Nota da CitrusBr ao NA mostra as origens da crise que afeta os produtores de laranja
Caro João Batista, como está?
Tenho
acompanhado a cobertura do Mercado e Cia sobre a tragédia que se abate
sobre a citricultura e, em particular, sua incansável defesa do
citricultor. Nós, aqui da CitrusBR, compartilhamos esse sentimento, com o
mesmo pesar. Contudo, gostaria de passar algumas informações para sua
reflexão e análise.
Tenho notado que você reiteradamente tem colocado a
concentração das empresas como “culpada” do problema. Tenho certeza que
há bons fundamentos para a formação de suas convicções, porém, tomo a
liberdade, até por dever de ofício e pela liberdade que temos, de
oferecer mais alguns dados para a sua análise.
O primeiro deles mostra que 71% do suco comprado está mão de apenas 30 empresas.
Esse número passava de 100 poucos anos atrás e a tendência é piorar.
Quando olhamos para o varejo, na Alemanha,
maior comprador de suco na Europa, 80% do mercado está nas mãos de cinco
empresas. Na frança, 74%. Nos EUA, 46% e assim por diante.
Infelizmente, o mercado não se concentra por uma decisão espontânea, mas
sim pelas pressões sofridas por grandes grupos cada vez maiores.
Falando do nosso mercado citrícola, a concentração chegou às vias que
chegou porque muitas empresas não conseguiram fazer frente às
dificuldades. Nesse caso ou fecharam, ou se juntaram com outras. O que
estamos falando é uma escolha entre um mercado concentrado ou no pior
dos casos a ausência de mercado. Por último, como ingrediente para sua
análise, gostaria de oferecer um dado que vamos divulgar em breve. Entre
as safras 2007/2008 e 2011/2012, as exportações brasileiras caíram de
1,4 milhão de toneladas de FCOJ equivalente para 1,16 milhão toneladas
(Dados Secex).
Isso significa uma redução de consumo de 65 milhões de
caixas, praticamente toda a laranja que está apodrecendo. Ou seja, se
estivéssemos com o mesmo nível de consumo de 2007/2008 a situação seria
diferente. Os estoques não teriam se acumulado tanto e qualquer política
governamental daria conta do recado.
Por último, deixo o link para que
você baixe, caso queira, o Estatuto do Consecitrus
assinado com a Sociedade Rural Brasileira. Faço um pedido pessoal, se
puder. Leia com calma, analise e veja se há algo de errado ou se esse
mecanismo não poderia ajudar e muito o setor. Tenho a impressão que a
causa dos problemas não está na concentração em si, mas sim nos motivos
que fizeram essas empresas se concentrarem. E nesse ponto, a indústria
não conseguirá enfrentar todos os problemas e desafios sozinha, tampouco
a produção conseguirá.
Assim, espero que em alguns anos não cheguemos à conclusão que perdemos uma boa oportunidade de construir um futuro melhor em vez de gastarmos energia com trocas de acusações entre diferentes elos da Citricultura.
Grande abraço e como sempre estou à disposição,
Christian Lohbauer
carlo meloni sao paulo - SP
ESSA FILOSOFIA DE SE ORIENTAR PELA EFICIENCIA DO CAPITALISMO DESMORONOU NESSES ULTIMOS ANOS AO COMPARAR OS EUA COM A ALEMANHA. O CAPITALISMO PURO NAO SE PREOCUPA COM A DIVISAO DE RENDA
PORTANTO AS GRANDES COMPANHIAS DE SUCO NAO SE PREOCUPAM NEM UM POQUINHO SE OS CITRICULTORES PERDERAM PODER AQUISITIVO.ESTA MIOPIA OU EGOISMO FARA' MATEMATICAMENTE IMPLODIR O CAPITALISMO DA MESMA FORMA QUE IMPLODIU O COMUNISMO.ISSO LEVADO AO LIMITE ACONTECERA' QUANDO AS GRANDES EMPRESAS ESTIVEREM ABARROTADAS DE DINHEIRO COMO OS BANCOS E QUANDO O POVO NAO TIVER PODER DE COMPRAR NADA COMO NA GRECIA.