Jornalista americano escreve texto delinqüente na “New Yorker” sobre mortos no Pará e Código Florestal. Quem o pautou? Os “verde

Publicado em 16/06/2011 09:31
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Jornalista americano escreve texto delinqüente na “New Yorker” sobre mortos no Pará e Código Florestal. Quem o pautou? Os “verdes” brasileiros e as ONGs. É um esforço para encabrestar o Senado

Leiam a síntese que faz a Folha sobre “reportagem” publicada na revista americana “The New Yorker”. Na madrugada, escreverei a respeito.

A revista americana “The New Yorker” publicou em seu site, nesta quarta-feira, uma critica assinada pelo escritor e correspondente internacional Jon Lee Anderson descrevendo um panorama político-ambiental que pede que os ativistas estejam “preparados para uma amarga batalha”. O autor cita acontecimentos nos meses de maio e junho deste ano para afirmar que, “com a febre do desenvolvimento se espalhando pelo Brasil, parece que está aberta a temporada de caça não só da Floresta Amazônica mas também das pessoas que tentam protegê-la”.

Entre os episódios recentes destacados por Anderson está a aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados em 24 de maio. O jornalista ressaltou que a mera expectativa da nova lei gerou um aumento de 500% nos incêndios florestais e desmatamento em março e abril, os meses de debate que antecederam a votação. Ele cita as preocupações do industrialista Israel Klabin, presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, a respeito do “impacto tremendo” que a reforma do texto pode provocar, como o aumento da emissão de gás carbônico de 17 bilhões para 28 bilhões de toneladas ao ano.

O texto criticou o governo da presidente Dilma Rousseff, descrita como “uma tecnocrata pró-desenvolvimento”, por aprovar, uma semana depois, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, que vai inundar “cerca de 120 mil acres [48 mil hectares] de floresta amazônica, incluindo parte da terra tradicional dos índios Kayapós”.

MORTES
Anderson também comentou a coincidência de a aprovação do texto na Câmara ter acontecido no mesmo dia que o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi executado em Nova Ipixuna (PA). “Quando um parlamentar anunciou a notícia dos assassinatos no Congresso e pediu uma investigação, uma vaia surgiu da bancada de ruralistas apoiada pelo agronegócio”, escreveu o repórter.

Ele listou as outras três mortes no Pará e em Rondônia nas duas semanas seguintes e citou fontes especializadas que acompanham as investigações dos crimes para mostrar como, mesmo com a mobilização do governo federal para proteger outras 125 pessoas ameaçadas de morte na região, ainda não há garantias reais de que os assassinos não sairão impunes.

“O Pará é conhecido no Brasil como o ‘Estado sem lei’ por sua falta de resposta judicial aos crimes. De centenas de homicídios registrados no Estado, poucos suspeitos já foram presos”, disse Anderson, que lembrou um dos casos mais notórios como um dos poucos a ser encerrado com uma condenação, o da freira e ativista americana Dorothy Stang, assassinada em 2005.

Para o repórter da “New Yorker”, o cenário chega a ser pior que o das favelas dominadas por traficantes de drogas. Ele reproduziu o relato de José Junior, um dos fundadores da ONG carioca AfroReggae, do velório de Eremildo Pereira dos Santos, morto também em Nova Ipixuna. “Junior, que cresceu em uma das favelas mais duras do Rio, escreveu: ‘Nunca em minha vida fui a um velório como esse, onde os presentes tinham medo demais de chorar’, contou.”

Por Reinaldo Azevedo

Biógrafo do Porco Fedorento agora decidiu mudar o objeto de sua mistificação

Jon Lee Anderson, aquele senhor que relatou as atrocidades de Che Guevara e depois ficou bravo quando elas receberam o devido destaque — no fundo, ele não considerava atrozes as práticas do Porco Fedorento —, agora resolveu meter o bedelho no Pará e no Código Florestal. E, como bom  vigarista intelectual que é, associou uma coisa à outra. A canalhice está publicada na revista New Yorker. Anderson assina o texto, mas os co-autores são Gilberto Carvalho,  Marina Silva e as ONGs, a maioria delas financiada por empresas americanas.

O rapaz não economiza: “Com a febre do desenvolvimento se espalhando pelo Brasil, parece que está aberta a temporada de caça não só à Floresta Amazônica, mas também às pessoas que tentam protegê-la”. Gilberto Carvalho foi o primeiro a denunciar uma escalada contra os movimentos sociais, o que já demonstrei ser falso. Há mais indícios de que que as quatro mortes do Pará estejam ligadas a conflitos entre assentados do que a uma guerra por terra. Mas o governo brasileiro foi o primeiro a botar a boca no trombone. E Anderson está entre aqueles que querem nos “proteger”. Por isso, resolveu que as mortes se inserem na nossa “febre de desenvolvimento”.

Gilberto Carvalho — e, pois, o governo Dilma — e Marina Silva se uniram na difamação do Brasil! Não que nossas mazelas não devam ser exibidas. Quando existem. É uma vergonha , por exemplo, que haja 50 mil homicídios por ano no país.  Guerra aos movimentos sociais? Bem, esta não há; é uma invenção de Carvalho. E Anderson acreditou.

Repetindo a mentira espalhada por Marina, o jornalista sustenta que a aprovação do Código Florestal pela Câmara gerou um aumento de 500% nos incêndios florestais e no desmatamento. É pura pilantragem! Esses números não existem.

Vocês devem se lembrar que eu havia escrito aqui que os comandantes das papeleiras e do setor sucro-alcooleiro estão contentes com o código que aí está, certo? O texto de Aldo Rebelo protege os pequenos. Não por acaso, Anderson cita Israel Klabin, presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, que vê um impacto negativo no novo código no que respeita à emissão de carbono. Sei… O empresário também é um dos comandantes do grupo Klabin, que produz papel e celulose. Talvez fosse o caso de a gente sugerir que o “reflorestamento” a que se dedicam as papeleiras fosse feito só com mata nativa. O que lhes parece? Elas passariam a tirar celulose, sei lá, do pau-brasil…

Gilberto Carvalho saiu boquejando um fato inexistente para fazer baixa política e agora colhe os frutos ruins também para o governo. Anderson diz que Dilma é uma “tenocrata pró-desenvolvimento”, que não dá bola para o meio ambiente. O grande humanista acha que essa conversa de “desenvolvimento” não é pra nós. O nosso dever e cuidar do mato. Deenvolvimento é para quem deu cabo de suas florestas até meados do século passado.

Por Reinaldo Azevedo

Vejam, leitores, como tentam enganá-los - Um caso descarado de manipulação da opinião pública que deveria virar tese acadêmica. Ou: como uma minoria pretende impor sua vontade à maioria

Caras e caros,

O que vai abaixo é muito mais do que a contestação de uma pesquisa. Eu destrincharei para vocês um dos instrumentos a que se recorre para formar a opinião pública — na verdade, infelizmente, para manipulá-la. Em 25 anos na profissão, raramente vi coisa assim.

Desde que os jornais noticiaram, no dia 11, que 79% dos entrevistados eram contrários à “anistia aos desmatadores” e que 85% diziam que a legislação deve priorizar as florestas, eu tenho tentando botar os olhos na pesquisa. Finalmente, tive acesso aos dados na noite desta quarta-feira. É um troço chocante. Contam-me que, no programa Roda Viva de segunda-feira, Marina Silva (quase ex-PV) brandiu esses dados. A primeira motivação que tive para ver o levantamento foi essa história de “anistia”. COMO NÃO EXISTE ANISTIA NENHUMA NO RELATÓRIO DE ALDO REBELO, fiquei curioso para saber que diabo de pergunta havia sido feita aos entrevistados.

Vou expor e analisar algumas questões propostas pelo Datafolha, comentar o resultado, fazer considerações sobre a amostra. Vocês avaliam depois se o instituto deve ou não explicações de natureza técnica. Já discordei de critérios do Datafolha, mas sempre considerei seu trabalho responsável. A partir do que vai abaixo, não sei mais.

Pergunta 6 - A grande mentira
A pergunta nº 6 do Datafolha é esta:
Uma das propostas do novo Código Florestal é que todos os proprietários de terra que desmataram ilegalmente até junho de 2008 estariam isentos de multas e punições. Você é a favor ou contra que esses proprietários de terra sejam perdoados das multas?

Disseram-se contra 79%; a favor, 19%, e 3% disseram não saber. Muito bem, leitor! Estaria tudo certo se existisse mesmo essa proposta no texto do novo Código Florestal! Mas ela não existe! É uma farsa! A pesquisa foi encomendada pelas organizações Amigos daTerra-Amazônia Brasileira, IMAFLORA, IMAZON, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil. Mas não é lícito que o Datafolha atribua ao texto o que lá não está para fazer a vontade do cliente.

Ora, feita essa pergunta, chego a estranhar que não tenham obtido 100%. Que tal o Datafolha perguntar se as pessoas são favoráveis à paralisia infantil, ao tétano e ao sarampo? As multas só não serão aplicadas se o proprietário cumprir uma série de exigências, conforme estabelecem os Artigos 33 e 34. A pergunta do Datafolha é mentirosa. Eu posso provar o que digo, e vocês podem verificar com seus próprios olhos. O texto está aqui.  Notem que, na suposição de que boa parte dos entrevistados não soubesse exatamente o sentido da palavra “anistia”, optou-se por “perdão”. É, sim, um sinônimo, mas de sentido bem mais forte e presente na sociedade. De todo modo, perdão e anistia, nesse caso, têm como sinônimo outra palavra: FARSA.

Pergunta 7 - A mentira sórdida
Não é possível que os técnicos do Datafolha tenham lido o texto de Aldo Rebelo. A pergunta nº 7 chega à sordidez. Leiam:
Outra proposta é que todos os proprietários de terra que desmataram ilegalmente até junho de 2008 estariam isentos de recuperar as áreas desmatadas. Você é a favor ou contra que esses proprietários de terra sejam isentos de recuperar as áreas desmatadas?

Não dá! É mentira! O texto está aí para consulta do Datafolha, da direção das Organizações Folha, dos diretores de jornais, revistas e portais, dos blogueiros etc. Se alguém achar essa “proposta” no Código, mudo de profissão, paro de escrever. É claro que 77% se disseram contrários —  21% a favor, e 2% não sabem. Na forma como vem a questão, o que se esperava?

Pergunta 2 - A trapaça
Vejam que trapaça intelectual aparentemente singela. Marina exibe esse número pra lá e pra cá:
Na sua opinião, as mudanças no novo Código Florestal deveriam:
Olhem o que responderam os entrevistados:
Priorizar a proteção das florestas e rios mesmo que, em alguns casos, isso prejudique a produção agropecuária - 85%
- Priorizar a produção agropecuária mesmo que, em alguns casos, isso prejudique a proteção das florestas e rios - 10%
- Não sabe -5%

Viram? Não é bonitinho? Há de positivo nisso ao menos a constatação de que os ongueiros querem prejudicar a agropecuária. Eu proponho uma outra questão a ser feita pelo Datafolha:
Na sua opinião:
- O reflorestamento tem de ser feito mesmo que a comida passe a custar mais caro por causa da diminuição da área plantada;
- Deve-se preservar o que se tem hoje sem diminuir a área plantada;
- Deve-se desmatar ainda mais para plantar mais e baixar o preço da comida.

Eu adoraria saber o resultado…

ESCONDENDO OS DADOS
Mesmo uma pesquisa direcionada, feita para chegar ao resultado encomendado, não ao que pensa efetivamente a população, revela dados interessantes. Marina Silva os escondeu no programa Roda Viva.  A imprensa, que, no mais das vezes, faz sua assessoria, também. Prestem atenção à pergunta 3 e à resposta.

Na sua opinião, os proprietários de terra que praticaram desmatamento ilegal para utilizar a terra para agricultura e pecuária deveriam :
A resposta é esta:
- ser perdoados apenas se concordarem em repor essa vegetação - 45%:
- ser todos perdoados, sem a necessidade de repor a vegetação, pois desmataram para produzir - 5%;
- ser punidos de qualquer forma para dar o exemplo para gerações futuras;
- não sabe - 2%

Como se vê, 50%, mesmo nos termos errados do Datafolha, se dizem favoráveis ao perdão — e 5% nem acham necessário repor coisa nenhuma. A pergunta, de todo modo, traz o erro essencial: inexiste perdão! E estariam isentos de repor a vegetação original apenas os pequenos proprietários (até quatro módulos).  Agora vem a pergunta 4, a mais interessante de todas.

Pergunta 4 - O bom senso
Algumas áreas de risco como encostas, topos de morro, áreas ao longo dos rios e várzeas que deveriam ser preservadas hoje estão ocupadas por pastagens e plantações. O que seria melhor:
Atenção para as respostas, leitor!
- Manter apenas atividades agropecuárias nessas áreas que segurem o solo e não representem riscos de acidente - 66%
- Manter as atividades agropecuárias nessas áreas para não prejudicar a produção, mesmo com o risco de acidentes - 7%
- Remover todas essas atividades para evitar qualquer risco de acidentes, mesmo prejudicando a produção - 25%

Esconderam este número: só 25% concordam com Marina Silva e com as ONGs; só 25% querem remover as plantações.  Isso nos diz que 66% concordam justamente com o Código, especialmente com o seu Artigo 35.

Outras mistificações
Sempre querendo saber se o brasileiro e contrário à paralisia infantil e a favor da bondade, indaga o Datafolha:
Pergunta 9 - A presidente Dilma já disse ser contra a proposta de perdão por desmatamento ilegal e que a vetará caso seja aprovada pelos senadores. Você concorda ou discorda da posição da presidente Dilma?
Ora, 79% disseram concordar.

A pergunta 10 busca fazer terrorismo com os parlamentares:
Você votaria ou não em um deputado federal ou Senador que votou a favor da isenção de multas e punições aos proprietários de terra que desmataram áreas ilegais até junho de 2008?
Obviamente, 84% disseram que não votariam. Ocorre que esses parlamentares não existem. São uma invenção de Marina Silva e dos ongueiros que pagaram por essa pesquisa. Acredito até que as perguntas foram elaboradas por ele. O diabo é que o relatório final é, sim, do Datafolha.

A pergunta 7, na sua aparente singeleza, é um primor da manipulação:
Alguns acham que antes devotar o Senado deveria ouvir a opinião dos cientistas sobre o novo Código Florestal. Outros acreditam que a votação é urgente, pois há muitas multas pendentes. Como que você concorda mais?
Viram? Num extremo, os cientistas, com toda a sua sabedoria; no outro, a suposta isenção de multas. O Datafolha não se vexa nem um pouquinho? A maioria dos brasileiros defenderia que se ouvisse um cientista até antes de apostar na mega-sena! O resultado não poderia ser outro:
- O Senado deveria parar para ouvir os cientistas antes de votar o novo Código Florestal - 77%;
- O Senado deveria votar o novo código imediatamente pois é mais urgente resolver o problema das multas - 20%
- Não sabe - 2%

A amostra do Datafolha
Há, de fato, uma única pergunta razoável acima: a de nº 4. Não! Os brasileiros não querem destruir plantações para deixar crescer no lugar o mato. Só 25% escolhem essa estupidez. E esse resultado foi obtido mesmo numa pesquisa com uma amostragem cujos critérios são, para dizer pouco, complicados. Vamos ver.

O Sudeste tem 42,3% da população, mas compõe 59% da amostra do Datafolha. Já o Nordeste tem 27,8%, mas, na pesquisa, apenas 14%; com 14,3% da população, o Sul ficou com 17% dos pesquisados; as regiões Centro-Oeste/Norte, com 15,6% dos brasileiros, são apenas 10% no Datafolha. São dados do IBGE referentes a 2010. Mais: a população urbana do país representa 84,35% do total, e a rural, 15,65%. Sei lá por quê, apenas 7% das pessoas que responderam a pesquisa são da área rural, e 93%, da urbana.

E a distorção pode ser ainda maior. Nestes 93% de brasileiros em áreas urbanas, estão os moradores das cidades pequenas e médias, que dependem visceralmente da atividade agropecuária. O Datafolha teve o cuidado de fazer a devida ponderação?

Finalmente
Fiquei tomado, assim, por certa vergonha alheia ao ler o relatório do Datafolha, que é, como diria Michel Temer sobre Palocci, “muito leal a seu cliente”.
O instituto quis saber:
Você tomou conhecimento sobre a votação no Congresso Nacional do novo Código Florestal, que é um conjunto de leis que estabelece regras para conservação de florestas nativas e limites para a atividade agropecuária?(SE SIM) Você diria que está bem informado, mais ou menos informado ou mal informado sobre esse assunto?

A resposta foi esta:
Tomou conhecimento e está bem informado - 6%:
Tomou conhecimento e está mais ou menos informado - 41%;
Tomou conhecimento e está mal informado - 15%;
Não tomou conhecimento - 38%

Isso levou o Datafolha a afirmar que o assunto “é conhecido pela maioria: 62%”. Ai, ai… Pois eu diria que 53% dos que responderam a pesquisa não sabiam do que estavam falando — e, pois, foram facilmente induzidos pelas “perguntas isentas” do instituto. O grupo dos mal informados e desinformados soma 94%!

É com essa pesquisa que Marina Silva, os manineiros, as ONGs, os ongueiros e boa parte da imprensa pretendem fazer terrorismo no Congresso! É desse modo que se pretendem formar os consensos e que uma minoria de sectários passa por maioria.

A propósito, leitor, o Datafolha pergunta:
“Você prefere um Chicabon ou um discurso da Ideli Salvatti citando Ivan Lins?”
“Você prefere uma injeção no olho ou um Chicabon?”
“Você prefere um Chicabon ou dois Chicabons?”

Por Reinaldo Azevedo

Câmara aprova MP que dá ao governo poderes ditatoriais para tocar obras da Copa e da Olimpíada! Dilma será nosso Kim Jong-Il, e o país, paraíso de corruptos

O Brasil foi escolhido - ou melhor, indicado, porque acabou sendo o único candidato, e tinha de ser um sul-americano - para ser sede da Copa do Mundo de 2014 há quase quatro anos. De lá até o fim de 2010, o governo Lula ficou exaltando o seu grande feito e não fez praticamente nada. Dilma herdou a letargia e emudeceu! Está tudo atrasado. E quem vai pagar o pato? A legalidade e a moralidade. Se as obras públicas já são um antro de corrupção quando submetidas a controles e vigilância, imaginem, então, se o governo tiver poderes discricionários para agir como bem entender.

Para vocês terem uma idéia, não há limite para se aumentar o valor de um contrato. O céu é o limite. Sabem quem deu a forma final ao texto aprovado? José Guimarães (PT-CE), aquele irmão de José Genoino cujo assessor, um pobretão, foi flagrado com a cueca recheada de dólares.

A Copa do Mundo será o paraíso dos larápios. Resta menos da metade do tempo original para tocar as obras. O preço do insucesso seria um vexame planetário. Ninguém quer isso, certo? Então deixem o governo trabalhar sem ter de prestar contas. Para efeitos de Copa do Mundo, Dilma Rousseff tem mais poderes do Kim Jon-Il na Coréia do Norte. Leiam trecho de reportagem de José Erneto Credendio e Maria Clara Cabral, na Folha:
*
A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto básico de uma medida provisória que permitirá ao governo federal manter em segredo orçamentos feitos pelos próprios órgãos da União, de Estados e municípios para as obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada do Rio em 2016. A decisão foi incluída de última hora no novo texto da medida provisória 527, que cria o RDC (Regime Diferenciado de Contratações), específico para os eventos.

Com a mudança, não será possível afirmar, por exemplo, se a Copa-2014 estourou ou não o orçamento. O texto final, porém, ainda pode ser alterado, já que os destaques só serão avaliados no dia 28. Pelo texto atual, só órgãos de controle, como os tribunais de contas, receberão os dados. Ainda assim, apenas quando o governo considerar conveniente repassá-los -e sob a determinação expressa de não divulgá-los.

A MP altera ou flexibiliza dispositivos da Lei de Licitações (8.666/1993) para as obras da Copa e dos Jogos. O governo tenta mudar a lei desde 2010, mas esbarrava na resistência da oposição. Normalmente, a administração pública divulga no edital da concorrência quanto estima pagar por obra ou serviço (orçamento prévio). O cálculo é feito através da aplicação de tabelas oficiais ou em pesquisas de mercado. O valor é usado para balizar o julgamento das propostas. O governo alega que a divulgação pode estimular a formação de cartéis e manipulação de preços. Na versão que o Planalto tentou aprovar em maio, a MP prometia disponibilizar os valores aos órgãos de controle e não havia restrição à revelação dos dados.

Além disso, os órgãos de controle poderiam solicitar informações antes ou depois do final da licitação. Agora, a MP diz que o orçamento prévio será disponibilizado “estritamente” a órgãos de controle, com “caráter sigiloso”. Também foi retirada do texto a garantia de acesso a qualquer momento por esses mesmos órgãos. Em tese, portanto, o governo poderia informar valores só após o fim das obras. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

PT da Câmara continua a exibir sinais de descontentamento

Por Catia Seabra e Natuza Nery, na Folha:
Dois dias após a posse de Ideli Salvatti na articulação política, o PT na Câmara, liderado pelo presidente da Casa, Marco Maia (RS), decidiu afrontar o governo com propostas que contrariam a presidente Dilma Rousseff. Com aval dos principais líderes partidários, Maia disse que incluirá na pauta de votação a regulamentação da emenda que obriga gastos mínimos com a saúde (emenda 29) e indicou que tocará discussões para fixar o piso salarial para bombeiros e policiais (PEC 300). Juntas, as duas medidas representam um impacto anual próximo a R$ 58 bilhões, despesa extra que contraria a necessidade de economia na área fiscal.

O PT da Câmara se ressente de ter perdido espaço na cozinha do Planalto ao não conseguir manter um deputado do partido na Secretaria de Relações Institucionais. Ao retomar a discussão dos dois temas, Marco Maia cumpriu a vontade da maioria das legendas aliadas e deixou claro seu descontentamento com o governo. Causou surpresa no Planalto o fato de até líderes petistas terem apoiado o gesto, caso de Paulo Teixeira (SP), no comando da bancada. Até mesmo o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), que foi preterido por Dilma na escolha para a articulação política, disse ver com “com naturalidade” a inclusão das propostas.

ENDOSSO 
A emenda 29, segundo o presidente da Câmara, será votada até o dia 15 de julho.
Já a PEC 300, proposta que enfrenta resistência dos governadores, fica para o segundo semestre, após ser discutida por comissão. No plenário da Câmara, petistas endossavam ontem a decisão, sob o argumento de que a destinação de recursos para a saúde é uma bandeira da esquerda.
 Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Se Marcha fizer apologia da droga, decisão do Supremo não estará sendo seguida. Mas quem se importa?

Logo haverá outras marchas da maconha. Não acompanho a agenda da turma do fumacê e não tenho saco pra agüentar maconheiros e consumidores de substâncias ilícitas. Militantes das drogas tendem a transformar seu vício em categoria de pensamento.

Depois da votação do Supremo, então, nem se diga. Eles foram equiparados a Tiradentes, aos que lutaram contra a ditadura, aos… iluministas!!! Não vejo a hora de fumar, intelectualmente falando, um tratado de Voltaire relido por um maconheiro.

Rousseau, não! Rousseau não precisa de maconheiro nenhum! Já era, como diria a minha mãe, um “enmaconhado” pela própria natureza. Por isso Voltaire declarou ter ficado com vontade de voltar a andar de quatro depois de ler seu tratado sobre a (des)igualdade dos homens. Mas volto ao ponto.

Na próxima marcha, qualquer cartaz ou qualquer refrão que incitem o consumo ou façam a apologia da droga estarão desrespeitando o Código Penal e a decisão do Supremo.

O Ministério Público fará o quê?

Por Reinaldo Azevedo

E por falar em liberdade de expressão… Conselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro

Por Eduardo Bresciani, no Estadão:
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou na tarde desta quarta-feira, 15, um processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O parlamentar será processado por ter discutido com a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e por ter classificado de “promiscuidade” a possibilidade de um filho seu ter relacionamento com uma mulher negra em entrevista ao programa de TV CQC.

Pelo novo código do Conselho, o relator, Sérgio Brito (PSC-BA), deverá apresentar um relatório preliminar dizendo se aceita ou não a representação. Esse relatório vai a voto no plenário. Brito já adiantou que dará um parecer favorável à abertura do processo e marcou o dia 29 de junho para que seja realizada essa fase. “Não posso dar pela inépcia porque é uma representação de um partido, então abrir processo eu vou.”

Se o Conselho aprovar o relatório preliminar, Bolsonaro terá 10 dias úteis para apresentar sua defesa. Brito, então, terá 40 dias úteis para conduzir a instrução do processo e 10 dias úteis para escrever seu relatório final. O relator não quis dizer se pretende usar no seu trabalho as penas alternativas que agora podem ser aplicadas pelo Conselho, como advertências e suspensões. Brito afirmou que não pode se posicionar sobre o mérito do caso antes de realizar a instrução.

Por Reinaldo Azevedo

Acreditem: a oposição perdeu uma senadora; o governo ganhou um senador

Na Folha Online, por Tathiana Barbar:
Eleita para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul, Marisa Serrano afirmou nesta quarta-feira que deixará seu mandato no Senado e seu partido, o PSDB. O primeiro suplente de Marisa no Senado, Antonio Russo Neto (sem partido), vai assumir o mandato de senador na vaga deixada por ela. Eleito pelo PR, ele deve retornar ao partido, que faz parte da base de apoio do governo Dilma Rousseff –ou seja, a oposição vai acabar perdendo uma cadeira no Senado.

Marisa foi eleita para o tribunal com 20 dos 23 votos dos conselheiros. “Deixo a vida política depois de 40 anos. É uma boa oportunidade que tenho para trabalhar pelo meu Estado.” Ela disse que já havia conversado com o presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), sobre o assunto. “Não falei com ele hoje, mas já havia falado. Todos sabem que pleiteava essa vaga, lamentaram perder uma companheira, mas respeitaram a minha decisão.”

Marisa reiterou que irá trabalhar para que os “recursos públicos sejam gastos a favor da população”. Segundo o TCE, uma das exigências do tribunal para assumir o cargo é não ter vínculo partidário, o que justifica Marisa ter deixado o PSDB. Em 2010, ela participou da coordenação da campanha de José Serra à Presidência.

Por Reinaldo Azevedo

Cana-de-açúcar na Amazônia, não

José de Anchieta Júnior até tentou. Argumentou, durante o encontro de Dilma Rousseff com os governadores das regiões Norte e Nordeste, que entraves legais ao plantio de cana-de-açúcar em Roraima atrapalham o desenvolvimento local. Citou como exemplo a Venezuela, que importa álcool combustível do Nordeste em vez de comprar de Roraima, estado com o qual tem fronteiras.

Mas Dilma foi clara: até aceita estudar alternativas para incentivar o desenvolvimento de Roraima, mas não mudar essa regra. Argumentou que a liberação do cultivo da cana na Amazônia poderia fechar ao etanol brasileiro os mercados de outros países.

Por Lauro Jardim

Joaquim decide: eu fico no mensalão e Lula não entra no processo

Joaquim Barbosa recusou mais feito por Roberto Jefferson para se afastar da relatoria do mensalão. O advogado de Jefferson, Luiz Francisco Corrêa, havia pedido para que deixasse de tomar decisões ou se pronunciar no processo até que o Supremo julgasse se Barbosa deveria se afastar do caso (leia mais informações na nota postada terça-feira às 7h23).

Na decisão, ele lembra que o Supremo havia negado pedido para retirá-lo do caso enquanto a arguição de impedimento não fosse apreciada. E passa um pito na defesa de Jefferson, ressaltando que não é a qualquer custo que ele sairá do processo:

- Em termos ainda mais claros, o processo não será suspenso apenas porque o réu assim o quer.

A propósito, Joaquim Barbosa também rejeitou pedido da defesa de Jefferson para incluir Lula como réu no mensalão. Decidiu assim porque a fase para colocar novos documentos já acabou – a defesa de Roberto Jefferson queria incluir a ação em que Lula é acusado por irregularidades com a concessão de crédito consignado.

Por Lauro Jardim

O deputado do caso da cueca dolarizada ajudou a aprovar a ladroagem sem risco

O relator da medida provisória que institui a ladroagem sem camburão na gastança com a Copa do Mundo e a Olimpíada, aprovada há pouco pela Câmara por 272 votos contra 76, é mais que um verso que rima com a noite dos charlatães. José Nobre Guimarães, deputado federal do PT do Ceará, é também irmão de José Genoíno. O parentesco talvez fosse o item mais vistoso do prontuário se não tivesse existido o caso dos dólares na cueca.

Em julho de 2005, a Polícia Federal prendeu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o cearense José Adalberto Vieira da Silva, que tentava embarcar para Fortaleza com R$ 200 mil em uma valise e US$ 100 mil na cueca. Vieira da Silva contou que era assessor parlamentar do então deputado estadual José Nobre Guimarães e garantiu que juntara a fortuna com a venda de verduras no Ceagesp, maior centro de distribuição de alimentos da América Latina.

Interrogado na cadeia, desmentiu a farsa do verdureiro rico e manteve os vínculos com o destinatário da bolada. O chefe escapou da prisão, livrou-se do assessor trapalhão, elegeu-se deputado federal e renovou o mandato em outubro. Não poderia haver alguém mais qualificado para o posto de relator da malandragem que libera a roubalheira. Falta o amém do Senado. Mas aquilo é um viveiro de guimarães. O Brasil do PT e do PMDB já não teme exibir a face horrível.

(Augusto Nunes)

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veja.com.br

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