Chuvas deverão reduzir safra 2025/26 de café da Colômbia, diz FNC
Por Roberto Samora
CAMPINAS (Reuters) - A Colômbia, terceiro produtor mundial de café, deverá ver uma queda de pelo menos 1 milhão de sacas de 60 kg na safra da próxima temporada 2025/26, que começa em outubro, afirmou o CEO da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), Germán Bahamón, à Reuters, durante evento do setor no Brasil.
Chuvas excessivas deverão afetar o volume colhido entre outubro e dezembro, explicou ele, após participar de um painel no Coffee Dinner & Summit, em Campinas (SP).
"Agora estamos enfrentando um momento muito ruim. A chuva tem sido fora do normal, e isso vai afetar... Então, em outubro, novembro, dezembro, seremos afetados e vamos reduzir nossa produção. Isso é muito, muito ruim", afirmou ele.
"Então, nesse sentido, o próximo ano será reduzido em 1 milhão ou 1,5 milhão de sacas."
Na temporada 2024/25, que será encerrada em setembro na Colômbia, o maior produtor global de arábica lavado terá a sua maior safra desde 1992, com uma produção de cerca de 15 milhões de sacas, lembrou o CEO da FNC.
Em maio, relatório do adido do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicou que a próxima safra de café da Colômbia 2025/26 (outubro-setembro) deveria cair 5,3%, para 12,5 milhões de sacas de 60 kg, principalmente em consequência de fortes chuvas.
CANÉFORAS
Bahamón afirmou ainda durante o evento que a Colômbia está avaliando possibilidades relacionadas a iniciar cultivos de cafés canéforas no país que é conhecido pelos grãos arábica e de alta qualidade.
Os canéforas, que têm as variedades robusta e conilon, são mais usados na produção de café solúvel e geralmente têm um preço mais baixo.
Além disso, a produtividade dos canéforas, mais tolerantes às intempéries climáticas, geralmente é superior às dos cafezais arábica.
"Não estamos mudando uma estratégia, mas sabemos perfeitamente que há uma enorme área na Colômbia pronta para ser desenvolvida com outro tipo de plantação, como milho, soja ou café", disse ele, comentando sobre regiões de menores altitudes, enquanto o arábica é cultivado em montanhas.
Ele disse que a Colômbia poderia seguir o exemplo de países, como o Brasil, que têm reforçado sua produção de café com o cultivo de canéforas.
"Então, o que estamos vendo é identificar o que aconteceu no México, por exemplo, na Nicarágua, por exemplo, e no Brasil, a fim de identificar qual é o caminho a seguir."
Ele disse que algumas empresas privadas têm testado conilon e robusta na Colômbia.
"Algumas delas falharam. Algumas delas estão mostrando um resultado muito bom", disse.
Ele ressaltou que, enquanto não houver uma definição, prefere não comentar sobre quando a Colômbia poderia passar a apostar em uma produção de maior escala de canéforas.
"Neste momento, estamos explorando. Não podemos recomendar algo que não conhecemos. É por isso que estamos vindo para o Brasil. Vocês são os que sabem perfeitamente como lidar com isso."
Ele citou o crescimento da produção no Espírito Santo, maior produtor de conilon do Brasil, como exemplo do que pode ser feito na Colômbia.
(Por Roberto Samora)
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