Preço do milho sobe na B3 e cai no mercado físico

Publicado em 04/09/2020 16:44
Chicago sobe nesta sexta, mas encerra a semana com estabilidade

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A sexta-feira (04) chega ao final com os preços do milho calmos, mas ainda em queda, no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma das praças.

Já as desvalorizações apareceram em Cascavel/PR (0,99% e preço de R$ 50,00), Brasília/DF (3,13% e preço de R$ 46,50), Campo Grande/MS (4% e preço de R$ 48,00), Maracaju/MS (5,88% e preço de R$ 48,00) e Dourados/MS (9,43% e preço de R$ 48,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a semana foi de preços em baixa no mercado físico do milho em São Paulo. “A queda das exportações combinada com uma pressão na relação USD x BRL deixou os compradores mais ausentes das negociações, o que trouxe cotações menores”.

Segundo o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, este ainda é um momento propicio para que o produtor, que ainda tenha volumes disponíveis, participe do mercado e faça médias altas de preços. Isso porque não é possível prever as próximas movimentações das cotações.

“O game está aberto”, destaca Rafael, que explica que as movimentações cambiais e os volumes de exportação irão definir o rumo dos preços, que podem subir ainda mais, caso a exportação atinja as projeções de 34 milhões de toneladas, ou cair bastante, no caso de exportações menores.

O grande problema para o analista é que o Brasil não possui um levantamento preciso sobre os volumes exportados e já contratados para ajudar na definição dos preços. Com isso, a especulação ganha força, já que só é possível garantir as 12 milhões de toneladas já embarcadas até agosto e cerca de 5 ou 6 milhões nos lineups para setembro.

B3

Os preços futuros do milho operaram durante todo o dia em alta na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 2,00% e 3,65% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 57,50 com ganho de 3,32%, o novembro/20 valia R$ 56,80 com valorização de 3,65%, o janeiro/21 era negociado por R$ 56,90 com elevação de 2,99% e o março/21 tinha valor de R$ 56,00 com alta de 2,00%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o milho está tentando se recuperar nas cotações das Bolsas Brasileira e de Chicago. "Se a safra americana vier a surpreender, que existe expectativa de grandes perdas em função do clima, e a tecnologia empregada vier a segurar um pouco essa perda o milho já estaria dentro de seus máximos no curto prazo".

Outro ponto de destaque do analista e que, agora estamos entrando no período em que as indústrias de ração entram comprando pesado no mês de setembro para formar estoques para trabalhar no restante do ano e as oportunidades de mercado vão surgir agora até começo de outubro.

“Ai colocamos o sinal de alerta, que a partir de outubro a maioria das empresas de ração se acomodam e param as compras. Ai o ritmo dos negócios cai e talvez o vendedor já não consiga colocar esse milho que ele ainda tem na mão no mercado. Depois ele vai conseguir vender só lá em janeiro ou fevereiro quando voltarem as industrias depois do período de manutenções e férias coletivas”, destaca Brandalizze.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a semana com os preços internacionais do milho futuro subindo. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,75 e 4,25 pontos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,47 com elevação de 2,75 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,58 com valorização de 4,25 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,68 com ganho de 3,75 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,74 com alta de 3,25 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,87% para o setembro/20, de 1,42% para o dezembro/20, de 1,10% para o março/21 e de 0,81% para o maio/21.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 0,29% para o setembro/20, e perdas de 0,28% para o dezembro/20, de 0,27% para o março/21 e de 0,27% para o maio/21 na comparação com a última sexta-feira (28).

Segundo informações da Agência Reuters, o milho se recuperou das perdas da sessão anterior devido a preocupações sobre os danos às lavouras dos Estados Unidos causados pelas condições climáticas adversas.

“Os movimentos de preços foram moderados antes do fim de semana do Dia do Trabalho de nos Estados Unidos. Os traders estão esperando o USDA em 11 de setembro para emitir previsões mensais de oferta e demanda que incluirão estimativas atualizadas da safra de milho dos EUA”, aponta Tom Polansek da Reuters Chicago.

A empresa privada de análise IHS Markit Agribusiness reduziu na sexta-feira sua estimativa de produção de milho nos EUA para 178,1 bushels por acre (186,3 sacas por hectare), dos 179,0 bushels (187,2 sacas por hectare) apontados um mês atrás.

Além disso, a publicação destaca também que a China, que busca combater os riscos à segurança alimentar, tem sido um grande comprador de milho dos Estados Unidos recentemente.

“Isso está apoiando os preços globais, pelo menos no curto prazo”, disse Phin Ziebell, economista do agronegócio do National Australia Bank em Melbourne.

Relembre outras notícias desta semana sobre o milho:

+ Milho: preços atingem recorde nominal

+ Colheita da safrinha 2020 de milho atinge 93,6% no Brasil, diz SAFRAS & Mercado

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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