Datafolha mostra que Copa não ajudou nem atrapalhou os candidatos à Presidência

Publicado em 02/07/2014 21:57 e atualizado em 23/07/2014 14:58

Veja o resultado da nova pesquisa Datafolha para a Presidência da República

Em campanha

Em campanha

A nova pesquisa do Datafolha, que será publicada amanhã pela Folha de S. Paulo, mostrará Dilma Rousseff com 38% das preferências do eleitorado. Em seguida, Aécio Neves aparece com 20% e Eduardo Campos com 9%

Em comparação com a sondagem anterior do Datafolha, publicada no dia 6 de junho, Dilma subiu quatro pontos percentuais, Aécio um ponto e Campos dois pontos percentuais.

Se a comparação, porém, for com  uma pesquisa mais recente, a do Ibope de duas semanas atrás, mais precisamente do dia 19, Dilma, Aécio e Campos caíram um ponto percentual cada.

Neste caso, pode-se inferir que o sucesso inegável da Copa não ajudou Dilma em nada. Mais: não mexeu no quadro eleitoral, pelo menos ainda.

Por Lauro Jardim

 

Direto ao Ponto

Veja por que a inflação sonha com a reeleição de Dilma: o dragão foi apoiado por Lula na guerra contra o Plano Real

Concebido por uma equipe de economistas reunida e liderada por Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda, o Plano Real nasceu em 1° de julho de 1994, durante o governo do presidente Itamar Franco. Frustradas as recorrentes tentativas de abortá-lo, o PT oposicionista fez o que pôde para matar ainda no berço a mais eficaz mudança de rumos da histórica da economia brasileira. A seita que sempre teve Lula como único deus só capitulou quando até os bebês de colo entendiam que um brilhante conjunto de medidas havia encerrado a era da inflação selvagem. Esses são os fatos. Ponto.

Ponto e vírgula, teimam há mais de dez anos os ladrões de proezas alheias. No enredo da ópera dos tratantes, o dragão inflacionário foi derrotado por Lula, que corrigiu com mãos de estadista os equívocos da política econômica que herdou de FHC. Pendurados nesse embuste, o chefe supremo e seus altos oficiais continuam a condecorar-se por atos de bravura que nunca existiram. O vídeo divulgado há quase quatro anos pelo Coturno Noturno prova que, na guerra travada em 1994, todos se aliaram à hiperinflação para destroçar o plano que salvou o Brasil da falência.

No 20° aniversário do plano vitorioso ─ tema da indispensável reportagem de capa de VEJA ─, vale a pena resgatar o documento histórico que de vez em quando some da internet, sequestrado por milicianos de olhos rútilos e lábios trêmulos com 64 segundos desmoralizantes. Esse curto espaço de tempo é suficiente para pulverizar a soma das vigarices fabricadas por 100 entrevistas de Lula, 200 falatórios de Dilma Rousseff, 300 estupros de sigilo promovidos pelo PT, 500 dossiês forjados fabricados pela Casa Civil e 500 notas oficiais da direção do partido.

O vídeo prova que o padrinho e a afilhada mentem compulsivamente, confirma que a seita sempre apostou no quanto pior, melhor e escancara a superioridade intelectual e moral de Fernando Henrique Cardoso sobre a dupla de sucessores. ”O PT tem uma avaliação de que esse plano econômico é um estelionato eleitoral”, diz Lula à plateia domesticada e repete numa entrevista em meados de 1994. Segundos depois, ele retoma o palavrório ao lado de FHC, minutos antes do começo do debate com o candidato do PSDB em ascensão nas pesquisas por ter domado a hiperinflação.

“Quando o Collor fez o programa dele, imediatamente o povo dava 90% de aceitação do Collor”, inventa, sem conseguir disfarçar o ressentimento, o agressor da gramática e da verdade. “É preciso ver no longo prazo se a economia brasileira resiste”, torce Lula para dar tudo errado na continuação da lengalenga. ”Estou convencido de que a economia resiste, porque esse plano foi feito com cuidado”, replica FHC. “Com muita objeção do PT e do PDT, mas vamos fazer”.

Estava coberto de razão, reconhece Dilma Rousseff no fecho perfeito do vídeo: “Acho que, sem sombra de dúvida, a estabilidade do Real foi uma conquista do governo Fernando Henrique Cardoso”, admite numa sabatina na Folha a candidata que agora jura que teve de ajudar o chefe na reconstrução do país que herdaram “em petição de miséria”. A curta aparição conjunta dos presidentes ajuda a entender por que o SuperLula sai em desabalada carreira quando alguém sugere um debate com sua kriptonita verde. Ele extermina plurais e tropeça em sílabas no esforço para gaguejar frases insensatas. Fernando Henrique desmonta o falatório com poucas palavras e muita segurança.

O vídeo desenha mais um dos muitos caminhos que podem levar a oposição à vitória na eleição presidencial deste ano. Basta que o senador Aécio Neves peça a Dilma que analise a guinada na economia ocorrida em 1994. Na tréplica, o candidato do PSDB deve recordar o que  a criatura e o criador disseram, tramaram e fizeram  quando ainda podiam sonhar com o assassinato do Plano Real. E liquide o assunto com a constatação de que, passados 20 anos, é a inflação ressuscitada pelo governo que sonha com a vitória eleitoral dos velhos aliados.

Tags: Dilma RousseffFernando Henrique CardosoItamar FrancoLulaPlano RealPT

 

CorrupçãoDemocraciaLei e ordem

Ah, se Lula fosse francês! Ou: O sujeito oculto do mensalão

Fonte: GLOBO

Outro dia chamei aqui a França de “Brasil de grife”, pois sabemos como os franceses curtem um intervencionismo estatal e sofrem de uma estatolatria semelhante a nossa. Mas nem tanto, nem tanto. Ainda há resquícios de seriedade republicana por lá. Ou assim se espera.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy ficou detido por 16 horas, prestando depoimentos na Polícia Judiciária de Naterre. Foi formalmente indiciado pela Procuradoria de corrupção ativa, tráfico de influência e violação do sigilo profissional. É a primeira vez na História da república francesa que um ex-presidente é detido. Ele nega qualquer irregularidade.

Escutas telefônicas feitas pela Justiça indicariam que Gilbert Azibert, juiz do Tribunal de Cassação, a mais alta corte judiciária para ações civis e penais do país, teria passado informações confidenciais a Sarkozy sobre as investigações no caso Liliane Bettencourt, a bilionária herdeira do grupo L’Oréal, em torno de financiamento ilegal de campanha.

Em troca, o magistrado teria solicitado que o ex-presidente Sarkozy usasse de sua influência política para que ele fosse designado como conselheiro de Estado no Principado de Mônaco. Sarkozy foi colocado sob escuta telefônica no ano passado, a mando de dois juízes, por conta das suspeitas de financiamento do governo líbio do ditador Muamar Kadafi para sua campanha presidencial de 2007.

Ah, se Lula fosse francês! Foi o primeiro pensamento que me passou pela cabeça ao ler a notícia. Como sabemos, o mensalão deixou de fora o “chefe“, o maior beneficiado pelo esquema de compra de parlamentares. Na expressão do historiador Marco Antonio Villa, Lula seria o “sujeito oculto” no julgamento. Faltou coragem para indiciá-lo.

A França vive sua decadência chique, fruto de um modelo carcomido de welfare state, com excesso de intervenção estatal engessando a economia e uma carga tributária proibitiva. Mas, como podemos ver, lá ao menos não tem essa de poupar ex-presidente.

Sim, é verdade que o fato de ele ser de centro-direita ajuda, e muito. Talvez seja até perseguição da esquerda, o que seria terrível para a democracia. Aqui tivemos o Collor sofrendo impeachment e indo a julgamento por muito menos do que Lula. Collor que, não custa lembrar, hoje é aliado de Lula e do PT. Mas sejamos otimistas e acreditemos que Sarkozy foi indiciado por conta do império das leis isonômicas, e que Hollande não escaparia do mesmo destino.

Não podemos negar que o julgamento do mensalão já foi um avanço institucional cujo desfecho surpreendeu muita gente, que não esperava ver alguém como José Dirceu atrás das grades (ainda que com várias regalias). Mas todo cuidado é pouco.

Joaquim Barbosa se aposentou e saiu do STF. Imediatamente, Dirceu foi autorizado a sair para trabalhar. E há petistas infiltrados ali, na nossa Suprema Corte, atuando com claro viés partidário. Isso é uma das maiores ameaças a nossa democracia republicana, que demanda igualdade de todos perante as leis.

Ficarei feliz no dia em que certo ex-presidente brasileiro for indiciado formalmente pela justiça. Chega dessa de sujeito oculto. Te cuida, Lula!

Rodrigo Constantino

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Fonte:
veja.com.br

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