Juros do Plano Safra serão "praticamente" neutros, diz Kátia Abreu

Publicado em 20/04/2015 13:23

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BRASÍLIA (Reuters) - O Plano Safra para financiamento da agricultura na temporada 2015/16 deverá ter taxas de juros reais "praticamente neutras", e os recursos destinados a custeio das lavouras não sofrerão cortes em função do ajuste fiscal promovido pelo governo, disse nesta segunda-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

A ministra, que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira, sinalizou que as taxas de juros do Plano Safra 2015/16, a ser anunciado em 19 de maio, devem acompanhar a inflação, resultando em pequeno ou nenhum aumento nas taxas reais para o produtor.

"As taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado", disse ela a jornalistas.

"O produtor rural, ele não pode estar excluído da nação brasileira. As outras empresas do Brasil estão aí com taxas de juros de mais de 12 por cento. Então eu acredito que taxas de juros entre 8,5 por cento e ate 9 por cento estão muito compatíveis com o nível de inflação de 8,5 por cento. Isso não está fugindo", argumentou.

Segundo a ministra, Dilma tem acompanhado "pessoalmente" os volumes, taxas e termos do plano a serem anunciados em maio e deixou "claro" à equipe responsável pelo programa que o ajuste fiscal não implicará em redução de recursos para custeio e defesa agropecuária.

"Defesa agropecuária é prioridade. Plano Safra, no que diz respeito a custeio, é a máquina que gira a agricultura", afirmou a ministra.

O Plano Safra 2014/15 teve volume recorde de 156,1 bilhões de reais, com taxa de juros média de 6,5 por cento ao ano.

(Por Maria Carolina Marcello)

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Eduardo Lima Porto Porto Alegre - RS

    Seria realmente muito interessante que a Ministra Kátia Abreu indicasse onde efetivamente foram aplicados os Recursos do Custeio...

    Ciro Gomes esteve na Parecis SuperAgro na semana passada onde teria afirmado que "não existe a participação de financiamento privado na Agricultura", e que "todos dependem dos recursos do Governo". Por isso seria interessante que ambos respondessem às seguintes questões:

    1) Quantos % do total comercializado em Fertilizantes, Defensivos, Sementes e Fertilizantes Foliares foi pago à vista e quantos % foi a prazo?

    2) Quantos produtores tiveram que fechar pacotes de troca por Grãos com Revendas, Cooperativas e Tradings? As trocas se deram à vista ou com liquidação futura?

    3) Qual seria a extensão correspondente em hectares dos produtores que receberam "Dinheiro Público" e o Volume Produzido por estes?

    4) Qual foi o faturamento total do setor de Insumos Agrícolas (Fertilizantes, Defensivos e Sementes)?

    E mais (apenas por amor ao Debate): se a totalidade da área produzida com Soja e Milho no País houvesse sido 100% financiada pelo Governo com as taxas de juros mencionadas, estaríamos falando de não mais do que R$ 50 Bilhões/ano. Considerando que esses dois cultivos são os maiores em área plantada, superando largamente os demais, onde foi parar a diferença?

    Sou proprietário de uma pequena Industria de Fertilizantes Foliares, cujo foco está centrado no cultivo de Soja e Milho. Mais de 90% das vendas da empresa são denominados no "Prazo Safra", não havendo outra fonte de acesso a crédito que não sejam os Bancos Privados. Pelo que tenho noticia, várias outras empresas do Setor, inclusive algumas de grande porte, acabam tomando recursos no mercado financeiro a taxas de 1,8% a 2,5% ao mês para repassar aos Revendedores, que a sua vez, transferem essa mesma base de custos financeiros + a margem de lucro para os Agricultores.

    Portanto, que me desculpe a Ilustríssima Ministra da Agricultura, de quem já nutri no passado uma enorme admiração, a Senhora precisa aprender um pouco de Contabilidade e sair mais ao campo, visitando não só os produtores, mas também a cadeia de suprimentos que dá suporte a Agricultura. Certamente, que se a Senhora estivesse menos nos Gabinetes de Brasilia e mais perto do Agro, saberia que os números mencionados são absolutamente MENTIROSOS.

    Dentre as várias CPI's que esse País precisa (não fossem as pizzas), seria muito importante investigar os recursos repassados para o PRONAF, olhando a diferença entre o que se anuncia, o que efetivamente chega ao Produtor, quantos % é utilizado no Custeio e o que se perde entre as intermediações de Assessores Políticos ligados ao PT e a ONG's... Poderiam verificar também quantos Bilhões são repassados para o MST anualmente e no que resultam.

    Uma pena que não pude estar na Parecis SuperAgro, pois teria tido enorme satisfação de debater com Ciro Gomes (de quem foi a idéia de convidar essa Besta???).

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    • diogo patua barreiras - BA

      Excelente comentário!

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Concordo com você, Diogo Patua, muito bom o comentário de Eduardo Lima Porto.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr Eduardo, vamos dar concordância ao gênero, penso, o correto seria "BURRO" !!!

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  • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

    A ministra Kátia Abreu, em mais uma dose de oportunismo explícito, tenta passar ao público que o produtor rural é um privilegiado ao pagar taxa de juros igual ao da inflação..., "praticamente neutras", como diz a ministra. Mais uma falácia vinda da boca hipócrita da principal representante do "agronegócio" no governo federal. Todos os pequenos e médios produtores rurais, sejam familiares ou "empresariais", sabem das taxas, custos de projetos, seguros, impostos e venda de produtos casados que as instituições financeiras enfiam goela abaixo..., sem falar que parece que imploramos por um "favor" do banco ao nos liberar o custeio. A ministra esqueceu de avisar ao outro cooptado pelo lulopetismo, o vice de agronegócio do BB Osmar Dias, que em recente entrevista falou em "juros equalizados" de custeio, em que parte seria de "juros neutros" e o restante a juros comerciais... Podem acreditar colegas, na visão dos lulopetistas fomos uns privilegiados durante os anos lula-dilma, e agora vão querer nossa colaboração pra fechar as contas do governo..., quem viver verá...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Viganó, isso sem falar que a fala da ministra é uma coisa completamente inócua. Não tem consequencia prática nenhuma. Aliás por falar em prática, esse negócio de politico ficar indo em feira, festa, etc... prometendo mundos e fundos.... nem criança acredita mais. Ficam torrando dinheiro público à toa, e os assuntos importantes e urgentes dos produtores ficam de lado.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      No 1º governo petista em 2004, qual era a situação financeira do produtor rural? Valores das commodities estavam próximas de 10 cent.US$/bushel, cultivares produzindo próximo de 50 sc/ha, mas os custos variáveis de produção quase empatando com o Valor Bruto da Receita e, só restou ao produtor pegar o "famoso pratinho" e sair pedindo esmola ao governo. Os financiamentos foram prorrogados e, os "pratinhos" voltaram para as cristaleiras. Podem pegar as chaves das cristaleiras, pois está cegando a hora de usar os "pratinhos".

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      VEJO MUITOS AGRICULTORES COMPRANDO TERRAS E MAIS TERRAS, MAS VEJO

      ESSES MESMOS SEMPRE NO BANCO CHORAMINGANDO PELO FINANCIAMENTO DO CUSTEIO----AS VEZES OS COMPARO COM OS JAPONESES CUJO BERÇO FAMILIAR ENSINA QUE O SER HUMANO PRECISA TER ORGULHO PROPRIO E DEVE

      SEMPRE PROCURAR ANDAR COM SUAS PROPRIAS PERNAS-----A PESSOA QUE RECLAMA FINANCIAMENTO E' UM PEDINTE IGUALZINHO AO QUE ESTANDE A MAO

      NA RUA----PRONTO FALEI E DISSE--

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    • Pedro Pucci São Paulo - SP

      Sou fã da cultura oriental, japonesa e adepto do budismo. Você não sabe o que está falando Sr. Carlo Meloni. Essa filosofia citada não se aplica aos dias de hoje à agricultura em grande escala brasileira. Aproveito para parabenizar o pertinente comentário de Eduardo Lima Porto

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