Queda na produção de café arábica em 2015 pode ser de 60% - Armando Matielli | Presidente da Sincal

Publicado em 17/10/2014 16:39 e atualizado em 20/10/2014 03:01
Café: Calor excessivo e falta de chuvas deixam lavouras muito fracas nas principais regiões de produção do Brasil, e resultado deve ser, entre outros, as perdas significativas na próxima safra. Quebra deveRÁ ser uma das maiores do país, podendo chegar a 60% na temporada 2015/16.

A Bolsa de Nova York para o café arábica opera nesta sexta-feira (17) em baixa com a previsão de chuva na próxima semana. No entanto, o presidente da Sincal, Armando Matielli, acredita que essas chuvas não serão suficientes para minimizar as perdas na safra do próximo ano.

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Com o calor excessivo e a falta de chuvas nas principais regiões produtoras, a quebra deve ser uma das maiores na história do país podendo chegar a 60% na safra de arábica na temporada 2015/16, segundo Matielli.

“A chuva se chegar agora ou em novembro tanto faz, as perdas já estão consolidadas. Cerca de 35% das lavouras foram esqueletadas e 30% tem potencial produtivo zero em todo o parque cafeeiro”, explica o presidente da Sincal.

A falta de chuvas impede os produtores de realizar tratos culturais nos cafés que ainda podem produzir. E os cafeicultores de irrigação também já registram falta de água.

Em alguns municípios de Minas Gerais com tradição cafeeira, a seca também trouxe reflexos socioeconômicos. Os empregados de lavouras de café começam a ser demitidos. “A situação é crítica, nunca vi uma situação de tanta calamidade como está a região cafeeira e outras lavouras do Sudeste”, explica Matielli.

De acordo com o presidente da Sincal, as pequenas floradas que podem ser vistas na região não devem ter 'pegamento' e com as altas temperaturas a principal florada deve atrasar.

Com relação a alta na bolsa norte-americana, Matielli acredita que os operadores não tem noção da realidade da seca no parque cafeeiro. “Os operadores trabalham em cima de tela. Para o produtor, pé no freio, não é momento de fazer grandes investimentos. Nós não sabemos se essas lavouras que foram esqueletadas vão se recuperar. Podemos não ter café para pagar as contas no ano que vem”, ressalta.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • Christina Ribeiro do Valle Guaranesia - MG

    Que calor,e as chuvas onde foram parar...

    As consequências estão cada vez mais visíveis,os pés de cafe depauperados e mostrando que no próximo ano não vamos ter produção nenhuma.Nunca vi nada de parecido.

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  • Armando Matielli Espírito Santo do Pinhal - SP

    MEU AMIGO FLÁVIO GARBIN, GOSTARIA DA SUA OPINIÃO SOBRE A SITUAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO , DE SEQUEIRO, AI NA REGIÃO DE PIUMHI, SÃO ROQUE, PIMENTA E OUTROS. F'LAVIO VC CONCORDA C ESSA QUEBRA QUE ESTIMEI NA ENTREVISTA C O JOAO BATISTA OLIVI?

    UM GRANDE ABRACO.

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  • Flavio Garbin Filho Piumhi - MG

    Agora estamos entrando na fase das demissões e os reflexos socioeconômicos estão se iniciando é o pior que pode acontecer.

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  • alexandre maroti nova resende - MG

    O cenario da cafeicultura é desanimador ,td esta secando ,por onde a gente passa fica a tristeza de saber que ali produtor investiu dinheiro e suor ,ta quase td perdido as chuvas pode ate vir agora ,mas os botoes florais ñ tem como voltar eles precisam de um determinado tempo para se reproduzir ,pois a quebra é muito grande para proxima se é que podemos contar com a proxima safra

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