Poucos negócios novos com a soja brasileira e, quem diria, trajetória de alta do dólar limitando as vendas

Publicado em 19/02/2020 17:39
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting
Soja em Chicago precisa da confirmação de compras chinesas para voltar a subir

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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento do Mercado da Soja

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As expectativas e especulações sobre as compras de soja da China nos EUA mantêm o mercado futuro da oleaginosa caminhando de lado, sem oscilações muito agressivas. Nesta quarta-feira (19), os preços encerraram o dia com pequenas altas de 0,50 a 5,25 pontos nos principais vencimentos, depois de testar os dois lados da tabela e de ainda ficarem estáveis, sem variação, durante uma pequena parcela da sessão.

Dessa forma, o contrato março fecha o dia com US$ 8,97, o maio com US$ 9,05 e o julho com US$ 9,15 por bushel. O agosto, que já começa a servir de referência para a nova safra dos EUA, ficou em US$ 9,18. "O mercado foi muito técnino hoje em Chicago", diz Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. "Acabou se valorizando um pouco mais o curto prazo", completa. 

O mercado espera por novidades concretas sobre a nação asiática demandando soja norte-americana, porém, ainda sem sinal. Fontes que preferiram não se identificar já informaram à agência internacional Bloomberg nesta semana que Pequim está estudando o que e quanto poderiam comprar dos EUA neste final de fevereiro e começo de março. 

"E o mercado trabalhando de US$ 9,00 a US$ 9,50 em Chicago é vantagem para os chineses", diz o consultor.

Enquanto isso, no caso da soja, as compras chinesas permanecem concentradas no Brasil e das 3,4 milhões de toneladas já embarcadas em 2020, 70% tem como destino a China.  

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Para o analista de grãos do Rabobank, Victor Ikeda, os preços da soja deverão registrar uma recuperação gradual ao longo do ano na CBOT e que, já no segundo trimestre, os preços possam voltar a "flertar com algo próximo de US$ 9,50" por bushel. Para que isso aconteça, todavida, é importante que os EUA voltem a vender melhor para a China e de que seus estoques fiquem menores diante desta demanda maior. 

MERCADO BRASILEIRO

No mercado nacional, os preços - e os negócios - continuam a manter seu foco sobre o dólar frente ao real. A moeda americana voltou a subir nesta quarta-feira encerrou o dia com R$ 4,365 e alta de 0,17%. Com isso, os indicativos nos portos variam entre R$ 89,00 a R$ 89,50 por saca, testando até mesmo algo acima dos R$ 90,00 a depender do momento e do período de entrega. 

Por conta do câmbio, os atuais preços da soja brasileira são mais altos do que no mesmo período de 2019 em cerca de 15%, mesmo ganho que pode ser observado no dólar, ainda como explicou Ikeda em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Mais do que isso, o analista do Rabobank reforça ainda que além das exportações fortes, apesar de poderem ser um pouco menores o que as do ano passado, as referências nacionais têm suporte ainda na demanda interna, que é bastante forte, puxada, principalmente, pelo aumento para 12% na mistura obrigatória de óleo de soja no biodiesel. Dessa forma, a projeção é de que o esmagamento brasileiro fique entre 44 e 45 milhões de toneladas. 

Entenda mais:

>> Brasil deve vender 15% menos soja para China. Chicago se recupera a partir do 2º trimestre, diz Rabobank

A questão logística no Brasil este ano é outro ponto de atenção e que poderia, inclusive, mexer com os prêmios no país. 

"No Brasil, a colheita mais lenta que 2019 e o excesso de chuvas nas últimas semanas tem atrasado o tempo de embarque nos principais portos do lado sul brasileiro. Entretanto, usando Paranaguá como uma referência, o tempo de espera atual chega a 11 dias por navio, ficando dentro da média dos últimos 5 anos", alerta a consultoria ARC Mercosul.

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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