AS MENTIRAS, OS MENTIROSOS E AQUELES QUE OS FINANCIAM. MAS EU TENHO UMA NOVIDADE PRA ELES: A VERDADE, OS FATOS

Publicado em 16/12/2011 09:49
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

AS MENTIRAS, OS MENTIROSOS E AQUELES QUE OS FINANCIAM. MAS EU TENHO UMA NOVIDADE PRA ELES: A VERDADE, OS FATOS

Eu não sabia que o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr. havia tocado no meu nome numa “entrevista” que concedeu a um grupo de gente de sua espécie. Fui informado hoje. E eu vou processá-lo por isso. Não tenho o menor receio dessa gente — não, ao menos, de enfrentá-la com palavras e na Justiça, se é que me entendem. Depois de Santo André e Campinas, algum temor sempre existe. Quem é capaz de mentir de maneira tão desabrida, tão escandalosa, tão escancarada, estejam certos, é capaz de tudo e se sente com as costas quentes. Não escreverei aqui o que tenho vontade, vocês podem imaginar, mas o que precisa ser escrito. Já constituí advogado. Essas coisas são uma encheção de saco, tomam tempo — e, obviamente, dinheiro.

Podem me achar bobo, feio, chato, o diabo… Se fosse processar todos os que vão por aí, não sobraria dinheiro para o feijão. Mas ele enveredou por outro terreno que parece conhecer bem, segundo a Polícia Federal. Este senhor foi indiciado por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas. É um sinal do universo em que transita. Quem teria mais credibilidade para escrever um livro recheado de acusações delirantes? Ah, sim: o dito-cujo não traz prova nenhuma de coisa nenhuma! Os energúmenos podem parar de encher o meu saco com isso. Essa é uma das farsas que estão em circulação. Neste texto, explico o seu método de trabalho, também compatível com um indiciado em quatro crimes. Aliás, a forma como sou citado evidencia esse método.

Há um dado prévio adicional. Aquele que paga o salário de Amaury diz bem quem é Amaury. Personagem central na invasão do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e de familiares de José Serra, candidato à Presidência pelo PSDB em 2010, esse cara foi premiado, DEPOIS DO ESCÂNDALO, com um cargo na TV Record, do autoproclamado “bispo” Edir Macedo — e isso também explica o ataque feito a mim. Está cumprindo mais uma tarefa, sempre fiel a seus senhores. Macedo, um defensor fanático do aborto, ficou bravo comigo porque provei que ele distorce o sentido da Bíblia também nesse particular. Chegarei ao ponto.

Segundo funcionários da emissora, o ex-jornalista não apita nada por lá. A TV Record, que todos sabem alinhadíssima com o PT, pagava e paga o seu salário, e seu “trabalho” era escrever o “livro”; agora é cuidar da sua divulgação. Nos tempos em que um pastor da Igreja Universal chutava Nossa Senhora Aparecida, o comando da seita afirmava que Lula era uma manifestação do demônio. Hoje, estão alinhados, o que já me levou a afirmar que a Universal é o PT das igrejas, e o PT, a Universal dos partidos. Mas cuido de um dos patrões de Amaury daqui a pouco.

Intimidação
Não é a primeira vez que tentam me intimidar com falsas acusações e ilações malandras. Não será a última. Eles me atacam, e os meus leitores crescem, o que os deixa furiosos. O funcionário do autoproclamado “bispo” Edir Macedo, na conversa com outros de sua espécie — está lá, por exemplo, Luis Nassif, funcionário da TV Brasil e devedor do BNDES — chama-me “vagabundo”. Sim, um sujeito indiciado pela PF por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas acha que sou “vagabundo”. Faz sentido! Segundo ele, minha mulher foi sócia de Luiz Carlos Mendonça de Barros, acusando-me de ter obtido vantagens com as privatizações. Vamos ver como atua Amaury.

A Vale foi privatizada em maio de 1997, e a parte pública da Telebras, em julho de 1998. Eu trabalhava na Editora Dávila, do sociólogo e empresário Luiz Felipe Dávila. Tinha saído da Folha de S. Paulo em agosto de 1996. Nunca tinha falado com Mendonça de Barros nem ao telefone.

Eu lhe era devedor, sim, mas de outro modo, que nem ele sabia. Tinha marcado uma entrevista com ele, então presidente do BNDES, no Rio, no dia 31 de outubro de 1996. Tinha assento reservado no vôo 402 da TAM, aquele Fokker que caiu assim que decolou, matando todos os passageiros. Por que eu, que tenho pavor de avião, ainda estou aqui para melancolia de muitos? Porque a sua assessoria havia desmarcado a entrevista, o que me deixou bem irritado. Quando me dei conta da tragédia, o frio na espinha. Também devo a ele, dez anos depois, outra intervenção importante. Faltei ao trabalho para fazer alguns exames. Ele ligou para saber o que estava acontecendo, e eu lhe fiz um relato do que me haviam dito — um diagnóstico errado. Ele não gostou do que ouviu, achou que a coisa não estava certa e mobilizou seu médico, hoje também meu, que me telefonou na mesma noite. Bem, o resto da história é contado pelos tais buracos na minha cabeça. Tivesse me fiado no primeiro diagnóstico, teria me dado muito mal.

Meu amigo, sim! Meu querido amigo, com muito orgulho! Há gente que só acredita em relações pusilânimes, marcadas pela velhacaria, porque se toma como medida de todas as coisas.

A verdade
Só conheci Mendonça, como o chamo, em 2000, quando ele se tornou sócio de Dávila no site Primeira Leitura, no qual só comecei a trabalhar — eu pertencia à editora — em 2001. Foi Dávila quem me apresentou o já então ex-ministro havia mais de dois anos. Amaury terá de provar que me beneficiei das privatizações. Na sua conversa cheia de bazófia, dá a entender que tem provas disso e daquilo. Não tem! Isso é tão mentiroso quanto o conjunto do seu livro. Mendonça comprou em 2002, se não erro a data, a parte de Dávila e se tornou o dono único do site e da revista Primeira Leitura. Manteve o empreendimento até 2004, quando decidiu que não queria continuar na área. Se nós quiséssemos continuar, muito bem! Se não, ele iria fechar. Decidimos continuar. Minha mulher e a de Rui Nogueira compraram a editora e o título — sim, somos gente que trabalha para viver. E Primeira Leitura resistiu até meados de 2006. Amaury é um mau araponga. Tudo bem pra ele! Seu compromisso não é com a verdade!

Atenção!
Nem eu nem Rui, ou nossas respectivas mulheres, fomos sócios de Mendonça de Barros. Tivéssemos sido, reitero, isso muito nos honraria. Ele foi um dos homens mais injustamente perseguidos pela escória no país. E justamente porque é um dos homens mais brilhantes e capazes do país. A competência ofende a canalha, que, por isso, precisa se agarrar às tetas do governo e ser financiada na sombra por bandidos.

As privatizações foram viradas do avesso pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério Público, pela Justiça. E nada! Havia uma coleção de acusações infundadas, pautadas pela ideologia mais cretina e pela política mais vil. Vale a pena ler, a título de exemplo, o que escreveu Moacir Ferreira Ramos, então juiz titular da 17ª Vara Federal de Brasília, ao inocentá-lo num ação de improbidade administrativa. Prestem atenção:
Penso ser importante enfatizar que esta ação foi promovida em decorrência de representação feita por alguns políticos que, à época das privatizações do setor de telefonia, ostentavam notória oposição ao governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que então administrava o país (…) Ora, se havia a preocupação com a apuração destes fatos, por que esses nobres políticos não interferiram junto ao governo atual, ao qual têm dado suporte, para que fosse feita, a fundo, a investigação dessas denúncias - sérias, enfatize-se - que apontaram na representação”.

A pergunta do juiz é estupenda; vai ao cerne da questão. Por que os mesmos que denunciaram as supostas irregularidades não tomaram, uma vez no poder, as devidas providências? A resposta é simples: porque nada havia de errado com as privatizações. As acusações eram frutos ou da má fé ou da ignorância. A sentença as desmonta de modo desmoralizante.

No dia 28 de abril de 2010, escrevi um post sobre essa sentença. O juiz desfaz, vejam depois se tiverem curiosidade, as mentiras contadas sobre a privatização. Aíntegra está aqui. ISSO, SIM, É DOCUMENTO, NÃO O FESTIVAL DE PALHAÇADAS DO SENHOR AMAURY.

No dia 9 de janeiro de 2004 — o PT estava no governo havia apenas um ano —, e Pedro Jaime Ziller, o homem escolhido pelo partido e pelos sindicatos para cuidar da Anatel, declarava: “Eu fui um futurólogo de segunda categoria. A privatização é um absoluto sucesso”. Os petistas, de vez em quando, fazem mea-culpa, quando isso é do seu interesse. Em 2005, afirmou ninguém menos do que José Dirceu sobre Eduardo Jorge Caldas Pereira, que eles tentaram massacrar: “Prejulguei de maneira errada. Reconheço que cometi um erro”. Mas não se emendaram: uma das pessoas que tiveram o seu sigilo fiscal quebrado pela quadrilha na eleição de 2010 foi… Eduardo Jorge Caldas Pereira, secretário-geral do PSDB.

Mendonça tem um atestado de inocência dado pela Justiça e até pelo PT. Eu fui, sim, beneficiário, e sou ainda, mas da sua amizade. Amaury não deve saber o que é isso porque lida com outros valores.

Provas uma ova!
Umas das tolices ditas por aí sobre aquele panfleto, escrito numa língua parecida com o português, é que estaria recheado de provas. Provas? O método usado para me acusar é emblemático de sua prática. Como procede o rapaz? “Fulano é representante de uma empresa que investe no Brasil; dinheiro da privatização foi desviado para o exterior; aquele dinheiro que entrou no país por intermédio da empresa de Fulano era das privatizações”. E que prova ele tem de que era? Nenhuma! Aí é preciso acreditar no que diz um sujeito indiciado por violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem a testemunhas.

Ou ainda: “Fulano tem uma empresa que faz internação ilegal de recursos no país. Querem a prova? Está aqui!” E ele exibe o documento público de que a empresa existe. Sim, mas cadê a evidência de que faz internação ilegal? Bem, aí é preciso acreditar nele de novo. Essa é a tática de sempre dos difamadores.

É claro que Amaury e seus amigos serão processados pelas pessoas caluniadas e difamas por seu panfleto sujo. E se terá, então, a chance de saber que todas as entradas de recursos no país, feitas por intermédio de empresas que ele acusa, foram registradas no Banco Central. Não há — ATENÇÃO, NÃO HÁ! — uma só evidência de que eram recursos de origem ilegal. Como acabará ficando claro, o sujeito ignora alguns critérios e procedimentos básicos do mercado financeiro. Não sabe, literalmente, o que diz.

A canalha de plantão e a suposta montanha de livros
Os canalhas de plantão ficam fazendo suas ridículas correntes na Internet, falando das tais “provas”, certamente sem nem saber do que se trata. Basta-lhes a difamação. Eles já estavam cansados de ter de justificar a demissão de seis ministros; eles já estavam cansados de ter de explicar as mentiras sobre as “consultorias” de Fernando Pimentel; eles estavam cansadas de ter de explicar a moral profunda do governo de Agnelo Queiroz. Para tentar sair das cordas, vale qualquer coisa. Ora, não vimos lá os petistas tramando a lista e os recibos falsos de Furnas para incriminar inocentes? Desde o primeiro dia, lembrei aqui o Dossiê Cayman, outra farsa asquerosa.

Mentem! Mentem descaradamente! Inclusive sobre a suposta fantástica vendagem de livros, anunciando sucessivas edições esgotadas. Sim, a operação de marketing foi grande, mas eles sabem que, até quarta-feira, tinham conseguido vender pouco mais de 2.400 exemplares — e não os tais 15 mil. Pode até ser que cheguem lá porque há, certamente, mais de 15 mil petistas no país.

A CPI do outro indiciado
Uma farsa não está com todos os seus personagens se faltar o agora deputado Protógenes (PCdoB-SP), aquele que se elegeu com os votos de Tiririca e anseia tomar o seu lugar como comediante. Este senhor resolveu propor uma CPI e anuncia ter conseguido 173 assinaturas. E o mundo petralha vibra: “A CPI foi instalada!” Bem, em primeiro lugar, é preciso ver a lista, que, por enquanto, é secreta. Em segundo lugar, não foi instalada coisa nenhuma! É preciso ver se a CPI tem um objeto definido. Qual será? Não há uma só acusação que pare em pé no livro. “Ah, e se o governo quiser instalar?” Bem, aí estaremos diante da versão tupiniquim dos, sei lá eu, Processos de Moscou talvez. Reitero: NÃO HÁ NADA NO BRASIL QUE TENHA SIDO TÃO INVESTIGADO QUANTO AS PRIVATIZAÇÕES.

Mas não deixa de ser saboroso que a iniciativa seja de Protógenes. Afinal, ele também é indiciado pela Polícia Federal por violação de sigilo funcional e da Lei de Interceptações. É acusado de monitoramento clandestino de políticos e autoridades e uso irregular de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Não se esqueçam que este senhor, na Operação Satiagraha, queria prender até jornalistas.

Que encontro! Um indiciado propõe uma CPI com base nas calúnias de outro indiciado!

Quem move a mão do caluniador?
Na entrevista que concedeu a uma revista que atua como porta-voz oficial do governo, Amaury afirmou que deu início à sua “investigação” — esse trabalho sujo — por ordem da direção do jornal O Estado de Minas, que, por sua vez, obedeceria a uma determinação de Aécio Neves. Verdade ou mentira? Eu estou aqui apontando as mentiras de Amaury. O senador, por enquanto, só chamou a coisa de “literatura menor”. Ainda segundo a sua versão, Aécio teria desistido da publicação, e ele teria seguido por conta própria. Quando foi desbaratado o bunker de espionagem que estava sob a gerência de Fernando Pimentel, o ex-jornalista era uma das personagens.

O subjornalismo que deu divulgação entusiasmada às calúnias do rapaz vive do dinheiro oficial. Ou é financiado diretamente pelo governo federal ou é patrocinado por estatais. Assim, não adianta o Planalto se fingir de besta. Ainda que esse cara estivesse falando a verdade sobre a origem da operação, o fato é que o governo federal financia a rede encarregada de fazer terrorismo contra adversários e de caluniá-los. São as mesmas vozes que clamam por uma lei dos meios de comunicação semelhante à que existe na Venezuela. Um dos métodos de Chávez para liquidar seus inimigos é acusá-los de cometer ilegalidades. Essa gente sonha com a ditadura.

Macedo
Não apareci por acaso nessa pantomima criminosa. Eles não gostam de mim, eu sei. E sabem que também não gosto deles. Vi o tal Amaury falar por alguns segundos. Não soubesse eu que ele tem método, tenderia a sentir pena. O que é aquilo, santo Deus?! Mas aí me lembrei de seu patrão. Edir Macedo tem razões pra não ir com a minha cara. Eu não vou com a cara é da “bíblia” que ele resolveu escrever. Porque Bíblia não é. Eu já o esculhambei não no terreno em que ele vive sendo esculhambado: a forma como financia a sua emissora de televisão. Eu peguei foi mesmo no pé do “pastor”. Macedo faz a defesa mais asquerosa que já vi do aborto. Publiquei o filme outras vezes. Eles dão um jeito de tirar do Youtube. Mas volta. Gravem. Aqui está. Transcrevo depois, em vermelho, a cor do sangue, o que diz este senhor a partir dos 4 minutos.

“Eu pergunto: o que e melhor? Um aborto ou uma criança mendigando, vivendo num lixão? A Bíblia fala que é melhor a pessoa não ter nascido do que nascer e viver o inferno. Eu sou a favor do aborto, sim, e digo isso alto e bom som, com toda a fé do meu coração. E não tenho medo nenhum de pecar! E, se estou pecando, eu cometo esse pecado consciente. Se… Eu não acredito nisso porque é uma questão de inteligência, não é uma questão nem de fé. É uma questão de inteligência, de razão. (…) Porque a criança revoltada é uma arma contra nós. É uma arma contra a sociedade. (…) É preferível abortar do que ter a criança saudável, mas criando problemas pra si, mendigando, comendo o pão que o diabo amassou, enfim, e sendo nociva à sociedade. Esse é o meu pensamento. E, se alguém me condena por isso, paciência.

Vamos ver
Macedo interpretando a Bíblia lembra Amaury, o seu funcionário, manejando documentos e a língua portuguesa. O que está escrito no Eclesiastes (6,3)? Isto:
Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem e, além disso, não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele”.

Não! A exegese desse trecho, sabe-o qualquer teólogo razoável, tem o sentido oposto ao que diz este senhor em suas palavras malignas, que fazem a apologia da morte. O aborto é considerado justamente o extremo da fealdade — tão feio, sugere o texto, que só é superado por uma vida DELIBERADAMENTE afastada de Deus. Nada no Eclesiastes, e em lugar nenhum da Bíblia, autoriza o aborto profilático para limpar a sociedade de futuros maus elementos.

Sim, eu já critiquei Macedo por isso em outros posts, e Amaury dá uma puxadinha de saco no “bispo” pra mostrar que é um bom rapaz. Voltem às apalavras daquele senhor. O que vai ali é a defesa da pena de morte de quem não pode nem mesmo dizer uma palavra em sua defesa; o que vai ali É A DEFESA DA PENA PREVENTIVA DE MORTE. Cristão? Como pode ser cristão quem acredita que pode se livrar, assim, das almas? Como pode ser cristão quem não acredita que o corpo é a morada inviolável de Deus?

Ah, sim: é inútil tentar me indispor com os evangélicos. DESCONHEÇO OUTRO LÍDER RELIGIOSO QUE ENDOSSE A OPINIÃO DESTE SENHOR. SE HOUVER, QUE SE MANIFESTE. Mais: as lideranças evangélicas que conheço abominam essas palavras de Macedo.

Encerro
Não me intimidaram antes. Não vão me intimidar agora. Não vão me intimidar depois. O livro de Amaury é uma farsa. De cafofo semelhante saíram o Dossiê Cayman, o dossiê dos aloprados, o dossiê da Casa Civil, as violações de sigilo em períodos eleitorais…

Isso tudo é parte de uma ação deliberada que está em curso faz tempo para tentar eliminar a oposição, calar o jornalismo independente e, assim, deixar em paz os verdadeiros ladrões e salafrários da República.

Parece que setores da grande imprensa ainda não aprenderam o suficiente com o dossiê Cayman e continuam a exercer o mesmo triste papel: o elemento A acusa, o elemento B diz que não é verdade, e tudo fica no empate. Bandidos e inocentes são postos no mesmo patamar. É o paraíso dos caluniadores! Deveriam ter em mente que, se a quadrilha dos aloprados não tivesse sido pega com a boca da botija, em 2006, um dossiê fabricado contra Serra teria sido publicado como verdade numa revista semanal, que participava da tramóia.

Pra cima de mim, não, bando de vigaristas! Quanto mais vocês agridem, mais cresce a massa de leitores.

Dois avisos
À rede petralha - Temos mecanismos para manter a sanidade do blog. Não insistam. Vão procurar sua turma.
Aos leitores - Sejam comedidos nas palavras. Eles contam com o nosso destempero para tentar justificar suas calúnias. Faz parte do processo de intimidação.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:15

APLAUSOS PARA A AULA DE LIBERDADE DADA POR UM PROFESSOR DA USP

Não conheço o professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que dá aula de História da Filosofia Contemporânea II na FFLCH da USP. O que sei é que ele deu uma notável aula de exercício da liberdade — e suas conseqüências — para os alunos que decidiram aderir à greve e que deixaram de cumprir os requisitos necessários para a aprovação: além da nota, 70% de freqüência. Leiam o que vai no Estadão. Volto depois:

Cerca de 60 alunos do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) foram reprovados por não atingirem a frequência mínima por conta da greve, que durou um mês, dos estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) no início de novembro - quando a reitoria foi invadida, após disputa com a presença da PM no câmpus. O professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que ministra História da Filosofia Contemporânea II, reprovou todos os estudantes dos períodos diurno e noturno da disciplina. Para ser aprovado, além das notas acima da média, o aluno deve ter um mínimo de 70% de frequência.

“As aulas foram interrompidas antes de completar o mínimo exigido e os alunos foram avisados sobre isso”, disse o docente. “Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm.” No site do Departamento de Filosofia, há uma nota de esclarecimento do professor. O texto diz: “Segundo a legislação em vigor, o cálculo de frequência em disciplinas deve levar em conta a totalidade do semestre letivo. Assim, aulas não ministradas em função de piquetes, ‘cadeiraços’, etc. são computadas como dadas e não frequentadas.”

De acordo com a USP, haveria a necessidade de reposição das aulas caso a paralisação ocorrida fosse dos docentes. Alguns professores optam por repor as aulas perdidas ou aplicam provas em trabalhos para compensar. Mas segundo a universidade, como foram os alunos que decidiram não comparecer às aulas, o professor agiu dentro das regras da instituição. Os alunos podem entrar com recurso na unidade.

Na página aberta por alunos de Filosofia da USP no Facebook, os estudantes discutiam formas de revogar a reprovação e comentavam a reprovação. Era possível também ler comentários como “criminalizou a greve” ou “Carlos Alberto, amigo do (Geraldo) Alckmin, fez como sugeriu o amigo governador: ‘Deu aula de democracia aos alunos da USP…’” A reportagem tentou entrar em contato com o centro acadêmico na tarde de ontem, mas ninguém atendeu o telefone.

Voltei
Ora, as pessoas não podem aderir a uma greve, isso aprendi desde quando era uma criança de esquerda, e esperar que as conseqüências sejam idênticas às da não-greve.

Mas esta nem foi a melhor lição. Há uma outra. Prestem atenção a estas palavras do professor:
“Não posso fazer nada. Não vou emitir um documento público falso. Não sou eu quem aprova ou reprova por falta. As pessoas têm presença ou não têm.”

É perfeito. Os futuros bacharéis em filosofia têm de aprender que o exercício da sua liberdade não pode obrigar o outro a cometer um crime que ele não esteja disposto a cometer. Parece que, na cabeça de uma boa parcela, o único que deveria arcar com algum custo da greve seria mesmo o professor, que teria de mentir, contra a sua vontade.

Viva a liberdade, mas sem a transferência de responsabilidades!

Bela aula, professor!

Essa juventude leu Sartre, ao menos, enquanto fazia greve? Não o boboca stalinista e o gagá maoísta, mas o outro, o primeiro?

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:05

Ministro do Desenvolvimento vai à Suíça mas não participa dos eventos principais da OMC e volta antes ao Brasil

Por Deborah Berlinck, no Globo:
“Como se diz aqui, bonne soirée ! (boa noite)”. Assim embarcou nesta quinta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, de volta para o Brasil: sem dizer mais uma palavra sobre as cobranças da oposição em relação às consultorias que lhe renderam R$ 2 milhões entre 2009 e 2010, após deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de virar ministro.

- Eu não falo sobre isso. Tudo o que tinha para falar já falei.

- Não fala sobre isso mais, não, ministro ? - insistiu uma repórter.

- No more… não mais. Esse assunto já não é mais comigo. Agora estou voltando para o Brasil, tenho que trabalhar, queridos. E como dizem aqui: bonne journée (bom dia)….quero dizer, bonne soirée - disse, despedindo-se.

O único compromisso do ministro Pimentel nesta quinta-feira em Genebra - onde foi participar da reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC) - foi um encontro bilateral com a ministra da Suécia. Um encontro que o próprio ministro classificou de “nada muito específico”.

- Nós temos lá uns acordos de cooperação tecnológica. Eles estão muito interessados em expandir as atividades das empresas suecas que já estão no Brasil. Não tem nada muito específico, não.

Ministro participa nesta sexta-feira de encontro na Fiesp
Da parte da Suécia, o interesse é claro: os suecos querem vender para o Brasil os caças Gripen, e derrubar a tentativa dos franceses de vender os jatos Rafales, bem mais caros. O ministro confirmou que os suecos mencionaram o interesse em vender o avião, anunciando que venderam para a Suíça (que também recusou a compra dos Rafales franceses). “Eu disse: que ótimo. Vamos ver. As propostas estão sendo examinadas de novo, mas vai ser só no ano que vem. Mas vocês têm razão: os franceses estão mortos de aflição”, comentou Pimentel, concordando com a avaliação dos jornalistas.

Depois de meio dia de encontros anteontem com os países do Brics - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - o ministro não participou do evento que trouxe a todos para Genebra : a ministerial da OMC, que abriu nesta quinta-feira oficialmente às 15h.

Através de seu assessor, Ronald de Freitas, o ministro explicou que nunca disse que deu palestras nas regionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg):

- Quem disse isso foi o ex-presidente da Fiemg Robson Andrade, não o ministro.

Em Brasília, a informação do assessor de imprensa do ministro Pimentel, Ronald de Freitas, foi de que não estava prevista a ida do ministro à reunião de abertura da OMC, nesta quinta-feira. Afirmou que desde o início, o acertado é que desta reunião participaria o chanceler Antonio Patriota, e que a agenda de Pimentel se restringia ontem a dois compromissos.

O primeiro era com um representante do governo da Suécia, que ocorreu, segundo a assessoria, pela manhã “na sala 214″ de um prédio da OMC. O outro compromisso era também um encontro bilateral, com um representante do governo português, mas que foi cancelado, de acordo com o assessor por problemas de agenda.

Nesta quinat-feira mesmo pela manhã - pelo horário de Brasília - o ministro embarcou de volta para o Brasil, onde, conforme seus assessores, participa nesta sexta-feira de uma reunião da Fiesp, em São Paulo.

Por Reinaldo Azevedo

16/12/2011

 às 7:01

E governo ainda dá uma medalha a Pimentel! É verdade, não metáfora!

Na Folha:
O governo federal ofereceu ontem a Medalha Ordem do Mérito da Defesa a 270 personalidades e oito instituições que tenham desempenhado com distinção suas atividades e contribuíram com a defesa do país.

Entre os agraciados está o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), alvo de suspeitas de tráfico de influência por conta da atividade de sua consultoria.

Também recebeu a comenda o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, que contratou a consultoria de Pimentel quando estava à frente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais).

O ministro está em viagem ao exterior e o presidente da confederação não compareceu ao evento.

CRITÉRIOS
Segundo a divulgação do Ministério da Defesa, os agraciados são personalidades que tenham se “distinguido no exercício da profissão, além de organizações militares e instituições civis que também tenham prestado relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas no desempenho de suas missões constitucionais”.

A presidente Dilma esteve presente no evento, mas não discursou. Apenas uma mensagem sua foi lida parabenizando os agraciados por suas atividades “meritórias em defesa da pátria”.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 22:36

FHC aponta um novo “Dossiê Cayman” e acusa a “calúnia organizada”

O presidente Fernando Henrique também se manifestou sobre a peça de propaganda tornada pública por uma quadrilha de analfabetos - também morais. Leia nota.

A infâmia, infelizmente, tem sido parte da política partidária. Eu mesmo, junto com eminentes homens públicos do PSDB, fomos vítimas em mais de uma ocasião, a mais notória das quais foi o “Dossiê Cayman”, uma papelada forjada por falsários em Miami para dizer que possuíamos uma conta de centenas de milhões de dólares na referida ilha. Foi preciso que o FBI pusesse na cadeia os malandros que produziram a papelada para que as vozes interessadas em nos desmoralizar se calassem. Ainda nesta semana a imprensa mostrou quem fez a papelada e quem comprou o falso dossiê Cayman para usá-lo em campanhas eleitorais contra os tucanos. Esse foi o primeiro. Quem não se lembra, também, do “Dossiê dos Aloprados” e do “Dossiê de Furnas”, desmascarado nestes dias?

Na mesma tecla da infâmia, um jornalista indiciado pela Polícia Federal por haver armado outro dossiê contra o candidato do PSDB na campanha de 2010, fabrica agora “acusações”, especialmente, mas não só, contra José Serra. Na audácia de quem já tem experiência em fabricar “documentos” não se peja em atacar familiares, como o genro e a filha do alvo principal, que, sem ter culpa nenhuma no cartório, acabam por sofrer as conseqüências da calúnia organizada, inclusive na sua vida profissional.

Por estas razões, quero deixar registrado meu protesto e minha solidariedade às vítimas da infâmia e pedir à direção do PSDB, seus líderes, militantes e simpatizantes que reajam com indignação. Chega de assassinatos morais de inocentes. Se dúvidas houver, e nós não temos, que se apele à Justiça, nunca à infâmia.

São Paulo, 15 de dezembro de 2011

Fernando Henrique Cardoso

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 22:28

PSDB divulga nota sobre panfleto criminoso que se disfarça de livro

O PSDB divulgou uma nota sobre um panfleto criminoso, que se finge de livro, produzido no mesmo chiqueiro de onde saíram outras tramóias. Não difamar é uma escolha moral e ética. O processo que leva a essa escolha é lento: tem a ver com a educação que se recebeu, com valores, com o cultivo da decência. Já a decisão de delinqüir é rápida quando não se teve e não se tem nada disso, e a canalha não hesita. O caminho da Justiça é mais longo e mais lento, mas tem de ser cumprido. A cadeia espera os vigaristas.

Leia nota divulgada pelo PSDB
*
O PSDB repudia veementemente a mais recente e leviana tentativa de atribuir irregularidades aos processos de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e acusar o Partido e os seus líderes de participar de ações criminosas.

As privatizações viabilizaram a modernização da economia brasileira, com centenas de bilhões de investimentos em serviços essenciais e a geração de milhares de empregos.

Todo o processo foi exaustivamente auditado pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e outros órgãos de controle, e nenhuma irregularidade foi constatada.

O livro agora publicado tem as mesmas características de farsas anteriores, desmascaradas pela polícia, como a “Lista de Furnas”, o “Dossiê Cayman” e o caso dos “Aloprados”. Seu autor é um indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes, incluindo corrupção ativa e uso de documentos falsos.

Uma constante dessa fabricação de falsos dossiês tem sido a participação de membros e agentes do Partido dos Trabalhadores. Os que não se envolvem diretamente nas falsificações não têm pudor de endossá-las publicamente, protegidos, alguns deles, pela imunidade parlamentar.

A nova investida ocorre num momento em que o PT está atolado em denúncias de corrupção que já derrubaram seis ministros, e aguarda ansiosamente o julgamento do Mensalão, maior escândalo de corrupção de que se tem notícia na história do Brasil.

Serão tomadas medidas judiciais cabíveis contra o autor e os associados às calúnias desse livro.

Brasília, 15 de dezembro de 2011
Deputado SÉRGIO GUERRA
Presidente Nacional do PSDB”

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 19:21

São Paulo é a capital do país em que menos se mata; em 22, há mais homicídios do que no Rio

O que se afirmou abaixo sobre os estados vale também para as capitais. Mas, nesse caso, talvez o leitor fique ainda mais surpreso. Diga depressa qual é capital do país em que há menos homicídios, segundo o Mapa da Violência. Errou quem NÃO respondeu São Paulo. Sim, entre as 27 capitais, é onde menos se mata. E o Rio? Pois é… O Rio está em 23º lugar. Em 22 capitais, mata-se mais.  Na quase nunca citada Curitiba, o índice de homicídios (55,9 por 100 mil habitantes) é 130% maior do que no Rio (24,3). Em Belo Horizonte, 17ª no ranking, com 34,9 mortos por 100 mil, mata-se 168% mais do que em São Paulo (13 por 100 mil). O que dizer de Maceió, com 109,9 por 100 mil, ou de João Pessoa, com 80,3 por 100 mil? É uma quase guerra civil.

Segue a tabela

ranking-homicidios-capitais-1ranking-homicidios-capitais-21

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 18:41

Ranking dos homicídios: São Paulo em 25º lugar, em 16 estados, mata-se mais do que no Rio

Se lhe pedirem para citar os três estados mais violentos do Brasil, onde mais se matam pessoas, é bem possível, leitor amigo, que você inclua São Paulo e Rio de Janeiro na lista. Pois é… O fato de haver uma imprensa atuante nesses estados — no caso de São Paulo, bastante marcada por viés ideológico também, infelizmente — e, não raro, dormente nos demais (há exceções) talvez contribua para que os brasileiros tenham uma impressão da realidade completamente distorcida.

Abaixo, segue o ranking dos estados segundo os homicídios por 100 mil habitantes, que está no Mapa da Violência. São Paulo é o antepenúltimo da lista. O Rio, ainda muito violento, está em 17º lugar. Em 16 estados, mata-se mais do que lá. Não obstante, o fato de as mortes não serem notícia e de, muitas vezes, a imprensa local estar de rabo preso com o respectivo governo do estado, impede que as informações cheguem à população. Vejam a tabela.

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Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 18:07

Aqui, a evolução de homicídio nos estados ao longo de 11 anos

Veja a lista dos estados com a evolução dos dados dos homicídios por 100 mil habitantes, segundo o Mapa da Violência.

homicidios-2011-primeira-partehomicidios-2011-segunda-parte-parte

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 17:53

O desastre provocado pelo petismo na segurança pública; na Bahia, homicídios cresceram quase 61%; no Pará, mais de 57%

PT e PSDB são partidos cheios de peculiaridades, digamos, espelhadas: similares, mas invertidas. O PT sabe fazer propaganda de si mesmo; o PSDB também sabe fazer propaganda… do PT! O PT vive disparando alguns petardos contra o PSDB. O PSDB também vive disparando alguns petardos contra si mesmo. O PT diz que tudo o que o PSDB faz é ruim. O PSDB se mostra incapaz de dar visibilidade às coisas boas que faz.

O fato de setores consideráveis da imprensa terem passado por um processo de “petização” colabora pra isso? Sim. As pautas favoráveis aos adversários do PT costumam ficar na gaveta. Acontece o contrário. A eficiente polícia de São Paulo apanha quase todo dia do noticiário. Se existem números virtuosos, eles são quase ignorados.

Foi divulgado ontem o Mapa da Violência, com dados de 2001 a 2010. Nas campanhas eleitorais de 2006 e 2010, por incrível que pareça, os petistas atacaram a segurança pública em São Paulo. Não foram os únicos. Marina Silva, com a paixão pela precisão que lhe é peculiar, chegou a afirmar que a situação estava “fora do controle”.

Pois bem. O link está aí. Os números são públicos. Em 2000, São Paulo tinha 42,2 homicídios por 100 mil habitantes; em 2010, 13,9 — uma queda de 67% (de fato, hoje, está abaixo de 10). Mas Dilma não achava isso nada bom! Nem Marina! Bem, então é o caso de saber o desempenho dos petistas na área, certo? Vamos lá.

Bahia
Na Bahia do falante Jaques Wagner, está em curso uma tragédia na segurança pública. O partido chegou ao poder, em 2007, com 23,5 mortos por 100 mil habitantes; no ano passado, eles eram 37,7, um crescimento de 60,4%

Pará
No Pará, o petismo mostrou do que é capaz em matéria de segurança pública. Júlia Carepa chegou ao governo em 2007 com 29,2 mortos por 100 mil habitantes. Quando deixou o governo, derrotada pelo PSDB, no ano passado, eles eram 45,9, um crescimento de 57,2%!

Piauí
O PT governou o estado de 2003 a 2010, quando venceu o PSB, em coligação com os petistas. Quando assumiu o governo, havia 10,9 homicídios por 100 mil; no ano passado, 13,7, um crescimento de 25,7%.

Sergipe
Quando o partido começou a governar, em 2007, os mortos eram 29,8 por 100 mil habitantes. No ano passado, atingiu a marca de 33,3, um crescimento de 11,7%.

Acre
O PT chegou ao governo em 1999. Marina, lá, é poder, é bom lembrar. Em 2000, havia no estado 19,4 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2010, continuava no mesmíssimo patamar: 19,4

Eis aí. Isso é o que o PT sabe fazer em matéria de segurança pública.

Essa é a turma boa de conversa e ruim de serviço. Há ainda algumas questões a destacar sobre o assunto.

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 15:57

Doze questões para Pimentel, o democrata desde criancinha, responder

A tropa de choque governista já derrubou três requerimentos pedindo que o ministro Fernando Pimentel dê explicações ao Senado. A presidente Dilma Rousseff diz que as supostas consultorias dizem respeito à “vida privada” do petista. Ele próprio afirma que não vai porque, vocês sabem, luta pela democracia desde o tempo em que tentava seqüestrar pessoas e assaltava carros pagadores.

Muito bem! O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), apresentou à Mesa do Senado um questionário por escrito, solicitando que o ministro se explique. O envio das questões só depende da aprovação da Mesa, onde, como se sabe, o governo também é maioria.

Eis as 12 questões para Pimentel.

1. A P-21 Consultoria e Projetos Ltda, cujo sócio é o ministro Fernando Pimentel, propôs, à Fiemg, programas de desoneração tributária e desenvolvimento ao governo federal. Quais foram esses programas? Anexar cópias dos programas apresentados à Fiemg.

2. O presidente da Fiemg, Robson Andrade, afirmou que o ministro Pimentel fez palestras nas dez unidades regionais da federação em cidades-polo da indústria mineira. Em quais cidades foram realizadas essas palestras? Qual o conteúdo de cada uma delas? Quanto o ministro Pimentel recebeu em cada uma dessas palestras? Anexar cópia das notas fiscais referentes a cada um dos pagamentos.

3. A Fiemg informou que o ministro Pimentel deu “orientação aos técnicos e colaboradores para elaboração e desenvolvimento de conteúdos”. Quem são os técnicos e colaboradores que trabalharam sob sua orientação? Que tipo de orientação foi dada a esses técnicos? Quanto o ministro recebeu por essas orientações? Anexar cópia das notas fiscais referentes a cada um dos pagamentos.

4. A atual secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Regina Guimarães Menezes, foi indicação do Presidente da Fiemg, Robson Andrade?

5. O ministro Pimentel prestou serviços à empresa ETA bebidas Ltda, de Pernambuco? Que tipo de serviços foram prestados? Quanto recebeu por esses serviços? Anexar cópia das notas fiscais referentes a esses pagamentos.

6. Para os serviços prestados à empresa de informática QA Consulting, foram pagos ao ministro Pimentel o equivalente a R$ 400 mil. O ministro Pimentel tinha conhecimento de que um dos proprietários da empresa é filho de Otílio Prado, sócio minoritário do Ministro na P-21 Consultoria?

7. O ministro Pimentel não vê conflito de interesses nessa relação?

8. Que tipo de serviços foram prestados à QA Consulting?

9. A QA consulting foi contratada pela HAP consultoria para executar serviço de infraestrutura para soluções de rede. O ministro Pimentel tem conhecimento de que não há, no CREA-MG, Registro de Anotação de Responsabilidade Técnica referente a esse serviço no período?

10. O ministro Pimentel é amigo pessoal do dono da HAP, Roberto Senna?

11. Por que negócios envolvendo volume tão alto de recursos foram feitos pelo ministro Pimentel sem contratos formais –apenas verbais?

12. Que garantias de prestação dos serviços o ministro Pimentel dava aos seus clientes?

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 15:01

Números mostram ineficiência do governo em 2011

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
O governo aplicou em 2011 muito menos do que o previsto para alguns dos principais programas mantidos pelo Executivo. O ritmo lento de execução atinge o carro-chefe da gestão petista: dos 40,9 bilhões autorizados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) neste ano, 6,9 bilhões (16,9%) foram pagos. Outros 16,6 bilhões foram usados para cobrir restos a pagar da primeira etapa do PAC, ainda no governo Lula.

O índice de execução é ainda menor quando são levados em conta outros programas, como o Minha Casa, Minha Vida (0,79%), o Luz para Todos (0,27%), a implantação de sistemas de esgoto (0,41%) e a Polícia Nacional sobre Drogas (16,37%). Um dos raros setores com aplicação razoável dos recursos previstos foi o Programa de Agricultura Familiar (Pronaf), com pagamento de 50,9% do destinado.

Algumas despesas, entretanto, aumentaram. O gasto com pessoal subiu 11,8% na comparação com 2010. Ao todo, foram gastos 732 bilhões de reais com salários e encargos trabalhistas. O balanço foi apresentado nesta quinta-feira pelo líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Os dados foram obtidos do Siafi, o sistema de acompanhamento de gastos do governo, e levaram em conta o período entre 1º de janeiro e 12 de dezembro.

“A presidente Dilma está menos eficiente até do que o Lula”, disse o líder tucano durante a divulgação dos dados. “Isso é reflexo do congelamento da máquina. E esse é o maior desafio da presidente: enxugar, qualificar e botar para funcionar”. Duarte Nogueira defende a redução do número de ministérios - hoje são 39. “O país funcionaria bem com 27 ou 28 ministérios. Eles receberam 26 do governo Fernando Henrique”, afirmou.

Ao fazer um balanço da relação do Planalto com o Congresso, Duarte Nogueira disse que o resultado foi frustrante. “O ano começou com uma expectativa muito grande: a presidente falando em reforma polícia, tributária, em combate implacável à corrupção. O que se viu foi totalmente o contrário”, disse.

Por Reinaldo Azevedo

o-vicio-do-amorDe vez em quando, volto àquele que já foi o meu ofício: escrever sobre literatura. Li “O Vício do Amor”, de Mario Sabino, antes ainda de o romance chegar às livrarias. Depois disso, já nos falamos dezenas de vezes, conversamos sobre isso e aquilo, também sobre as resenhas que saíram a respeito, todas muito favoráveis, e eu ainda não lhe disse o que achei. Até agora ao menos. “Você escreveu o seu melhor livro, Mario!” No estilo provocador deste seu amigo, lá vai: há muito não se ouvia na literatura a voz de um narrador masculino, com tudo o que pode haver de incômodo nisso.

Coitados dos homens! Antes que os escritores tentassem compreendê-los como “gênero”, na era dos debates sobre as identidades, chegou a hora de destruí-los, de decretar a morte do macho, de reduzi-lo a uma metonímia de abusado desprezo: “Sabe o que você faz com esse troço aí?” Bem, melhor não dizer. Mais malhado do que o “macho”, só mesmo o capitalismo. Ambos passaram a ser vistos como expressões de uma crise permanente, à beira da extinção. Tanto um como outro, vocês sabem, parecem retardar a nova aurora. Qual aurora? Sei lá eu! Se eu acreditasse nisso, estaria decretando o fim do capitalismo e a morte do macho…

A primeira fase do Romantismo, no século 19, ainda chegou a se interessar ligeiramente pelo herói destemido dos bons tempos da poesia épica, mas já havia nele algo de feminil, sofrido, solitário, ensimesmado, que foi dar nos chiliques de Werther, aquele que sentiu toda a dor de existir por causa de um braço de mulher. O nosso Peri já era meio suspeito… A testosterona restara inútil lá nos versos das guerras de conquista. A literatura, mesmo feita por homens, preferiu investigar os desvãos da alma feminina com muito mais agudeza e relevos. Em Proust, Swann se apaixona até pela macieira da casa de Odette, a periguete. Homens, se vistos de perto, ou são brutos e sozinhos contra Deus, como em Dostoievski, ou patetas que mais incomodam do que enternecem, como o Julien Sorel, de “O Vermelho e O Negro”, de Stendhal. Então está combinado: homens não têm alma nem vida interior. Quem é a Madame Bovary de calças?

Em “O Vício do Amor”, Sabino cria um narrador indubitavelmente masculino. O seu jeito de ir à guerra é não condescender com nada, não acreditar em ninguém, não ceder nunca. Se o homem é, afinal, essa criatura triste de Deus, só lhe resta dizer tudo, sem receio de parecer ou de ser abjeto. Quem é esse narrador? É Mario Sabino? Bem, esse é um de seus nomes. Ele também se identifica como Marco Levi e Ranuccio Tomassini. Sabe-se que foi jornalista, abandonado pelo pai na infância e criado por uma mãe que negociava favores sexuais com um vendedor de enciclopédias. Um evento da fortuna, a herança deixada por aquele pai ausente, permite-lhe, então, viver como um flâneur na Roma de seus antepassados sem precisar se preocupar com o pagamento das contas.

Há pouco, lia que a Itália tem de rolar uma dívida, de curto prazo, de estratosféricos 200 bilhões de euros! “Pra que tanta civilização?”, pergunta o meu coração, assim como faz, às vezes, o de Levi-Ranuccio-Sabino… Talvez ele dissesse que a sua Roma — que já foi “A Cidade”, de onde se falava para “O Mundo” — reflete um ideal que ficou para trás. Perdemos! A vida é feita de sujeições, de pusilanimidades. Os interesses menores movem a máquina da vida, e todos os que ensaiaram uma alternativa trilharam o caminho moralmente degenerado da violência. Resta o quê? Se o narrador fosse um crente ou um idealista, talvez ensaiasse uma resposta: “Deus”, o “espírito humano”, sei lá eu. Mas não é! Restam, como destaca João Pereira Coutinho no prefácio de “O Vício do Amor”, as palavras.

E Sabino — o autor — lida com elas como poucos. E, nesse caso, refiro-me tanto ao jornalista como ao escritor. “O Vício do Amor” é um romance de encontros e desastres amorosos de pessoas sempre em alta voltagem existencial ou intelectual, que ousam, e este me parece o aspecto mais incomodamente encantador do livro, relatar o que fazem enquanto fazem — a personagem Isabel, vocês verão, é a mortificante exceção. Ou nem tanto… O narrador pode não acreditar em nada, mas certamente acredita na palavra, ainda que seja no seu poder destruidor. E nenhuma situação é tão adequada ao exercício da loquacidade que seduz — e mata a esperança — como ir para a cama com a analista, como faz o narrador, que vive uma intensa relação com Lorenza, à qual não faltam atos de baixeza. A psicanálise — discurso que Sabino domina com profundidade e destreza — é uma espécie de olho oculto do livro. Pauta e explica certas tensões dramáticas. Estou entre aqueles que acreditam que as pessoas só vão parar num divã para lidar com as questões narcísicas. Transar com a (o) analista está no rol dos anátemas, é a linha que não se cruza, é o passo que jamais se dá; é, em suma, o último mergulho de narciso. E o nosso narrador fez isso. O resultado, vocês verão, não é dos melhores.

O narrador tem em Saulo, um ex-candidato a amigo, um curioso antípoda. Da admiração inicial, nasce a hostilidade. Eram, em muitos aspectos, parceiros no cinismo e na descrença de que uma essência humana nos proteja da vileza. Ocorre que Saulo é o tipo que entende a cultura como ilustração, que usa seu saber para bordar as irrelevâncias da vida com tiradas enciclopédicas. Também era um oportunista, que tenta, de algum modo, roubar a vida do nosso narrador. Acaba levando um murro na cara e um chute nas costelas. Era a descrença genuína socando a cara do diletantismo.

O tipo execrável, no entanto, responde por bons momentos do livro. A exemplo do narrador, de Lorenza e de Renata — sim, há uma “Renascida” —, Saulo se torna, às vezes, uma espécie de porta-voz de Sabino, o autor — não necessariamente de suas opiniões, mas de sua vasta cultura. “O Vício do Amor” também é um romance de idéias, gênero não muito praticado no Brasil. Como em certo cinema nacional, nossos autores parecem achar pouco natural que uma personagem cite Schopenhauer na quarta página, mas não vêem nada demais que diga uma penca de palavrões ou escarre na pia da cozinha antes da página três. Os debates que remetem à alta cultura soam naturais e fluentes no livro. Huuummm… Talvez cobrem um tantinho de inteligência, quem sabe até alguma pesquisa. Mas já não estamos com os saco cheio de um mundo que não costuma cobrar nem uma coisa nem outra?

Sabino é ainda autor do romance “O dia em que matei meu pai”, publicado em 10 países, além do Brasil, e dos livros de contos “O antinarciso” e “A boca da verdade”, que resenhei aqui. É redator-chefe da VEJA, mas está de saída. Decidiu tomar outro rumo profissional. Dado o seu reconhecido talento, estamos certos — especialmente os que privamos de sua amizade e de seu companheirismo — de que não será menos brilhante na nova função.

Leiam “O Vício do Amor”. Já se disse por aí que homens e mulheres perderam, respectivamente, a fêmea e o macho naturais de sua espécie e vão se virando como podem. Num dado momento, Renata — e o título do livro está com ela — parecia se afigurar o encontro improvável, o reencontro ancestral. Mas ela não sabia o que fazer de seu amor pela humanidade, este, sim, um vício que pode ser muito perigoso.

Viciem-se na palavra exata. É muito bom!
*
Para ler outras resenhas de “O Vício do Amor”, acessem a página
www.mariosabino.com.br

Por Reinaldo Azevedo

O ministro Fernando Pimentel concedeu uma entrevista em Genebra e, confrontado com os fatos, preferiu dar risada. Comentando a pressão da oposição para que se explique no Congresso, saiu-se com uma afirmação curiosa: “Essa é a opinião dela, mas eu tenho a minha. Esse é o ponto. Eu sou um democrata por convicção. Pela democracia, lutei na juventude, fui preso, torturado, de maneira que conviver até com a injustiça faz parte da minha história”. Epa! Aí, não! Pimentel participou, vejam o post abaixo, de uma mentira escandalosa sobre o presente (as suas consultorias e palestras). E, ontem, contou uma mentira escandalosa sobre o passado. Vamos, então, cuidar um pouco da história?

Faço isso em atenção especial às moças e moços que lêem este blog, alguns deles, talvez muitos (a julgar pelo volume de comentários que excluo), de esquerda. Não quero mudar a convicção de ninguém. Não sou o Gabriel Chalita da ideologia, aquele do partido “que vai dar o que você merece”. Não invisto na auto-ajuda ideológica. Cada um sabe de si. Mesmo escolhendo o caminho errado, essas vítimas da mistificação têm o direito de conhecer a verdade. Se continuarem militantes de esquerda depois disso, aí não há nada a fazer; é uma questão de caráter.

Resumi aqui outro dia a trajetória de Fernando Pimentel. Lembrei que foi aluno da Escolinha de Marxismo da Professora Dilma Rousseff quando ainda era um adolescente. Ele acabou ingressando em seu grupo político, o Colina (Comando de Libertação Nacional), que tinha sua base principal em Belo Horizonte. Mais tarde, o Colina se fundiu com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), liderada por Carlos Lamarca, dando origem à VAR-Palmares. O marido de Dilma, um dos chefes da organização, despachou Pimentel para Porto Alegre. Lamarca não gostou da “holding” e decidiu desfazê-la, refundando a VPR, e Pimentel preferiu segui-lo. Foi como seguidor do militar desertor e ladrão de armas que o agora ministro “consultor” assaltou o carro pagador de um banco e tentou seqüestrar o cônsul americano, que se safou, mas saiu ferido, com um tiro no ombro.

Compreendo que, de cara, a Mafaldinha e o Remelento não acreditem em mim — “esse reacionário”. Bem, então acreditem nos fatos. Jacob Gorender, historiador de esquerda e autor do livro “Combate nas Trevas”, afirma que o Colina, o primeiro grupo a que Dilma pertenceu e do qual era uma das dirigentes, foi um dos poucos a fazer a defesa clara do terrorismo. Talvez, como escrevi certa feita, ela pertencesse à facção lítero-musical da turma, que organizava chás beneficentes com as senhoras respeitáveis da sociedade mineira. Enquanto alguns pegavam o berro, outros pegavam o cabo da xícara. Pimentel, pois, como Dilma, fez parte de um grupo que a própria esquerda considera que fazia a defesa clara do TERRORISMO. Não era democracia o que queria Pimentel quando tentou seqüestrar o cônsul.

Que importância tem isso hoje? Ora, quem tem de responder essa pergunta é Pimentel, não eu. Foi ele quem evocou o seu passado para justificar o injustificável no presente. Que ele pensasse à época que o assalto ao carro pagador do banco, de que foi um dos protagonistas, era uma “roubo social”, vá lá, não é? Que, em 2011, justifique a sua “consultoria” com o seu amor pregresso pela democracia, aí é de lascar. Até porque, se for assim, a consultoria continua injustificada, já que ele, resta claro, não queria democracia, certo? Seu chefe esmagava cabeças de adversários a coronhadas depois de um julgamento feito por um “tribunal revolucionário”.

Aliás, a VAR-Palmares de Pimentel e Dilma era tão democrática, mas tão democrática, que nem mesmo os militantes de esquerda estavam absolutamente seguros. Havia o “justiçamento” — condenação à morte dos próprios companheiros — caso se suspeitasse que o militante era um traidor ou estava prestes a trair. Já publiquei aqui um vídeo em que um ex-militanhte da ALNconta como matou um parceiro de luta porque havia a suspeita de que ele pudesse trair o movimento. Atenção! Havia apenas a suspeita de que dia ele pudesse fazer isso… O coitado apenas havia pedido para deixar a organização.

Muito bem! Em 29 de maio de 1970, Dilma Rousseff, uma das chefonas da VAR-Palmares, estava presa havia cinco meses. Tinha sido detida em janeiro. Consta que foi torturada por longos 22 dias, o que, todos sabem, era prática inusual nos porões. Os trogloditas queriam quebrar a resistência do preso bem depressa para não dar tempo de seus aliados fugirem. Mas tudo bem! Não vou contestar isso, não. Uma coisa é certa. Dilma teve mais sorte do que Geraldo Ferreira Damasceno, militante da Dissidência da VAR-Palmares, assassinado pelos próprios esquerdistas no dia 29 de maio de 1970. Em 1969, outro militante do grupo havia sido condenado à morte pelos “companheiros” : Antonio Nogueira da Silva Filho. Só não morreu porque conseguiu escapar. Teve de sair do país.

Só a título de ilustração e para que constatemos até onde chega o humanismo, eventualmente a cara-de-pau, dos democratas de esquerda, saibam: no dia 28 de junho de 1973, um comando da ALN assassinou, dentro de uma escola, o professor Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, também esquerdista, da Resistência Armada Nacionalista (RAN). Foi acusado de delação. Maria do Amparo Almeida Araujo, então militante da ALN, participou do grupo que levantou dados sobre a rotina de Alvarenga etc. Mais tarde, vejam que coisa!, ela foi uma das fundadoras do grupo “Tortura Nunca Mais”. Hoje, é secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã na Prefeitura do Recife. Não fundou o grupo “Justiçamento Nunca Mais”. É coerente. Mas isso, reitero, é só mais uma nota de instrução aos jovens. Volto a Pimentel.

O esforço revisionista da história, como já perceberam, busca criar um passado em que, de um lado, estavam os bandidos e, de outro, os heróis. Não é por acaso e tem pouco a ver com os tempos idos. O propósito é mesmo criar um álibi para os malfeitores do presente e os do futuro.

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 6:15

PEGOS NA MENTIRA - Pimentel, que já não diferia de Palocci, a não ser pela falta de talento em economia, agora não difere de Lupi, a não ser pela falta de talento na bufonaria

Pimentel com Robson Andrade: pegos na mentira. Alegadas palestras simplesmente não aconteceram

Pimentel com Robson Andrade: pegos na mentira. Alegadas palestras simplesmente não aconteceram

É compreensível que o mundo de petralha se agarre com patas, dentes e orelhas a um livreco recheado de maluquices e invencionices — trato do assunto quando e se quiser — para tentar tirar do noticiário político-policial os seus protagonistas habituais. Já caíram seis ministros. O Dilma tenta segurar o sétimo. Leiam o que informa o Globo. Volto em seguida.

Ex-presidente da Fiemg mentiu sobre consultorias de Pimentel

Por Thiago Herdy:
A série de palestras nas unidades regionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), citadas pelo ex-presidente da entidade Robson Andrade como prova dos serviços prestados pelo atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), não aconteceu. Levantamento feito pelo GLOBO junto a representantes das unidades da Fiemg em todo o estado mostra que Pimentel não viajou às cidades-polo da indústria para palestras em 2009, ano em que sua empresa P-21 Consultoria e Projetos foi contratada por R$ 1 milhão para prestar serviços à federação.

Atualmente, Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e, na última semana, deu entrevista em Brasília para explicar o trabalho realizado por Pimentel quando ele deixou a prefeitura de Belo Horizonte. Na época do contrato com a P-21, Andrade estava à frente da Fiemg. “O Pimentel, na época, também fez, a pedido da federação das indústrias, uma série de palestras nas regionais. A federação tem dez regionais, e ele participou de palestras nessas regionais e também em outras cidades-polo da indústria mineira”, disse Andrade na ocasião.

No entanto, pelas regionais mineiras, o ex-prefeito e atual ministro não passou, segundo seus dirigentes. “Não tem nos nossos arquivos registro de evento com o Pimentel em 2009. Busquei e não achei nada - disse Graciele Vianna, da assessoria da Fiemg Regional da Zona da Mata.” As gerentes da Regional do Vale do Rio Grande, Márcia Helena Lima, e da Regional Rio Doce, Jaqueline Coelho, também não se lembram da passagem de Pimentel. “Não, na nossa regional ele não veio. E eu me lembraria, pois em 2009 eu já estava aqui na gerência - disse Márcia Helena.”

“Olhamos aqui todas as nossas pastas, registros de 2009 e 2010. Olhamos até eventos que pudessem estar relacionados a algum tema com o qual ele pudesse contribuir, mas não tem nada”, completou Jaqueline. A responsável pelo setor de comunicação na Regional Pontal do Triângulo, Dina Gonçalves, foi na mesma linha: “Todo evento realizado com empresários na cidade passa pelo meu departamento, estou aqui há quatro anos. Palestra do Fernando Pimentel, aqui, não teve.” Mesma conclusão de Adriana Pinilla, gerente da Regional Sul da Fiemg, e do responsável pela comunicação da Regional Centro-Oeste.

“Ele pode até ter vindo na cidade convidado por algum prefeito ou outra entidade. Mas a regional Sul da Fiemg não fez qualquer evento. Estou há 13 anos na Fiemg, dois como gerente da regional”, afirmou Adriana Pinilla. “Nunca vi Fernando Pimentel na minha vida”, completou o assessor da unidade Centro-Oeste da Fiemg. Funcionários das regionais do Alto do Paranaíba, do Vale do Paranaíba, do Vale do Aço e da Regional Norte também disseram não se lembrar de Pimentel em eventos na cidade organizados pela entidade, mas pediram que essa informação fosse confirmada com a Fiemg em Belo Horizonte.

O GLOBO pediu então à assessoria na sede que apresentasse o cronograma de palestras de Pimentel citadas por Andrade, com data e local. A Fiemg informou que não tem mais informações sobre o assunto.

Ministério não se pronunciou
Andrade, procurado nesta quarta-feira, pronunciou-se por nota divulgada pela CNI. “A Diretoria de Comunicação da CNI informa que todos os esclarecimentos sobre a consultoria à Fiemg já foram dados”, informou. Pimentel, por meio da assessoria do ministério, também informou que não se pronunciaria por considerar que “já prestou todas as informações necessárias a respeito dos serviços prestados”. A Fiemg pagou à P-21 Consultoria e Projetos, empresa de Pimentel, R$ 1 milhão para “consultoria econômica e em sustentabilidade”.

Voltei
Eis aí. A mentira foi contada pelo presidente da CNI — a que ponto chegou a representação do empresariado brasileiro!!! —, mas foi endossada por Pimentel. Certamente, tratou-se de uma versão combinada entre os dois. Só que eles se esqueceram de combinar com as demais pessoas envolvidas, certamente gente decente e honesta, que não está disposta a participar de uma cadeia de mentiras.

“As palestras” estão para Pimentel como estava o jatinho supostamente pago pelo PDT estava para o ex-ministro Carlos Lupi, do Trabalho. Tudo mentira!!! Leiam na edição de hoje deste blog que ontem, sem ter por onde escapar, Pimentel resolveu lembrar que tinha sido um homem de esquerda, como se isso depusesse necessariamente a seu favor.

A presidente Dilma considera que tudo isso diz respeito à vida privada de Pimentel. Segundo ela, interessa o que ele fez depois de entrar no governo. Ela está errada. Ao aceitá-lo como ministro, aceita também um método. E esse método, comporta agora, como se vê, a mentira deslavada.

Flagrados, o que respondem Robson Andrade e o próprio ministro? Já prestaram todos os esclarecimentos. Fim de papo! Ainda que esses “esclarecimentos” tenham agora sido desmentidos pelos fatos. Vai ver lhes faltou tempo para arranjar uma desculpa nova…

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 6:13

“PIB do BC” aponta para nova retração da economia no início do 4º trimestre

Por Fernando Nakagawa e Adriana Fernandes, no Estadão:
A atividade econômica brasileira teve nova retração em outubro. O indicador do Banco Central que funciona como uma espécie de prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 0,32% na comparação com setembro, pior que o esperado pelos economistas.

Agora, analistas calculam que, para o Brasil evitar uma contração da economia no último trimestre, é necessário crescer com ritmo mensal de 0,6% em novembro e dezembro. A velocidade é ousada, já que a última vez em que isso aconteceu foi no fim de 2010, ano em que o País cresceu 7,5%.

A contração anunciada ontem pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) foi mais acentuada que o esperado. Levantamento do AE Projeções com 18 instituições financeiras apontava para a expectativa de queda de 0,1%. Outubro já é o terceiro mês seguido em que a atividade recua. A última vez que o BC registrou três meses consecutivos de queda no indicador foi em dezembro de 2008, ainda no meio do turbilhão da crise anterior.

O número pior que o esperado adiciona preocupação nas previsões para o comportamento da economia no último trimestre do ano. Mesmo com as medidas de estímulo adotadas pelo governo - como redução dos juros e incentivo à compra de produtos como geladeiras e fogões - cresce a apreensão entre os analistas de que os efeitos do plano para injetar ânimo à economia aconteçam com atraso ou mesmo sejam insuficientes para anular os efeitos da crise.

Efeito curto. Interpretação ontem no mercado financeiro sinaliza que, eventualmente, as medidas do governo levaram menos gente que o esperado para as lojas. Sem demanda, os estoques do varejo continuam elevados e, sem novos pedidos, a indústria segue patinando.

Para o HSBC, o varejo demora a reagir por uma eventual “restrição dos critérios dos empréstimos” e também à menor folga dos orçamentos familiares, que estariam sendo parcialmente consumidos pela inflação.

Até ontem, o banco previa que a economia poderia crescer 0,7% de outubro a dezembro na comparação com o terceiro trimestre. Agora, ganha força a leitura de que a taxa de expansão pode ficar próxima de 0,3%. “O IBC-Br reforça nossa visão de que a economia brasileira vai entrar 2012 com um ritmo suave.”

Por Reinaldo Azevedo

15/12/2011

 às 6:11

Investigação em banco libanês vincula Hezbollah a cartéis de narcotráfico

No Estadão:
Dados de contabilidade liberados após a venda do Banco Libanês-Canadense para a filial libanesa do Société Générale e uma investigação do governo americano revelaram métodos clandestinos utilizados pelo grupo radical xiita Hezbollah para financiar suas operações. O banco é acusado de lavar dinheiro do tráfico de cocaína e manter relações com a milícia, considerada pelos EUA um grupo terrorista.

Os balanços forneceram provas de um intrincado esquema de lavagem de dinheiro global, com o banco como seu centro e que parece ter permitido ao Hezbollah movimentar enormes somas de dinheiro legalmente dentro do sistema financeiro, apesar das sanções estabelecidas com o objetivo de enfraquecê-lo economicamente.

Além disso, uma investigação da agência antidrogas do governo americano (DEA) esclareceu quais são as fontes de dinheiro do movimento xiita. Enquanto os departamentos de polícia em todo o mundo acreditavam que o Hezbollah era um beneficiário passivo de contribuições feitas por partidários do movimento envolvidos com o tráfico internacional de drogas, as agências de inteligência de diversos países apontavam para o envolvimento direto das autoridades do alto escalão do Hezbollah no comércio da cocaína na América do Sul.

Na terça-feira, promotores federais na Virgínia anunciaram o indiciamento de um homem acusado de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para narcotraficantes colombianos e para a gangue mexicana Los Zetas.

Esse envolvimento do Hezbollah com lavagem de dinheiro do narcotráfico também reflete as mudanças políticas e militares no Líbano e no Oriente Médio. Segundo analistas de inteligência americanos, o grupo recebia cerca de US$ 200 milhões ao ano do Irã e uma verba adicional da Síria. Mas esse apoio diminuiu em razão das sanções internacionais a Teerã e das revoltas populares contra Bashar Assad.

As necessidades financeiras do movimento libanês, no entanto, aumentaram à medida que ele obteve mais legitimidade depois da guerra de 2006 com Israel. O Hezbollah expandiu seu portfólio de atividades políticas e sociais, e, com isso, passou a depender cada vez mais das atividades criminosas - especialmente do comércio de cocaína na América do Sul.

“A capacidade de grupos terroristas como o Hezbollah de se inserir no fluxo de financiamento criminoso mundial é o novo desafio que surgiu após o 11 de Setembro”, diz Derek Maltz, da DEA, que monitorou a investigação do departamento sobre o banco libanês.

O esquema. Autoridades do Tesouro americano descobriram que gerentes do banco ajudaram diversos correntistas a gerir um esquema de lavagem de dinheiro da droga, mesclando esses valores com recursos obtidos com a venda na África de carros usados comprados nos EUA. Uma parte dos lucros ia para o Hezbollah, alegação que o grupo contesta.

Auditores encarregados de examinar os livros contábeis após a venda do banco descobriram quase 200 contas suspeitas de ligações com o Hezbollah e os clássicos sinais de lavagem de dinheiro.

No total, centenas de milhões de dólares por ano foram depositados nessas contas, mantidas especialmente por empresários muçulmanos xiitas em países da África Ocidental onde é comum o contrabando de drogas, muitos deles partidários do Hezbollah.
(…)

Por Reinaldo Azevedo
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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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