Milho: Clima adverso no Brasil garante mais um dia de alta na BM&F
Frente às condições climáticas adversas no Brasil, os contratos do milho negociados na BM&F fecharam o pregão desta segunda-feira (24) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal exibiram valorizações de 1,00%. O contrato março/14 terminou o dia cotado a R$ 34,40, com alta de 2,08%.
O clima seco aliado às altas temperaturas comprometeu a produtividade das lavouras na safra de verão em importantes regiões produtoras, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A situação também afeta a safrinha de milho, em algumas localidades, as sementes não germinaram devido à falta de umidade no solo. Os produtores rurais já relatam a necessidade de fazer o replantio dessas áreas.
Em contrapartida, alguns municípios de Mato Grosso e Goiás estão sofrendo com o excesso de precipitações. Em Lucas do Rio Verde, por exemplo, as chuvas já ultrapassaram 2.400 mm, somente no mês de fevereiro. Segundo o produtor rural da cidade, Marcelo Lupatini, afirma que muitas lavouras de soja estão alagadas, o que dificulta o avanço da colheita.
“Na oleaginosa, as perdas podem ultrapassar 35% na nossa região. O clima também afeta a evolução do plantio da safrinha e a janela ideal terminou no dia 20, mas não conseguimos finalizar a semeadura do grão. Com os insumos comprados, parte dos produtores irá arriscar e fazer o cultivo do milho fora desse período”, afirma Lupatini.
Por outro lado, a demanda pelo produto no mercado interno permanece aquecida. No entanto, o consultor de mercado da FCStone, Glauco Monte explica que, com a quebra na safra de milho no país, os produtores seguram as vendas à espera de preços mais altos. “Essa situação fez com que o mercado físico ficasse muito apertado, as empresas estão procurando milho e os produtores não estão vendendo”, afirma.
Nesta segunda, a saca do cereal foi negociada no mercado doméstico a R$ 34,50 em Campinas (SP), a R$ 25,50 em Cascavel (PR) e a R$ 23,50 em Dourados (MS).
Na contramão desse cenário, os contratos do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão em campo misto. As primeiras posições da commodity apresentaram leves perdas entre 0,50 e 1,50 pontos. Já o contrato setembro/14, fechou o pregão com leve alta de 0,50 ponto.
Ainda na visão do consultor, os estoques norte-americanos são amplos. E mesmo, com a projeção de redução na área cultivada na próxima safra, o país tem potencial para produzir uma grande safra e teria estoques grandes na temporada 2014/15, mesmo com a demanda aquecida. Na última sexta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou que a produção norte-americana irá somar 355,24 milhões de toneladas, contra 353,71 milhões de toneladas no ciclo anterior.
“Claro que tem a safra toda para acontecer, sempre temos eventos climáticos. Vamos ver se ao irá acontecer nada”, ressalta Monte.
Ainda hoje, o USDA anunciou que as vendas semanais do país somaram 791.947 mil toneladas na semana encerrada no dia 20 de fevereiro. O número é inferior ao registrado na última semana, de 843.340 mil toneladas. No mesmo período do ano passado, o valor era de 298.378 mil toneladas. Desde o início do ano safra, em 1º de setembro, as vendas totalizam 16.942.506 milhões de toneladas, frente às 8.845.073 milhões de tonelada no ano safra anterior.
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