Formação de estoques na agricultura familiar pode evitar problemas na inflação
A afirmação do secretário foi feita num momento em que o governo observa com atenção a variação positiva dos índices de inflação, especialmente no caso dos alimentos. A expectativa é de venda de estoques públicos de feijão como forma de barrar a alta de preços. Há também preocupação em relação ao arroz, outro item da cesta básica.
Segundo Peraci, o governo precisa ter estoques de ''leite em pó e feijão'' para garantir que a população pague um ''preço razoável'' pelos alimentos. O secretário lembrou ainda que o Brasil tinha pouco volume de alimentos estocados quando, no passado, o crescimento da demanda mundial valorizou os preços de muitos produtos agrícolas no mercado internacional, variação que chegou ao mercado interno.
O secretário declarou, ainda, que a agricultura familiar é capaz de produzir mais, o que, como consequência, vai contribuir para evitar altas de preços. Com base no resultado do Censo Agropecuário 2006, divulgado no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele citou que a agricultura familiar responde por 84,4% dos estabelecimentos rurais do País.
Essas propriedades reúnem apenas 24,3% da terra. ''É muita gente que tem apenas 24,3% da terra'', afirmou. Também presente ao debate, a assessora Adriana Aranha, do Programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social, lembrou que ''o crescimento econômico e agrícola não elimina a fome''.
Estoques
O diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, estimou que os estoques públicos de alimentos somam 8 milhões de toneladas. Ele lembrou que os estoques somavam 400 mil toneladas em 2003, primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A exemplo de Sanches Peraci, Porto também defendeu a formação e manutenção de estoques de alimentos. O representante da Conab lembrou que o estoque público de 1,5 milhão de toneladas de arroz foi vendido em 2008 para evitar alta de preços.
O mesmo aconteceu com o milho. Em 2007, para evitar alta de preços, o governo vendeu o estoque de 3 milhões de toneladas de milho. Em 2010, para evitar alta de preços, o governo deve vender os estoques públicos de feijão.
Porto argumentou que o governo precisa está atento e intervir quando necessário. ''Não existe política sem estado'', afirmou. No debate, Porto lembrou que questões logísticas dificultam o comércio de alimentos com a África. ''Há só um porto de entrada na África do Sul'', afirmou.
Ele acrescentou que essa questão também dificulta a chegada de ajuda humanitária. Com base nessa avaliação, Porto avaliou que o ''o desenvolvimento da África passa pela própria África''. O diretor disse que o modelo agrícola deve ser discutido pelos países da África. ''O modelo tem que ser de vocês. A revolução verde, por exemplo, impôs uma realidade a todos os países que acabou com boa parte da diversidade'', completou.
1 comentário
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli
jardel batisti Chapadão do Lageado - SC
gostaria porque que a corda tenque arrebentar sempre no produtor...
concordo com o país fazer estoques de alimentos, agora eu não entendo tambem que quando a ecesso de produto o governo não entra comprando ele so pensa em baixar o preço no mercado quando a falta de produto... nessa ideologia do governo ele vai ter que construir muitos hospitais com UTI pois cada vez mais estamos ficando sufocados e ficando sem respirar....