Em Chicago, soja realiza lucros na manhã desta quinta-feira

Publicado em 07/08/2014 07:21 e atualizado em 07/08/2014 10:41

A manhã desta quinta-feira (7) é de realização para o mercado internacional de soja. Os futuros da oleaginosa, por volta das 7h (horário de Brasília), trabalhavam com ligeira queda - de pouco mais de 2 pontos nas posições mais negociadas - depois das fortes altas de ontem, quando o mercado fechou o dia subindo mais de 15 pontos nos principais vencimentos. 

O cenário para os preços, neste momento, é de instabilidade. Enquanto há uma severa pressão vinda do aumento da oferta mundial de soja, principalmente nos Estados Unidos, na outra ponta, a demanda se mostra firme, crescente e muito presente no mercado. Não só a China, mas outros países asiáticos têm participado mais ativamente dos negócios, vindo às compras diante de preços mais atrativos e estimulado as cotações no mercado futuro americano. 

Nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de vendas para exportação e há expectativa sobre a a divulgação dos números. Há semanas, o órgão vem mostrando que, mesmo com estoques muito apertados e pouquíssima oferta de soja disponível da safra velha, as vendas continuam acontecendo e superando largamente a última projeção do departamento para as exportações da temporada 2013/14 de 44,09 milhões de toneladas. Um novo boletim mensal de oferta e demanda será reportado pelo USDA no próximo dia 12. 

Assim, o que se espera para as próximas semanas é um quadro de volatilidade, ainda mais que agosto é o mês determinante para a cultura da soja nos Estados Unidos e as incertezas climáticas no Corn Belt, que ainda não configuram uma ameaça climática às lavouras, deverão dar o tom de mais fragilidade e sensibilidade dos preços nesse momento. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja ganha força no final da sessão e fecha com ganhos de dois dígitos

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago ampliaram o movimento positivo para os preços na sessão desta quarta-feira (6) e encerrou o dia com altas de dois dígitos para os principais vencimentos e as posições mais negociadas fecharam o pregão subindo de 14 a 15 pontos.

Segundo analistas, o mercado observa agora a queda de braço entre os fundamentos de oferta e os de demanda, trazendo volatilidade ao mercado. Assim, os bons ganhos registrados nesta quarta chegam motivados pelos sinais dados pela demanda mundial pela oleaginoa após uma expressiva queda no fechamento da sessão anterior, motivada pelo favorável quadro climático no Meio-Oeste norte-americano.

As lavouras de soja da nova safra norte-americana entraram, em agosto, em seu mês mais importante, quando será consolidada a produtividade e, consequentemente, o total colhido na temporada 2014/15. Até o momento, são 71% das plantações em boas ou excelentes condições e há estimativas para a produção que variam de 103 a 105 milhões de toneladas para 2014/15. 

Ao mesmo tempo, no entanto, a China, maior consumidora mundial de soja, já adquiriu 16 milhões de toneladas da nova safra dos Estados Unidos, 30% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Assim, até o final do ano, o total importado pelos chineses deve ficar entre 72 e 74 milhões de toneladas e, ao final do ano que vem, esse número pode chegar a 86 milhões de toneladas. 

Além disso, outros compradores não tão assíduos como os chineses também têm participado mais frequentemente do mercado e isso sinaliza essa força e crescimento da demanda global pela commodity e também por seus derivados, como farelo e óleo de soja. 

"A Ásia está participando mais do mercado porque sofreram com o clima nas áreas de arroz da Índia, Vietnã, Tailândia e, parte desse arroz que é colhido no continente também vai para a produção de ração. Toda a Ásia é grande produtor de suínos e frango e, como já se comenta que a produção indiana de arroz pode ser de 10 a 15 milhões de toneladas menor, é menos volume de produto que sobra para ração", explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Paralelamente, o clima nos EUA segue dividindo o foco dos investidores com a demanda. Embora ainda não se trate de uma ameaça climática consolidada, algumas incertezas sobre as condições em regiões pontuais do Corn Belt complementam esse terreno favorável para as cotações nesse momento. 

"Algumas regiões ao norte e oeste do Cinturão de Produção estão apresentando aumento do déficit hídrico, as últimas chuvas foram bastante irregulares. Em contrapartida, as temperaturas mais amenas contribuíram para manter a umidade nos solos ou consolidar a ausência de estresse às plantas por mais tempo. Assim, ainda há muitas incertezas pela frente", explica o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora. 

Participação dos fundos e influência do mercado financeiro 

Além dos fundamentos, a influência dos fundos de investimento e das notícias vindas do mercado financeiro também influenciam na direção tomada pelos preços. Ainda como explicou Motter, os fundos, nesse momento, depois de um longo tempo estão com suas posições líquidas vendidas e podem voltar a comprar de forma significativa ao menor sinal de deterioração das lavouras  nos EUA. 

No mercado financeiro, a situação dos conflitos geopolíticos, principalmente entre Rússia e Ucrânia, estão atraindo a atenção dos investidores e criando um cenário de maior aversão ao risco. Paralelamente, os recentes dados sobre as economias da China e dos Estados Unidos trouxeram melhores perspectivas para o quadro geral.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário