Colheita dos grãos de verão no Rio Grande do Sul é intensificada
Inicia a colheita do arroz no Rio Grande do Sul, atingindo 1% do total da área cultivada, que é de pouco mais de um milhão de hectares (1.098.097). Sem problemas de água para a irrigação e beneficiada pelo clima quente e de boa insolação, as lavouras de arroz apresentam bom padrão e potencial produtivo acima do esperado (7,8 toneladas por hectare) em várias situações. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, as primeiras áreas colhidas da nova safra superam os oito mil quilos por hectare, com bom rendimento de grãos no engenho. Cabe ressaltar que o percentual colhido é ínfimo, não servindo para se estabelecer como parâmetro para a totalidade das lavouras, mas é um indicativo que os produtores poderão colher uma boa safra, caso não ocorra problemas durante a colheita, que deverá se intensificar a partir de agora. Atualmente, 16% das lavouras de arroz estão maduras e por colher, 40% em enchimento de grãos, 28% em floração e 15% em desenvolvimento vegetativo.
No milho, a colheita segue em ritmo acelerado no Estado, alcançando 30% do total da área semeada este ano (1.004.728 hectares). Desde o início da colheita das primeiras lavouras os rendimentos vêm surpreendendo de forma positiva, com casos pontuais que superam os 10 mil kg/ha. Entretanto, segue a preocupação com as lavouras em desenvolvimento (14%), que podem ter seu potencial de produção reduzido caso persista intenso calor e pouca chuva. No geral, as expectativas seguem mantidas em termos de produção.
A colheita da 1ª safra de feijão prossegue, com produtividade média muito boa, estando dentro das previsões, restando ¼ da área semeada a ser colhida. No RS, 20% das lavouras de feijão estão maduras e por colher, 5% em enchimento de grãos, 1% em floração e 1% em desenvolvimento vegetativo. A 2ª safra segue em implantação, ocorrendo de maneira mais lenta, em razão das altas temperaturas e da grande insolação que atinge o Estado.
Já na soja, os produtores estão apreensivos, pois a maioria das lavouras está em fase de floração e formação de grãos (80%), críticas em relação à falta de umidade. Assim, a continuidade desse cenário poderá afetar de forma significativa a produção. Lavouras localizadas mais ao Norte, onde a chuva é mais escassa, começam apresentar queda de vagens recém-formadas, o que seguramente implica na diminuição da produtividade. Em sentido contrário, áreas no Sul, junto à fronteira com o Uruguai, lavouras de soja plantadas em várzeas de arroz começam a ter seu desenvolvimento prejudicado devido ao excesso de umidade, uma vez que as chuvas naquela região têm sido frequentes e abundantes. Cabe ressaltar que são, até o momento, casos pontuais e esporádicos, tanto no primeiro caso como no segundo. No RS, 42% das lavouras de soja estão em enchimento de grãos, 40% em floração e 18% em desenvolvimento vegetativo.
Fruticultura e Hortaliças
O desenvolvimento das frutas cítricas, neste período de entressafra, está satisfatório no Vale do Caí. As bergamotas e laranjas estão na fase de crescimento do fruto, sendo que as bergamotas do grupo das Satsumas já chegaram ao crescimento máximo, iniciando agora o processo de maturação. Também segue o raleio da bergamota variedade Caí, mais precoce que as demais, e está mais adiantado do que em anos anteriores, graças às chuvas na primavera e início do verão, que favoreceram o bom crescimento das frutas. O raleio consiste na retirada de parte das frutas verdes no início do seu desenvolvimento, permitindo que as frutas que ficam na planta tenham um tamanho maior com melhor qualidade, e segue a sequência da maturação das bergamotas, na ordem Caí, Pareci e por último a Montenegrina.
Na região Noroeste Colonial, mesmo com ocorrência de chuvas irregulares e esparsas, os agricultores estão conseguindo replantar diversas espécies de olerícolas de verão. É boa a oferta de produtos da época, como abobrinha, moranga, pepino, tomate e espécies folhosas, entre outros. Em sentido oposto, no Vale dos Sinos e Paranhana, em função das altas temperaturas, os produtores de hortaliças estão tendo grandes prejuízos no cultivo das mesmas, com perdas de até 50%, principalmente com as folhosas, o que causou um aumento de preços entre 20% a 50%. No Noroeste do Estado, a atividade está em recuperação, garantindo a qualidade e a quantidade das hortaliças. A oferta está voltando ao normal e, com isso, os preços estão se mantendo, sendo bons para olericultores e consumidores.
Leite e Mel
Temperaturas elevadas e chuvas esparsas favoreceram o desenvolvimento das plantas forrageiras, aumentando a oferta de pastagens nativas e cultivadas, base para o desenvolvimento sustentável da pecuária gaúcha. É importante salientar que um dos principais fatores de competitividade na atividade pecuária é a alimentação adequada dos rebanhos, especialmente dos bovinos (leite e carne) e ovinos, entre outros. Nessa situação, os animais são mantidos diretamente no pasto, isto é, por meio do pastoreio rotativo racional, envolvendo fundamentalmente o manejo adequado das pastagens.
O rebanho bovino de leite das diversas bacias produtoras o Estado, de maneira geral, apresenta boas condições nutricionais e sanitárias, principalmente nas propriedades rurais que desenvolveram um bom manejo sanitário e nutricional. As chuvas que ocorreram beneficiaram o desenvolvimento vegetativo das pastagens nativas e cultivadas, assim como das lavouras de milho destinadas à produção de silagem e ajudam a diminuir as altas temperaturas, que vinham causando estresse térmico nos animais, especialmente nas propriedades que não têm um plano de arborização dos piquetes de pastagens, que garanta o abrigo dos animais da grande insolação que ocorre neste verão. Em muitas propriedades, as constantes faltas de energia elétrica e as altas temperaturas estão prejudicando o processo de resfriamento do leite.
A fase é de plena colheita de mel em várias regiões do RS. Os apicultores mantêm uma expectativa de produção acima da média na maioria dos municípios, pois existe boa disponibilidade de néctar e pólen no período, haja vista a existência de um número razoável de espécies no estágio de floração. Em relação à comercialização, o preço do mel embalado não apresentou oscilações significativas de preço nas diferentes regiões produtoras, pois o verão, oposto ao inverno, é tradicionalmente uma estação do ano de consumo reduzido no Estado. Na região de Pelotas, no entanto, o preço do mel variou de R$ 7,50/kg em Arroio do Padre a R$ 14,00/kg em Santa Vitória do Palmar. Já o preço do mel vendido “a granel” foi comercializado por R$ 4,00/kg em Arroio do Padre e R$ 6,50 em Rio Grande.
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