Soja inicia a semana em alta na CBOT; milho e trigo operam no misto

Publicado em 14/10/2013 07:49

A semana começa com o mercado internacional da soja em alta. Na manhã desta segunda-feira (14), os futuros da oleaginosa operam do lado positivo da tabela na Bolsa de Chicago e, por volta das 7h30 (horário de Brasília), os ganhos dos principais vencimentos variavam entre 7 e 10 pontos. Milho e trigo, por sua vez, trabalhavam em campo misto, com oscilações pouco expressivas e ainda buscando direção. 

Novamente, segundo analistas internacionais ouvidos pela agência Bloomberg, as chuvas que chegam aos Estados Unidos nas principais regiões produtoras poderiam continuar atrasando os trabalhos de colheita, retardando a entrada da nova safra no mercado. 

Para esta semana, de acordo com as previsões do instituto DTN, há um risco significante de fortes chuvas para o Meio-Oeste norte-americano. Depois das chuvas, a região deverá registrar também um clima mais frio, aumentando ainda mais o risco de atraso para a colheita. E, para a analista Vanessa Tanm, da Phillip Futures, as mudanças no clima irão induzir uma mudança nos preços da soja no curto prazo. 

Paralelamente, o mercado observa também o impasse político que continua nos Estados Unidos. Democratas e republicanos ainda não chegaram a um acordo sobre um aumento do teto da dívida no país a quatro dias da data em que os EUA podem entrar em default. 

Segundo informações do Estadão, o presidente Barack Obama teria rejeitado a proposta de elevação do limite da dívida por apenas seis semanas, o que interrompeu as negociações entre líderes da oposição e a Casa Branca. Obama afirma ainda, de acordo com o Valor Econômico, que não há motivos para que ninguém continue sofrendo com a paralisação do governo norte-americano. 

"Nosso governo está fechado pela primeira vez em 17 anos, Um partido político está causando o risco de default pela primeira vez desde os anos de 1700. Isso não é normal. Quanto mais longe nós formos, vamos ver os mercados reagindo a isso, os empresários adiando planos de investimento e contratações e os pedidos de seguro-desemprego aumentando", afirmou o presidente em sua mensagem semanal.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (11):

Soja: Mercado encerra semana com forte queda em Chicago

No último pregão da semana, os futuros da soja fecharam o dia com forte queda na Bolsa de Chicago. Nesta sexta-feira (11), a oleginosa operou durante todo o tempo do lado negativo da tabela e encerrou os negócios com baixas de mais de 18 pontos nos contratos mais negociados. A posição novembro, referência para a safra americana, terminou a US$ 12,66, recuando 21,25 pontos. 

O boletim mensal de oferta e demanda de outubro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deveria ter sido divulgado hoje pelo órgão, no entanto, devido à paralisação do governo americano, as informações não foram reportadas e o mercado continuou às escuras, sentindo uma pressão de forte baixas sobre as cotações. 

Desde que os EUA paralisou importantes atividades, os investidores vêm operando sem referencial e, por isso, têm se mantido na defensiva, o que justifica um menor volume de negócios em Chicago. Não há informações sobre o andamento da colheita, sobre a produtividade que vem sendo obtida, estoques ou demanda. 

Entretanto, pressão maior sobre os preços exerce o avanço da colheita da nova safra no Meio-Oeste norte-americano. Mesmo sem os números oficiais, o mercado trabalha com expectativas de que os índices de rendimento em importantes estados produtores como Iowa e Indiana estão acima do esperado e os trabalhos de campo têm evoluído bem com um cenário climático mais favorável. 

"A colheita avançou bem e há uma pressão. A pressão vem da entrada física de produto no mercado e também dos resultados que estão sendo obtidos acima do que vinha sendo esperado anteriormente. Com isso, as últimas previsões privadas que saíram nas duas últimas semanas vieram com números acima do USDA de setembro, e por isso cria no mercado a expectativa de que, no fundo, quando o USDA soltar o relatório veremos um número um pouco melhor do que as 86 milhões de toneladas", explicou Flávio França, analista da Safras & Mercado. 

O que impediu que os preços recuassem ainda mais, porém, ainda segundo França, foi o movimento que tem sido exercido pelos produtores norte-americanos de permanecerem mais retraídos nas vendas diante de preços baixos. 

Entretanto, apesar dessa recente pressão negativa sobre o mercado internacional da soja, analistas afirmam que o quadro de oferta e demanda ainda é muito ajustado e esse cenário deverá voltar ao foco dos investidores depois de a colheita ter passado algo entre 50 e 60% da área. França explica ainda essa safra de 86 milhões de toneladas, apesar de um pouco maior do que as estimativas mais pessimistas do mercado, não aliviam a relação de estoque x consumo ainda muito apertada. Essa situação, portanto, deverá impedir uma queda muito acentuada dos preços. 

A escassez de farelo de soja, que tem elevado os preços dos produto a níveis recordes, também tem sido um termômetro para a avaliação do quadro de oferta e demanda. A escassez de farelo tem sido registrada no Brasil, Estados Unidos, Europa, China, entre outros países. "As margens de esmagamento batem recordes ao redor do mundo, principalmente na China onde a margem de industrialização (ou seja, o preço que as indústrias ganham em margens para industrializar 1 tonelada de soja) está custando US$ 100/tonelada e nos Estados Unidos com us$ 1,00/bushel, recordes em ambos os países", explicou o consultor de mercado Liones Severo, do Sim Consult.

"Se não houver nenhuma notícia extravagantemente altista para a soja, como o próximo relatório do USDA (capaz de elevar os preços a nível de racionamento), não haverá alimento suficiente para os rebanhos e alojamento de aves, que terão que ser sacrificados à nível global", completou Severo.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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