Produção e venda de veículos no Brasil têm forte alta em julho ante junho
SÃO PAULO (Reuters) - A indústria brasileira de veículos produziu em julho 246,7 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, um crescimento de 16,9% sobre junho, enquanto as vendas tiveram avanço de 12,6%, a 241,3 mil unidades, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela associação de montadoras Anfavea.
Na comparação com julho do ano passado, a produção saltou quase 35%, enquanto os emplacamentos cresceram 7%.
Segundo o presidente da entidade, Marcio de Lima Leite, as vendas de veículos novos no mês passado foram puxadas por pessoas físicas, enquanto as locadoras de veículos fizeram compras "abaixo da média".
"É uma tendência sim, o crescimento (das vendas para pessoa física) veio com a redução da taxa de juros... enquanto os bancos estão ofertando mais crédito", afirmou Leite, citando que as vendas de julho foram as melhores até agora neste ano. Segundo ele, o custo do financiamento anual estava em 30% anteriormente e hoje está em cerca de 24%.
Questionado sobre a performance do setor até agora em agosto, o executivo afirmou que as vendas de agosto "começaram a sinaliza melhora".
"O que aconteceu em julho pode acontecer em agosto", afirmou, citando a média diária de 10.500 emplacamentos por dia útil registrada em julho.
No ano passado, a média de licenciamentos em julho foi de 10,7 mil unidades por dia útil, superada apenas pelos 12,4 mil registrados em dezembro.
O presidente da Anfavea afirmou ainda que os próximos dois meses serão importantes para a entidade definir sua projeção final para o desempenho do setor no ano.
A entidade reviu parte dos números no início de julho, quando reduziu a perspectiva de crescimento da produção em 2024 de 6,2% para 4,9%, enquanto as vendas tiveram previsão elevada de alta de 6,1% para 10,9%.
O setor acumula de janeiro ao mês passado 1,38 milhão de veículos produzidos, crescimento de 5,3% sobre os primeiros sete meses de 2023. Nos licenciamentos, o volume acumulado foi semelhante, a 1,38 milhão de unidades, avanço de 13,2%, segundo os dados da entidade.
O volume exportado, porém, segue em queda, acumulando declínio de 21,7% até o final do mês passado, a 204,4 mil veículos, na comparação com o ano passado. A projeção da Anfavea para as exportações em 2024 é de queda de 20,8% ante estimativa anterior de expansão de 0,7%.
Enquanto isso, o licenciamento de veículos importados, alvo de medidas de defesa comercial desde o início do ano, subiu 7,8% em julho ante junho e 38,8% no comparativo anual, a 41,3 mil unidades, acumulando no ano avanço de cerca de 38%, para 239 mil veículos.
Segundo dados da Anfavea, do total importado no primeiro semestre, 62 mil vieram da China, e desse total 59 mil corresponderam a veículos elétricos ou híbridos.
O total de venda de veículos eletrificados em julho foi de 15,3 mil unidades, das quais 5.912 sendo híbridos plugin, que podem ser recarregados em tomadas. O volume total é mais que o dobro ante os 7.458 carros eletrificados emplacados um ano antes. No acumulado do ano, os licenciamentos de carros eletrificados somam 94.576 unidades, quase duas vezes e meia o volume de 39.676 emplacado de janeiro a julho de 2023.
SALÃO DO AUTOMÓVEL
Questionado sobre quando o Salão do Automóvel poderá voltar a ser organizado pelo setor - uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Anfavea citou problemas que incluem encontrar um local para uma realização perene do evento.
"Há indisponibilidade de locais que atendam as demandas do setor", afirmou Leite. "Estamos trabalhando sobre o início do segundo semestre" de 2025.
Principal evento automotivo da América Latina, o Salão do Automóvel do Brasil não acontece desde 2018, quando atraiu um público de cerca de 740 mil visitantes. As edições de 2020 e 2022 foram canceladas por impactos da pandemia. "Esperamos público superior a 1 milhão de pessoas", disse Leite.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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