Semana chega ao fim com preços do milho pressionados pela colheita da safrinha no Brasil
A sexta-feira (04) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3).
Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, explica que essa pressão já está presente a algum tempo no mercado, que olhava para frente e via uma grande safra de milho chegando ao Brasil. Agora, com os trabalhos de colheita que devem ganhar mais ritmo a partir da próxima semana, essa força negativa nos preços pode se acentuar ainda mais.
“A B3 já está há algum tempo com preços bem baixos, inclusive hoje abaixo do mercado físico nos contratos julho e setembro. É muito milho que vamos receber, a gente tem uma safra americana que vai ser recorde e uma questão no Brasil com uma safrinha muito grande, eu trabalho com até 140 milhões de tonelada de safra total. Enfim, vamos ter uma pressão”, afirma.
Na visão do analista, a grande saída para o produtor conseguir melhor oportunidades de comercialização e margens será a exportação.
“A exportação vai ser o grande driver do mercado. Mais uma vez, como foi ano passado, será necessário exportar para ter preços melhores. Se esse produtor ficar aqui internamente ele só vai pressionar os preços. O volume deve começar a aumentar em julho e é possível exportar entre 7 e 8 milhões de toneladas no mês. Para os números que eu trabalho hoje seria necessário algo ao redor de 50 milhões de toneladas no ano”, aponta Rafael.
Por fim, o especialista destaca que caso a exportação não atinja os níveis necessários pode haver um problema ainda maior no momento da chegada da próxima safra de soja 2025/26.
“Hoje a gente ainda tem um volume alto de soja nos armazéns atrapalhando já a safrinha de milho, mais a grande produção de safrinha de milho e se a gente continuar com volumes de comercialização baixos para exportação podemos ter uma pressão inclusive lá na entrada da safra de verão”.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
O vencimento julho/25 foi cotado à R$ 61,93 com queda de 0,99%, o setembro/25 valeu R$ 62,07 com desvalorização de 0,93%, o novembro/25 foi negociado por R$ 66,45 com perda de 0,30% e o janeiro/26 teve valor de R$ 71,65 com baixa de 0,07%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam perdas de 2,40% para o julho/25 e de 0,26% para o setembro/25, além de altas de 0,15% para o novembro/25 e de 0,27% para o janeiro/26.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que quedas neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Tangará da Serra/MT e Campinas/SP, mas percebeu valorização em Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Sorriso/MT e Eldorado/MS.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) não teve movimentações nesta sexta-feira em função do feriado norte-americano do Dia da Independência, mas finalizou a semana valorizações de até 3,3%.
O analista da Germinar Corretora destaca que Chicago está com preços baixos, chegando perto dos US$ 4,00 por bushel, fruto de uma boa safra americana.
Porém, nessa semana, a partir de quarta-feira houve correções de posições, que culminaram em altas semanais para os preços internacionais do milho futuro.
“Houve uma correção técnica aliada a questões de mudança na política de biocombustíveis nos Estados Unidos e também uma expectativa de um acordo firmado para produtos agrícolas entre Estados Unidos e China. Então Chicago acabou recuperando e hoje está na faixa de US$ 4,30”, diz Rafael.
No acumulado semanal, os vencimentos do milho internacional tiveram ganhos de 3,35% para o julho/25, de 2,13% para o setembro/25, de 2,34% para o dezembro/25 e de 2,37% para o março/26, na comparação com o fechamento da última sexta-feira (27).

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