Estiagens ao redor do mundo provocam temores de nova crise de alimentos

Publicado em 16/10/2012 16:56
Uma possível crise de alimentos, semelhante à que ocorreu em 2008, volta a preocupar as autoridades mundiais. Países consolidados como importantes produtores agrícolas vêm sofrendo com severas estiagens, provocando perdas expressivas em suas safras e, consequentemente, estimulando uma forte alta dos preços. 

Os Estados Unidos, este ano, enfretaram uma das piores secas da história, onde sua produção de milho foi reduzida em mais de 100 milhões de toneladas e a de soja em quase 10 milhões. Na Rússia, enormes propriedades produtoras sofreram com as chuvas insuficientes e, na Índia, até mesmo a época de monções foi seca. 

Há quatro anos, a crise alimentar que preocupou o mundo gerou tumultos e conflitos em cerca de 12 países e fez com que a ONU (Organização das Nações Unidas) convocasse uma reunião específica para tratar da forte alta dos preços. 

No entanto, a situação atual só não é mais preocupante, de acordo com autoridades, porque países exportadores como a Rússia, por exemplo, ainda não impôs restrições às suas vendas externas como forma de preservar os prçeos em seus mercados domésticos. Em 2008, porém, isso aconteceu. 

Segundo o economista da FAO - o braço da ONU para Agricultura e Alimentação - Abdolreza Abbassian, até o momento os governos desses países estariam evitando acatar medidas restritivas já que a "a oferta não está tão ruim, e os estoques também não". 

A produção global de arroz não deverá ser muito grande, no entanto, não provoca uma escassez do grão, e no caso do trigo, o volume produzido deverá superar o de 2007. Além disso, a produão brasileira de açúcar também se mostra acima das expectativas e a produção agrícola na China também caminha bem.

Paralelamente, outro fator também diferencia o momento vivido em 2008 e o atual, que é o de uma pressão menor no mercado de biocombustíveis. Há quatro anos, o petróleo registrou preços recordes e a busca por energias alternativas aumentou muito. Com isso, o miho e o açúcar, por exemplo, passaram a ser comprador por usinas. 

Para Marc Sadler, economista do setor de agricultura do Banco Mundial, "a sensação geral é de que não estamos na mesma situação em que estávamos em 2008". 

Mas mesmo assim, o momento ainda exige atenção, de acordo com entidades internacionais. O crescimento da população, principalmente de países emergentes, tem provocado um aumento da demanda por grãos com alto teor de proteína e os custos de energia estão em crescimento constante. 

Além disso, os estoques de produtos como milho e soja estão historicamente baixos e, de acordo com Sadler, não devem voltar aos patamares anteriores. 

"A população global logo vai chegar a nove bilhões, e todos precisam ser alimentados. Se assegurar de que isso será feito é um dos desafios deste século. Não é uma questão de 'podemos ou não'. É uma necessidade", diz Sadler.
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Ricardo Picin Moro Sorriso - MT

    Enquanto no Brasil a discução é plantar arvores onde se produz soja, leite, arroz, milho, feijão, etc os organismos internacionais estão preocupados o fornecimento de "alimentos" a população mundial. Pensem nisso!!!!

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  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    e no brasil a presidente por capricho quer que plantesmos capoerira por compromiso com as macacas

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