À espera do USDA, mercado de milho opera com leve alta, próximo da estabilidade nesta 4ª feira

Publicado em 10/12/2014 07:31

No início da sessão desta quarta-feira (10), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com ligeiras altas, próximos da estabilidade. Por volta das 8h21 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos entre 1,75 a 2,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,97 por bushel. 

Os participantes do mercado aguardam o novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na tarde de hoje. De acordo com as estimativas divulgadas pelo site internacional DTN The Progressive Farmer, os estoques do cereal nos EUA deverá ficar entre 49,23 milhões a 52,86 milhões de toneladas. No mês anterior, o o volume ficou em 51,01 milhões de toneladas.

A perspectiva é que o órgão também revise os números dos estoques globais de milho que, deverão entre 189,6 milhões e 192,6 milhões de toneladas, contra 191,5 milhões de toneladas indicadas no mês anterior. Para as safras da Argentina e do Brasil são previstas 22 milhões de toneladas e 74 milhões de toneladas de milho, respectivamente. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira: 

Na BM&F, preços fecham sessão com alta expressiva e março/15 chega a R$ 30,15 a saca

A sessão desta terça-feira (9) foi de alta expressiva aos preços do milho na BM&F Bovespa. Os principais contratos da commodity registraram ganhos entre 0,70% e 2,41%. O contrato março/15 era cotado a R$ 30,15 a saca, após ter operado a R$ 29,80 a saca ao longo das negociações.

Na visão do consultor de agronegócio, Ênio Fernandes, uma das variáveis que têm impulsionado os preços é o comportamento do dólar. Apesar da queda registrada nesta terça-feira, a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 2,5981 na venda, com perda de 0,51%, o patamar continua elevado. 

"Paralelamente, temos prêmios no Porto de Paranaguá entre US$ 90 a US$ 1,08 acima de Chicago. E, especialmente no Centro-Oeste, temos uma queda nos valores dos fretes, cenários que têm contribuído para as exportações brasileiras. A expectativa é que terminemos o mês de dezembro com os embarques próximos de 3,5 milhões de toneladas e até janeiro/15 alcancemos o número próximo de 20 milhões de toneladas no total", explica o consultor.

Segundo informações reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior, na primeira semana de dezembro, foram embarcadas 256,4 mil toneladas de milho do Brasil. Em relação ao mês anterior, o volume representa um crescimento de 72,1%, já em comparação com o mesmo período ano passado, o crescimento é de 74,5%. Na primeira semana de dezembro de 2013, os embarques do cereal ficaram em 146,9 mil toneladas. 

Nesta temporada, a estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a expectativa é que sejam exportadas em torno de 19,5 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a novembro desse ano, os embarques somam 17.229 milhões de toneladas de milho.

Além disso, o consultor também sinaliza como fator de suporte aos preços, o profissionalismo por parte dos produtores rurais no momento da comercialização. "Quando observamos uma queda nos preços, os agricultores saem do mercado e só voltam a negociar após uma valorização nas cotações. Porém, os produtores devem estar atentos, pois nos atuais patamares, os agricultores devem enxergar como oportunidade de venda", diz Fernandes.

Em relação à safra brasileira, o consultor relata que, além do atraso no plantio da cultura da soja, que já impactou a janela ideal de plantio do milho safrinha, as previsões indicam tempo chuvoso nos meses de janeiro e fevereiro. "Com isso, os produtores podem ter dificuldades em retirar a soja do campo e fazer a semeadura do cereal. Tradicionalmente, os agricultores têm até 50 dias para fazer o cultivo do milho na segunda safra, mas, em 2015, a janela baixou para em torno de 30 dias", ressalta.

No Porto de Paranaguá, o dia também foi positivo e a cotação do cereal subiu de R$ 28,80 para R$ 29,00. O preço foi impulsionado, especialmente pelos ganhos registrados no mercado internacional. Nas demais praças, a terça-feira foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. 

Bolsa de Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta terça-feira (9) em campo positivo. Os contratos da commodity encerraram o dia com ganhos entre 4,25 e 4,75 pontos. O vencimento maio/15 retomou o patamar dos US$ 4,00 por bushel, e finalizou o pregão a US$ 4,03 por bushel, já o contrato março/15 era cotado a US$ 3,95 por bushel.

Ao longo dos negócios, os investidores tentaram buscar um melhor posicionamento frente ao relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta quarta-feira (10). As expectativas inicias apontam para os estoques norte-americanos entre 49,23 milhões a 52,86 milhões de toneladas. No mês anterior, o o volume ficou em 51,01 milhões de toneladas.

Os estoques mundiais do cereal também deverão ficar entre 189,6 milhões e 192,6 milhões de toneladas, contra 191,5 milhões de toneladas indicadas no mês anterior. As informações foram reportadas pelo site internacional DTN The Progressive Farmer.

Ainda assim, a agência internacional de notícias Bloomberg destaca que a queda nos preços do petróleo ainda influenciam as cotações do cereal. O milho é o produto agrícola mais afetado pela redução nos valores do petróleo, isso porque, a situação afeta a competitividade do etanol. Nos EUA, cerca de 130,82 milhões de toneladas de milho serão destinadas à produção de etanol. 

"Além disso, o petróleo mais barato também impacta na redução nos custos de produção, o que poderia estimular os agricultores a aumentar as plantações", disse o analista da SocGen, Christopher Narayanan, em entrevista à Bloomberg.

No pregão anterior, o mercado foi pressionado pelos números mais baixos dos embarques semanais. Até o dia 4 de dezembro, os números ficaram em 532,498 mil toneladas, conforme relatório do departamento norte-americano. O volume ficou abaixo do registrado na semana passada, de 755,127 mil toneladas e das expectativas dos participantes do mercado, que apostavam em um número entre 640 mil a 790 mil toneladas.

Diante desse cenário, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, destaca que os preços do cereal têm espaço para romper o patamar de resistência de US$ 4,00 por bushel. "Nesse momento, o produtor norte-americano está fazendo as contas, entre soja e milho e, nessa relação, a cultura da oleaginosa sai na frente, o que deve levar a uma redução na área cultivada com o cereal na próxima safra", afirma o consultor.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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