Mercado de açucar: OLHANDO OS SINAIS
O mercado futuro de açúcar em NY fechou a semana em 16.83 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 45 pontos, ou 10 dólares por tonelada. A queda se estendeu até o vencimento maio de 2015, entre 4 e 9 dólares por tonelada. Nos vencimentos a partir da safra 2015/2016, viu-se uma ligeira apreciação, coincidindo com o período em que o mundo passa a ter um déficit de açúcar.
A semana, em geral, apesar da queda de 10 dólares por tonelada, foi muito calma com poucos negócios no mercado físico de exportação. O nível extremamente competitivo de prêmio que os açúcares da Tailândia estão sendo negociados torna difícil para as tradings fazerem novas compras de açúcar do Centro-Sul com desconto inferior a 40 pontos. Sem contar, obviamente, que esta safra foi particularmente ruim para as tradings no que se refere ao basis.
No mercado futuro, por sua vez, o vencimento maio/2014 chegou a negociar a 16.69 centavos de dólar por libra-peso repetindo as cotações mais baixas negociadas no vencimento março/2014 às vésperas da expiração do contrato. Por outro lado, o volume negociado esta semana foi muito pequeno, um dos menores do ano. A queda pode ter sido alimentada por razões técnicas desvinculadas dos fundamentos, já que os fundos, nessa semana, mesmo com a queda do mercado, aumentaram suas posições compradas para 90.000 contratos (equivalente a 4.57 milhões de toneladas de açúcar equivalente). Parece bem construtiva a visão deles.
No comentário semanal Um Touro à Espreita, no início de fevereiro (leia aqui na íntegra https://archerconsulting.com.br/artigos/acucar/um-touro-a-espreita/), ou seja, há apenas seis semanas, enquanto o mercado de açúcar em NY fechava cotado a 15,73 centavos de dólar por libra-peso, dissemos que a falta de chuvas daquele momento podia ser apenas o começo de uma reviravolta nos preços. Continuamos a análise observando que o primeiro e mais importante indicador dessa possibilidade (reviravolta nos preços) era a alta significativa da volatilidade implícita das opções. Os traders estão pagando cada vez mais para as opções. E finalizamos, no mesmo comentário, que poderemos ver os preços do mercado de açúcar em NY apreciarem pelo menos até o limite da arbitragem com o etanol hidratado, que está em média 250 pontos acima no nível do VHP. NY a 18,50 centavos de dólar por libra-peso antes de 1º de maio. Bem, o resto da história todos sabem. O mercado apreciou até 18.47 centavos de dólar por libra-peso, enquanto a volatilidade subiu para mais de 25%.
O objetivo de repetir as previsões que fizemos e deram certo não é absolutamente o de esperar palmas, cumprimentos e tapinhas nas costas, nem de reconhecimento do trabalho da consultoria, mas é, exclusivamente, o de mostrar que muitas vezes os sinais estão escancarados na nossa frente e não enxergamos. A difícil missão que a vida corporativa impõe aos executivos de hoje, de matar um leão por dia, muitas vezes distorce a visão de quem está no meio do burburinho.
Acreditamos que o ciclo de alta não se encerrou da mesma forma que os fatores que colocaram o mercado perto de 18.50 centavos de dólar por libra-peso ainda pairam sobre nossas cabeças. A fraqueza do físico dá o tom e deve fazer com que o mercado teste os 16 centavos de dólar por libra-peso. Não podemos esquecer que o mercado negocia perto dos R$ 900 por tonelada equivalente FOB, ainda acima da média do ano de R$ 882/tonelada e longe da mínima de R$ 817. Com o dólar de sexta-feira a 2.3230 isso coloca um suporte em NY (hipoteticamente) em 15.33 centavos de dólar por libra-peso!
O custo de produção de açúcar estimado pelo modelo da Archer Consulting aponta para R$ 35.3555 por saca, posto Usina, sem custo financeiro. Já os custos de produção do etanol, anidro e hidratado, em reais por litro posto na usina são, respectivamente, de 1.1526 e 1.1065.
Anidro continua sendo a melhor rentabilidade e muitas usinas tem antecipado a moagem da safra 2014/2015 para ainda tentar pegar carona nos preços remuneradores. A janela de exportação de etanol para maio/junho/julho também se escancara e a previsão é que cheguemos a 2 bilhões de litros de exportação este ano.
As últimas projeções de MB Associados apontam um crescimento do PIB para 2014 em 1.6%, o IGPM em 6.9%, uma SELIC de 11.50% e um câmbio de 2.45.
Impressionante a incompetência (para dizer o menos) de Dilma no episódio altamente suspeito em que a Petrobras, quando ela era a presidente do Conselho de Administração da empresa, em 2006, pagou US$ 1,380 bilhão pela refinaria de Pasadena, no Texas, a mesma que os belgas haviam arrematado anos antes por US$ 43 milhões e cujo valor de mercado, hoje, é de US$ 118 milhões. Dilma tem um cérebro privilegiado, deveria doá-lo para a Ciência. Já a ética e a vergonha na cara, vai ter que pedir emprestadas. Um detalhe importante: o Conselho de Administração da empresa formado por sete pessoas embolsa, cada um, remuneração média mensal de cento e setenta e seis mil reais.
E alguém acha que esse governo tem um pingo de seriedade para se importar com o que está ocorrendo com o setor sucro-alcooleiro?
Bom final de semana a todos.
Arnaldo Luiz Corrêa
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