Arroz: Cotações se mantêm em queda no RS

Publicado em 23/03/2011 10:21
Pressão da safra nova do Brasil e do Mercosul e o cenário internacional mantêm as médias de preços em baixa. Setor aguarda novas medidas do governo federal, enquanto o Cepea indica queda de 7,32% nas cotações gaúchas em março

Como não poderia deixar de ser na atual conjuntura do mercado brasileiro de arroz, a pressão da nova safra orizícola no Sul do Brasil e no Mercosul mantém as cotações referenciais em queda em março. Estima-se que a safra aproxime-se de 45% no Rio Grande do Sul, percentual menor do que em Santa Catarina (55%) e maior do que no Mato Grosso (15%). Nestes dois últimos estados, a chuva vem causando problemas pontuais e atrasando a entrada das colheitadeiras, principalmente no leste catarinense e no Nortão mato-grossense.

A safra brasileira será recorde na década, próxima de 13,05 milhões de toneladas, segundo a Conab. O Rio Grande do Sul colherá entre 8,1 e 8,5 milhões de toneladas de grão, dependendo da fonte consultada. Na Fronteira Oeste gaúcha, onde a safra está mais adiantada, faltam caminhões para fazer o transporte da colheita entre as propriedades e os armazéns em razão da falta de espaço nos silos e também da aceleração do corte de grãos. Como o plantio em 2010 foi muito rápido em razão do clima favorável, há concentração da colheita, o que está encarecendo o frete em até 80% sobre o ano passado em municípios como Itaqui, e gerando filas de até dois dias para descarregar. Algumas empresas da fronteira gaúcha estão usando silos-bolsa como medida emergencial para garantir a estocagem da safra recorde.

As cotações da semana giram entre 12,5 e 12,9 dólares norte-americanos, por saca de 50 quilos (58x10) do arroz em casca no Rio Grande do Sul, dentro dos padrões internacionais. Portanto, uma reação mais significativa nos preços só acontecerá em razão de uma catástrofe internacional – muito mais significativa do que as perdas do Japão, por exemplo – ou pela ação do governo brasileiro criando um preço artificial ao grão. O que manterá o cenário de importações acima das reais necessidades de abastecimento do Brasil e de exportações sustentadas por PEP ou de quebrados de arroz, preferencialmente.

O indicador de arroz em casca Esalq/Cepea e BVMF indica preços médios de R$ 20,89 para a saca de 50 quilos (58x10) no Rio Grande do Sul nesta terça-feira (22/3), o mais baixo patamar do ano. O mês já acumula 7,32% de perdas. Só na terça-feira a perda foi de 1,56%, segundo o indicador, com os preços em dólar alcançando US$ 12,56 na equivalência em saca. No mercado livre gaúcho as cotações também caíram com força esta semana, mantendo média de R$ 21,00 referenciais, mas liquidando ao produtor algo entre R$ 19,00 e R$ 20,00 nos casos raros de comercialização fechada. Com a entrada da safra, boa parte das indústrias saiu do mercado e recebe grandes volumes “a depósito”, assegurando uma tranquila formação de estoques.

Enquanto isso, o PEP da semana passada vendeu toda a oferta para o Rio Grande do Sul, de 90 mil toneladas, graças ao prêmio convidativo. O problema é que a negociação via leilão não garante a saída imediata do produto, nem a entrada de dinheiro no bolso do produtor na mesma velocidade. Um novo conjunto de medidas é aguardado pelos produtores para ser anunciado até a semana que vem pelo governo federal, visando dar suporte aos preços e elevando as cotações à referência de preço mínimo de R$ 25,80 (58x10), já que EGFs, AGFs e PEP não conseguiram garantir essa recuperação esperada pelo setor. Enquanto isso, a cadeia produtiva se movimenta pedindo medidas estruturantes para redução do custo produtivo, dos tributos incidentes sobre o arroz e o transporte, entre outras.

MERCADO

A Corretora Mercado de Porto Alegre cota a saca de arroz de 50 quilos, em casca, em média a R$ 21,00 no Rio Grande do Sul e indica R$ 44,00 para a saca de 60 quilos (branco), sem ICMS. Entre os derivados, é mantida a valorização, principalmente como foco no mercado exterior, com a saca de 60kg do canjicão cotada a R$ 32,20, em média, e a da quirera a R$ 26,20. A tonelada do farelo de arroz (FOB) segue estável em R$ 240,00.

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Fonte:
Planeta Arroz

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