Gastos públicos subiram de 14% em 1997 para 19% do PIB em 2013

Publicado em 05/08/2014 19:12
nos blogs de Rodrigo Constantino e Lauro Jardim, de veja.com.br

Gastos públicos subiram de 14% em 1997 para 19% do PIB em 2013: precisamos falar sobre Kevin!

Uma reportagem no GLOBO hoje mostrou como os gastos públicos têm aumentado no país nos últimos anos, mesmo em relação ao PIB. Independentemente se é PSDB ou PT no poder, o fato é que a tendência de expansão dos gastos é clara, e boa parte disso se deve ao que está determinado pela própria Constituição:

As despesas do governo federal crescem sistematicamente desde 1997, levando junto o montante de impostos cobrados no país pela União. Segundo especialistas, o crescimento dessas despesas está muito associado aos gastos vinculados ao salário mínimo, que vem tendo reajustes acima da inflação desde os anos 1990. Somente as transferências sociais, aposentadorias públicas e privadas, seguro-desemprego e abono salarial respondem por 72,5% das despesas públicas, segundo cálculos do especialista Raul Velloso.

Gastos Públicos

— A chamada grande folha de pagamento cresce com os reajustes do mínimo e com o envelhecimento da população. Aumenta em valor e em quantidade de pessoas atendidas — afirma o economista.

Dessa forma, os gastos do governo federal subiram de 14% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país em um ano) em 1997, para 18,8% no ano passado. Já a carga de impostos cobrados pela União, também em proporção do PIB, passaram de 18,1% para 25,3%no período.

— O pior do crescimento das despesas é que os números não traduzem a totalidade dos gastos. Nos últimos anos, parte das despesas é postergada, tratada como empréstimo, empurrada para bancos estatais. O percentual da despesa certamente é maior — afirma o economista José Roberto Afonso, do Ibre, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Escrevi em minha coluna da Veja impressa um texto sobre isso, fazendo uma analogia com o filme “Precisamos falar sobre o Kevin”. O Brasil se encontra em uma encruzilhada. É preciso realizar reformas estruturais, reduzir o tamanho do estado, desarmar as bombas-relógios criadas pelo modelo assistencialista que só transfere recursos, desestimulando a criação de riqueza.

Não é mais viável sustentar esse welfare state. O Brasil vai ficar velho antes de ficar rico. A conta não fecha. Não podemos brincar impunemente de ser uma Escandinávia, ainda mais quando não temos nada parecido com sua liberdade econômica e seu império das leis. O estado deve recuar. Precisamos de um novo “pacto social” com mais liberdade de mercado e menos paternalismo e assistencialismo. Já!

Rodrigo Constantino

Economia

300 bilhões sonegados

Montanha de dinheiro

Montanha de dinheiro

O buraco causado pela turma habituada a driblar o Leão bateu valores superlativos nos primeiros oito meses desse ano.

Um levantamento do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (Sinprofaz) mostra que, entre janeiro e agosto, o montante de impostos sonegados já bateu os 300 bilhões de reais.

O estudo, que será apresentado amanhã, faz outro paralelo: essa dinheirama desviada do caminho do erário é doze vezes maior do que os gastos com a Copa do Mundo.

Por Lauro Jardim

Mais uma barbeiragem

dilma

Mais um empréstimo para o setor elétrico

governo praticamente acertou a nova operação de empréstimo para o setor elétrico. Serão 6,5 bilhões de reais para a Eletrobras e outros 6,5 bilhões de reais para as distribuidoras. Beleza. Mas quem vai emprestar?

Os bilhões da Eletrobras serão conseguidos assim: 4 bilhões  de reais do Banco do Brasil e 2,5 bilhões de reais da Caixa.

E os bilhões das distribuidora? 3 bilhões de reais do BNDES e 3,5 bilhões de reais de um pool de bancos incluindo o BB e a Caixa.

Em resumo, o governo faz a barbeiragem e tenta corrigir através dos seus bancos, cometendo uma barbeiragem maior ainda.

Por Lauro Jardim

Energia cara

reservatorio

Reservatórios vazios

Na primeira semana do ano, o preço do megawatt-hora (MWh) no mercado de curto prazo (spot), comercializado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi de 249,92 reais.

Nesta semana que corre, por causa do inacreditável atraso nas obras de geração, transmissão e subestações e pela persistente queda nos níveis dos reservatórios, o MWh é comercializado por 817,53 reais, uma alta de 227,12%. Este é o custo a mais que os consumidores inevitavelmente pagarão em 2015, 2016, 2017.

Por Lauro Jardim

Só no papel

Saindo do conforto

Saindo do conforto

O desejo por uma cadeira no poder público, em período eleitoral, alimenta a criatividade dos postulantes a mandatos no Executivo e Legislativo.

Candidato a deputado distrital pelo PDT no Distrito Federal, o desconhecido Hugo Faria incluiu um item mirabolante no seu programa de governo.

A chance de sair do papel é zero, mas só a ameaça já deve assustar o próximo titular do Palácio do Buriti e as excelências da Câmara Distrital.

O panfleto que distribui nas ruas de Brasília informa que Faria apresentará um projeto de lei obrigando deputados distritais e governador a usar exclusivamente o sistema de saúde pública.

Não só isso: os filhos dos políticos terão que estudar em escolas públicas durante o mandato do pai.

E, pelo uma vez por semana, nada de ar-condicionado e banco de couro. O deputado ou governador deve escolher um dia a cada sete para ir trabalhar de ônibus – dureza, vide o péssimo serviço de transporte público da capital.

Até Hugo Faria sabe o quão utópico é seu plano, mas faz auto-promoção no material de campanha:

- Eu, mesmo que não consiga fazer esse projeto virar lei, me comprometo a agir dessa forma.

Por Lauro Jardim

Correria pelo crucifixo

Interditado

Interditado

Com o Plenário da Câmara em obras, as sessões desta semana serão transferidas para o Auditório Nereu Ramos.

Arrumou-se o espaço para reproduzir, ao menos em parte, o conforto que suas excelências têm no Plenário. Então, hoje já estava tudo pronto para a turma, enfim, voltar ao a trabalho? Quase.

Tradicionalmente, embora não haja obrigação regimental, as sessões ocorrem sob um crucifixo, item que faltava no auditório. Por pouco tempo.

Ao perceber a ausência do objeto, secretário-geral da Mesa Diretora, Mozart Viana, tirou 99 reais do bolso e mandou um funcionário correr à rua e só voltar com o crucifixo. Missão cumprida.

Sob à bênção do simbolo religioso, agora, a sessão deverá começar.

Por Lauro Jardim

Carro preto, chapa branca

Em contato com os senadores

Lewandowski vai diminuir o número de juízes convocados ao CNJ

Os juízes convocados nos últimos anos para auxiliar os conselheiros do CNJ  já foram avisados que o futuro presidente, Ricardo Lewandowski mandará todos de volta aos seus postos de origem.

Hoje, são dez juízes na presidência e outros nove na Corregedoria, vários deles com prazo de validade vencido, pois excederam, ilegalmente, o período de convocação.

Vários deles, aliás, deslumbrados com Brasília, têm se recusado a entrar em veículos oficiais na cor branca, do órgão. Querem andar em carro preto com chapa branca. Quando o setor de transporte do CNJ manda um veículo branco, o juízes se recusam a entrar e telefonam fazendo reclamações.

Agora, o incômodo foi atenuado porque o CNJ comprou uma frota de veículos preto.

No futuro, Lewandowski deve reduzir drasticamente o número de juízes convocados ao CNJ.

Por Lauro Jardim

Chega de carinhos

eduardo e lula

Acabou o confete

Eduardo Campos vai estancar os elogios e gentilezas a Lula. Internamente, seus correligionários já haviam demonstrado desconforto com as afagos.

Não por acaso. Campos foi ministro de Lula, ressalte-se.

Numa conversa com Marina Silva, Eduardo Campos admitiu que o fato de pegar leve com seu ex-aliado vem dificultando a conquista do eleitorado de classe média.

A nova estratégia foi definida: continuar sentando fogo em Dilma Rousseff e, quando referir-se positivamente a Lula e seu governo, fazer o mesmo com a gestão FHC.

Por Lauro Jardim

Pelo fim do “Sistema S” e do “imposto sindical”. Ou: Até quando vamos manter a herança maldita de Getúlio?

Nossa esquerda em geral e o PT em particular conseguiram monopolizar as boas intenções para com os trabalhadores deste país. Nenhum candidato tem coragem de propor mudanças radicais nas obsoletas leis trabalhistas, no pouco transparente “Sistema S” e no nefasto “imposto sindical”, pois teme ser visto como contrário aos interesses dos trabalhadores. Balela!

Chega a ser engraçado, mas nossa esquerda, no fundo, adora Getúlio Vargas e seu “legado”, inspirado em Mussolini. Ou seja, a esquerda que adora acusar todo liberal de “fascista” aprecia a herança sindical da era mais fascista que o Brasil já teve. Não é cômico? Quem são os fascistas de verdade?

Digo isso, claro, por conta do novo escândalo no Sesi divulgado pela revista Época, e bem resumido pelo editorialdo GLOBO de hoje, que diz:

Os metalúrgicos daquele tempo também criticavam o fato de um enorme volume de recursos subtraídos dos salários transitar por Senai, Sesc, Sesi, entre outras siglas, sem transparência. O chamado Sistema S reúne características que facilitam o desperdício de recursos. Haja vista denúncias de gastos em sedes suntuosas pelo Brasil afora, entre outros desmandos.

Porém, ao chegar ao poder, Lula, seu partido PT e a CUT mudaram de opinião, e todo aquele aparato getulista foi colocado a serviço do projeto de poder petista. No fim do primeiro mandato, Lula oficializou a CUT e demais centrais. Com isso, elas passaram a ter direito a uma parte do butim do imposto sindical — tão criticado no tempo heroico da luta contra a ditadura. E, no primeiro ano do segundo mandato, Lula conseguiu aprovar no Congresso projeto que garantiu espaço para os sindicatos na gestão das entidades do Sistema S. Os bilhões que transitam por Senai e Sesc passaram a ficar ao alcance de decisões dos antigos metalúrgicos aguerridos.

Tornou-se inevitável o “aburguesamento” de líderes, caso do ex-radical Jair Meneguelli, já há onze anos presidente do conselho do Sesi, por nomeação do ainda presidente Lula, antes mesmo desse sistema de cogestão.

A nora de Lula “trabalharia” no escritório do Sesi em São Bernardo do Campo, ganhando R$ 13 mil mensais. Mas não frequenta o local! O mesmo vale para a mulher de João Paulo Cunha, o do mensalão, só que em Brasília. Milhares de reais transferidos do trabalhador para os apaniguados dos políticos poderosos. É isso que os sindicalistas chamam de lutar pelos interesses do povo trabalhador?

Uma piada! Os sindicatos se tornaram antros de “pelegos”, que mamam nas tetas do estado. Por trás desse modelo podre está a obrigatoriedade da transferências de recursos. Para os sindicatos efetivamente trabalharem em prol dos trabalhadores, só há uma solução: tornar a adesão totalmente voluntária, assim como o seu financiamento.

Getúlio não gostava da ideia. Mussolini não gostava da ideia. Lula não gosta da ideia. E quem sai prejudicado é o próprio trabalhador, que ainda tem de aturar o discurso demagógico de que o PT e os sindicalistas labutam diariamente em seu benefício…

Rodrigo Constantino

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Fonte:
veja.com.br

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