Preço do café cai para menor nível desde marco de 2009, diz OIC

Publicado em 09/11/2013 07:25
com informacoes distribuidas pelo CNC e CafePoint

A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou nesta sexta-feira uma avaliação nada animadora para o mercado do grão. Ao registrar queda média de 4,3% dos preços do café em outubro na comparação com setembro, a entidade nota que os preços nominais estão no menor nível desde março de 2009 e afirma que não há "sinal de desaceleração" da tendência de queda dos preços que castiga o mercado nos últimos dois anos. Por isso, as perspectivas iniciais de produção na safra 2013/2014 sinalizam "potenciais reduções".

De acordo com relatório divulgado nesta tarde, o indicador de preço médio da entidade ficou em 107,03 centavos de dólar por libra-peso. "O valor mostra queda de 4,3% na comparação com setembro e ficou no nível mais baixo desde março de 2009. Além disso, em termos reais, o índice está agora no nível de janeiro de 2000, quando o mercado estava no começo do período conhecido como 'crise do café'", destaca a entidade. "A severa tendência de queda observada nos últimos dois anos não dá sinais de desaceleração", completa a entidade.

Entre as variedades listadas pela OIC, o café do tipo "Brazilian Naturals" registrou queda de 2,7% em outubro, para 109,57 centavos de dólar por libra-peso. Robusta caiu 4,6% (para 83,70 centavos de dólar/libra), os grãos do tipo "Colombian Milds" cederam 3,4% (para 133,83 centavos de dólar/libra) e os demais recuaram 2,7% (para 128,70 centavos de dólar/libra).

"Não há dúvida que em muitos países os preços pagos pelo café aos produtores não consegue sequer cobrir os custos de produção e, ao mesmo tempo, os preços de produtos básicos, como alimentos e energia, estão aumentando", destaca o relatório da OIC. "Na realidade, o café tem o pior desempenho entre as commodities agrícolas nos últimos dois anos", completa.

Para a entidade, "é muito cedo para fornecer uma estimativa para a produção mundial na safra 2013/2014, que está em andamento, mas os primeiros indícios sugerem potenciais reduções em alguns dos principais exportadores". Entre os motivos, a organização cita a ocorrência de um ano de "safra baixa" no ciclo bienal do café do Brasil e a constatação da ferrugem em lavouras da América Central. "Além disso, os preços em baixa tendem a desencorajar agricultores a investir e manter suas culturas, o que pode afetar negativamente a produção futura", completa o relatório.

Produção de café da Colômbia superou 10,3 milhões de sacas nos últimos 12 meses
 

A produção registrada de café da Colômbia, maior produtor mundial de café arábica suave lavado, superou 10,3 milhões de sacas de 60 quilos durante os últimos doze meses, resultado de um programa de renovação que busca elevar a produtividade e a sanidade vegetal dos cafezais.

Essa recuperação na produção de café coincide com o aumento nas exportações totais, as quais vêm aumentando. Tanto é assim que, nos últimos 12 meses, as vendas externas cresceram em 26%, ficando em 9,1 milhões de sacas, produto que atenderá diretamente a crescente demanda por café de alta qualidade, como o colombiano.

Vale a pena ressaltar que uma crescente proporção das exportações de café da Colômbia corresponde ao café com valor agregado – incluídos os especiais -, o que permite aos produtores ter acesso a maiores preços e benefícios. Até agora nesse ano, 35% das exportações foram a segmentos de maior valor, enquanto mais de 164 mil cafeicultores estão vinculados a algum protocolo de sustentabilidade, como 4C, UTZ, Rainforest Alliance, Fair Trade (Flo) ou C.A.F.E. Practices.

Em 2006, os cafés especiais representavam 19% das exportações realizadas pela Federação, enquanto que para 2013, cerca de 50% das vendas corresponderam a esse tipo de café.

Graças à maior produtividade, nos primeiros dez meses de 2013 se superou a produção de 2012. A renovação de cafezais empreendida pela Federação de Cafeicultores não somente permitiu ter plantas mais jovens e resistentes a doenças, como o fungo da ferrugem, e aos efeitos climáticos, mas também, foi um fator fundamental para elevar a produtividade por hectare, que passou de 11,1 sacas de café verde por hectare em 2012, um fator que se espera seja superior aos 14,5 sacas esse ano, o que significa um aumento de 31%.

Dessa forma, até agora nesse ano, a colheita superou as 8,6 milhões de sacas, 43% a mais que as 6,1 milhões de sacas registradas no mesmo período do ano anterior, o que significa que nos 10 primeiros meses de 2013, já se superou a produção obtida durante todo o ano de 2012, que foi de 7,7 milhões de sacas.

Em outubro desse ano, a produção registrada alcançou 1,58 milhão de sacas, 62% a mais que as 643 mil sacas obtidas no mesmo mês de 2012.

Por outro lado, as exportações de café nesse ano cresceram em 35%, ficando em 7,6 milhão de sacas, frente às 5,6 milhões de sacas exportadas entre janeiro e outubro de 2012. As exportações de café em outubro de 2013 cresceram em 52%, quando foram vendidas 883 mil sacas, frente às 582 mil sacas exportadas em outubro de 2012. (Os dados são do sitehttps://www.federaciondecafeteros.org, adaptados pelo CaféPoint).

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CNC e CafePoint

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