Quando floresce o flamboyant, por Osvaldo Piccinin
Publicado em 18/01/2012 09:27
Por Osvaldo Piccinin, engenheiro agrônomo formado pela USP-Esalq, em 1973. Natural de Ibaté, é empresário e agricultor e mora em Campo Grande/MS.

Foi através do Engenheiro Agrônomo, da Casa da Lavoura em S.Carlos, que havia lá se formado. Este senhor falava de sua faculdade com carinho e respeito. Seu depoimento influenciou-me na decisão de tornar-me um dia, Agrônomo formado pela ESALQ.
Meus amigos sabiam desse meu sonho, pois nunca consegui enxergar outra profissão e nem mesmo me ver formando em outra escola. Tinha que ser lá e ponto final. O tempo passou e dia após dia eu alimentava a esperança de ver este desejo realizado.
Foi indescritível ver pela primeira vez, a imensidão de seus jardins entremeados com prédios centenários edificados com idealismo e harmoniosa arquitetura, pelos nossos antecessores - mais conhecidos entre nós por doutores – trata-se de uma deferência respeitosa dos mais novos para com os mais velhos. Destaco com louvor o visionário e desprendido fundador - Luiz de Queiroz – quando num gesto altruísta e de rara nobreza, doou há mais de cem anos, sua fértil fazenda para este fim. Criou-se a partir deste momento, uma orgulhosa corrente de união entre nós.
Chegávamos desconfiados, de início, para fazermos o cursinho, cada qual ao seu estilo. Éramos “jovens guardas” vindos de lugares diferentes do Brasil e esta miscigenação de raças e costumes, faz da escola um lugar especial. Faltavam mordomias mesmo para os mais abastados, mas sobravam calças “boca de sino” e longas cabeleiras. Durante quatro ou cinco anos de convivência, nós nos conhecemos, trocamos experiências e solidificamos amizades duradouras que foram além da faculdade. Na verdade, creio ser cumplicidade, a palavra mais apropriada para definir esta relação de carinho e afeto cultivada entre nós, afinal ser assim é nossa marca registrada, um verdadeiro legado.
Cantávamos com emoção nosso hino em forma de paródia. “Nós somos da Agronomia, fiéis paus d’águas, que porcaria, andamos sempre de bonde, com o juízo não sei a onde, porém quando a coisa aperta e nós pensamos no amanhã, a turma toda padece quando floresce um Flamboyant”. Estávamos na Primavera!
Esta linda e exuberante árvore – Flamboyant - ocupa lugares privilegiados no campus da faculdade e floresce no mês de novembro, quando coincidentemente tínhamos as provas finais. E o sofrimento era inevitável! No meu caso em especial, este advinha das provas de matemática e topografia - que estresse!
Ser Esalqueano é antes de tudo um estado de espírito - nossos laços seguem pela eternidade. Tanto isso é verdade, que cultuamos os finados colegas todas as vezes que nos reunimos. Jamais serão esquecidos por nós. Eles ocupam com galhardia e carinho um lugar de honra em nossos corações. Emocionamos-nos ao ver um de seus descendentes entre nós, principalmente se estudam ou estudaram na gloriosa - Luiz de Queiroz.
“Como é sublime, beber a Brahma e depois puxar uma palha, numa bela duma cama, amor febril pelo barril, não há quem possa, com a turma nossa”.
É impressionante! Quarenta anos se passaram e ainda me emociono ao visitá-la. Viro adolescente! É uma mistura de orgulho, felicidade, emoção e nostalgia. Somente o tempo consegue explicar! Ao adentrar em seus bosques e jardins, tenho a impressão que só no paraíso encontrarei algo semelhante. Sinto-me um pouco dono desse patrimônio cultural, por isso zelo-o com patriotismo e profunda gratidão.
Não seria justo deixar de homenagear a bucólica Piracicaba, escolhida para aninhar em seu ventre esta respeitável jóia da agricultura brasileira, cidade hospitaleira que a todos recebe de braços abertos. “Piracicaba que eu adoro tanto, cheia de flores, cheia de encantos, ninguém conhece a grande dor que sente, um filho ausente a suspirar por ti”.
A todos Esalqueanos da turma de 1973, ou não, orgulhosos como eu de pertencer a esta grande família cercada por imorredouras lembranças, principalmente daquelas advindas da saudosa “Rua do Porto” e das frenéticas repúblicas - onde estiverem por este mundo afora - recebam meu amigável e caloroso abraço. Aos que nos deixaram, para continuarem suas missões semeando luz e embelezando com seus espíritos, os jardins e bosques da eternidade - nossa saudade e carinho.
Podem acabar todas as paixões de nossas vidas, mas esta que sentimos por ti Luiz de Queiroz - será eterna.
E VIVA A ETERNA LUIZ DE QUEIROZ!
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Fonte:
Osvaldo Piccinin
Daniele Balestrin Tangará da Serra - MT
Caro doutor,
A minha sensação ao ler a sua descrição da nossa Gloriosa, dos seus sentimentos quando volta à ela e todo o mais é de que poderiam ter sido escritos por mim mesma e por tantos outros Esalqueanos - os sentimentos e sensações são muitos semelhantes, para não dizer idênticos, entre nós - filhos e filhas da "Escola nascida no monte! Jóia rara de fino lavor!" O orgulho e carinho por todos os simbolos e elementos da nossa Escola só podem ser sentidos por quem passa por ela - a outros, de nada adianta explicar tamanha paixão! Uma satisfação poder ter compartilhado de sua homenagem! Bananiña - F09 (o prazer é meu e somente meu) Daniele BalestrinAntonio Ledesma Neto Londrina - PR
Bom dia prezado amigo e companheiro da F73 final dezembro, voce relatou realmente o que é ser ESALQUEANO, belas lembranças, abraços do Tonico Ledesma.