das luzes”.
“Todo defensor da natureza é idiota, Reinaldo?” Ora…
É claro que o
Brasil e o mundo precisam se preocupar com o meio ambiente e devem
buscar formas de conciliar a preservação da natureza que pode ser
preservada com as necessidades do desenvolvimento. Isso é matéria de bom
senso. É simplesmente mentirosa a tese de que, no Brasil ou em qualquer
outro país, as pessoas se dividam entre as preocupadas com a
sustentabilidade e as despreocupadas — ou, mais precisamente, entre
agentes da conservação e agentes da depredação. Os que fazem essa
acusação, reparem, consideram-se do “lado do bem”, verdadeiros membros
das seitas que reivindicam o monopólio da virtude. Mimetizam o
comportamento dos convertidos a crenças fundamentalistas, que distinguem
a humanidade entre os que tiveram acesso à verdade revelada e os que
não tiveram.
Crenças
religiosas que vivem a fase do proselitismo agressivo, em busca de
fiéis, ou mesmo aquelas já tradicionais que disputam o poder secular
para submetê-lo à autoridade divina, como os vários islamismos, costumam
apontar no presente os sinais antecipatórios ou de uma Nova Aurora ou
de um Novo Apocalipse — quando não, das duas coisas: acontecimentos
apocalípticos seriam o preço que pagamos por nossa descrença, por nossa
incúria, por nossa irresponsabilidade, por nossos malfeitos. Haverá,
então, a depuração, e os justos herdarão a bonança. E esses justos são
convocados então para a luta.
Nada disso é
estranho, eu sei, ao cristianismo também. Ocorre que essa religião,
notadamente nas suas duas principais expressões — o catolicismo e o
protestantismo histórico —, sem abandonar alguns fundamentos da crença,
como a Parúsia (a segunda vinda do Messias), estão presentes na vida das
pessoas mais como um conjunto de valores morais e éticos do que
propriamente como uma mística, daí a sua convivência pacífica com as
democracias. O cristianismo se espalhou nas cidades greco-romanas, lá
nas origens, porque se fez a religião da solidariedade. A sua vitória se
deveu, em grande medida, à sua dimensão laicizante. Sigamos.
Tanto a
religião como a política emprestam aos homens um sentido de
pertencimento e impõem certa disciplina militante, que organiza a
experiência e a vida prática. Nas sociedades democráticas, são domínios
distintos, mas lidam com matéria semelhante: a crença. Ocorre que essa
crença, nos dois casos, não pode ser vivida apenas na sua dimensão
subjetiva, pessoal, idiossincrática. A fé e a política são
essencialmente comunitárias, cobram a ação e estão sob o constante
escrutínio dos outros. E isso, evidentemente, dá trabalho. Os novos
“profetas” ou “apóstolos” da “Natureza” têm conseguido reunir muitos
adeptos Brasil e mundo afora — especialmente em tempos de redes sociais
na Internet, quando basta um clique para participar de uma “cerimônia” —
porque foram bem-sucedidas, vejam que coisa!, em criar uma religião sem
Deus, mas com a dimensão apocalíptica, e uma política sem “pólis”, em
que o estado, mesmo e especialmente o democrático, é visto como o
“outro” que conspira contra as verdades reveladas.
No dia 14 de
novembro, Marina Silva, aquela que finge não ser política — ou que quer
uma “nova política” — deu uma palestra no tal SWU, que deve ter
produzido apenas o bom carbono, aquele das boas intenções. O Estadão
registrou parte de sua intervenção. Assim (em vermelho):
Marina considera que o mundo vive uma de
suas maiores crises, “uma crise civilizatória”, que se espraia pelas
áreas social, ambiental, política, estética e até mesmo de valores. Para
ela, o homem terá de integrar economia e ecologia em um mesma equação
se quiser que o planeta tenha futuro. Citou Freud (”Não podemos
abandonar o princípio da realidade em nome do princípio do prazer”) e
Edgar Morin (”A intolerância é apenas um desvio”) para justificar uma
tese que, revelou, elaborou ontem em um quarto de hotel.
“Eu pensei: ‘estamos vivendo um momento de democracia prospectiva’. Fui
até a janela respirar e pensei: ‘Meu Deus! Eureca!’ Segundo ela, as
diversas formas de participação social, das manifestações da Primavera
Árabe aos atos dos estudantes na Espanha, demonstram que o antigo
sistema político, que se manifestava primeiro nos partidos, nos
sindicatos, nos Congressos, hoje está começando direto na participação
popular.
Para Marina, “as bordas estão se movimentando para encapsular o centro”,
um centro que está estagnado por ter se agarrado a um projeto de poder.
Ufa!
Está tudo
ali. A religião de Marina, como se vê (e eu me refiro à “natureza”, não
ao cristianismo, de que ela se diz adepta), nota os sinais da Nova
Aurora. Ou nos penitenciamos e passamos a fazer a coisa certa, ou então
sobrevém o Apocalipse. A “crise” é, como posso chamar?, totalizante:
nenhum setor da experiência escapa. Um cristão, diante dessa percepção,
encontra o caminho óbvio: a Palavra de Deus. Para Marina, até a resposta
estética está na comunhão entre ecologia e natureza.
Nota-se,
segundo o relato do Estadão, que ela claramente se atribui dons
demiúrgicos, elaborando teorias na ponta do joelho e sentindo até certo
frêmito místico diante da sua descoberta. Na sua estupenda confusão
mental, que seus crentes julgam entender, faz uma citação absolutamente
inepta de dois conceitos freudianos — tão inepta que, na prática, fosse o
caso de metaforizar, a “natureza” é que seria íntima do princípio do
prazer (ao menos na escatologia marinista), e o desenvolvimento é que
nos convocaria para o princípio da realidade e para o mundo da
necessidade.
Nota-se que
ela se deixa sufocar pelos próprios delírios místicos. Pensou na
expressão “democracia prospectiva”, seja lá que diabo isso signifique, e
concluiu que há um mesmo movimento que une Egito, Espanha, Brasil…
Seriam, diz, “as bordas encapsulando o centro”, que estaria agarrando
“um projeto de poder”. Ocorre que é “centro”, que estaria sendo
encapsulado, que abriga todos os mecanismos da representação
democrática. Até parece parece que os financiadores de Marina — embora
magrinha, não vive de vento, tampouco as suas causas — estão nas
“bordas”, não, como de fato estão, no “centro”.
Mussolini
disse coisas parecidas nos primeiros anos de sua pregação. Aquele outro,
o do bigodinho, também! Essa é uma conversa, lamento dizer, que nasce
daquela religiosidade sem Deus e daquela política sem pólis, mas que
remete a todos os delírios fascistóides de uma sociedade sem mediação,
que, sob o pretexto de se organizar para a democracia direta, consegue
ser nada menos do que corporativista, autoritária, dominada por milícias
— ainda que milícias do pensamento, que se querem do bem. Se Marina um
dia se tornar presidente da República, vai governar com quê? Com os
Sovietes Verdes? Com as Corporações da Clorofila?
Nada mais do que a crença ignorante
Marina fez dia desses um evento para debater a sua “nova polícia”. Não
apareceu quase ninguém. Nem precisa. O que importa para ela é a “rede”;
são aqueles bobalhões a negar a necessidade de usinas hidrelétricas no
Brasil (”por que não eólica ou solar?”, indagava o rapaz, com aquele ar
propositivo e bucéfalo de quem só quer ajudar a humanidade…), a afirmar
que Belo Monte só alimenta o nosso egoísmo (a loura que quer carregar a
bateria do iPhone)…
Marina
perdeu o fôlego de excitação mística por muito pouco. Deveria, pra
começo de conversa, ler Freud e parar de falar besteira. Também não
custa fazer as devidas distinções entre o que se passa no Egito, em que
se assiste ao mal-estar da ditadura, e o que se viu na Espanha, em que
se assiste ao mal-estar da democracia. Pra ela, tanto faz. Esse discurso
da simplificação mobiliza, sim, milhares de pessoas — ao menos na rede —
que não estão dispostas a queimar a mufa para saber, afinal de contas,
que diabo se passa no mundo.
Quando
chamei atenção para o fato de que o alagamento de Belo Monte corresponde
a 0,019% da parte brasileira da floresta amazônica e a 0,017% da
floreta como um todo, alguns bobalhões resolveram se indignar: “Mas não é
melhor que mesmo isso fique lá, preservado?” Claro! Talvez jamais
devêssemos ter saído da caverna, não é? Talvez o erro ancestral tenha
sido a interdição do incesto, para lembrar Freud… Talvez a civilização
tenha sido um grande erro…
“Ah, está
dizendo que desenvolvimento não é compatível com a natureza!!!” Não! Ao
contrário: estou afirmando justamente a compatibilidade, ainda que seja
preciso sacrificar alguns pedaços de pau em nome do princípio da
realidade.
Quanto
àqueles artistas, vão procurar um roteiro melhor. Ou, então, deixem de
preguiça, desistam de influir no debate como celebridades e tentem se
informar, como cidadãos da pólis, a respeito dos temas sobre os quais
pontificam.
Os
interventores do DCE da USP perderam a vergonha na cara de vez! Como
vocês sabem, os golpistas suspenderam as eleições porque perceberam que
seriam derrotados pela chapa “Reação”, formada por alunos de verdade.
Sabem que a maioria silenciosa começa a se manifestar nas universidades
públicas. Os estudantes que estudam(!) estão com o saco cheio deles. A
UnB e a UFMG já se libertaram.
Realizou-se
ontem um Conselho de Centros Acadêmicos para formar a comissão que vai
comandar o DCE até que se realizem eleições, sabe-se lá quando. Eu já
havia comentado aqui
um textinho do tal PCO em que aqueles valentes “revolucionários”
defendem que se faça “qualquer coisa” para que a esquerda não seja
derrotada. “Qualquer coisa” implica mandar a lei às favas.
Pois bem! Os
extremistas da USP decidiram fazer o tal Conselho e simplesmente
vetaram a presença do Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), da FEA
(Faculdade de Economia e Administração) na tal comissão. É que o CAVC
não lhes parece “revolucionário” o bastante, entendem? Conforme o relato
que vocês lerão abaixo, o Fórum de Esquerda, que ainda está no comando
do XI de Agosto, centro acadêmico da Faculdade Direito, teve papel
decisivo na violência institucional. O que diria aquele professor
Safatle?
Que os
alunos da FEA jamais se esqueçam do golpe dentro do golpe. Se e quando
houver eleições, que a resposta seja dada nas urnas. Mas me parece que é
chegada a hora de começar a pensar com ainda mais liberdade e ousadia.
Por que as faculdades que rejeitam claramente esses lunáticos têm de se
subordinar a um DCE ilegítimo, que não as representam?
TALVEZ SEJA
CHEGADA A HORA DE CONVOCAR ALGUNS JURISTAS PARA DEBATER A POSSIBILIDADE
DE CRIAR UM NOVO DCE NA USP: O DOS ESTUDANTES QUE ESTUDAM! QUE OS
MALUCOS FIQUEM COM O VELHO, DISCUTINDO O SOCIALISMO NA RÚSSIA DE 1917!!!
Segue comunicação oficial do Centro Acadêmico Visconde de Cairu
UM DIA PARA SE LAMENTAR
Na tarde de
ontem, na Faculdade de Saúde Pública, ocorreu uma reunião do Conselho de
Centros Acadêmicos da Universidade de São Paulo. Entre os diversos
temas em pauta, debateu-se o adiamento das eleições do DCE e o futuro
dessa entidade.
O que se
notou, logo no começo desse encontro, era que havia um quórum histórico:
por uma série de razões, diversos Centros Acadêmicos dos campi do interior estavam presentes.
Também
passaram pelo CCA quase todos os Centros Acadêmicos da Escola da
Politécnica e, como sempre, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu. Os
debates, como de costume, se estenderam por algumas horas, e diversos
grupos tiveram espaço para levantar suas bandeiras. Após votação, porém,
definiu se que, a partir do dia 11 de dezembro - quando termina o
mandato da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes -, essa
entidade geral seria interinamente gerida por uma comissão de Centros
Acadêmicos eleitos pelo CCA. A discórdia surgiu, entretanto, no momento
em que a composição dessa comissão passou a ser debatida. A proposta
inicialmente aprovada - com oposição do CAVC - seria que a Comissão
Gestora fosse constituída nos moldes da Comissão Eleitoral. Em linhas
gerais, pois, o grupo que estaria à frente do DCE interinamente teria
pelo menos um representante de cada campus, um representante de
Centro Acadêmico da área de “Biológicas”, dois representantes de
Centros Acadêmicos da área de “Exatas” e dois dos Centros Acadêmicos da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. A FEA USP, por não se
encaixar em qualquer dessas categorias, estaria necessariamente fora
desse conjunto.
É bom,
porém, deixar algo claro: no encontro do Conselho de Centros Acadêmicos
realizado no dia 8 de outubro, no qual se constituiu a atual Comissão
Eleitoral, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu decidira não participar
da organização dessas eleições porque, naquele momento, o calendário de
votações do DCE coincidia com o período de troca de gestões dentro da
FEA-USP. Tendo sido adiado o pleito para o Diretório Central dos
Estudantes, contudo, esse impedimento não mais se fazia presente.
Com efeito,
sempre se pautando pela via do diálogo, da tolerância e do respeito às
instituições, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu expressou seu desejo
de estar representado na Comissão Gestora. Foi inesperado, entretanto,
quando um conjunto de Centros Acadêmicos levantou-se contra a
representação da FEA-USP. Afirmaram que não havia lugar para o CAVC na
gestão interina e acusaram-no de não estar comprometido com o Movimento
Estudantil - algo sabidamente inverídico. No último ano, o CAVC esteve
presente a todos os fóruns de reunião dos estudantes e, mesmo
discordando de certas pautas, nunca negou aos alunos da USP o direito de
defender seus interesses.
Após certa
pressão, o Conselho de Centros Acadêmicos passou a um processo de
votação no qual, inacreditavelmente, se configurou um empate: enquanto
doze Centros Acadêmicos defendiam a presença do alunos da FEA-USP na
gestão interina do Diretório Central do Estudantes, outras doze
entidades decidiram que nossa faculdade não era digna de participação.
Dado o impasse, veio a desagradável surpresa. O Centro Acadêmico XI de
Agosto, entidade com a qual o CAVC sempre teve a mais fraternal das
relações, decidiu alterar o voto que havia dado: se, antes, declarava
abstenção, agora se alinhava à intolerância.
Dessa
maneira, em um CCA já esvaziado, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu
foi ofendido. Só se pode lamentar que, exatamente quando é chegada a
hora do diálogo, uma porta seja fechada.
A FEA-USP, é
preciso lembrar, tem mais de três mil alunos. Da mesma forma, foi por
conta de uma tragédia que se abateu sobre a comunidade de nossa
faculdade que todo o debate sobre a segurança nos campi entrou
na ordem do dia. É triste constatar que, quando a discussão se tornava
mais frutífera, o Conselho de Centros Acadêmicos tenha decidido
regredir. No momento em que a busca por consensos se colocava como o
único caminho, o que se viu foi um abandono dos princípios democráticos
mais fundamentais. O CAVC sempre propôs a união do corpo discente.
Separados, os alunos da USP não chegarão a lugar algum. Calar um setor
dos estudantes é se descolar da base que se pretende representar; é
perder legitimidade.
A atual
Diretoria questiona, agora, se ainda vale a pena participar de um fórum
que a ela se fechou. Independentemente do que se decida, porém, o CAVC
segue e seguirá firme. Os alunos da FEA-USP sempre serão
bem-representados.
Centro Acadêmico Visconde de Cairu
Por Reinaldo Azevedo Tags: USP
Por Leandro Colon, no Estadão:
Em entrevista exclusiva ao Estado, o analista técnico
do Ministério das Cidades Higor Guerra confirmou, pela primeira vez, a
pressão que sofreu para adulterar o processo que trata da implantação
de sistema de transporte público em Cuiabá para a Copa do Mundo de
2014. Ele disse que a operação fraudulenta começou após o Ministério
Público de Mato Grosso pedir os documentos e a Controladoria-Geral da
União (CGU) emitir parecer contrário à obra. “Sim, houve uma fraude”,
disse ele na conversa gravada.
O funcionário também entregou à reportagem o depoimento que prestou
na sexta-feira ao Ministério Público Federal. Ele deu detalhes da
operação - revelada pelo Estado na quinta-feira - que
escondeu sua nota técnica de 8 de agosto, de número 123/2011, contrária
ao projeto de R$ 1,2 bilhão para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT),
que substituiu o BRT (linha rápida de ônibus). O projeto do BRT custava
R$ 489 milhões. A fraude foi feita para cumprir o acordo político do
governo federal com o governo de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), a
favor do VLT.
Segundo
Higor Guerra, no dia 29 de junho, numa reunião com integrantes do
governo de Mato Grosso, os técnicos estaduais “reconheceram que não
tinham conhecimento técnico sobre o projeto de VLT, e que a decisão de
sua implantação havia sido política”. A gerente de projetos do
ministério, Cristina Soja, no entanto, disse a ele que “a posição do
órgão (ministério) tinha que estar em sintonia com a decisão do
governo”. Higor afirmou que o cronograma do VLT era “falho”, “pois
previa várias fases sendo realizadas ao mesmo tempo de forma incorreta”.
O analista entregou ao Ministério Público Federal 200 páginas e nove anexos sobre o caso.
Ele disse
acreditar que a fraude ocorreu no dia 26 de outubro, quando descobriu
uma “alteração” na “pasta de rede” em que são guardados esses
documentos, incluindo sua nota técnica. No dia seguinte, o Ministério
das Cidades providenciou o envio dos papéis para o Ministério Público de
Mato Grosso, com a nota técnica fraudada, agora a favor do VLT, data
retroativa a 8 de setembro e o mesmo número 123/2011. Gravação revelada
na quinta-feira pelo Estado mostra a diretora de
Mobilidade Urbana, Luiza Vianna, admitindo que a estratégia era enganar o
Ministério Público de Mato Grosso.
Higor Guerra
responsabilizou Luiza pela manobra. “Ela retirou um documento aprovado
por ela e que já estava autuado no processo e tramitava havia bastante
tempo. Ela retirou e inseriu nova nota técnica e creio que isso não é
um procedimento regular.” Em reunião na segunda-feira com assessores,
Luiza disse que agiu a mando do chefe de gabinete do ministro Mário
Negromonte, Cássio Peixoto.
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Mário Negromonte, Ministério das Cidades
Por José Nêumanne, no Estadão:
O livro Estado de Direito e Jurisdição Constitucional 2002-2010, do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, publicado pela
Editora Saraiva em parceria com o Instituto Brasiliense de Direito
Público (IDP), relata um momento de capital importância para a cidadania
no Brasil de hoje. Trata-se de um cartapácio de 1.451 páginas,
impresso em papel bíblia em formato 16/23, a R$ 160, e não pode ser
lido como uma peça de ficção nem um manual de autoajuda. Aliás, autor e
editores não devem sequer esperar que o volume seja lido do começo ao
fim, como qualquer outro livro. É tipicamente um compêndio de consultas
e foi feito para que o leitor tenha acesso a julgamentos relevantes
feitos no STF nos oito anos que abarca. A vantagem é que o texto não
foi lavrado em “juridiquês”, idioleto que dificulta sua compreensão,
mas na velha flor do Lácio que Camões engendrou.
Com clareza e
erudição, Gilmar Mendes expôs no livro as posições que tomou em nome
de conceitos fundamentais à sobrevivência do Estado Democrático de
Direito, mesmo pondo a cara para bater em temas de pouco agrado e até
de desagrado total da maioria, motivando, por isso, ondas de protestos
de seus críticos. A obra é enciclopédica, ao abordar temas como os
riscos da instalação de um Estado policial pela intromissão da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) em investigações da PF, crimes
ambientais, liberdade de imprensa e profissão de jornalista, moralidade
administrativa e nepotismo, demarcação de terras indígenas, Plano
Bresser, trabalho escravo, célula-tronco, renúncia de mandato
parlamentar e sucessão pelo suplente, papel do Senado Federal, Estatuto
da Criança e do Adolescente, foro especial por prerrogativa de função,
liberdade de expressão e crime de racismo, direito à saúde, abuso no
uso de algemas e exposição vexatória do preso, suspeito ou não, além
das Operações Castelo de Areia, Navalha, Furacão e Satiagraha.
A democracia
foi uma dura conquista do povo brasileiro depois de conviver anos com o
arbítrio de uma ditadura militar e tecnocrática e convivido com a
demagogia do populismo nos interregnos democráticos de uma história
republicana em que o arbítrio foi a regra e a liberdade, exceção. O
desmoronamento da ditadura e a instalação de um Estado Democrático de
Direito digno dessa denominação, contudo, levaram à ilusão de que esse
passado não voltaria. Mas os agentes do Estado, mesmo sob a vigência
das liberdades políticas, buscam sempre impor uma espécie de arbítrio
oculto na tentativa permanente de reduzir os direitos do indivíduo em
detalhes de aparente insignificância no dia a dia. A manutenção da
democracia pelo respeito aos direitos soberanos do cidadão é tão
difícil quanto a derrubada da ditadura e o livro de Mendes esmiúça os
bastidores destes conflitos permanentes neste nosso período de
transição.
Trata-se,
portanto, de um relato histórico de dentro e do alto da resistência do
Estado Democrático de Direito às sedutoras investidas do absolutismo e
da “democratice” demagógica. No texto, fluente apesar de embasado em
profundo conhecimento da técnica jurídica, o cidadão comum - e não
apenas os profissionais do Direito, para os quais sua leitura é
indispensável, e historiadores e sociólogos, pelo que contém de
informação séria -, reconhecerá a guerra renhida travada diariamente
para que os direitos que conquistou sejam mantidos e respeitados.
(…)
Por Reinaldo Azevedo
Pois
é… A presidente Dilma Rousseff decidiu esconder Carlos Lupi debaixo do
tapete, fazendo mau uso da vassoura. O previsto é que o homem fique ao
menos até a reforma ministerial de janeiro. Raramente Brasília assistiu a
um espetáculo tão patético como a sucessão de mentiras em que o
ministro foi flagrado. Agora, as coisas se complicam um tantinho mais —
para Lupi, claro!, mas também para Dilma e, ora vejam, para Luiz Inácio
Lula da Silva. A acusação não parte de um “inimigo do governo”. Ao
contrário. Quem sustenta que a turma de Lupi cobra propina para
reconhecer sindicato é um… sindicalista ligado ao PT! Acusação feita
agora, só para tentar tomar o ministério do PDT? Pois é, não!
Isso que
vocês vêem abaixo são fragmentos de um documento que o mecânico Irmar
Silva Batista enviou à presidente Dilma Rousseff em fevereiro deste ano
denunciado o achaque. Lula também foi advertido quando presidente.
Leiam trecho da reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.
(…)
Descobre-se agora que o governo foi advertido sobre as traficâncias no
ministério muito antes de eclodir o primeiro escândalo. Há nove meses,
sindicalistas ligados ao PT alertaram o Palácio do Planalto sobre a
existência de um esquema de extorsão envolvendo assessores da confiança
do ministro [Carlos Lupi]. Um esquema que tinha como vítimas não apenas
as ONGs, como revelado por VEJA há um mês, mas também os sindicatos.
Essa nova face da máquina clandestina operada pela cúpula do PDT
funcionava de uma forma bem simples: no Ministério do Trabalho, registro
sindical era concedido mediante o pagamento de propina. O mecânico
Irmar Silva Batista foi uma das vítimas dessa engrenagem. No papel, ele
conseguiu criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de
Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo (Sirvesp).
Irmar garante ter apresentado toda a documentação necessária para
transformar o sindicato em realidade. Depois de registrar o CNPJ na
Receita Federal, bateu à porta do ministério para concluir o processo.
Foi
justamente aí que esbarrou em dificuldades. Ele descobriu que o processo
de registro estava à margem da lei. Para ter prosseguimento, precisava
ser acompanhado do pagamento de pedágio. Em 2008, Irmar foi tratar do
assunto com o então secretário de Relações do Trabalho do ministério,
Luiz Antonio de Medeiros, um dos fundadores da Força Sindical, entidade
intimamente ligada ao PDT. Antes que a conversa ganhasse corpo, Medeiros
o levou à sala do assessor Eudes Carneiro. O Medeiros disse o seguinte:
‘Irmar, o que o Eudes acertar está acertado’.”
Era o
prenúncio do achaque. O mecânico conta que estranhou o comportamento de
Eudes. “Ele pediu que a gente desligasse os celulares.” Era a iminência
do achaque. Em seguida, ele pediu 1 milhão de reais para liberar o
registro do sindicato.”
(…)
Leia a íntegra na reportagem da revista impressa. VEJA traz também uma entrevista com Irmar, de que reproduzo um trecho:
(…)
O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único.
Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer.
Há outros sindicatos que também foram vítimas disso, que aceitaram
pagar propina.
O senhor denunciou a mais alguém a corrupção no ministério?
Na época eu mandei carta para o presidente Lula. Mandei agora para a
presidente Dilma, mandei para a Advocacia-Geral da União. Avisei o
governo em fevereiro. Falei para todos que um dia a casa ia cair no
ministério.
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Carlos Lupi, Ministério do Trabalho
Por Andreza Matais e Fernando Mello, na Folha:
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara
dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de
pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a
junho de 2006. No período, ele exercia atividades partidárias, como
vice e presidente da sigla. A Folha ouviu assessores,
deputados e ex-deputados do PDT. Os funcionários do partido em
Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi
não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a
tarefas partidárias.
Os
parlamentares, entre eles ex-líderes da bancada do partido, disseram
que nunca tinham ouvido falar que o hoje ministro fora contratado pela
Câmara nesse período. Lupi ocupava um CNE (Cargo de Natureza Especial) e
recebia o maior salário pago a um assessor da sigla. Um cargo igual a
esse paga hoje em dia R$ 12 mil por mês, o que daria R$ 864 mil no
período em que Lupi ocupou a vaga.
As normas da
Câmara dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções
técnicas de auxílio administrativo e precisam trabalhar nos gabinetes
em Brasília. Até 2007, as regras diziam que esses funcionários deviam
ser “encontrados” em Brasília. Uma nova norma baixada nesse ano proibiu
expressamente que eles trabalhassem nos Estados. Lupi admite que morou
no Rio entre 2000 e 2006.
Alvo de
acusações de irregularidades no Ministério do Trabalho e nome certo
para deixar o governo Dilma Rousseff até janeiro, Lupi não faz
referência ao cargo ocupado na Câmara nas biografias que publicou no
site oficial do ministério e na página do PDT. Ele também não se
licenciou do cargo quando decidiu concorrer ao Senado, em 2002. Apesar
de a lei complementar 64/90 obrigar o afastamento três meses antes do
pleito, a seção de recursos humanos da Câmara disse que Lupi não pediu
licença.
“O Lupi não
tinha expediente [na liderança]. Ficava no Rio ou na sede do partido”,
disse o ex-deputado Severiano Alves, líder da bancada do PDT em 2005 e
2006. “Ele ficava, geralmente, três dias em Brasília e o restante, no
Rio. Quando estava em Brasília, ficava mais na sede do partido. Na
liderança, passava muito rapidamente”, complementou Alves, que hoje
está no PMDB. “Eu sei que foi funcionário do Senado. Na Câmara, não
tenho certeza”, afirmou o deputado Bala Rocha (AP), pedetista desde 93.
Lupi foi assessor no Senado de 97 a 99.
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Carlos Lupi, Ministério do Trabalho
Por Lourival Sant’Anna, no Estadão:
Além da frustração causada pelas concessões da junta militar e da volta
do ambiente revolucionário na Praça Tahrir, outro aspecto que lembra
os acontecimentos de janeiro e fevereiro no Cairo são os ataques a
jornalistas. Desde quarta-feira, eles já somam ao menos três. No caso
de duas mulheres, além do espancamento, houve agressões sexuais,
segundo seus relatos.
O fotógrafo
espanhol Guillermo Valle contou ao Estado que na quarta-feira foi
puxado pelos braços por vários homens à paisana numa rua adjacente à
Praça Tahrir até um cordão policial. Policiais fardados o espancaram,
tomaram todo o seu dinheiro e equipamento fotográfico e o colocaram num
caminhão, em que havia cerca de 50 egípcios detidos. Depois de rodarem
durante 3 horas, soltaram o fotógrafo, mantendo os outros presos.
Agressões
sexuais. A repórter francesa Caroline Sinz, da rede de TV France 3,
contou que ela e seu cinegrafista foram agarrados na quinta-feira por
adolescentes de 14 a 16 anos de idade na Praça Tahrir e separados um do
outro. Ela disse que os rapazes a esmurraram, arrancaram suas roupas,
incluindo as de baixo, e a agrediram sexualmente, “na frente de todos e
em plena luz do dia”.
Na madrugada
de quinta-feira, a jornalista egípcia de origem americana Mona
el-Tahawy, de 44 anos, foi presa na linha de frente do confronto entre
manifestantes e a polícia nos arredores do Ministério do Interior,
antes que começasse a vigorar uma trégua às 6 horas da manhã daquele
dia. Ela disse que os policiais a golpearam com cassetetes, quebrando
seu braço esquerdo e sua mão direita. Mona contou que os policiais
agarraram seus seios e colocaram as mãos entre as suas pernas.
Dois
problemas históricos da sociedade egípcia se misturam nesses
incidentes: as frequentes agressões sexuais contra mulheres e a falta de
liberdade de imprensa.
“O controle
sobre a imprensa continua igual ao que era antes da revolução”, disse
ao Estado o jornalista Sami Shehata, diretor de um canal de TV estatal.
“Só existe liberdade para servir aos interesses dos militares. Não há
revolução sem bons meios de comunicação.”
Por Reinaldo Azevedo Tags: Egito
Por Emanuel Alencar, no Globo:
A dona de casa Maria das Graças Ferreira, de 49 anos, e o vigia Joseval
Martins Ferreira, de 54, vivem numa casa de dois quartos, a poucos
metros de onde, há um ano e oito meses, quatro pessoas morreram
soterradas. Dizem ter a exata noção do perigo de morar num local de
altíssimo risco de deslizamento. Mas argumentam que, sem alternativa,
não pretendem deixar o Morro da Chacrinha, na Tijuca, que integra o
Complexo do Turano, área pacificada desde setembro de 2010. A situação
do casal é a mesma de 1.345 famílias de nove favelas que têm 100% de
seus domicílios em área de alta probabilidade de desmoronamento. Quase
um ano depois do diagnóstico feito pela GEO-RIO, a prefeitura informa
que apenas 200 famílias - todas na Chacrinha - foram reassentadas, o que
representa 14,8% do total.
A prefeitura
diz que ainda não concluiu os estudos que apontarão se reassentará
todas essas pessoas ou se vai optar por obras de contenção de encostas.
Além da Chacrinha, que ainda teria 110 casas em situação de perigo,
outras comunidades, como a Favela da Matinha, vizinha à Rocinha, vivem
drama semelhante.
No
levantamento, feito em dezembro de 2010 pela GEO-RIO, completam a lista o
Sítio do Pai João, no Itanhangá (340 casas em situação de extremo
perigo); o Morro da Cotia, no Lins (210); a Travessa Antonina, na Praça
Seca (175); o Morro da Bacia, no Engenho Novo (120); o Morro do Rato,
no Estácio (65); a Rua Mira, em Olaria (75) e o Morro do Bananal, na
Tijuca (30).
Só cinco das nove favelas têm sirenes
Às vésperas do período das fortes chuvas, obras de contenção de
encostas nessas comunidades não estão descartadas. Mas, até o momento,
cinco dessas favelas - Pai João, Chacrinha, Cotia, Travessa Antonina e
Bacia - só estão dotadas de sistemas de alerta de chuvas. Sirenes soam
quando há possibilidade de temporais. As outras quatro devem receber o
sistema em 2012, de acordo com a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do
município.
Morador da
Chacrinha, o gari Gustavo dos Santos, de 38 anos, diz que ainda não foi
notificado pela prefeitura sobre a necessidade deixar sua casa,
erguida em área de risco. “Até hoje não me procuraram. Até fizeram
algumas obras de contenção de encostas, mas muito pouco em relação ao
tamanho do problema. Eles demoliram umas dez casas”, conta o
pernambucano, que mora com os dois filhos e a mulher numa casa que está
sendo ampliada. “O tempo vira e eu já fico apreensivo. Sei dos riscos e
toparia sair. Mas querer nos mandar para Campo Grande é brincadeira.”
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Rio
Por Marcelo Godoy, no Estadão:
A Justiça sequestrou os bens do prefeito Gilberto Kassab (PSD), do
secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV),
de 13 empresários e de seis empresas. A decisão foi tomada na ação
civil proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) em razão de
supostas fraudes no contrato da Controlar, responsável pela inspeção
veicular em São Paulo, com a Prefeitura. Trata-se do mais duro golpe
judicial sofrido por Kassab desde que assumiu o cargo, em 2006.
O juiz
decidiu manter a inspeção veicular e fazer uma nova licitação em 90
dias para escolha de outra empresa. Enquanto isso, os donos de veículos
continuam obrigados a fazer o teste de seus carros. O MPE queria a
suspensão imediata da inspeção por causa de ilegalidades, fraudes e
irregularidades no contrato. A decisão liminar de ontem é do juiz
Domingos de Siqueira Frascino, da 11.ª Vara da Fazenda Pública.
Ele
considerou desnecessário afastar Kassab do cargo, como pedia a
Promotoria, porque a ação do MPE tem por base documentos que já foram
recolhidos em profusão na investigação dos promotores Roberto Almeida
Costa e Marcelo Daneluzzi, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público
e Social. Assim, a permanência de Kassab não traria prejuízo ao
processo.
Ao mesmo
tempo, porém, o juiz determinou o bloqueio dos bens de todos os réus
até o valor da causa para salvaguardar o pagamento dos supostos
prejuízos aos cofres públicos e aos donos de veículos em São Paulo. O
MPE deu à causa o valor de R$ 1,1 bilhão. Ele quer que a Prefeitura
devolva os R$ 54 milhões arrecadados com as multas e os R$ 420 milhões
pagos pelos motoristas como taxa de inspeção - o restante serviria para
indenizar a Prefeitura e os motoristas por danos morais e materiais.
Além de
Kassab e de Eduardo Jorge, tiveram os bens bloqueados os empresários
Carlos Seabra Suarez e sua mulher, Abigail Suarez, donos da CS
Participações. Eles eram proprietários da Controlar, cujo controle foi
repassado à CCR por R$ 173,7 milhões em 2009, pouco depois da reeleição
de Kassab.
Indignado
Por Felipe Frazão, no Estadão:
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), disse na
quinta-feira, 24, estar “indignado” com as acusações de fraude no
contrato com a Controlar, empresa responsável pela inspeção veicular
ambiental na capital. Ao comentar a decisão da Justiça de sequestro de
seus bens e de outros citados na ação do Ministério Público Estadual -
como o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge,
e outras 15 pessoas -, ele disse que na segunda-feira vai “ver
direitinho como fazer os recursos”.
“Estou muito
tranquilo e indignado com algumas manifestações do promotor que são
descabidas, segundo informações que me chegaram”, disse ao Estado de
Londres, Inglaterra, onde faz viagem de férias e visita as instalações
das Olimpíadas de 2012.
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Gilberto Kassab
Da Agência EFE, no Estadão Online:
O presidente do Supremo Conselho das Forças Armadas, a junta militar
que governa interinamente o Egito, Hussein Tantawi, aprovou nesta
sexta-feira, 25, um decreto que modifica o calendário eleitoral para
que haja mais dias para a votação no país. A decisão, porém, não altera
o início do pleito parlamentar, marcado para a próxima segunda-feira.
Segundo a agência estatal de notícias Mena, os egípcios terão mais
dois dias para votar em cada uma das três fases nas quais as eleições
serão realizadas. Assim, o primeiro turno da primeira fase acontecerá em
províncias como Cairo e Alexandria na próxima segunda-feira, dia 28, e
na terça, dia 29, enquanto o segundo turno ocorrerá nos dias 5 e 6 de
dezembro.
A segunda
fase, que será realizada em províncias como Guiza (próximo ao Cairo) e
Assuã (sul), será realizada nos dias 14 e 15 de dezembro, e 21 e 22 de
dezembro. Finalmente, a terceira rodada acontecerá em locais como Minya
(centro) e a Península do Sinai nos dias 3 e 4 de janeiro, sendo o
segundo turno uma semana mais tarde.
Analistas e
ativistas haviam denunciado que, dado o tamanho da população egípcia -
mais de 80 milhões de pessoas - seria impossível que todo o mundo
votasse em um só dia.
Dois terços
das 498 cadeiras da Assembleia Popular serão eleitos em listas fechadas
reservadas aos mais de 50 partidos políticos, enquanto os demais serão
escolhidos em listas abertas de candidatos individuais, que podem ser
filiados a partidos ou concorrer como independentes.
No caso das
candidaturas individuais, haverá dois turnos para decidir quem fica com
a cadeira, para o caso de que os candidatos não tenham conseguido mais
de 50% dos votos na primeira rodada.
Por Reinaldo Azevedo Tags: Egito
Que preguiça!
O ministro
das Cidades, Mário Negromonte, cuja pasta está atolada em
irregularidades, descobriu qual é a origem do problema: a imprensa. Mas
não uma imprensa qualquer: ele acusa, em particular, a do Sul, que teria
preconceito contra nordestinos e… mulheres! Segundo Negromonte, ao
apontar irregularidades na sua pasta, o jornalismo está tentando
atingir, ora vejam, o governo Dilma.
É verdade!
Vejam bem: a imprensa pega no pé de Negromonte só porque ele é baiano;
já Antonio Palocci, Wagner Rossi e Carlos Lupi entraram na mira porque
são paulistas; Alfredo Nascimento, porque amazonense, e Pedro Novais,
porque maranhense. Entenderam?
É isto! No
placar do preconceito, pelo visto, a imprensa do Sudeste não gosta mesmo
é de São Paulo, né? Leiam trecho do texto publicado na VEJA Online:
*
Envolvido em denúncias de fraude na alteração do projeto de mobilidade
urbana de Cuiabá, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), disse
nesta sexta-feira, em Salvador, ser vítima de “fogo amigo” dentro do
governo e acusou a imprensa de ser preconceituosa com mulheres e
nordestinos. “Identifico fogo amigo, claro que sim! Partidos da base
aliada e o próprio PP nacional - não da Bahia - têm interesse no
Ministério”, acusou. “As denúncias surgem porque o Ministério é
importante. A gente toma conta de diversos programas, como o Minha Casa,
Minha Vida, de 170 bilhões de reais, o de saneamento básico, de 50
bilhões de reais, o de mobilidade urbana, de 30 bilhões de reais. E a
gente contraria muitos interesses. Aqui e acolá tem meia dúzia de
insatisfeitos na bancada, é normal”.
O ministro
participou durante a manhã de um evento no qual foi anunciada a
construção de imóveis da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha
Vida. Durante a solenidade de lançamento da segunda etapa do programa,
Negromonte chorou depois de receber mensagens de apoio nos discursos do
presidente da Assembleia baiana, Marcelo Nilo (PDT), e do presidente da
União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT). O ministro se
emocionou ao cumprimentar Nilo em seu discurso. “Quero dizer que você é
um grande amigo”, disse, antes de perder a voz. “Obrigado pela
solidariedade. Fique certo que eu jamais irei decepcionar os amigos, o
povo da Bahia ou meus familiares”.
Deputado
eleito pela Bahia, Negromonte acusou a “imprensa do sul” de ser
preconceituosa. “As denúncias vêm de parte da imprensa, insatisfeita com
o governo federal, interessada em enfraquecer a presidente Dilma
Rousseff”, afirmou. “É uma mulher e existe discriminação. Existe
discriminação com o nordestino também. Fizeram uma ilação com a Festa do
Bode (Negromonte é acusado de tráfico de influência para ajudar a
financiar o evento). Se fosse a Festa da Uva ou da Maçã, certamente
ninguém faria discriminação. Mas como é Festa do Bode, coisa de
nordestino, e o ministro é nordestino, tome cacetada”.
Sindicância -
Sobre a possibilidade de exonerar auxiliares, o ministro disse ter
instaurado uma sindicância para “apurar eventuais irregularidades” e ter
avisado a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público.
“Disponibilizei toda a documentação original”, disse. “Mas não vou
culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apontar se houve erro e
não vou passar a mão na cabeça de ninguém”.
(…)
Por Reinaldo Azevedo Tags: Mário Negromonte, Ministério das Cidades
Ah, meu Jesus Cristinho!
Eu não tinha
me dado conta, mas agora vejo. Enviam-me aqui um texto já meio antigo,
do dia 14, publicado no Estadão Online, sobre a intervenção da americana
Daryl Hannah no SWU. Ela é uma das atrizes que têm o que dizer sobre o
Código Florestal brasileiro e, obviamente, sobre Belo Monte.
Agora
entendi em quem se inspirou a especialista Letícia Sabatella quando
afirmou que hidrelétrica seria energia limpa se fosse no deserto”… Foi
em Daryl. Ao Estadão, ela deu uma declaração fabulosa. Leiam:
“Ouvi sobre a proposta de alterar a lei ambiental [brasileira],
e é assustadora. Sei que é difícil pensar no longo prazo, mas você não
precisa ser um neurocirurgião para perceber que não é esperto cortar as
árvores da floresta. Precisamos valorizar a floresta apropriadamente”.
Como diria o pensador peripatético Gabriel Chalita, “não entendi nada, mas adorei”.
Por que um
neurocirurgião seria especialmente habilitado para falar sobre
florestas, eis um desses mistérios que vão assombrar a humanidade por
muitos séculos. Enigma de igual complexidade, só o de Sabatella. Tivesse
eu sabido disso antes, teria acionado meu querido doutor Marcos
Stavale, que já viu minha cabeça por dentro (ele ficou assombrado, mas
mais não digo por modéstia, rá, rá, rá…), para indagar: “Marcos, é
esperto cortar árvores da floresta?” Imagino a sua surpresa: “Xiii, devo
ter feito uma lobotomia no Reinaldo sem querer…”
A turma do
tal movimento Gota d’Água, aqueles artistas que acham que o Brasil
precisa de energia só para ver a novela das nove e para carregar a
bateria do iPhone, dá com destaque em sua página a intervenção de Danyl…
Eu, hein… Faz sentido!
Ainda lembro dessa moça dando umas piruetas em Blad Runner. Mexia com os meus melhores instintos. Agora a vejo num vídeo tartamudeando ignorâncias. Vida dura!
Digo e
repito: acho que atores até podem dizer o próprio texto se não puderem
recitar Shakespeare… Mas custa ter um mínimo de bom senso? Ou consultar
um neurocirurgião?
Daryl, de meião, if you know..., em Blade Runner. Quero a minha andróide de volta!!!
Por Reinaldo Azevedo Tags: Belo Monte, Daryl Hannah
Reproduzo um trecho de uma reportagem da VEJA Online, que trata da atuação de Rui Falcão, presidente do PT, no tal seminário sobre mídia. Leiam (em vermelho):
O presidente
nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, fingiu fazer um mea-culpa
pelas declarações de companheiros de partido que voltaram à carga
contra a imprensa em um seminário do partido para discutir um marco
regulatório para as comunicações, nesta sexta-feira, em São Paulo.
“Assim como a imprensa critica e é direito dela, ela também pode ser
objeto de crítica”, disse Rui Falcão. E seguiu representando o papel de
bom moço, que evitava atacar os meios de comunicação: “Nosso papel não é
ficar julgando a imprensa”.
Questionado se o PT desistiu de controlar a imprensa por meio de uma tal
“sociedade civil”, Falcão reagiu: “Não queremos controlar ninguém.
Queremos mais participação, para que a população também possa produzir
essa informação. Não há uma palavra em nossas resoluções que aponte na
direção do controle.” Em um caderno distribuído aos participantes do
evento, não constam mecanismos de controle, mas há referência vaga à
participação social na elaboração de políticas de comunicação.
O documento defende ainda o fortalecimento da cultura brasileira e da
indústria nacional criativa. E aí Falcão mostrou seu objetivo: suavizar o
termo “controle”, substituindo-o por “proteção”. “Onde não existe
regulação, quem domina é o mercado; e o mercado é a lei da selva”, disse
Falcão. “Temos que proteger a imprensa nacional.”
Voltei
Que coisa mais fofa! Agora entendi por que Falcão quer proteger
as rolinhas… Ele acha que o mercado é a lei da selva. Ainda bem que
existe o PT pra cuidar da gente!
— Nooosssa, Tio Falcão, por que essas unhas tããão graaandes?”
— Pra te proteger do capitalismo selvagem, patinho!
— Nooossa, Tio Falcão, por que essa cara tããão brava?
— Pra te proteger da concorrência desleal, patinho!
— Nooossa, Tio Falcão, por que esse bico ‘vorteado’ que nem gavião?
— É pra te comer, pato burro!
Por Reinaldo Azevedo Tags: liberdade de imprensa, Rui Falcão
O deputado cassado por corrupção José Dirceu, “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República — não
sei se vocês notam que passei a usar um tom mais conciliador com o
rapaz que se esgueira em quartos de hotel, como fazem certas
profissionais remuneradas, de apelo verdadeiramente bíblico —,
foi a grande estrela de uma seminário promovido pelo PT para defender a
“regulamentação da mídia”. Eles adoram este nome: “mídia”. Faz supor que
exista um grupo de pessoas que fica conspirando contra os interesses do
povo. E “povo”, como vocês sabem, é coisa para Zé Dirceu. É por isso
que, em vez de atuar como lobista de multinacionais e de alguns outros
potentados que querem mamar nas tetas do estado, este revolucionário
está organizando as massas ora na periferia de São Paulo, ora no
interior do Maranhão… Sobre Che Guevara, o Porco Fedorento, diga-se ao
menos que tinha coragem física, né? Dirceu? Nem isso! Sempre esperou que
outros corressem risco por ele… Mas vamos seguir.
A VEJA Online traz dois excelentes textos sobre o seminário, de Carolina Freitas (aqui e aqui). Na sua exposição, o chefe de quadrilha afirmou:
“Os proprietários de veículos de comunicação são contra nós do PT.
Fazem campanha noite e dia contra nós. Só lamento que não haja jornal de
esquerda, que seja a favor do governo.” Todo mundo sabe que há
hoje uma corja na imprensa financiada com dinheiro público, inclusive de
estatais, para, como direi?, “falar bem” do PT, em especial quando o
partido não merece.
Dirceu é
obcecado pelo tema. E também pela imprensa. Tão obcecado que, em seu
raio de atuação como “consultor de empresas privadas”, estão alguns
jornais. Ele é apontado no mercado como “o” homem, no Brasil, do grupo
português Ongoing, que já é dono dos jornais “Brasil Econômico”, do qual
o “chefe de quadrilha” é colunista, “O Dia”, “Meia Hora” e “Marca”. O
grupo busca um jeito de investir em TV.
Qual é o
truque? A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que edita esses
jornais, tem 70,1% de seu capital em nome de Maria Alexandra de Almeida
Vasconcellos, brasileira, mas casada com Nuno Vasconcellos, presidente
do Ongoing, dona dos outros 29,9%. Em Portugal, dá-se como certo que é o
grupo que comanda esses veículos por aqui. No meio político, o “Brasil
Econômico” é chamado “aquele jornal do Dirceu”. Evanise Santos, namorada
do réu, é diretora de marketing institucional da Ejesa. O Ministério
Público Federal de São Paulo abriu investigação para apurar a atuação do
grupo português no Brasil.
Dirceu e os
petistas defendem o que chamam “regulamentação”, como se não houvesse
lei nenhuma no Brasil. E há. Uma delas é justamente a que proíbe que
estrangeiros sejam donos de veículos de comunicação.
É
PRECISO REGULAMENTAR AS RELAÇÕES DE JOSÉ DIRCEU COM A MÍDIA,
ESPECIALMENTE NO CAPÍTULO QUE TRATA DA POSSE DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO POR
ESTRANGEIROS.
Por Reinaldo Azevedo Tags: José Dirceu, Ongoing
O
PCO é uma das seitas de extrema esquerda que infernizam a vida da
Universidade de São Paulo. Trata-se de um partido tão expressivo, mas
tão expressivo!, que obteve nas eleições presidenciais de 2010 a
fabulosa soma de 12.206 votos!!! Para vocês terem uma idéia, este blog
tem de leitores, POR DIA, mais de dez vezes o número de eleitores do…
PCO!!!
Prestem bem
atenção! 12.206 votos! Para um partido ser criado, a legislação atual
exige que o requerimento de registro seja assinado por, no mínimo, 101
fundadores, com domicílio eleitoral em pelo menos nove estados
brasileiros. Além disso, é preciso o apoio de 0,5% dos eleitores,
considerado o total de votos válidos da última eleição para a Câmara,
distribuídos por um terço dos estados. Vocês lembram a encheção de saco
que foi a criação do PSD, que já nasceu como o terceiro partido na
Câmara. Havia gente querendo conferir nome por nome da lista… Já o PCO,
que não tem um só parlamentar, que recebeu pouco mais de 12 mil votos na
disputa presidencial — insuficientes para eleger vereador em cidades de
médio porte —, é, no entanto, um partido que nunca teve a legalidade
questionada, com acesso ao fundo partidário, garantido pelo estado
burguês com o qual a sigla promete acabar…
Ai, ai…
Pois é! O PCO está entre os golpistas da USP.
Enviam-me um texto desta seita que traz algumas preciosidades como esta:
“Um fato
absurdo, intolerável, precisa ser amplamente discutido e esclarecido
entre os estudantes que estão lutando contra a Polícia na USP, os
processos contra estudantes e funcionários e a ditadura do
reitor-interventor João Grandino Rodas. Trata-se do fato de que a
direita está tentando se infiltrar no movimento estudantil por meio de
uma cobertura pseudo-democrática, a chapa Reação, lançada para as
eleições do DCE”
Entenderam?
A chapa “Reação”, que se inscreveu para disputar eleições, como qualquer
outra, segundo o PCO, deve ser proibida de participar do pleito. Ele
seria um assunto privado, a ser decidido só entre esquerdistas. E o que
dizer da estupidez de chamar o reitor de “interventor”. ELE ESTÁ SEGUNDO
AS REGRAS DO ESTADO DE DIREITO. Interventora é a atual direção do DCE,
que prorrogou o próprio mandato.
Num outro
trecho do texto, o PCO afirma que a possibilidade de a chapa “Reação”
vencer é “uma operação para destruir o DCE Livre da USP”, o que, segundo
eles, “deve ser impedida por todos os meios necessários pelos
estudantes”.
Como é que é?
“Todos os meios necessários?” Também os armados? O PCO está achando que
já liderou e já venceu a revolução e, por isso, pode impor a sua
vontade?
Eis aí,
maioria silenciosa da USP! Um partido que obtém menos de 0,01% dos votos
na eleição presidencial, que não elegeria vereador em Xiririca do Mato
Dentro, que vive do que consegue amealhar do Fundo Partidário (o nosso
dinheiro), que é desconhecido dos brasileiros, acredita que pode impor a
sua vontade na universidade e impedir os estudantes de realizar
eleições.
Por quê?
Porque, a exemplo do que já viu na UnB e na UFMG, os estudantes de
verdade estão com o saco cheio de seus seqüestradores e decidiram se
libertar.
Quem quer impedir, “por todos os meios”, que a lei se cumpra precisa é de polícia, não de política.
Por Reinaldo Azevedo Tags: PCO, USP
A
Universidade de Brasília já se libertou. Agora chegou a vez da
Universidade Federal de Minas Gerais. Pela primeira vez na história, uma
chapa formada por não-esquerdistas, por “estudantes que realmente
estudam”, venceu a eleição para o DCE. A “Onda” derrotou cinco chapas
esquerdistas, todas elas meras procuradoras de partidos de esquerda: Há
Quem Sambe Diferente, Reinventar, Tempos Modernos e a Voz Ativa.
É por isso que a esquerdalha está com medo. Na USP, deu um golpe para evitar a derrota certa para a chapa “Reação”.
O movimento
contra a partidarização dos DCEs ganha corpo no Brasil inteiro. A
maioria silenciosa está com o saco cheio de ser massa de manobra desses
radicalóides do sucrilho e do toddynho, cujo furor revolucionário é
financiado pela conta bancária de pais abastados.
“Estudantes que estudam” de todo o Brasil, uni-vos! É possível derrotá-los!
Thomas Renatus Fendel Rio Negro - PR
Óh Reinaldo...
Não existe crendice boa... nem religião... É tudo invenção humana... Abra o olho.