Com foco na escassez, soja fecha com maio acima dos US$ 15
Nesta terça-feira (15), os futuros da soja fecharam a sessão regular com forte alta na Bolsa de Chicago. Os primeiros vencimentos terminaram o dia subindo mais de 20 pontos e o contrato maio encerrou o pregão valendo US$ 15,01 por bushel. Segundo análises técnicas, o foco desse contrato, que é o mais negociado no momento, é buscar atingir os US$ 15,30, se consolidar acima desse preço e então alcançar os US$ 16,00.
Os estoques norte-americanos se encontram em níveis historica e criticamente baixos, porém, ao mesmo tempo, a demanda pela soja dos Estados Unidos se mantém forte e muito ativa. Não só as exportações é que estão aquecidas, com o volume comprometido passando de 44 milhões de toneladas e o de embarques chegando a 41 milhões de toneladas frente à última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de vendas externas de 43 milhões de toneladas, mas a demanda interna também é expressiva.
A Associação Nacional de Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) divulgou, nesta terça-feira, os dados para o processamento de soja nos Estados Unidos em março e os números ficaram bem acima das expectativas do mercado. No mês passado, o esmagamento foi de 4,19 milhões de toneladas, enquanto a projeção dos analistas era de 3,94 milhões de toneladas. O volume ficou bem acima ainda das 3,85 milhões de toneladas processadas em outubro.
No acumulado da temporada, o esmagamento de soja nos Estados Unidos já soma 28,398 milhões de toneladas, e o estimado pelo USDA é de que, na safra 2013/14, o total processado alcance os 45,86 milhões até o final do ano comercial, em 31 de agosto. Esse volume foi reduzido em 100 mil toneladas em relação ao boletim de março, que trazia o esmagamento em 45,99 milhões t.
"Hoje foi o dia dos fundamentos. O mercado sabe que não tem soja, os americanos estão voltando a olhar as compras no mercado brasileiro, estamos embarcando em um bom ritmo, talvez não tenha soja para atender a necessidade americana no meio do ano e isso está começando a puxar os preços de novo, batendo os US$ 15 e vai tentar furar essa resistência que já vem há mais de 1 mês", explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Trigo - Ainda no pregão desta terça-feira, os futuros do trigo fecharam o dia com mais de 20 pontos de alta e os ganhos expressivos desse mercado também ajudaram a puxar ainda mais o avanço da soja em Chicago. Todos os principais vencimentos do cereal encerraram a sessão valendo mais de US$ 7,00 por bushel.
O principal fator de suporte para as cotações têm sido a preocupante situação de conflito entre Rússia e Ucrânia, a qual poderia comprometer a produção e o abastecimento de ambas as nações envolvidas, além de reduzir a produção global. A Ucrânia é, atualmente, o quinto maior exportador mundial de trigo.
Segundo uma projeção da consultoria internacional Agritel, as safras de trigo da Rússia, Ucrânia e Casaquistão, juntas, deverão cair este ano para 81,5 milhões de toneladas, contra as 89,8 milhões produzidas no ano passado.
Além disso, o mercado reflete ainda os problemas de clima nos Estados Unidos para a produção de trigo. Há meses o país vinha registrando uma severa estiagem, o que comprometeu as lavouras do grão.
O USDA reportou, também nesta segunda-feira (14), que 34% das lavouras em boas ou excelentes condições, 32% em condições ruins ou muito ruins e 34% em situação regular. Na semana anterior, esses números eram, respectivamente, 35%, 29% e 36%.
Clima nos EUA - Outro fator que tem sido positivo para o mercado internacional de grãos é o clima nos Estados Unidos. O inverno parece estar sendo mais extenso no país com temperaturas abaixo de zero em muitas regiões produtoras do Meio-Oeste americano e até mesmo a incidência de neve em alguns locais. Isso poderia, ainda de acordo com Brandalizze, promover um atraso no plantio da nova safra norte-americana.
Segundo as primeiras informações do USDA para os trabalhos de campo da safra 2014/15, o plantio do milho já havia sido concluído em 3% da área até o último domingo, enquanto que nessa mesma época, em 2012, o índice era de 2%. Já a média dos últimos cinco anos é de 6%.
"Até então, tudo está dentro da normalidade. Mesmo com esse frio ou outra coisa que atrase essa semeadura em alguns dias ou uma semana, isso ainda não chega a ser um problema, já que os americanos têm um arsenal e uma capacidade de semear milho e soja em um tempo muito curto. Para afetar de forma mais expressiva, teria que ter baixas temperaturas em maio e isso é pouco provável que aconteça", explica o consultor de mercado Ricardo Stasinski, da ODS Serviços em Agronegócios.
Mercado Interno - No Brasil, os negócios seguem em um ritmo mais lento e os preços sendo pressionados, principalmente, por um dólar mais baixo. Os produtores vêm segurando um pouco mais suas vendas à espera de novos e melhores momentos de comercialização.
Para Stansiski, no entanto, os sojicultores precisam estar atentos também aos custos de produção, que poderiam ser maiores caso o dólar volte a subir expressivamente. "Eu acredito que o dólar na casa dos R$ 2,30 estaria bom para os dois lados, principalmente se ele se mantiver estável até o final do ano", diz o consultor.
Milho: Em dia volátil, preços fecham no misto em Chicago, mas fundamentos continuam positivos
Por Fernanda Custódio
Em uma sessão volátil, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia em campo misto, mas acima de US$ 5,00 por bushel. Os primeiros contratos exibiram leves ganhos de 0,50 e 0,75 pontos, já os demais vencimentos registraram ligeiras perdas de 0,25 e 0,50 pontos. A posição maio/14 era negociada a US$ 5,03 por bushel.
Segundo analistas, os bons ganhos registrados nos contratos futuros da soja e do trigo contribuíram para sustentar as cotações em boa parte da sessão. As previsões climáticas para os EUA, apontando clima frio e até ocorrência de neve em partes do cinturão produtor norte-americano também influenciaram as cotações do cereal.
Para alguns participantes do mercado, apesar da previsão de clima frio, o plantio da safra 2014/15 dos EUA não deve ser prejudicada, situação que pesou negativamente sobre os preços ao longo das negociações. Contudo, o site internacional de meteorologia, AccuWeather, divulgou suas previsões climáticas indicando a ocorrência de neve para algumas localidades do Meio-Oeste do país.
Desde a última semana, as notícias de clima têm ganhado força no mercado e influenciado os preços futuros. Além disso, os relatórios de acompanhamento de safras reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também começam a ganhar mais atenção dos investidores.
Ainda ontem, o departamento reportou que até o dia 13 de abril, a área cultivada com o cereal nos EUA atingiu o patamar de 3%. Em igual período do ano passado, o número era de 2%, no entanto, a média dos últimos cinco anos é de 6%.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, afirma que os produtores norte-americanos estão bem capacitados e conseguem cultivar a safra em ritmo acelerado. Grande parte dos estados dos EUA tem até o dia 20 de maio para finalizar o plantio.
"No ano passado, tínhamos neve até o final de abril e, mesmo assim, os agricultores conseguiram plantar a safra dentro do esperado. E colheram uma grande produção", explica Brandalizze.
Do lado fundamental, o cenário ainda é positivo aos preços do cereal no mercado internacional de grãos. Frente à projeção de recuo na área cultivada com o cereal na safra 2014/15, a demanda mundial pelo milho norte-americano continua firme. Até a semana encerrada no dia 11 de abril, as vendas semanais somaram 1.448,812 toneladas, conforme anúncio do USDA.
Até o momento, os EUA já venderam cerca de 41.965,4 toneladas de milho, no acumulado no ano safra. O número está próximo do projetado pelo departamento norte-americano, de 44.450,0 toneladas do cereal.
Em contrapartida, as preocupações com um possível conflito entre Ucrânia e Rússia retornaram ao mercado e exercem influência nos preços, principalmente no trigo. Diante desse cenário, os participantes do mercado acreditam que as exportações do país de trigo e milho possam ser prejudicadas.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, os preços seguem estáveis, mas as vendas ainda estão em ritmo lento. Em importantes estados produtores a colheita está quase no fim e a perspectiva inicial é que a safra de verão seja menor do que a projetada pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), de 31.515,3 toneladas.
Além da diminuição da área cultivada, o milho perdeu espaço para a soja em importantes regiões produtoras, as lavouras foram severamente castigadas pelas adversidades climáticas. De acordo com informações do Cepea, as situações mais preocupantes são esperadas em São Paulo e Minas Gerais, que registraram temperaturas elevadas e ausência de chuvas, especialmente entre os meses de dezembro e fevereiro.
"A colheita da safra de verão está quase no final e praticamente não apareceu oferta no mercado, a produção deverá ser menor do que o estimado pelos órgãos brasileiros. Parte dos produtores já venderam o que precisavam e os poucos que têm o produto vão segurar o milho à espera de melhores oportunidades de vendas. Já a negociação da safrinha está quase parada", diz o consultor.
A segunda safra também foi prejudicada pelas intempéries climáticas e ainda é uma incógnita. Assim como ocorreu na safra de verão, o milho safrinha perdeu área para outras culturas mais rentáveis, como a safrinha de soja, em algumas localidades. Desde o ano passado, os produtores rurais, principalmente do Centro-Oeste já sinalizavam uma redução na área semeada devido aos baixos mais preços obtidos, e que não cobriam os custos de produção.
A situação mais grave observada nesta safra é a redução nos investimentos em tecnologia e o plantio fora da janela ideal. Uma situação recorrente em várias regiões produtoras pelo país. "Frente a essa situação, o produtor rural está mais cauteloso na negociação da safrinha, pois pode não ter o produto para cumprir os contratos mais adiante", acredita Brandalizze.
Ainda assim, o consultor ressalta que a tendência é positiva para os preços no mercado interno e devem se manter acima dos patamares registrados no ano passado. Os estoques da Conab são de aproximadamente 1,8 milhão de toneladas e temos um aumento considerável no setor de ração, entre 5% a 10%. "Esse é o ano da carne, os pecuaristas iniciaram o confinamento em março e temos as atividades de suinocultura e avicultura", ressalta.
Já na BMF&Bovespa, os futuros do milho operam com leves quedas nesta terça-feira. Ainda na visão do consultor, a BMF&Bovespa acompanha o mercado financeiro e a movimentação em Chicago.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta terça-feira:
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Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
SOJA,com certeza não vai ter pra quem quer.Nos EEUU,a escassês se dará em agosto,no Brasil ,de outubro à final do ano.Estou falando SOJA FISICA.Quem segurar verá,os apressados estarão à ver navios.(carregados de soja)