Em Chicago, soja fecha com forte alta e maio acima dos US$ 14,80

Publicado em 01/04/2014 16:52 e atualizado em 01/04/2014 18:42

Os futuros da soja fecharam a sessão regular desta terça-feira (1) com forte alta na Bolsa de Chicago, levando o contrato maio a encerrar o dia valendo US$ 14,84 por bushel, com alta de 20,50 pontos positivos. Frente a isso, segundo analistas, o objetivo do mercado para esse primeiro vencimento é de romper os US$ 15,25, segundo análises gráficas. As demais posições terminaram o pregão com ganhos entre 17,50 e 27,75 pontos. 

As fortes altas no mercado internacional da soja ainda são justificadas pelo aperto dos estoques norte-americanos e de uma demanda ainda firme e contínua pelo produto norte-americano. Os estoques trimestrais da oleaginosa no país em 1º de março foram reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 27 milhões de toneladas, sendo o menor dos últimos 10 anos. 

"A situação dos Estados Unidos nesse momento é insustentável. O ritmo das exportações e da demanda interna estava muito acelerado e muito agressivo, por mais que tenham havido rumores de washout com a soja americana, tudo indica que o país não terá produto suficiente para atender as demandas interna e externa até o final do ano comercial", diz Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar. 

Diante desse quadro, ainda de acordo com o analista, o mercado é forçado a subir e se mantém sustentado diante da tarefa de racionar a demanda através de preços altos, uma vez que a situação já se configura como uma escassez da oleaginosa nos EUA. 

Até a última semana, os americanos já embarcaram 97% do total projetado para ser exportado de soja nesta temporada, ou seja, mais de 40 milhões de toneladas de uma estimativa do USDA de 41 milhões. 

"Agora, surgiu no mercado essa expectativa de que a China venderia soja brasileira e argentina aos Estados Unidos (...) isso poderia acontecer e seria o único fator nesse momento que poderia deixar o mercado menos altista", explica o analista. 

A situação, portanto, é de uma sólida base altista para os preços da soja no curto prazo na Bolsa de Chicago, ainda segundo Cachia, o qual poderia, no entanto, mudar no segundo semestre caso seja confirmado o aumento de área destinado ao cultivo dessa commodity em 2 milhões de hectares e as condições de clima nas principais regiões sejam favoráveis. 

Entretanto, o analista afirma ainda que nesta safra 2014/15, pelo quinto ano consecutivo, o clima nos EUA poderia trazer alguns problemas para os produtores norte-americanos. Assim, o mercado deverá demandar extrema atenção para o clima nesse período de início do plantio no país e observar também a reação das cotações na Bolsa de Chicago. 

A primavera que começou há poucos dias nos Estados Unidos carregou as características do inverno bastante rigoroso e chegou a registrar até mesmo a incidência de neve em importantes regiões produtoras. As temperaturas ficaram abaixo do normal para o período e comprometeram os trabalhos de campo. 

Milho: Em Chicago, projeções do USDA garantem mais um dia de alta

Por Fernanda Custódio

As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta terça-feira (01) nos patamares mais altos nos últimos sete meses. As principais posições da commodity fecharam o dia com ganhos de mais de 5 pontos e todas acima de US$ 5,00 por bushel. O vencimento maio/14 encerrou com valorização de 1,09% em relação à sessão anterior, cotado a US$ 5,07 por bushel.

Ao longo das negociações, os preços futuros do cereal foram sustentados pelos números dos estoques trimestrais e de intenção de plantio na próxima safra de milho nos EUA. As informações foram divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (31). 

Ambas as projeções ficaram abaixo das expectativas do mercado. O departamento reportou os estoques trimestrais, até 1º de março, em 177,96 milhões de toneladas, número inferior às projeções dos investidores, de 180,32 milhões de toneladas. A área cultivada na safra 2014/15 com o grão foi estimada em 37,11 milhões de hectares, contra 37,53 milhões de hectares esperado pelo mercado.

Além disso, as previsões de clima úmido em importantes regiões produtoras do Corn Belt, situação que poderia afetar a evolução do plantio no país, também contribuiu para o cenário. Nas últimas semanas, as especulações em relação ao clima frio exerceram pressão positiva nos preços futuros em Chicago. 

Diante desse cenário, a demanda pelo produto norte-americano também segue aquecida. Na semana encerrada no dia 27 de março, as vendas semanais totalizaram 1.327.575 toneladas, conforme reportou o USDA. O número é superior ao anunciado anteriormente, de 1.150.102 toneladas (número revisado).

Por outro lado, as outras origens como Brasil e Argentina, as vendas do milho seguem em ritmo lento. Segundo analistas, os produtores brasileiros estão mais cautelosos em relação à comercialização da safra, já no país vizinho, os agricultores têm dificuldades em negociar devido a problemas internos e cambiais.

De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, os fundamentos para o mercado de milho são positivos. “A demanda internacional segue aquecida e a perspectiva é que as cotações se mantenham acima dos US$ 5,00 por bushel”, afirma.

BMF&Bovespa

O dia também positivo para os preços futuros do milho negociados na BM&Bovespa. Ainda na visão do analista, o cenário é decorrente da redução na oferta no mercado, isso porque os agricultores estão voltados para a comercialização da safra de soja. E também existem as preocupações e incertezas em relação à segunda safra.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as exportações do cereal brasileiro somaram 577,7 mil toneladas durante o mês de março, com média diária de 30,4 mil toneladas. Entre o fevereiro e março, houve uma queda de 42,8% na quantidade embarcada. 

Em relação à safrinha, o clima adverso prejudicou o avanço do plantio em várias regiões produtoras e parte da safra foi cultivada fora da janela ideal. Cenário que pode resultar em menor produtividade nesta safra. No MS, a safrinha deverá somar 7,3 milhões de toneladas, mas os produtores já acreditam em uma queda no rendimento das lavouras, uma vez que os investimentos em tecnologia foram menores.

A situação se repete no estado de Goiás, no qual, a safrinha deverá somar 4,8 milhões de toneladas, segundo informações da Faeg. Além disso, parte do plantio da segunda safra fora da janela ideal também deve contribuir para um recuo na produtividade das plantações.

Em contrapartida, no Mato Grosso a preocupação é com as chuvas excessivas. Segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), depois de 11 semanas, a semeadura do milho terminou no estado, um atraso de duas semanas em relação à safra 2012/13.

Nesta safra, a área cultivada apresentou uma redução em comparação com a última estimativa. Ao todo, foram semeados 2,97 milhões de hectares, uma diminuição de 8,3% em relação ao relatório anterior. Por outro lado, grande parte da área foi cultivada fora da janela ideal e com condições climáticas desfavoráveis para a cultura. 

Já no Paraná, até hoje, o plantio da safrinha atingiu 99% da área estimada, conforme apontou o Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 1% das lavouras estão em condições ruins, 7% em situação média e 92% em boas condições. O estado deverá colher em torno de 10 milhões de toneladas de milho segunda safra. 

No mercado interno, os preços apresentaram uma leve valorização devido ao foco dos produtores na comercialização e colheita da soja, no momento, mais interessante aos agricultores. “Mas a demanda interna segue aquecida e podemos considerar que os produtores ainda terão boas oportunidades para negociar a safra de milho”, finaliza Corazza. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta terça-feira:

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    A conta è de + ou -,Colheram 86 milhões de ton,moem 46,embarcaram 40,sobra 0.Ou seja a partir de hoje tudo que embarcarem ,terão que tirar da moagem,ou recomprar dos chineses.

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