Soja: Mercado foca dados do USDA e fecha com altas de dois dígitos

Publicado em 13/10/2011 16:39 e atualizado em 13/10/2011 19:34
Apesar do pregão bastante volátil, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão regular desta quinta-feira com altas de dois dígitos. A oleaginosa abriu os trabalhos em terreno negativo - pressionada pela queda registrada pelos mercados vizinhos - porém, foram tomando fôlego aos poucos e conseguiram fechar com altas de mais de 17 pontos nos principais vencimentos.

O mercado teve como principal fator de impulso os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de redução não só da produção norte-americana de 84 milhões para 83,3 milhões de toneladas, como também da produtividade, que foi estimada pelo departamento em 46,5 sacas/hectare ante as 46,9 projetadas em setembro.

Os números do departamento norte-americano vieram para ratificar o cenário de oferta apertada de soja, o qual já vem há alguns meses dando suporte aos preços em Chicago. Diante desse cenário, os agentes de mercado se movimentam com o objetivo de recuperar pelo menos uma parte das recentes perdas.

Demanda - Sinais de que a demanda estaria se reaquecendo também dão um incentivo a mais ao mercado da soja. A China voltou às compras e, segundo informações das duas principais empresas estatais do país que atuam no mercado de grãos, até a tarde de terça-feira os chineses já haviam comprado 2 milhões de toneladas de soja e 1,5 milhão de milho dos Estados Unidos.

Nesta quinta-feira, o USDA reportou a venda de 110 mil toneladas de soja em grão a destino não revelados, com entrega ainda para a temporada 2011/12. Por fim, o próprio governo chinês relatou quebra em sua safra de soja, não passando, segundo ultimas previsões de 13 milhões de toneladas. Como o consumo continua em alta na China, a perda entre 1 a 1,5 milhão de toneladas de produção alavancou os preços em Chicago. (veja abaixo a análise de Liones Severo).

Milho - Ao contrário da soja, os futuros do milho encerraram o dia no vermelho. O mercado ainda reflete os números do USDA, que indicaram um incremento nos estoques finais do cereal acima do esperado pelos traders.

A movimentação negtiva do mercado financeiro, a baixa do petróleo e mais o intenso do trigo na sessão de hoje também pressionaram os preços. Além disso, a ausência de surpresas na confirmação de vendas de 900 mil toneladas de milho dos EUA para a China também pesou sobre os preços.

Trigo - O mercado de trigo foi o que registrou as perdas mais expressivas em Chicago nesta quinta-feira. Os principais motivos de uma pressão negativa nos futuros foram os números do departamento norte-americano sinalizando um aumento dos estoques finais e também uma redução da demanda. O mercado financeiro incerto também contribuiu para a forte baixa de hoje. 

Esse temor em relação à procura pelo grão norte-americana é resultado do aumento da competitividade no mercado internacional, principalmente por conta do produto ofertado pela Rússia, Canadá e Austrália.


Mercado de Soja : Altas consistentes (por Liones Severo)

Os preços da soja na Bolsa de Chicago retomaram o movimento altista nesta quinta feira, após marcar o preço mais baixo do ano, de US$ 11,52 por bushel no dia 4 de outubro pp. Mas agora retoma o padrão de preços com intervalo de US$ 12,50 a 14,50 p/buschel. 

O cenário atual indica uma permanencia efetiva neste intervalo e 
historicamente o preço de US$ 11,52 por bushel não mais será alcançado  
ou penetrado até o próximo mes de outubro de 2012.

É o que está mensurado no percentual de probabilidade com 92 pct de efetividade. Portanto, resta o risco de 8 pct de um declinio de preços por aproximação, mas ainda
superior aos 11,52 p/bu, que poderá acontecer na segunda quinzena de janeiro
ou inicio de fevereiro.
 
As medidas de suprimento de produtos agrícolas global continuam a nível de risco,
com estoques baixos e apontam um cenário muito favoravel de preços  para a
comercialização da proxima safras de verão do Brasil.
 
Importante notar que o relatório do USDA do dia 12 de outubro, não está
consolidado porque as colheitas dos diversos produtos ainda estão em
trabalhos de colheita e historicamente os números de produção final
quase sempre foram menores que as estimativas do mes de outubro. 
(Isto é,  em circuntancias de anos similares com as safras de verão 
americanas afetadas por condições climáticas adversas durante seu
desenvolvimento).
Estatisticamente existe ainda a ameaça de uma redução na área 
plantada de soja. Desde a safra de 1987, houveram 20 reduções, 2 permaneceram iguais e apenas 2 com pequenos aumentos, na comparação da área estimada no meses de junho para a área final dos meses de janeiro.
 
por Liones Severo  

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento da Bolsa de Chicago:

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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