Cooperativa alerta produtores sobre incidência de helicoverpa em SC
O departamento técnico da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), produtores rurais, clientes e associados da Cooperativa, situada em Campos Novos (SC) tiveram uma capacitação importante sobre o fenômeno recente, porém já identificado, de incidência da lagarta do gênero helicoverpa nas lavouras da região.
O treinamento aconteceu na sede social da Coocam, em parceria com a Syngenta e foi ministrado pelo Professor Doutor da Universidade de Passo Fundo, José Roberto Salvatori.
Existem 04 espécies do gênero das Helicoverpas, porém na região Sul ainda não foi identificado com clareza qual espécie tem atacado as culturas, já que segundo Salvatori, existem apenas três pessoas no Brasil aptas a identificá-las.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Coocam, Cristiano Nascimento, qualquer que seja a espécie é preocupante, já que o gênero é agressivo e perigoso, haja vista que a helicoverpa come várias culturas, em velocidade quatro vezes maior que as lagartas já conhecidas e ainda tem hábitos alimentares diversos do habitual.
“A helicoverpa come de tudo, soja, feijão e até mesmo as plantas invasoras que estão na lavoura. Além disso, a lagarta come quatro vezes mais que as lagartas que já estávamos habituados com a incidência, e ainda se alimenta nos momentos mais frios do dia, escondendo-se na palhada nos momentos quentes do dia, o que dificulta ainda mais seu controle”, explica.
Mesmo sendo nova no Brasil, a helicoverpa já foi identificada há tempos em outros continentes, e por isso, já desenvolveu uma certa resistência aos inseticidas que estão disponíveis no mercado. Diante disso, o acompanhamento e assistência do engenheiro agrônomo para seu controle é essencial.
“Existem grupos de inseticidas que apresentam melhor controle diante desse tipo de lagarta, mesmo assim, é indicado que o combate aconteça bem no inicio da incidência, quando a lagarta está na 1ª ista e com até 1 mm de comprimento”, enfatiza o engenheiro agrônomo Cristiano Nascimento.
Na safra passada de soja, produtores da Coocam já tiveram contato com a lagarta em suas lavouras e mesmo recente, o fenômeno causou prejuízos.
“Por não sabermos ao certo que tipo de lagarta estava atacando a produção, não tivemos o controle adequado, sendo que as doses de inseticidas foram feitas posterior ao que se indica. Chegamos a usar três vezes mais que a dose de inseticida recomendada para tentar o controle da helicoverpa e mesmo assim não tivemos o controle efetivo”, explica o engenheiro agrônomo.
Como tentativa de minimizar os danos e antecipar o diagnóstico da lagarta, a Coocam, em parceria com a Syngenta, vai disponibilizar aos cooperados armadilhas com feromônio para identificar a presença da mariposa dentro da lavoura, e assim, antecipar as aplicações de inseticidas, e com isso prevenir uma possível infestação da lavoura.
“Essas iscas vão permitir a identificação prematura das mariposas e com isso fazemos um diagnóstico precoce da lagarta que dentro de poucos dias deve estar em contato com a lavoura. Isso nos permite uma ação rápida e preventiva.”, explica Cristiano, que enfatizou ainda que essas iscas precisam ser monitoradas num intervalo de no máximo três dias.
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