Ração continuará em alta até o 1º trimestre do próximo ano

Publicado em 13/12/2010 06:37
A indústria de alimentação animal prevê movimentar este ano mais de US$ 16 bilhões, com uma produção de aproximadamente 62 milhões de toneladas - alta de 4% sobre 2009. Para 2011, a expectativa é que os preços dos insumos, hoje 10% maiores que no ano passado, continuem valorizados, devido principalmente ao baixo estoque de passagem do milho e a incerteza sobre a soja. As informações são do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

A entidade prevê que até 2020 o País produzirá algo em torno de 80 milhões de toneladas de ração, contra 62 milhões de toneladas em 2010. Este ano, o produtor rural obteve bons preços com a soja e o milho, usados também na fabricação da ração para frangos, bovinos e suínos. Também o aumento de preços das rações, de abril até dezembro deste ano, trouxe certo otimismo à indústria de alimentação animal.

Segundo Ariosvaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações, os preços das rações subiram em média 10% este ano. "Até abril os preços das rações vinham em queda. A partir de maio notou-se uma retomada muito grande nos valores. Tudo isso por causa das instabilidades nos preços das commodities causadas pelo retorno dos investidores, a farta liquidez global e a expansão monetária nos Estados Unidos, além dos sinais inflacionários na China", afirmou.

A avicultura de corte foi responsável por 47% do consumo total de rações neste ano, o que representa um crescimento de cinco pontos percentuais ante 2009. Segundo Zani, a expectativa é que as aves consumam mais de 29 milhões de toneladas este ano. "A sobrevalorização da moeda local prejudicou a quantidade de frango exportada que até novembro acumulava crescimento de 6%. A rentabilidade do produtor, por sua vez, foi comprometida, em parte, pelo custo da ração que aumentou significativamente", comentou Zani.

Já a participação das demais criações ficou praticamente em linha com o ano passado, com os suínos demandando 25% da produção de ração animal, o gado de corte com 4% de participação e a queda de 1% do bovino de leite que deve fechar 2010 com 7% desse total.

Futuro

Para 2011, Zani não acredita em falta de ração no mercado brasileiro, que demanda atualmente 35 milhões de toneladas de milho, e 12 milhões de toneladas de soja para complementar a ração animal. Entretanto aposta em manutenção de preços até o final do primeiro trimestre de 2011, dado a expectativa do setor agrícola em relação aos preços das commodities. "A tendência de valorização dessas commodities agrícolas deve continuar durante o primeiro trimestre de 2011, tanto por conta da baixa oferta e a forte demanda, quanto pela previsão no atraso da colheita da soja que pode acarretar em uma provável redução da área de milho safrinha", salientou.

O vice-presidente afirma que a produção brasileira de rações ao longo de 2011 vai depender principalmente do crescimento das indústrias produtoras de aves e suínos influenciadas pelo desempenho das exportações, já que o mercado doméstico apresenta níveis de consumo bastante semelhantes aos dos países desenvolvidos.

Zani acredita que até 2050 o mundo terá um contingente de 9 bilhões de pessoas, e as carnes terão um incremento em seu consumo na ordem de 70%. "Se isso acontecer, o Brasil passará a responder com um dos principais players na produção de aves, suínos e bovinos. Tomara que o País seja realmente o grande celeiro do mundo, pois não existem outros oásis para produzir carne nas nossas condições de produtividade e preço", finalizou.

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Fonte:
DCI

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