Em Chicago, trigo tem dia de recuperação técnica e fecha com mais de 10 pts de alta

Publicado em 14/07/2014 16:28

Os futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago conseguiram se recuperar depois da forte baixa da última sexta-feira (11) e fecharam a sessão regular desta segunda (14) com boas altas na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos encerraram o dia com ganhos de dois dígitos nos principais vencimentos. O contrato setembro/14, o mais negociado nesse momento, fechou com alta de 12,40 pontos, valendo US$ 5,38 por bushel. 

O mercado, segundo analistas, passou por um movimento de recuperação técnica, incentivado também pelos ganhos registrados no mercado da soja, com os fundos voltando às compras depois do recuo intenso da sessão anterior com o objetivo de cobrir algumas posições vendidas. 

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu boletim de embarques semanais e, para o cereal, trouxe o número de 377,520 mil toneladas, contra contra 470,372 mil da semana anterior. O número ficou, no entanto, dentro das expectativas do mercado. 

No ano passado, nessa mesma época, o total embarcado somava 667,626 mil toneladas. O USDA informou também que, no acumulado da temporada, já foram embarcadas 2.697,972 milhões de toneladas, contra 3.750,356 milhões do ano comercial anterior. 

Clima nos EUA

Assim como para os mercados de soja e milho na Bolsa de Chicago, o andamento do clima nos Estados Unidos também tem influenciado os negócios com o trigo e, assim, as boas condições pressionam as cotações nesse momento. As previsões para as próximas duas semanas são de que o tempo continue adequado para o desenvolvimento das lavouras e favorecendo, portanto, a safra 2014/15 de grãos dos Estados Unidos. 

"O clima continua excelente para o desenvolvimento e, no curto prazo, parece não haver nenhuma ameça às lavouras, o que deve fazer com que quaisquer rallies de preços nos grãps encontrem alguma resistência", disse o analista de mercado Sterling Smith, especialista de futuros do Citigroup . 

Relatório de Oferta e Demanda

Na sexta-feira, o departamento norte-americano reportou um expressivo aumento para a safra mundial do grão na temporada 2014/15 foi um dos principais fatores de queda nesta sexta. O USDA elevou sua estimativa de 701,62 milhões de toneladas para 705,17 milhões neste relatório. Apesar dessa elevação, o número ficou abaixo do esperado pelo mercado, que apostava em algo na casa dos 714,2 milhões de toneladas. 

Os estoques mundiais de trigo também foram revisados para cima e passaram de 188,61 milhões para 189,54 milhões de toneladas. Da safra 2013/14, os estoques finais foram reportados em 184,29 milhões de toneladas. 

O órgão informou ainda que o consumo global do cereal está estimado em 699,92 milhões de toneladas. O número estimado em junho pelo USDA foi de 699,06 milhões de toneladas e, na safra velha, foi de 705,52 milhões de toneladas. 

Trigo na Rússia

Na Rússia, importante produtora e exportadora mundial de trigo, a última semana também foi de preços mais baixos. A evolução da colheita do cereal no país pressionou as cotações. O avanço dos trabalhos de campo também diminuiu as preocupações quanto aos possíveis atrasos e menor qualidade do grão que vinha sendo colhido. 

Segundo informações da Reuters, unidade de Moscou, os preços do novo trigo no país, com 12,5% por cento de conteúdo de proteínas, era negociado, no final da semana passada, a US$ 248,00 por tonelada, registrando uma queda de US$ 3,00/t ante uma semana antes, disse a consultoria local Ikar.

Mercado Interno

No mercado interno, os preços mantêm sua tendência de baixa. Ainda há produto da safra anterior para ser comercializado, a próxima temporada se desenvolve bem - apesar das chuvas do último mês na região Sul do Brasil - em, há pouco, o governo zerou a TEC (Tarifa Externa Comum) para 1 milhão de toneladas do grão importado de fora do Mercosul. 

No município de Carazinho, no Rio Grande do Sul, onde há algumas semanas a saca de trigo valia R$ 31,00, o valor pago ao produtor caiu para R$ 29,00. "A medida que entra trigo importado, não há porque comprar o nacional. Isso é uma falta de política do governo federal, o que deveria ser revisto para que pudesse manter o produtor brasileiro podendo abastecer o mercado nacional", acredita o vice-presidente do Sindicato Rural do município, Paulo Vargas. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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