Milho: Após perdas, mercado busca recuperação e fecha pregão com leves altas

Publicado em 21/05/2014 17:26

Em uma sessão volátil, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão com ligeiras valorizações. As principais posições da commodity encerraram o dia com altas entre 0,25 e 1 ponto. O contrato julho terminou cotado a US$ 4,74 por bushel, porém, ao longo das negociações, alcançou o patamar de US$ 4,72 por bushel, menor patamar desde 4 de março. 

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, os preços futuros do milho buscam uma acomodação frente ao plantio da safra 2014/15, que transcorre dentro da janela ideal. "A semeadura deve fechar dentro da janela e abre espaço para um bom potencial de produtividade das lavouras norte-americanas, que podem atingir um recorde, mesmo com a área menor", explica. 

Até o último dia 19 de maio, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportou que o plantio do cereal estava completo em 73% da área projetada. O percentual está acima do índice registrado no mesmo período do ano passado, de 65%, porém abaixo da média dos últimos cinco anos de 76%.

Por outro lado, o tempo deve permanecer quente e seco nos próximos dias irá contribuir para a evolução do plantio, principalmente, de Dakota do Norte a Ohio, conforme informações de agências internacionais. Diante desse cenário, a expectativa é de preços mais baixos em longo prazo, alguns analistas já projetam os preços próximos a US$ 4,50 por bushel. 

“Devemos ao clima nos Estados Unidos, já que em julho as lavouras entram em estágio de polinização. Os preços podem buscar os US$ 4,20 por bushel, caso se confirme uma boa safra nos EUA. Mas tudo irá depender das condições climáticas no país”, diz Molinari.

Mercado interno

Nos Portos de Santos e Paranaguá, os preços do cereal caíram de R$ 31,00 para R$ 27,00, situação que pressiona as cotações no mercado interno. Em Goiás, as cotações já recuaram de R$ 25,00 pela saca de 60 kg para R$ 21,00 até R$ 19,00. Em Cascavel (PR), as cotações caíram de R$ 21,50 para R$ 20,00 em uma semana, conforme dados da Coopavel. 

Situação que também se repete em Não-me-toque (RS), onde os preços passaram de R$ 24,00 para R$ 23,00, segundo informações da Cotrijal. O indicador Cepea Esalq/BMF&Bovespa referente à região de Campinas (SP) baixou 3,56%, e fechou a segunda-feira cotado a R$ 28,43 a saca de 60 kg.

Ainda na visão do analista, este ano, o Brasil precisará exportar cerca de 20 milhões de toneladas. E após o acordo firmado entre o país e a China, a expectativa é que os compradores chineses aumentem as compras do cereal. Ainda nesta quarta-feira, a agência internacional Bloomberg divulgou que os embarques de milho dos EUA para a China caiu em um menor nível em sete meses. O recuo é decorrente da posição da China contra a importação de certas variedades de milho geneticamente modificadas e não aprovadas pelo ministério de agricultura do país. 

Somente no período entre outubro e 21 de abril, a nação asiática rejeitou 1,12 milhão de toneladas de milho norte-americano. Em contrapartida, a China formalizou um acordo com o Brasil, no mês de abril, para a importação de milho.

Com a medida, a expectativa é que os chineses diminuam a dependência do cereal dos EUA, responsável por 90% do produto adquirido pela nação asiática. A expectativa, segundo analistas, é que os compradores chineses aumentem as compras do cereal brasileiro.

Acompanhamento de safras

Cerca de 91% das lavouras de milho safrinha apresentam boas condições no Paraná, segundo informou o boletim de acompanhamento e safras do Deral (Departamento de Economia Rural). Já a comercialização da segunda safra ainda segue em ritmo mais lento e permanece em 4% da produção total. 

Ainda assim, os produtores rurais ainda estão cautelosos em relação ao clima no estado. Na região de Cascavel, por exemplo, o tempo nublado já atrasa a maturação das plantas. Consequentemente, a cultura fica mais exposta a eventos climáticos e há previsões de chuvas para as próximas semanas e também possibilidade de geadas. 

Nesta safra, o estado de Mato Grosso deverá colher cerca de 15,38 milhões de toneladas, uma redução de 31,7% ou 7,16 milhões de toneladas em relação aos 22,54 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. As informações foram divulgadas no novo boletim do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).

A produtividade média das lavouras deve ficar em 85,4 sacas por hectare, já que algumas regiões do estado ainda recebem chuvas atípicas para essa época do ano. Como é o caso de Nova Mutum, onde as precipitações ainda contribuem para os desenvolvimento das lavouras da safrinha. E a expectativa é que o rendimento das plantações fique entre 80 até 100 sacas de milho por hectare, conforme disse o presidente do Sindicato Rural do município, Luiz Carlos Gonçalves.

A expectativa é que nesta safra o Brasil colha mais de 75 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra, segundo a última projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O número está em linha com o último relatório de oferta e demanda do USDA, de 75 milhões de toneladas. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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