Na Folha: Governo venezuelano bloqueia acesso a redes sociais

Publicado em 25/02/2014 15:15 e atualizado em 26/02/2014 09:41

As redes sociais parecem ser a última fronteira da batalha do governo venezuelano contra os meios de comunicação independentes.

Depois de expropriar TVs e afogar economicamente os principais jornais (há mais de 20 sob ameaça de fechamento por falta de dólares para importar insumos), o governo, por meio do provedor CANTV, adotou a estratégia de derrubar temporariamente as páginas do Facebook e do Twitter, além de aplicativos de trocas de mensagens.

Leia a íntegra na Folha de S. Paulo

 

Maduro estaria perdendo o controle do país: Começaram os saques

 
Amadurecidas perdem o controle do país: Começaram os saques

@ DolarToday / 25 de fevereiro de 2014 @ 10:00

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo informações que chegam da Venezuela, Nicolas Maduro perde o controle do país. Por meio de redes sociais os cidadãos de El Limón, estado Aragua, relataram saques no  Líder Super uma supermercado localizado na Candelaria El Limon, setor estado Aragua.

Por volta de 20h00 de ontem  o Líder Supe, sofreu saques promovido por um grupo de pessoas que usou até mesmo os carros ​​para levar os aparelhos.
A informação foi confirmada pelo governador daquele estado  , Tarek El Aissami , durante o Conselho do Governo Federal no palácio de Miraflores. Padarias e transeuntes tambem sofreram roubos ."Há saques em alguns lugares, eles estão saqueando mercados, mercearias e lojas privadas. Os mortos são os venezuelanos e ferir a todos nós ", disse ele.
 
Com informações do Últimas Notícias

 

Na Agência Brasil : Chanceler diz que Venezuela não aceita mediação internacional

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, disse nessa segunda-feira (24) que o país não aceita mediação internacional para solucionar o conflito causado pelos protestos das duas últimas semanas.

"A Venezuela não pediu e nem aceita nenhuma mediação, nem de pessoas e nem de organismos multilaterais, porque no país existem instituições democráticas e há uma vontade da maioria do povo de resolver a situação em paz e em democracia", acrescentou Jaua, em resposta a uma sugestão da Organização dos Estado Americanos (OEA) para acabar com os violentos protestos que há 13 dias atingem o país.

As declarações foram dadas durante entrevista do Partido Socialista Unido da Venezuela. O chanceler lembrou que o presidente Nicolás Maduro também compartilha dessa opinião. "A única instância que a Venezuela consideraria, se necessário, seria a União de Nações Sul-Americanas (Unasul)", disse.

Na semana passada, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, comentou que estava preocupado com a possibilidade de os protestos em Caracas ocasionarem novos episódios de violência. Ele apelou ao "governo para evitar o uso da força” e à oposição para manifestar-se "pacificamente, evitando preocupações".

"Se já não há confiança em ninguém, em nenhuma instituição ou pessoa” disse, “talvez atores externos, provenientes da nossa própria América, sejam uma alternativa possível".

As manifestações na Venezuela já causaram a morte de 14 pessoas e pelo menos 140 feridos. Também há casos de agressões a jornalistas. De acordo com o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, pelo menos 62 jornalistas foram vítimas de repressão de parte de organismos de segurança do Estado, de civis venezuelanos, de civis armados e de manifestantes.

Maduro atribuiu, entretanto, às barricadas montadas pelos seus opositores a morte de 30 pessoas, por “ataques de coração e de asma”, que se somam às 13 mortes registradas pela Procuradoria-Geral no âmbito dos protestos.

“Já contabilizamos 30 compatriotas que faleceram por não terem sido socorridos a tempo”, disse, durante discurso transmitido pela rede pública de rádio e televisão, a um grupo de motociclistas que foi ao palácio presidencial manifestar apoio.

Nessa segunda-feira, os Estados Unidos também voltaram a pedir que o presidente venezuelano dialogue com os opositores e a população venezuelana e acabe com as “acusações falsas” aos norte-americanos.

O porta-voz da Presidência norte-americana, Jay Carney, disse que Maduro “pede um diálogo” com o presidente norte-americano, Barack Obama, “e a troca de embaixadores”, mas deveria “centrar-se no diálogo com o povo venezuelano”.

Ao longo do dia, nessa segunda-feira, Maduro anunciou a detenção de um homem que alegou ser proveniente do Oriente Médio, classificou como “mercenário” e a quem acusou de preparar carros-bomba para atentados. O homem foi detido quando, em um bairro de classe média alta, em Maracay, a 100 quilômetros a oeste de Caracas, “preparava carros-bomba para encher o país de violência”, adiantou o dirigente venezuelano.

As estradas das principais cidades de oito dos 24 estados da Venezuela foram hoje bloqueadas por opositores da Revolução Bolivariana defendida pelo governo do presidente Nicolás Maduro.

Quanto aos protestos, a imprensa local, autoridades e venezuelanos usuários das redes sociais relatam que pelo menos oito estados do país apresentavam rodovias bloqueadas nessa segunda-feira. Os bloqueios afetam os estados de Táchira, Carabobo, Barquisimeto, Arágua, Zúlia, Anzoátegui, Mérida e Miranda.

 
Na coluna Direto ao Ponto, do blog de Augusto Nunes (veja.com.br):

Quatro anos depois de escancarar o abismo existente entre um palanqueiro e um estadista, Óscar Arias mostra a diferença que separa um democrata corajoso de uma cúmplice do capataz da Venezuela

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Em março de 2010, com poucas horas de diferença, os presidentes do Brasil e da Costa Rica se manifestaram sobre o tratamento dispensado pela ditadura cubana a presos políticos e oposicionistas em liberdade vigiada. Como atesta o post reproduzido na seção Vale Reprise, o que Lula disse durante outra visita à ilha-presídio e o que Óscar Arias escreveu num artigo publicado no jornal El País escancararam o abismo existente entre um palanqueiro sem grandeza e um genuíno estadista.

Passados quatro anos, chegou a vez de Dilma Rousseff ser exposta a uma desmoralizante comparação com Óscar Arias, desta vez provocada por opiniões antagônicas sobre a reação brutal do presidente Nicolás Maduro às manifestações de protesto promovidas pela oposição venezuelana. Um comunicado oficial endossado pelo governo brasileiro formalizou o apoio incondicional dos países do Mercosul ao companheiro ameaçado por “atos de violência”, “tentativas de desestabilizar a ordem democrática” e “ações criminosas de grupos violentos que querem disseminar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela, como instrumento de luta política”.

Nesta sexta-feira, de novo com um texto publicado no jornal El País sob o título Venezuela: inferno de perseguição, o costarriquenho premiado em 1987 com o Nobel da Paz implodiu mais um monumento ao cinismo erguido pelo clube dos farsantes. Confira:

Quero juntar minha voz ao coro de preocupação que se ouve em grande parte da nossa América.

Multidões de estudantes e cidadãos que se opõem ao governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro foram brutalmente atacados com armas de fogo pelas forças de segurança.

Em nenhum país verdadeiramente democrático alguém é preso ou assassinado por discordar das políticas do governo ou por manifestar em público seu descontentamento. A Venezuela de Maduro pode fazer todos os esforços de oratória para vender a ideia de que é efetivamente uma democracia. Cada violação dos direitos humanos que comete nega na prática tal afirmação, porque sufoca a crítica e a dissidência.

Todo governo que respeite os direitos humanos deve respeitar o direito de seu povo de manifestar-se pacificamente. O uso da violência é inaceitável. Recordemos a advertência de Gandhi: “Olho por olho e o mundo inteiro se tornará cego”.

Sempre lutei pela democracia. Estou convencido de que, se não existe oposição numa democracia, devemos criá-la, não reprimi-la e condená-la ao inferno da perseguição, como parece fazer o presidente Maduro.

O governo da Venezuela deve respeitar os direitos humanos, sobretudo os dos opositores. Não há nenhum mérito em respeitar apenas os direitos de seus partidários.

Martin Luther King Jr. disse que “os lugares mais quentes do inferno estão reservados àqueles que num período de crise moral se mantiveram neutros. Num determinado momento, o silêncio se converte em traição”.

Estou consciente de que estas afirmações me deixarão exposto a todo tipo de crítica por parte do governo venezuelano. Serei acusado de imiscuir-me em assuntos internos, de desrespeitar a soberania nacional e, quase com certeza, de ser um lacaio do império.

Sou, sem dúvida, um lacaio do império: do império da razão, da tolerância, da compaixão e da liberdade. Sempre que os direitos humanos forem violentados, não vou calar-me. Não posso calar-me se a mera existência de um governo como o da Venezuela, uma afronta à democracia. Não vou calar-me quando estiver em perigo a vida de seres humanos que apenas defendem seus direitos de cidadão.

Vivi o suficiente para saber que não há nada pior do que ter medo de dizer a verdade.

A resposta de Dilma ao jornalista que quis saber em Roma se tinha algo a dizer sobre a crise venezuelana reiterou que, como o padrinho, a afilhada não tem compromisso com a verdade. “Não interfiro em problemas internos de outro país”, mentiu a avalista do infame documento do Mercosul. O post de 2010 registrou que Arias é um democrata exemplar, um devoto do Estado Democrático de Direito que tenta moldar um mundo mais justo e generoso. Dilma só pensa na reeleição. O ex-presidente da Costa Rica se guia por princípios éticos e valores morais. Dilma não sabe o que é isso.

(por Augusto Nunes)

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Fonte:
Folha + Agência Brasil

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