Nestlé arrenda unidade da Parmalat em Carazinho
A Laep Investments, que controla a Parmalat, deveria anunciar ainda ontem à noite o arrendamento de sua maior fábrica, localizada em Carazinho (RS) para a suíça Nestlé. As duas empresas vinham negociando desde o começo do ano e inicialmente a intenção da Nestlé era comprar a unidade. Mas questões jurídicas fizeram a multinacional adiar o plano de concretizar a aquisição, segundo apurou o Valor. Procurada, a Nestlé não foi localizada até o fechamento desta edição. A assessoria da Laep preferiu não se manifestar.
Pelo que foi acertado, a Nestlé irá arrendar, com opção de compra, a fábrica de Carazinho. As pendências jurídicas se devem ao fato de que a Parmalat Brasil ainda se encontra em recuperação judicial, por isso a venda do ativo em Carazinho depende de autorização judicial.
Na unidade de Carazinho - a maior da Parmalat no país - são fabricados leite longa vida, leites especiais, leite em pó, leite condensado e creme de leite. Com a fábrica gaúcha, que tem capacidade para processar 1,6 milhão de litros de leite por dia, a Nestlé avança em seu projeto de ampliar a participação no mercado nacional de lácteos. Este ano, a empresa suíça, que faturou R$ 15 bilhões no ano passado no Brasil, entrou no segmento de leite longa vida premium.
Carazinho é tida como o ativo mais importante da Parmalat. Além das boas condições, a unidade é bem localizada e está numa importante bacia leiteira do país. A unidade está a 90 quilômetros de Palmeiras das Missões (RS), onde a Nestlé instalou uma unidade para produção de leite pré-condensado (desidratado).
O presidente da Nestlé, Ivan Zurita, vinha afirmando desde o ano passado que a empresa suíça faria novas aquisições no país. Há duas semanas, disse que a Nestlé realizava "due diligences" em dois ativos no país. No ano passado, a companhia já havia adquirido a Água de Santa Bárbara, no segmento de águas.
A venda de ativos fazia parte do do plano de reestruturação da Laep, que está em crise desde meados do ano passado. No segundo semestre de 2008, a companhia decidiu concentrar as operações industriais, vendendo ativos, após dois trimestres seguidos de prejuízos.
A Laep já colocou à venda a Integralat, seu projeto de integração na produção de leite, e se desfez de outros ativos no ano passado. Em setembro, apenas quatro meses depois de comprar da Danone os negócios relacionados à marca Poços de Caldas e a licença da marca Paulista por 15 anos, a Laep vendeu os ativos para o Laticínios Morrinhos, controlado pelo GP Investimentos. Em fevereiro deste ano, a companhia vendeu a fábrica de Garanhuns (PE), por R$ 31 milhões, para a gaúcha Laticínios Bom Gosto. Com o arrendamento de Carazinho, restam com a Laep as unidades de Santa Helena de Goiás (GO), Ouro Preto d"Oeste (RO), Itaperuna (RJ), Governador Valadares (MG) e Jundiaí e Guaratinguetá (SP).
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