Milho: Clima adverso no Brasil garante mais um dia de alta na BM&F

Publicado em 24/02/2014 17:28

Frente às condições climáticas adversas no Brasil, os contratos do milho negociados na BM&F fecharam o pregão desta segunda-feira (24) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal exibiram valorizações de 1,00%. O contrato março/14 terminou o dia cotado a R$ 34,40, com alta de 2,08%.

O clima seco aliado às altas temperaturas comprometeu a produtividade das lavouras na safra de verão em importantes regiões produtoras, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A situação também afeta a safrinha de milho, em algumas localidades, as sementes não germinaram devido à falta de umidade no solo. Os produtores rurais já relatam a necessidade de fazer o replantio dessas áreas.

Em contrapartida, alguns municípios de Mato Grosso e Goiás estão sofrendo com o excesso de precipitações. Em Lucas do Rio Verde, por exemplo, as chuvas já ultrapassaram 2.400 mm, somente no mês de fevereiro. Segundo o produtor rural da cidade, Marcelo Lupatini, afirma que muitas lavouras de soja estão alagadas, o que dificulta o avanço da colheita.

“Na oleaginosa, as perdas podem ultrapassar 35% na nossa região. O clima também afeta a evolução do plantio da safrinha e a janela ideal terminou no dia 20, mas não conseguimos finalizar a semeadura do grão. Com os insumos comprados, parte dos produtores irá arriscar e fazer o cultivo do milho fora desse período”, afirma Lupatini.

Por outro lado, a demanda pelo produto no mercado interno permanece aquecida. No entanto, o consultor de mercado da FCStone, Glauco Monte explica que, com a quebra na safra de milho no país, os produtores seguram as vendas à espera de preços mais altos. “Essa situação fez com que o mercado físico ficasse muito apertado, as empresas estão procurando milho e os produtores não estão vendendo”, afirma. 

Nesta segunda, a saca do cereal foi negociada no mercado doméstico a R$ 34,50 em Campinas (SP), a R$ 25,50 em Cascavel (PR) e a R$ 23,50 em Dourados (MS). 

Na contramão desse cenário, os contratos do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão em campo misto. As primeiras posições da commodity apresentaram leves perdas entre 0,50 e 1,50 pontos. Já o contrato setembro/14, fechou o pregão com leve alta de 0,50 ponto. 

Ainda na visão do consultor, os estoques norte-americanos são amplos. E mesmo, com a projeção de redução na área cultivada na próxima safra, o país tem potencial para produzir uma grande safra e teria estoques grandes na temporada 2014/15, mesmo com a demanda aquecida. Na última sexta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou que a produção norte-americana irá somar 355,24 milhões de toneladas, contra 353,71 milhões de toneladas no ciclo anterior.  

“Claro que tem a safra toda para acontecer, sempre temos eventos climáticos. Vamos ver se ao irá acontecer nada”, ressalta Monte. 

Ainda hoje, o USDA anunciou que as vendas semanais do país somaram 791.947 mil toneladas na semana encerrada no dia 20 de fevereiro. O número é inferior ao registrado na última semana, de 843.340 mil toneladas. No mesmo período do ano passado, o valor era de 298.378 mil toneladas. Desde o início do ano safra, em 1º de setembro, as vendas totalizam 16.942.506 milhões de toneladas, frente às 8.845.073 milhões de tonelada no ano safra anterior.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário