Certo tipo de defesa da natureza é a expressão do fascismo pós-moderno. Ou: A gota d’água e o oceano da ignorância convicta

Publicado em 27/11/2011 15:21

Certo tipo de defesa da natureza é a expressão do fascismo pós-moderno. Ou: A gota d’água e o oceano da ignorância convicta

O que levou aqueles atores da TV Globo a estrelar aquele vídeo patético sobre Belo Monte, articulando bobagens constrangedoras e mentiras deslavadas, ancorados na mais escancarada desinformação? O que motivou outros tantos, às vezes os mesmos, a dizer sandices sobre o novo Código Florestal, passando um incrível atestado de ignorância no assunto sobre o qual pontificavam? A “natureza” virou a religião e a ideologia dos idiotas propositivos. É, finalmente, possível “participar”, ser “cidadão”, “pertencer a uma causa” sem que isso cobre disciplina, coerência, trabalho, método, estudo e mesmo comprometimento com as próprias palavras. Estamos diante de um influente “obscurantismo das luzes”. “Todo defensor da natureza é idiota, Reinaldo?” Ora…

É claro que o Brasil e o mundo precisam se preocupar com o meio ambiente e devem buscar formas de conciliar a preservação da natureza que pode ser preservada com as necessidades do desenvolvimento. Isso é matéria de bom senso. É simplesmente mentirosa a tese de que, no Brasil ou em qualquer outro país, as pessoas se dividam entre as preocupadas com a sustentabilidade e as despreocupadas — ou, mais precisamente, entre agentes da conservação e agentes da depredação. Os que fazem essa acusação, reparem, consideram-se do “lado do bem”, verdadeiros membros das seitas que reivindicam o monopólio da virtude. Mimetizam o comportamento dos convertidos a crenças fundamentalistas, que distinguem a humanidade entre os que tiveram acesso à verdade revelada e os que não tiveram.

Crenças religiosas que vivem a fase do proselitismo agressivo, em busca de fiéis, ou mesmo aquelas já tradicionais que disputam o poder secular para submetê-lo à autoridade divina, como os vários islamismos, costumam apontar no presente os sinais antecipatórios ou de uma Nova Aurora ou de um Novo Apocalipse — quando não, das duas coisas: acontecimentos apocalípticos seriam o preço que pagamos por nossa descrença, por nossa incúria, por nossa irresponsabilidade, por nossos malfeitos. Haverá, então, a depuração, e os justos herdarão a bonança. E esses justos são convocados então para a luta.

Nada disso é estranho, eu sei, ao cristianismo também. Ocorre que essa religião, notadamente nas suas duas principais expressões — o catolicismo e o protestantismo histórico —, sem abandonar alguns fundamentos da crença, como a Parúsia (a segunda vinda do Messias), estão presentes na vida das pessoas mais como um conjunto de valores morais e éticos do que propriamente como uma mística, daí a sua convivência pacífica com as democracias. O cristianismo se espalhou nas cidades greco-romanas, lá nas origens, porque se fez a religião da solidariedade. A sua vitória se deveu, em grande medida, à sua dimensão laicizante. Sigamos.

Tanto a religião como a política emprestam aos homens um sentido de pertencimento e impõem certa disciplina militante, que organiza a experiência e a vida prática. Nas sociedades democráticas, são domínios distintos, mas lidam com matéria semelhante: a crença. Ocorre que essa crença, nos dois casos, não pode ser vivida apenas na sua dimensão subjetiva, pessoal, idiossincrática. A fé e a política são essencialmente comunitárias, cobram a ação e estão sob o constante escrutínio dos outros. E isso, evidentemente, dá trabalho. Os novos “profetas” ou “apóstolos” da “Natureza” têm conseguido reunir muitos adeptos Brasil e mundo afora — especialmente em tempos de redes sociais na Internet, quando basta um clique para participar de uma “cerimônia” — porque foram bem-sucedidas, vejam que coisa!, em criar uma religião sem Deus, mas com a dimensão apocalíptica, e uma política sem “pólis”, em que o estado, mesmo e especialmente o democrático, é visto como o “outro” que conspira contra as verdades reveladas.

No dia 14 de novembro, Marina Silva, aquela que finge não ser política — ou que quer uma “nova política” — deu uma palestra no tal SWU, que deve ter produzido apenas o bom carbono, aquele das boas intenções. O Estadão registrou parte de sua intervenção. Assim (em vermelho):
Marina considera que o mundo vive uma de suas maiores crises, “uma crise civilizatória”, que se espraia pelas áreas social, ambiental, política, estética e até mesmo de valores. Para ela, o homem terá de integrar economia e ecologia em um mesma equação se quiser que o planeta tenha futuro. Citou Freud (”Não podemos abandonar o princípio da realidade em nome do princípio do prazer”) e Edgar Morin (”A intolerância é apenas um desvio”) para justificar uma tese que, revelou, elaborou ontem em um quarto de hotel.
“Eu pensei: ‘estamos vivendo um momento de democracia prospectiva’. Fui até a janela respirar e pensei: ‘Meu Deus! Eureca!’ Segundo ela, as diversas formas de participação social, das manifestações da Primavera Árabe aos atos dos estudantes na Espanha, demonstram que o antigo sistema político, que se manifestava primeiro nos partidos, nos sindicatos, nos Congressos, hoje está começando direto na participação popular.
Para Marina, “as bordas estão se movimentando para encapsular o centro”, um centro que está estagnado por ter se agarrado a um projeto de poder.

Ufa!

Está tudo ali. A religião de Marina, como se vê (e eu me refiro à “natureza”, não ao cristianismo, de que ela se diz adepta), nota os sinais da Nova Aurora. Ou nos penitenciamos e passamos a fazer a coisa certa, ou então sobrevém o Apocalipse. A “crise” é, como posso chamar?, totalizante: nenhum setor da experiência escapa. Um cristão, diante dessa percepção, encontra o caminho óbvio: a Palavra de Deus. Para Marina, até a resposta estética está na comunhão entre ecologia e natureza.

Nota-se, segundo o relato do Estadão, que ela claramente se atribui dons demiúrgicos, elaborando teorias na ponta do joelho e sentindo até certo frêmito místico diante da sua descoberta. Na sua estupenda confusão mental, que seus crentes julgam entender, faz uma citação absolutamente inepta de dois conceitos freudianos — tão inepta que, na prática, fosse o caso de metaforizar, a “natureza” é que seria íntima do princípio do prazer (ao menos na escatologia marinista), e o desenvolvimento é que nos convocaria para o princípio da realidade e para o mundo da necessidade.

Nota-se que ela se deixa sufocar pelos próprios delírios místicos. Pensou na expressão “democracia prospectiva”, seja lá que diabo isso signifique, e concluiu que há um mesmo movimento que une Egito, Espanha, Brasil… Seriam, diz, “as bordas encapsulando o centro”, que estaria agarrando “um projeto de poder”. Ocorre que é “centro”, que estaria sendo encapsulado, que abriga todos os mecanismos da representação democrática. Até parece parece que os financiadores de Marina — embora magrinha, não vive de vento, tampouco as suas causas — estão nas “bordas”, não, como de fato estão, no “centro”.

Mussolini disse coisas parecidas nos primeiros anos de sua pregação. Aquele outro, o do bigodinho, também! Essa é uma conversa, lamento dizer, que nasce daquela religiosidade sem Deus e daquela política sem pólis, mas que remete a todos os delírios fascistóides de uma sociedade sem mediação, que, sob o pretexto de se organizar para a democracia direta, consegue ser nada menos do que corporativista, autoritária, dominada por milícias — ainda que milícias do pensamento, que se querem do bem. Se Marina um dia se tornar presidente da República, vai governar com quê? Com os Sovietes Verdes? Com as Corporações da Clorofila?

Nada mais do que a crença ignorante
Marina fez dia desses um evento para debater a sua “nova polícia”. Não apareceu quase ninguém. Nem precisa. O que importa para ela é a “rede”; são aqueles bobalhões a negar a necessidade de usinas hidrelétricas no Brasil (”por que não eólica ou solar?”, indagava o rapaz, com aquele ar propositivo e bucéfalo de quem só quer ajudar a humanidade…), a afirmar que Belo Monte só alimenta o nosso egoísmo (a loura que quer carregar a bateria do iPhone)…

Marina perdeu o fôlego de excitação mística por muito pouco. Deveria, pra começo de conversa, ler Freud e parar de falar besteira. Também não custa fazer as devidas distinções entre o que se passa no Egito, em que se assiste ao mal-estar da ditadura, e o que se viu na Espanha, em que se assiste ao mal-estar da democracia. Pra ela, tanto faz. Esse discurso da simplificação mobiliza, sim, milhares de pessoas — ao menos na rede — que não estão dispostas a queimar a mufa para saber, afinal de contas, que diabo se passa no mundo.

Quando chamei atenção para o fato de que o alagamento de Belo Monte corresponde a 0,019% da parte brasileira da floresta amazônica e a 0,017% da floreta como um todo, alguns bobalhões resolveram se indignar: “Mas não é melhor que mesmo isso fique lá, preservado?” Claro! Talvez jamais devêssemos ter saído da caverna, não é? Talvez o erro ancestral tenha sido a interdição do incesto, para lembrar Freud… Talvez a civilização tenha sido um grande erro…

“Ah, está dizendo que desenvolvimento não é compatível com a natureza!!!” Não! Ao contrário: estou afirmando justamente a compatibilidade, ainda que seja preciso sacrificar alguns pedaços de pau em nome do princípio da realidade.

Quanto àqueles artistas, vão procurar um roteiro melhor. Ou, então, deixem de preguiça, desistam de influir no debate como celebridades e tentem se informar, como cidadãos da pólis, a respeito dos temas sobre os quais pontificam.

Por Reinaldo Azevedo

27/11/2011

às 7:51

Extrema esquerda da USP perde o que restava de vergonha na cara e dá mais um golpe, com a ajuda da direção derrotada do “XI de Agosto”, o que enxovalha a São Francisco! Cadê aquele professor Safatle para explicar? Alunos da FEA, hora de reagir! Por que não um outro DCE?

Os interventores do DCE da USP perderam a vergonha na cara de vez! Como vocês sabem, os golpistas suspenderam as eleições porque perceberam que seriam derrotados pela chapa “Reação”, formada por alunos de verdade. Sabem que a maioria silenciosa começa a se manifestar nas universidades públicas. Os estudantes que estudam(!) estão com o saco cheio deles. A UnB e a UFMG já se libertaram.

Realizou-se ontem um Conselho de Centros Acadêmicos para formar a comissão que vai comandar o DCE até que se realizem eleições, sabe-se lá quando. Eu já havia comentado aqui um textinho do tal PCO em que aqueles valentes “revolucionários” defendem que se faça “qualquer coisa” para que a esquerda não seja derrotada. “Qualquer coisa” implica mandar a lei às favas.

Pois bem! Os extremistas da USP decidiram fazer o tal Conselho e simplesmente vetaram a presença do Centro Acadêmico Visconde de Cairu (CAVC), da FEA (Faculdade de Economia e Administração) na tal comissão. É que o CAVC não lhes parece “revolucionário” o bastante, entendem? Conforme o relato que vocês lerão abaixo,  o Fórum de Esquerda, que ainda está no comando do XI de Agosto, centro acadêmico da Faculdade Direito, teve papel decisivo na violência institucional. O que diria aquele professor Safatle?

Que os alunos da FEA jamais se esqueçam do golpe dentro do golpe. Se e quando houver eleições, que a resposta seja dada nas urnas. Mas me parece que é chegada a hora de começar a pensar com ainda mais liberdade e ousadia. Por que as faculdades que rejeitam claramente esses lunáticos têm de se subordinar a um DCE ilegítimo, que não as representam?

TALVEZ SEJA CHEGADA A HORA DE CONVOCAR ALGUNS JURISTAS PARA DEBATER A POSSIBILIDADE DE CRIAR UM NOVO DCE NA USP: O DOS ESTUDANTES QUE ESTUDAM! QUE OS MALUCOS FIQUEM COM O VELHO, DISCUTINDO O SOCIALISMO NA RÚSSIA DE 1917!!!

Segue comunicação oficial do Centro Acadêmico Visconde de Cairu

UM DIA PARA SE LAMENTAR

Na tarde de ontem, na Faculdade de Saúde Pública, ocorreu uma reunião do Conselho de Centros Acadêmicos da Universidade de São Paulo. Entre os diversos temas em pauta, debateu-se o adiamento das eleições do DCE e o futuro dessa entidade.

O que se notou, logo no começo desse encontro, era que havia um quórum histórico: por uma série de razões, diversos Centros Acadêmicos dos campi do interior estavam presentes.

Também passaram pelo CCA quase todos os Centros Acadêmicos da Escola da Politécnica e, como sempre, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu. Os debates, como de costume, se estenderam por algumas horas, e diversos grupos tiveram espaço para levantar suas bandeiras. Após votação, porém, definiu se que, a partir do dia 11 de dezembro - quando termina o mandato da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes -, essa entidade geral seria interinamente gerida por uma comissão de Centros Acadêmicos eleitos pelo CCA. A discórdia surgiu, entretanto, no momento em que a composição dessa comissão passou a ser debatida. A proposta inicialmente aprovada - com oposição do CAVC - seria que a Comissão Gestora fosse constituída nos moldes da Comissão Eleitoral. Em linhas gerais, pois, o grupo que estaria à frente do DCE interinamente teria pelo menos um representante de cada campus, um representante de Centro Acadêmico da área de “Biológicas”, dois representantes de Centros Acadêmicos da área de “Exatas” e dois dos Centros Acadêmicos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. A FEA USP, por não se encaixar em qualquer dessas categorias, estaria necessariamente fora desse conjunto.

É bom, porém, deixar algo claro: no encontro do Conselho de Centros Acadêmicos realizado no dia 8 de outubro, no qual se constituiu a atual Comissão Eleitoral, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu decidira não participar da organização dessas eleições porque, naquele momento, o calendário de votações do DCE coincidia com o período de troca de gestões dentro da FEA-USP. Tendo sido adiado o pleito para o Diretório Central dos Estudantes, contudo, esse impedimento não mais se fazia presente.

Com efeito, sempre se pautando pela via do diálogo, da tolerância e do respeito às instituições, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu expressou seu desejo de estar representado na Comissão Gestora. Foi inesperado, entretanto, quando um conjunto de Centros Acadêmicos levantou-se contra a representação da FEA-USP. Afirmaram que não havia lugar para o CAVC na gestão interina e acusaram-no de não estar comprometido com o Movimento Estudantil - algo sabidamente inverídico. No último ano, o CAVC esteve presente a todos os fóruns de reunião dos estudantes e, mesmo discordando de certas pautas, nunca negou aos alunos da USP o direito de defender seus interesses.

Após certa pressão, o Conselho de Centros Acadêmicos passou a um processo de votação no qual, inacreditavelmente, se configurou um empate: enquanto doze Centros Acadêmicos defendiam a presença do alunos da FEA-USP na gestão interina do Diretório Central do Estudantes, outras doze entidades decidiram que nossa faculdade não era digna de participação. Dado o impasse, veio a desagradável surpresa. O Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade com a qual o CAVC sempre teve a mais fraternal das relações, decidiu alterar o voto que havia dado: se, antes, declarava abstenção, agora se alinhava à intolerância.

Dessa maneira, em um CCA já esvaziado, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu foi ofendido. Só se pode lamentar que, exatamente quando é chegada a hora do diálogo, uma porta seja fechada.

A FEA-USP, é preciso lembrar, tem mais de três mil alunos. Da mesma forma, foi por conta de uma tragédia que se abateu sobre a comunidade de nossa faculdade que todo o debate sobre a segurança nos campi entrou na ordem do dia. É triste constatar que, quando a discussão se tornava mais frutífera, o Conselho de Centros Acadêmicos tenha decidido regredir. No momento em que a busca por consensos se colocava como o único caminho, o que se viu foi um abandono dos princípios democráticos mais fundamentais. O CAVC sempre propôs a união do corpo discente. Separados, os alunos da USP não chegarão a lugar algum. Calar um setor dos estudantes é se descolar da base que se pretende representar; é perder legitimidade.

A atual Diretoria questiona, agora, se ainda vale a pena participar de um fórum que a ela se fechou. Independentemente do que se decida, porém, o CAVC segue e seguirá firme. Os alunos da FEA-USP sempre serão bem-representados.

Centro Acadêmico Visconde de Cairu

Por Reinaldo Azevedo

27/11/2011

às 7:45

Analista do Ministério das Cidades relata a pressão para mudar parecer de obra da Copa

Por Leandro Colon, no Estadão:
Em entrevista exclusiva ao Estado, o analista técnico do Ministério das Cidades Higor Guerra confirmou, pela primeira vez, a pressão que sofreu para adulterar o processo que trata da implantação de sistema de transporte público em Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014. Ele disse que a operação fraudulenta começou após o Ministério Público de Mato Grosso pedir os documentos e a Controladoria-Geral da União (CGU) emitir parecer contrário à obra. “Sim, houve uma fraude”, disse ele na conversa gravada.

O funcionário também entregou à reportagem o depoimento que prestou na sexta-feira ao Ministério Público Federal. Ele deu detalhes da operação - revelada pelo Estado na quinta-feira - que escondeu sua nota técnica de 8 de agosto, de número 123/2011, contrária ao projeto de R$ 1,2 bilhão para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que substituiu o BRT (linha rápida de ônibus). O projeto do BRT custava R$ 489 milhões. A fraude foi feita para cumprir o acordo político do governo federal com o governo de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), a favor do VLT.

Segundo Higor Guerra, no dia 29 de junho, numa reunião com integrantes do governo de Mato Grosso, os técnicos estaduais “reconheceram que não tinham conhecimento técnico sobre o projeto de VLT, e que a decisão de sua implantação havia sido política”. A gerente de projetos do ministério, Cristina Soja, no entanto, disse a ele que “a posição do órgão (ministério) tinha que estar em sintonia com a decisão do governo”. Higor afirmou que o cronograma do VLT era “falho”, “pois previa várias fases sendo realizadas ao mesmo tempo de forma incorreta”.

O analista entregou ao Ministério Público Federal 200 páginas e nove anexos sobre o caso.

Ele disse acreditar que a fraude ocorreu no dia 26 de outubro, quando descobriu uma “alteração” na “pasta de rede” em que são guardados esses documentos, incluindo sua nota técnica. No dia seguinte, o Ministério das Cidades providenciou o envio dos papéis para o Ministério Público de Mato Grosso, com a nota técnica fraudada, agora a favor do VLT, data retroativa a 8 de setembro e o mesmo número 123/2011. Gravação revelada na quinta-feira pelo Estado mostra a diretora de Mobilidade Urbana, Luiza Vianna, admitindo que a estratégia era enganar o Ministério Público de Mato Grosso.

Higor Guerra responsabilizou Luiza pela manobra. “Ela retirou um documento aprovado por ela e que já estava autuado no processo e tramitava havia bastante tempo. Ela retirou e inseriu nova nota técnica e creio que isso não é um procedimento regular.” Em reunião na segunda-feira com assessores, Luiza disse que agiu a mando do chefe de gabinete do ministro Mário Negromonte, Cássio Peixoto.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

27/11/2011

às 7:43

Marcos Valério, o homem do mensalão, continua na ativa; tê-lo como consultor abre portas no governo federal

Por Thiago Herdy, no Globo:
O escândalo do mensalão e as dezenas de processos em que figura como réu na Justiça não foram suficientes para tirar de cena Marcos Valério Fernandes de Souza, o lobista acusado de operar o maior esquema de ocultação e desvio de recursos por políticos brasileiros. Às vésperas da definição da data do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Valério está mais atuante do que nunca e despacha em escritório localizado no sexto andar do número 925 da Rua Sergipe, em Belo Horizonte. É a sede da T&M Consultoria Ltda, antiga Tolentino & Melo Assessoria Empresarial, que teve oficialmente Valério como sócio até 2005, ano em que o escândalo da base petista veio à tona.

No papel, Valério deixou a sociedade com Rogério Tolentino e José Roberto de Melo, mas, na prática, ele continua atuante na empresa de consultoria e ainda a cita, em ações na Justiça, como seu endereço comercial. Contratar a empresa virou sinônimo de sucesso profissional em negócios com o poder público. Caso da então modesta ID2 Tecnologia e Consultoria, empresa de Brasília fundada em 2004, que desenvolve softwares e que pagou pouco mais de R$ 200 mil pelos serviços da T&M em 2007.

O contato com a consultoria ligada a Valério foi a senha para a empresa abocanhar serviços milionários do governo federal. Pouco mais de um ano depois, foi contratada pelo Ministério do Turismo por R$ 14,9 milhões para fornecer software de apoio à administração. Em 2010, novos contratos com os ministérios do Esporte, Minas e Energia, Saúde e Valec somaram R$ 37,1 milhões.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

27/11/2011

às 7:41

Livro de Gilmar Mendes esmiúça luta contra arbítrio oculto

Por José Nêumanne, no Estadão:
O livro Estado de Direito e Jurisdição Constitucional 2002-2010, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, publicado pela Editora Saraiva em parceria com o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), relata um momento de capital importância para a cidadania no Brasil de hoje. Trata-se de um cartapácio de 1.451 páginas, impresso em papel bíblia em formato 16/23, a R$ 160, e não pode ser lido como uma peça de ficção nem um manual de autoajuda. Aliás, autor e editores não devem sequer esperar que o volume seja lido do começo ao fim, como qualquer outro livro. É tipicamente um compêndio de consultas e foi feito para que o leitor tenha acesso a julgamentos relevantes feitos no STF nos oito anos que abarca. A vantagem é que o texto não foi lavrado em “juridiquês”, idioleto que dificulta sua compreensão, mas na velha flor do Lácio que Camões engendrou.

Com clareza e erudição, Gilmar Mendes expôs no livro as posições que tomou em nome de conceitos fundamentais à sobrevivência do Estado Democrático de Direito, mesmo pondo a cara para bater em temas de pouco agrado e até de desagrado total da maioria, motivando, por isso, ondas de protestos de seus críticos. A obra é enciclopédica, ao abordar temas como os riscos da instalação de um Estado policial pela intromissão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em investigações da PF, crimes ambientais, liberdade de imprensa e profissão de jornalista, moralidade administrativa e nepotismo, demarcação de terras indígenas, Plano Bresser, trabalho escravo, célula-tronco, renúncia de mandato parlamentar e sucessão pelo suplente, papel do Senado Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, foro especial por prerrogativa de função, liberdade de expressão e crime de racismo, direito à saúde, abuso no uso de algemas e exposição vexatória do preso, suspeito ou não, além das Operações Castelo de Areia, Navalha, Furacão e Satiagraha.

A democracia foi uma dura conquista do povo brasileiro depois de conviver anos com o arbítrio de uma ditadura militar e tecnocrática e convivido com a demagogia do populismo nos interregnos democráticos de uma história republicana em que o arbítrio foi a regra e a liberdade, exceção. O desmoronamento da ditadura e a instalação de um Estado Democrático de Direito digno dessa denominação, contudo, levaram à ilusão de que esse passado não voltaria. Mas os agentes do Estado, mesmo sob a vigência das liberdades políticas, buscam sempre impor uma espécie de arbítrio oculto na tentativa permanente de reduzir os direitos do indivíduo em detalhes de aparente insignificância no dia a dia. A manutenção da democracia pelo respeito aos direitos soberanos do cidadão é tão difícil quanto a derrubada da ditadura e o livro de Mendes esmiúça os bastidores destes conflitos permanentes neste nosso período de transição.

Trata-se, portanto, de um relato histórico de dentro e do alto da resistência do Estado Democrático de Direito às sedutoras investidas do absolutismo e da “democratice” demagógica. No texto, fluente apesar de embasado em profundo conhecimento da técnica jurídica, o cidadão comum - e não apenas os profissionais do Direito, para os quais sua leitura é indispensável, e historiadores e sociólogos, pelo que contém de informação séria -, reconhecerá a guerra renhida travada diariamente para que os direitos que conquistou sejam mantidos e respeitados.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

Sindicalista denuncia: turma de Lupi pediu R$ 1 milhão para aceitar registro de novo sindicato; outros foram achacados; esquema não se limita a ONGs

Pois é… A presidente Dilma Rousseff decidiu esconder Carlos Lupi debaixo do tapete, fazendo mau uso da vassoura. O previsto é que o homem fique ao menos até a reforma ministerial de janeiro. Raramente Brasília assistiu a um espetáculo tão patético como a sucessão de mentiras em que o ministro foi flagrado. Agora, as coisas se complicam um tantinho mais — para Lupi, claro!, mas também para Dilma e, ora vejam, para Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação não parte de um “inimigo do governo”. Ao contrário. Quem sustenta que a turma de Lupi cobra propina para reconhecer sindicato é um… sindicalista ligado ao PT! Acusação feita agora, só para tentar tomar o ministério do PDT? Pois é, não!

Isso que vocês vêem abaixo são fragmentos de um documento que o mecânico Irmar Silva Batista enviou à presidente Dilma Rousseff em fevereiro deste ano denunciado o achaque. Lula também foi advertido quando presidente.

denuncia-lupi-dilma
Leiam trecho da reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana.

(…)
Descobre-se agora que o governo foi advertido sobre as traficâncias no ministério muito antes de eclodir o primeiro escândalo. Há nove meses, sindicalistas ligados ao PT alertaram o Palácio do Planalto sobre a existência de um esquema de extorsão envolvendo assessores da confiança do ministro [Carlos Lupi]. Um esquema que tinha como vítimas não apenas as ONGs, como revelado por VEJA há um mês, mas também os sindicatos. Essa nova face da máquina clandestina operada pela cúpula do PDT funcionava de uma forma bem simples: no Ministério do Trabalho, registro sindical era concedido mediante o pagamento de propina. O mecânico Irmar Silva Batista foi uma das vítimas dessa engrenagem. No papel, ele conseguiu criar o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Reparação de Veículos e Acessórios no Estado de São Paulo (Sirvesp). Irmar garante ter apresentado toda a documentação necessária para transformar o sindicato em realidade. Depois de registrar o CNPJ na Receita Federal, bateu à porta do ministério para concluir o processo.

Foi justamente aí que esbarrou em dificuldades. Ele descobriu que o processo de registro estava à margem da lei. Para ter prosseguimento, precisava ser acompanhado do pagamento de pedágio. Em 2008, Irmar foi tratar do assunto com o então secretário de Relações do Trabalho do ministério, Luiz Antonio de Medeiros, um dos fundadores da Força Sindical, entidade intimamente ligada ao PDT. Antes que a conversa ganhasse corpo, Medeiros o levou à sala do assessor Eudes Carneiro. O Medeiros disse o seguinte: ‘Irmar, o que o Eudes acertar está acertado’.”

Era o prenúncio do achaque. O mecânico conta que estranhou o comportamento de Eudes. “Ele pediu que a gente desligasse os celulares.” Era a iminência do achaque. Em seguida, ele pediu 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato.”
(…)

Leia a íntegra na reportagem da revista impressa. VEJA traz também uma entrevista com Irmar, de que reproduzo um trecho:

(…)
O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único.
Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso, que aceitaram pagar propina.

O senhor denunciou a mais alguém a corrupção no ministério?
Na época eu mandei carta para o presidente Lula. Mandei agora para a presidente Dilma, mandei para a Advocacia-Geral da União. Avisei o governo em fevereiro. Falei para todos que um dia a casa ia cair no ministério.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

26/11/2011

às 6:53

Lupi foi assessor-fantasma da Câmara por quase seis anos

Por Andreza Matais e Fernando Mello, na Folha:
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara dos Deputados por quase seis anos. Ele ficou pendurado na folha de pagamento da Casa, com lotação na liderança do PDT, de dezembro de 2000 a junho de 2006. No período, ele exercia atividades partidárias, como vice e presidente da sigla. A Folha ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Os funcionários do partido em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias.

Os parlamentares, entre eles ex-líderes da bancada do partido, disseram que nunca tinham ouvido falar que o hoje ministro fora contratado pela Câmara nesse período. Lupi ocupava um CNE (Cargo de Natureza Especial) e recebia o maior salário pago a um assessor da sigla. Um cargo igual a esse paga hoje em dia R$ 12 mil por mês, o que daria R$ 864 mil no período em que Lupi ocupou a vaga.

As normas da Câmara dizem que ocupantes desses cargos devem exercer funções técnicas de auxílio administrativo e precisam trabalhar nos gabinetes em Brasília. Até 2007, as regras diziam que esses funcionários deviam ser “encontrados” em Brasília. Uma nova norma baixada nesse ano proibiu expressamente que eles trabalhassem nos Estados. Lupi admite que morou no Rio entre 2000 e 2006.

Alvo de acusações de irregularidades no Ministério do Trabalho e nome certo para deixar o governo Dilma Rousseff até janeiro, Lupi não faz referência ao cargo ocupado na Câmara nas biografias que publicou no site oficial do ministério e na página do PDT. Ele também não se licenciou do cargo quando decidiu concorrer ao Senado, em 2002. Apesar de a lei complementar 64/90 obrigar o afastamento três meses antes do pleito, a seção de recursos humanos da Câmara disse que Lupi não pediu licença.

“O Lupi não tinha expediente [na liderança]. Ficava no Rio ou na sede do partido”, disse o ex-deputado Severiano Alves, líder da bancada do PDT em 2005 e 2006. “Ele ficava, geralmente, três dias em Brasília e o restante, no Rio. Quando estava em Brasília, ficava mais na sede do partido. Na liderança, passava muito rapidamente”, complementou Alves, que hoje está no PMDB. “Eu sei que foi funcionário do Senado. Na Câmara, não tenho certeza”, afirmou o deputado Bala Rocha (AP), pedetista desde 93. Lupi foi assessor no Senado de 97 a 99.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

26/11/2011

às 6:51

Grupo de extrema esquerda critica submissão de líderes do MST ao governo e racha movimento

Por Roldão Arruda, no Estadão:
Um grupo de 51 militantes e apoiadores do Movimento dos Sem-Terra (MST), a maioria veteranos na luta pela reforma agrária, divulgou carta na qual anuncia o desligamento da organização por discordar de seu projeto político atual. Na avaliação do grupo, o MST, além de burocratizado e institucionalizado, está integralmente subordinado às políticas do governo federal.

“Vem se conformando uma ampla aliança política, consolidando um consenso que envolve as principais centrais sindicais e partidos políticos, MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Via Campesina, Consulta Popular, em torno de um projeto de desenvolvimento para o Brasil, subordinado às linhas políticas do governo”, diz a carta. Na avaliação dos signatários, trata-se de uma “esquerda pró-capital” e destinada a “movimentar a massa dentro dos limites da ordem e para ampliar projetos assistencialistas”.

Trata-se de uma crítica radicalmente de esquerda. O texto afirma que, além de perder a combatividade a partir de 2003, com a chegada do PT ao poder, o MST deixou de lutar pelo socialismo.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

26/11/2011

às 6:45

Como no início do ano, jornalistas são agredidos na Praça Tahir

Por Lourival Sant’Anna, no Estadão:
Além da frustração causada pelas concessões da junta militar e da volta do ambiente revolucionário na Praça Tahrir, outro aspecto que lembra os acontecimentos de janeiro e fevereiro no Cairo são os ataques a jornalistas. Desde quarta-feira, eles já somam ao menos três. No caso de duas mulheres, além do espancamento, houve agressões sexuais, segundo seus relatos.

O fotógrafo espanhol Guillermo Valle contou ao Estado que na quarta-feira foi puxado pelos braços por vários homens à paisana numa rua adjacente à Praça Tahrir até um cordão policial. Policiais fardados o espancaram, tomaram todo o seu dinheiro e equipamento fotográfico e o colocaram num caminhão, em que havia cerca de 50 egípcios detidos. Depois de rodarem durante 3 horas, soltaram o fotógrafo, mantendo os outros presos.

Agressões sexuais. A repórter francesa Caroline Sinz, da rede de TV France 3, contou que ela e seu cinegrafista foram agarrados na quinta-feira por adolescentes de 14 a 16 anos de idade na Praça Tahrir e separados um do outro. Ela disse que os rapazes a esmurraram, arrancaram suas roupas, incluindo as de baixo, e a agrediram sexualmente, “na frente de todos e em plena luz do dia”.

Na madrugada de quinta-feira, a jornalista egípcia de origem americana Mona el-Tahawy, de 44 anos, foi presa na linha de frente do confronto entre manifestantes e a polícia nos arredores do Ministério do Interior, antes que começasse a vigorar uma trégua às 6 horas da manhã daquele dia. Ela disse que os policiais a golpearam com cassetetes, quebrando seu braço esquerdo e sua mão direita. Mona contou que os policiais agarraram seus seios e colocaram as mãos entre as suas pernas.

Dois problemas históricos da sociedade egípcia se misturam nesses incidentes: as frequentes agressões sexuais contra mulheres e a falta de liberdade de imprensa.

“O controle sobre a imprensa continua igual ao que era antes da revolução”, disse ao Estado o jornalista Sami Shehata, diretor de um canal de TV estatal. “Só existe liberdade para servir aos interesses dos militares. Não há revolução sem bons meios de comunicação.”

Por Reinaldo Azevedo

26/11/2011

às 6:43

Rio só reassentou 15% de famílias que moram em áreas de risco

Por Emanuel Alencar, no Globo:
A dona de casa Maria das Graças Ferreira, de 49 anos, e o vigia Joseval Martins Ferreira, de 54, vivem numa casa de dois quartos, a poucos metros de onde, há um ano e oito meses, quatro pessoas morreram soterradas. Dizem ter a exata noção do perigo de morar num local de altíssimo risco de deslizamento. Mas argumentam que, sem alternativa, não pretendem deixar o Morro da Chacrinha, na Tijuca, que integra o Complexo do Turano, área pacificada desde setembro de 2010. A situação do casal é a mesma de 1.345 famílias de nove favelas que têm 100% de seus domicílios em área de alta probabilidade de desmoronamento. Quase um ano depois do diagnóstico feito pela GEO-RIO, a prefeitura informa que apenas 200 famílias - todas na Chacrinha - foram reassentadas, o que representa 14,8% do total.

A prefeitura diz que ainda não concluiu os estudos que apontarão se reassentará todas essas pessoas ou se vai optar por obras de contenção de encostas. Além da Chacrinha, que ainda teria 110 casas em situação de perigo, outras comunidades, como a Favela da Matinha, vizinha à Rocinha, vivem drama semelhante.

No levantamento, feito em dezembro de 2010 pela GEO-RIO, completam a lista o Sítio do Pai João, no Itanhangá (340 casas em situação de extremo perigo); o Morro da Cotia, no Lins (210); a Travessa Antonina, na Praça Seca (175); o Morro da Bacia, no Engenho Novo (120); o Morro do Rato, no Estácio (65); a Rua Mira, em Olaria (75) e o Morro do Bananal, na Tijuca (30).

Só cinco das nove favelas têm sirenes
Às vésperas do período das fortes chuvas, obras de contenção de encostas nessas comunidades não estão descartadas. Mas, até o momento, cinco dessas favelas - Pai João, Chacrinha, Cotia, Travessa Antonina e Bacia - só estão dotadas de sistemas de alerta de chuvas. Sirenes soam quando há possibilidade de temporais. As outras quatro devem receber o sistema em 2012, de acordo com a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do município.

Morador da Chacrinha, o gari Gustavo dos Santos, de 38 anos, diz que ainda não foi notificado pela prefeitura sobre a necessidade deixar sua casa, erguida em área de risco. “Até hoje não me procuraram. Até fizeram algumas obras de contenção de encostas, mas muito pouco em relação ao tamanho do problema. Eles demoliram umas dez casas”, conta o pernambucano, que mora com os dois filhos e a mulher numa casa que está sendo ampliada. “O tempo vira e eu já fico apreensivo. Sei dos riscos e toparia sair. Mas querer nos mandar para Campo Grande é brincadeira.”
(…)

Por Reinaldo Azevedo

26/11/2011

às 6:41

Juiz bloqueia bens de Kassab, pede nova licitação, mas mantém inspeção veicular; prefeito afirma estar indignado

Por Marcelo Godoy, no Estadão:
A Justiça sequestrou os bens do prefeito Gilberto Kassab (PSD), do secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV), de 13 empresários e de seis empresas. A decisão foi tomada na ação civil proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) em razão de supostas fraudes no contrato da Controlar, responsável pela inspeção veicular em São Paulo, com a Prefeitura. Trata-se do mais duro golpe judicial sofrido por Kassab desde que assumiu o cargo, em 2006.

O juiz decidiu manter a inspeção veicular e fazer uma nova licitação em 90 dias para escolha de outra empresa. Enquanto isso, os donos de veículos continuam obrigados a fazer o teste de seus carros. O MPE queria a suspensão imediata da inspeção por causa de ilegalidades, fraudes e irregularidades no contrato. A decisão liminar de ontem é do juiz Domingos de Siqueira Frascino, da 11.ª Vara da Fazenda Pública.

Ele considerou desnecessário afastar Kassab do cargo, como pedia a Promotoria, porque a ação do MPE tem por base documentos que já foram recolhidos em profusão na investigação dos promotores Roberto Almeida Costa e Marcelo Daneluzzi, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social. Assim, a permanência de Kassab não traria prejuízo ao processo.

Ao mesmo tempo, porém, o juiz determinou o bloqueio dos bens de todos os réus até o valor da causa para salvaguardar o pagamento dos supostos prejuízos aos cofres públicos e aos donos de veículos em São Paulo. O MPE deu à causa o valor de R$ 1,1 bilhão. Ele quer que a Prefeitura devolva os R$ 54 milhões arrecadados com as multas e os R$ 420 milhões pagos pelos motoristas como taxa de inspeção - o restante serviria para indenizar a Prefeitura e os motoristas por danos morais e materiais.

Além de Kassab e de Eduardo Jorge, tiveram os bens bloqueados os empresários Carlos Seabra Suarez e sua mulher, Abigail Suarez, donos da CS Participações. Eles eram proprietários da Controlar, cujo controle foi repassado à CCR por R$ 173,7 milhões em 2009, pouco depois da reeleição de Kassab.

Indignado
Por Felipe Frazão, no Estadão:
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), disse na quinta-feira, 24, estar “indignado” com as acusações de fraude no contrato com a Controlar, empresa responsável pela inspeção veicular ambiental na capital. Ao comentar a decisão da Justiça de sequestro de seus bens e de outros citados na ação do Ministério Público Estadual - como o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, e outras 15 pessoas -, ele disse que na segunda-feira vai “ver direitinho como fazer os recursos”.

“Estou muito tranquilo e indignado com algumas manifestações do promotor que são descabidas, segundo informações que me chegaram”, disse ao Estado de Londres, Inglaterra, onde faz viagem de férias e visita as instalações das Olimpíadas de 2012.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 22:08

Boa notícia - Divisão do Pará é rejeitada por mais de 60%, diz Datafolha

Por Aguirre Talento, na Folha Online:
Duas semanas após o início da propaganda do plebiscito em TV e rádio, a maioria dos eleitores do Pará continua rejeitando a divisão do Estado. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 62% dos eleitores paraenses são contra a divisão do Pará para a criação do Estado do Carajás e 61% são contra a criação do Estado do Tapajós.

A pesquisa foi encomendada em uma parceria entre Folha, TV Liberal e TV Tapajós (afiliadas da Rede Globo no Pará). Em relação à pesquisa anterior, divulgada no último dia 11, houve um pequeno aumento da rejeição aos novos Estados. A oscilação, porém, está dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados 1.015 eleitores entre os dias 21 e 24 de novembro. A pesquisa foi registrada no TSE com o número 50.287/2011. A propaganda do plebiscito na TV e no rádio ainda não foi capaz de causar alterações significativas nas intenções de voto dos eleitores paraenses.

Em 11 de dezembro, eles irão às urnas decidir se querem que o Pará se separe e dê origem a mais outros dois Estados: Carajás (sudeste) e Tapajós (oeste). Na região do chamado Pará remanescente, que ficaria inalterado com a divisão, está a maior resistência aos novos Estados. 85% são contra o Carajás e 84% são contra o Tapajós. Entre os eleitores do Carajás, 16% são contra o novo Estado. No Tapajós, 24% são contrários.

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 22:01

Junta militar modifica calendário eleitoral no Egito

Da Agência EFE, no Estadão Online:
O presidente do Supremo Conselho das Forças Armadas, a junta militar que governa interinamente o Egito, Hussein Tantawi, aprovou nesta sexta-feira, 25, um decreto que modifica o calendário eleitoral para que haja mais dias para a votação no país. A decisão, porém, não altera o início do pleito parlamentar, marcado para a próxima segunda-feira.

Segundo a agência estatal de notícias Mena, os egípcios terão mais dois dias para votar em cada uma das três fases nas quais as eleições serão realizadas. Assim, o primeiro turno da primeira fase acontecerá em províncias como Cairo e Alexandria na próxima segunda-feira, dia 28, e na terça, dia 29, enquanto o segundo turno ocorrerá nos dias 5 e 6 de dezembro.

A segunda fase, que será realizada em províncias como Guiza (próximo ao Cairo) e Assuã (sul), será realizada nos dias 14 e 15 de dezembro, e 21 e 22 de dezembro. Finalmente, a terceira rodada acontecerá em locais como Minya (centro) e a Península do Sinai nos dias 3 e 4 de janeiro, sendo o segundo turno uma semana mais tarde.

Analistas e ativistas haviam denunciado que, dado o tamanho da população egípcia - mais de 80 milhões de pessoas - seria impossível que todo o mundo votasse em um só dia.

Dois terços das 498 cadeiras da Assembleia Popular serão eleitos em listas fechadas reservadas aos mais de 50 partidos políticos, enquanto os demais serão escolhidos em listas abertas de candidatos individuais, que podem ser filiados a partidos ou concorrer como independentes.

No caso das candidaturas individuais, haverá dois turnos para decidir quem fica com a cadeira, para o caso de que os candidatos não tenham conseguido mais de 50% dos votos na primeira rodada.

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 21:49

Segundo a tese ridícula de Negromonte, então existe preconceito na imprensa do Sudeste contra… São Paulo!!!

Que preguiça!

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, cuja pasta está atolada em irregularidades, descobriu qual é a origem do problema: a imprensa. Mas não uma imprensa qualquer: ele acusa, em particular, a do Sul, que teria preconceito contra nordestinos e… mulheres! Segundo Negromonte, ao apontar irregularidades na sua pasta, o jornalismo está tentando atingir, ora vejam, o governo Dilma.

É verdade! Vejam bem: a imprensa pega no pé de Negromonte só porque ele é baiano; já Antonio Palocci, Wagner Rossi e Carlos Lupi entraram na mira porque são paulistas; Alfredo Nascimento, porque amazonense, e Pedro Novais, porque maranhense. Entenderam?

É isto! No placar do preconceito, pelo visto, a imprensa do Sudeste não gosta mesmo é de São Paulo, né? Leiam trecho do texto publicado na VEJA Online:

*
Envolvido em denúncias de fraude na alteração do projeto de mobilidade urbana de Cuiabá, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), disse nesta sexta-feira, em Salvador, ser vítima de “fogo amigo” dentro do governo e acusou a imprensa de ser preconceituosa com mulheres e nordestinos. “Identifico fogo amigo, claro que sim! Partidos da base aliada e o próprio PP nacional - não da Bahia - têm interesse no Ministério”, acusou. “As denúncias surgem porque o Ministério é importante. A gente toma conta de diversos programas, como o Minha Casa, Minha Vida, de 170 bilhões de reais, o de saneamento básico, de 50 bilhões de reais, o de mobilidade urbana, de 30 bilhões de reais. E a gente contraria muitos interesses. Aqui e acolá tem meia dúzia de insatisfeitos na bancada, é normal”.

O ministro participou durante a manhã de um evento no qual foi anunciada a construção de imóveis da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Durante a solenidade de lançamento da segunda etapa do programa, Negromonte chorou depois de receber mensagens de apoio nos discursos do presidente da Assembleia baiana, Marcelo Nilo (PDT), e do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT). O ministro se emocionou ao cumprimentar Nilo em seu discurso. “Quero dizer que você é um grande amigo”, disse, antes de perder a voz. “Obrigado pela solidariedade. Fique certo que eu jamais irei decepcionar os amigos, o povo da Bahia ou meus familiares”.

Deputado eleito pela Bahia, Negromonte acusou a “imprensa do sul” de ser preconceituosa. “As denúncias vêm de parte da imprensa, insatisfeita com o governo federal, interessada em enfraquecer a presidente Dilma Rousseff”, afirmou. “É uma mulher e existe discriminação. Existe discriminação com o nordestino também. Fizeram uma ilação com a Festa do Bode (Negromonte é acusado de tráfico de influência para ajudar a financiar o evento). Se fosse a Festa da Uva ou da Maçã, certamente ninguém faria discriminação. Mas como é Festa do Bode, coisa de nordestino, e o ministro é nordestino, tome cacetada”.

Sindicância - Sobre a possibilidade de exonerar auxiliares, o ministro disse ter instaurado uma sindicância para “apurar eventuais irregularidades” e ter avisado a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público. “Disponibilizei toda a documentação original”, disse. “Mas não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apontar se houve erro e não vou passar a mão na cabeça de ninguém”.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 19:47

Atriz americana, que é contra Belo Monte, diz que ninguém precisa ser neurocirurgião para defender a floresta! Entenderam?

Ah, meu Jesus Cristinho!

Eu não tinha me dado conta, mas agora vejo. Enviam-me aqui um texto já meio antigo, do dia 14, publicado no Estadão Online, sobre a intervenção da americana Daryl Hannah no SWU. Ela é uma das atrizes que têm o que dizer sobre o Código Florestal brasileiro e, obviamente, sobre Belo Monte.

Agora entendi em quem se inspirou a especialista Letícia Sabatella quando afirmou que hidrelétrica seria energia limpa se fosse no deserto”… Foi em Daryl. Ao Estadão, ela deu uma declaração fabulosa. Leiam:
“Ouvi sobre a proposta de alterar a lei ambiental [brasileira], e é assustadora. Sei que é difícil pensar no longo prazo, mas você não precisa ser um neurocirurgião para perceber que não é esperto cortar as árvores da floresta. Precisamos valorizar a floresta apropriadamente”.

Como diria o pensador peripatético Gabriel Chalita, “não entendi nada, mas adorei”.

Por que um neurocirurgião seria especialmente habilitado para falar sobre florestas, eis um desses mistérios que vão assombrar a humanidade por muitos séculos. Enigma de igual complexidade, só o de Sabatella. Tivesse eu sabido disso antes, teria acionado meu querido doutor Marcos Stavale, que já viu minha cabeça por dentro (ele ficou assombrado, mas mais não digo por modéstia, rá, rá, rá…), para indagar: “Marcos, é esperto cortar árvores da floresta?” Imagino a sua surpresa: “Xiii, devo ter feito uma lobotomia no Reinaldo sem querer…”

A turma do tal movimento Gota d’Água, aqueles artistas que acham que o Brasil precisa de energia só para ver a novela das nove e para carregar a bateria do iPhone, dá com destaque em sua página a intervenção de Danyl…

Eu, hein… Faz sentido!

Ainda lembro dessa moça dando umas piruetas em Blad Runner. Mexia com os meus melhores instintos. Agora a vejo num vídeo tartamudeando ignorâncias. Vida dura!

Digo e repito: acho que atores até podem dizer o próprio texto se não puderem recitar Shakespeare… Mas custa ter um mínimo de bom senso? Ou consultar um neurocirurgião?

Daryl, de meião, if you know..., em Blade Runner. Quero a minha andróide de volta!!!

Daryl, de meião, if you know..., em Blade Runner. Quero a minha andróide de volta!!!

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 18:23

“Nooosssa, Tio Falcão, por que essas unhas tão grandes e esse bico ‘vorteado’”?

Reproduzo um trecho de uma reportagem da VEJA Online, que trata da atuação de Rui Falcão, presidente do PT, no tal seminário sobre mídia. Leiam (em vermelho):

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, fingiu fazer um mea-culpa pelas declarações de companheiros de partido que voltaram à carga contra a imprensa em um seminário do partido para discutir um marco regulatório para as comunicações, nesta sexta-feira, em São Paulo. “Assim como a imprensa critica e é direito dela, ela também pode ser objeto de crítica”, disse Rui Falcão. E seguiu representando o papel de bom moço, que evitava atacar os meios de comunicação: “Nosso papel não é ficar julgando a imprensa”.
Questionado se o PT desistiu de controlar a imprensa por meio de uma tal “sociedade civil”, Falcão reagiu: “Não queremos controlar ninguém. Queremos mais participação, para que a população também possa produzir essa informação. Não há uma palavra em nossas resoluções que aponte na direção do controle.” Em um caderno distribuído aos participantes do evento, não constam mecanismos de controle, mas há referência vaga à participação social na elaboração de políticas de comunicação.
O documento defende ainda o fortalecimento da cultura brasileira e da indústria nacional criativa. E aí Falcão mostrou seu objetivo: suavizar o termo “controle”, substituindo-o por “proteção”. “Onde não existe regulação, quem domina é o mercado; e o mercado é a lei da selva”, disse Falcão. “Temos que proteger a imprensa nacional.”

Voltei
Que coisa mais fofa! Agora entendi por que Falcão quer proteger as rolinhas… Ele acha que o mercado é a lei da selva. Ainda bem que existe o PT pra cuidar da gente!

— Nooosssa, Tio Falcão, por que essas unhas tããão graaandes?”
Pra te proteger do capitalismo selvagem, patinho!
Nooossa, Tio Falcão, por que essa cara tããão brava?
Pra te proteger da concorrência desleal, patinho!
Nooossa, Tio Falcão, por que esse bico ‘vorteado’ que nem gavião?
É pra te comer, pato burro!

Acima, a gente vê um falcão peregrino protegendo um pato selvagem

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 17:41

Por que um “chefe de quadrilha” quer regulamentar “a mídia”? Ou: Os jornais do Dirceu

O deputado cassado por corrupção José Dirceu, “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República — não sei se vocês notam que passei a usar um tom mais conciliador com o rapaz que se esgueira em quartos de hotel, como fazem certas profissionais remuneradas, de apelo verdadeiramente bíblico —, foi a grande estrela de uma seminário promovido pelo PT para defender a “regulamentação da mídia”. Eles adoram este nome: “mídia”. Faz supor que exista um grupo de pessoas que fica conspirando contra os interesses do povo. E “povo”, como vocês sabem, é coisa para Zé Dirceu. É por isso que, em vez de atuar como lobista de multinacionais e de alguns outros potentados que querem mamar nas tetas do estado, este revolucionário está organizando as massas ora na periferia de São Paulo, ora no interior do Maranhão…  Sobre Che Guevara, o Porco Fedorento, diga-se ao menos que tinha coragem física, né? Dirceu? Nem isso! Sempre esperou que outros corressem risco por ele… Mas vamos seguir.

A VEJA Online traz dois excelentes textos sobre o seminário, de Carolina Freitas (aqui e    aqui). Na sua exposição, o chefe de quadrilha afirmou: “Os proprietários de veículos de comunicação são contra nós do PT. Fazem campanha noite e dia contra nós. Só lamento que não haja jornal de esquerda, que seja a favor do governo.” Todo mundo sabe que há hoje uma corja na imprensa financiada com dinheiro público, inclusive de estatais, para, como direi?, “falar bem” do PT, em especial quando o partido não merece.

Dirceu é obcecado pelo tema. E também pela imprensa. Tão obcecado que, em seu raio de atuação como “consultor de empresas privadas”, estão alguns jornais. Ele é apontado no mercado como “o” homem, no Brasil, do grupo português Ongoing, que já é dono dos jornais “Brasil Econômico”, do qual o “chefe de quadrilha” é colunista, “O Dia”, “Meia Hora” e “Marca”. O grupo busca um jeito de investir em TV.

Qual é o truque? A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que edita esses jornais, tem 70,1% de seu capital em nome de Maria Alexandra de Almeida Vasconcellos, brasileira, mas casada com Nuno Vasconcellos, presidente do Ongoing, dona dos outros 29,9%. Em Portugal, dá-se como certo que é o grupo que comanda esses veículos por aqui. No meio político, o “Brasil Econômico” é chamado “aquele jornal do Dirceu”. Evanise Santos, namorada do réu, é diretora de marketing institucional da Ejesa. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu investigação para apurar a atuação do grupo português no Brasil.

Dirceu e os petistas defendem o que chamam “regulamentação”, como se não houvesse lei nenhuma no Brasil. E há. Uma delas é justamente a que proíbe que estrangeiros sejam donos de veículos de comunicação.

É PRECISO REGULAMENTAR AS RELAÇÕES DE JOSÉ DIRCEU COM A MÍDIA, ESPECIALMENTE NO CAPÍTULO QUE TRATA DA POSSE DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO POR ESTRANGEIROS.

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 16:51

Seita de extrema esquerda diz que é preciso “impedir por todos os meios” que se cumpram a lei e a vontade dos estudantes na USP

O PCO é uma das seitas de extrema esquerda que infernizam a vida da Universidade de São Paulo. Trata-se de um partido tão expressivo, mas tão expressivo!, que obteve nas eleições presidenciais de 2010 a fabulosa soma de 12.206 votos!!! Para vocês terem uma idéia, este blog tem de leitores, POR DIA, mais de dez vezes o número de eleitores do… PCO!!!

Prestem bem atenção! 12.206 votos! Para um partido ser criado, a legislação atual exige que o requerimento de registro seja assinado por, no mínimo, 101 fundadores, com domicílio eleitoral em pelo menos nove estados brasileiros. Além disso, é preciso o apoio de 0,5% dos eleitores, considerado o total de votos válidos da última eleição para a Câmara, distribuídos por um terço dos estados. Vocês lembram a encheção de saco que foi a criação do PSD, que já nasceu como o terceiro partido na Câmara. Havia gente querendo conferir nome por nome da lista… Já o PCO, que não tem um só parlamentar, que recebeu pouco mais de 12 mil votos na disputa presidencial — insuficientes para eleger vereador em cidades de médio porte —, é, no entanto, um partido que nunca teve a legalidade questionada, com acesso ao fundo partidário, garantido pelo estado burguês com o qual a sigla promete acabar…

Ai, ai…

Pois é! O PCO está entre os golpistas da USP.

Enviam-me um texto desta seita que traz algumas preciosidades como esta:

“Um fato absurdo, intolerável, precisa ser amplamente discutido e esclarecido entre os estudantes que estão lutando contra a Polícia na USP, os processos contra estudantes e funcionários e a ditadura do reitor-interventor João Grandino Rodas. Trata-se do fato de que a direita está tentando se infiltrar no movimento estudantil por meio de uma cobertura pseudo-democrática, a chapa Reação, lançada para as eleições do DCE”

Entenderam?
A chapa “Reação”, que se inscreveu para disputar eleições, como qualquer outra, segundo o PCO, deve ser proibida de participar do pleito. Ele seria um assunto privado, a ser decidido só entre esquerdistas. E o que dizer da estupidez de chamar o reitor de “interventor”. ELE ESTÁ SEGUNDO AS REGRAS DO ESTADO DE DIREITO. Interventora é a atual direção do DCE, que prorrogou o próprio mandato.

Num outro trecho do texto, o PCO afirma que a possibilidade de a chapa “Reação” vencer é “uma operação para destruir o DCE Livre da USP”, o que, segundo eles, “deve ser impedida por todos os meios necessários pelos estudantes”.

Como é que é?
“Todos os meios necessários?” Também os armados? O PCO está achando que já liderou e já venceu a revolução e, por isso, pode impor a sua vontade?

Eis aí, maioria silenciosa da USP! Um partido que obtém menos de 0,01% dos votos na eleição presidencial, que não elegeria vereador em Xiririca do Mato Dentro, que vive do que consegue amealhar do Fundo Partidário (o nosso dinheiro), que é desconhecido dos brasileiros, acredita que pode impor a sua vontade na universidade e impedir os estudantes de realizar eleições.

Por quê? Porque, a exemplo do que já viu na UnB e na UFMG, os estudantes de verdade estão com o saco cheio de seus seqüestradores e decidiram se libertar.

Quem quer impedir, “por todos os meios”, que a lei se cumpra precisa é de polícia, não de política.

Por Reinaldo Azevedo

25/11/2011

às 15:57

É POR ISTO QUE “ELES” ESTÃO COM MEDO: CHAPA DE NÃO-ESQUERDISTAS DA UFMG VENCE ELEIÇÃO PARA O DCE PELA PRIMEIRA VEZ

A Universidade de Brasília já se libertou. Agora chegou a vez da Universidade Federal de Minas Gerais. Pela primeira vez na história, uma chapa formada por não-esquerdistas, por “estudantes que realmente estudam”, venceu a eleição para o DCE. A “Onda” derrotou cinco chapas esquerdistas, todas elas meras procuradoras de partidos de esquerda: Há Quem Sambe Diferente, Reinventar, Tempos Modernos e a Voz Ativa.

É por isso que a esquerdalha está com medo. Na USP, deu um golpe para evitar a derrota certa para a chapa “Reação”.

O movimento contra a partidarização dos DCEs ganha corpo no Brasil inteiro. A maioria silenciosa está com o saco cheio de ser massa de manobra desses radicalóides do sucrilho e do toddynho, cujo furor revolucionário é financiado pela conta bancária de pais abastados.

“Estudantes que estudam” de todo o Brasil, uni-vos! É possível derrotá-los!

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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1 comentário

  • Thomas Renatus Fendel Rio Negro - PR

    Óh Reinaldo...

    Não existe crendice boa... nem religião...

    É tudo invenção humana...

    Abra o olho.

    0